De cutícula rasgada.

Eu estou começando a entrar no limite do meu limite, no limite do trabalho estressante que realizo, no limite do curso que estou quase concluindo, no limite da aceitação dessas escolhas que fiz neste primeiro semestre, no limite para todo esse estreito espaço de tempo que sobrou, para fazer outras coisas que gosto e não tenho conseguido espaço para realiza-los a contento. Mas neste momento, me apoderando do titulo do livro de "Lya Luft", em tudo nesta vida há "Perdas e Ganhos" e nas perdas certamente perceberei mais tarde, ter de alguma forma valido a pena; Por enquanto algumas coisas estão me parecendo andar às avessas e na contramão de outras que pra mim devem ser aceitáveis e  estão me deixando pouco à vontade e incomodado. Acho que a maturidade comprovadamente nos torna mais exigentes e contra algumas regras e modelos institucionais que alguém obrigou serem necessárias e de grande importância as posturas sociais aceitáveis e que eu não engulo.
Hoje ganhei elogios numa avaliação curricular, mas também percebi que isto não significou nada pra mim. Não estou bem certo de que sou merecedor deles e por vezes chego a pensar que são armadilhas de caráter puramente moral e desnecessário. Estou desconfiado, cheio de incertezas e incômodos e com a cutícula do dedo indicador rasgada, esta dorzinha enjoada também desequilibra e ajuda a aumentar a sensação de mal estar geral e a expectativa de uma cura sem cicatrização dolorida.

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