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CIDADE TRISTE.


Quando caminho num dia cinza, como o de hoje, com chuva e vento frio me batendo na cara, árvores sacudindo nas calçadas e pessoas em silêncio seguindo seu rumo, sinto cruzar as fronteiras de um filme mudo, que ficou lá para traz, em algum lugar esquecido do pensamento.
Vem a saudades de um poeta que se foi, de uma praça que se esvaziou, de uma rua que não sei onde vai dar, nesta cidade tão triste que os grafites tentam alegrar.

PAÇO SANTO INÁCIO.


Foi num passeio ano passado, (não lembro em que mês) que eu e uma amiga encontramos esta relíquia no bairro Moinhos de Vento em Poa. Pela aparência imponente, percebemos que se tratava de uma edificação histórica na rua Santo Inácio, 295 e no mesmo dia (à noite) corri para pesquisas na internet, sem nada encontrar. Pela falta de material informativo, nada postei e as fotos acabaram sendo esquecidas em meus arquivos.

Construída em 1939, a bela mansão, está sendo restaurado pela Incorporadora, chamada UMA no bairro Moinhos de Vento. O casão será revitalizado e receberá o nome de Paço Santo Inácio, que será aberto à comunidade. Receberá um café bistrô, espaços para reuniões e um memorial com a história do bairro. Através do conceito ‘O antigo é vizinho do novo’, a ideia é resgatar o seu conteúdo histórico, em respeito ao antigo, combinando a forma clássica de fazer propaganda em todo o processo.
Toda a campanha publicitaria ficou a cargo de uma empresa chamada Global, que se inspirou na historia do casarão e que possivelmente retirou qualquer informação da internet, para manter o sigilo publicitário. Deve ter sido por isto que nada encontrei a respeito, quando tentei pesquisar.

Veja só que criativo: 
A campanha teve início com uma carta escrita a próprio punho e selada com cera quente, contendo um relato sobre a história da casa, seus moradores e sobre o futuro empreendimento que será construído junto a ela. A carta foi entregue à comunidade por um carteiro caracterizado à moda de 1930. Também foi realizada uma sessão fotográfica, registrando detalhes históricos do espaço e reconstruindo os ambientes que, futuramente será entregue a sociedade em final de Abril,

CASA GODOY EM PORTO ALEGRE.

Caminhando pela Avenida Independência, em Porto Alegre, podemos encontrar diversas construções antigas e abandonadas por alguns proprietários, que receberam estes imoveis de herança e não possuem condições financeiras para restaura-los devido aos altos custos. Alguns herdeiros então sem saída, alugam esses imoveis para pequenos estabelecimentos comerciais, despreocupados com a aparência desses prédios, que necessitam de uma intervenção urgente antes que desabem. 



Entre este grande acervo de obras de arte; sim eu considero-as uma obra de arte pelos seus traços e linhas arquitetônicas utilizadas no passado, encontra-se a Casa Godoy construída em 1907, sendo um dos mais importantes exemplares da arquitetura art-nouveau no Brasil.
A casa cujo o primeiro proprietário, Arno Bastian Mayer, foi projetada pelo arquiteto alemão Hermann Menchen, que não poupou esforços para que ela traduzisse o movimento francês surgido na Europa e que buscava nas curvas sinuosas da natureza a sua inspiração.
O projeto foi minucioso, desde o desenho dos adornos na fachada, até a escolha dos materiais empregados nas paredes, como forros, esquadrias e mobiliário.


Somente em 1988 a Casa foi adquirida pela família Godoy, tornando-se referencia na vida social de Porto Alegre, pois além de residência da família, a casa abrigava no andar térreo, o consultório do Dr. Jacintho Godoy - precursor da neuropsiquiatria no Rio Grande do Sul. O Médico Jacintho Godoy foi criador do Manicômio Judiciário, do Serviço de Neurologia da Santa Casa e do Sanatório São José. Foi também político, poeta e teatrólogo, razão pelo qual promovia encontros artísticos, ligados a música, literatura como chorinhos e sarais poéticos. A Casa foi tombada como Patrimônio Histórico e Cultural do Município em 1997 e adquirida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Outros exemplos deste estilo em Porto Alegre, destaca-se a Universidade de Porto Alegre (atual Universidade Federal do Rio Grande do Sul), como o Castelinho (1906) e o Observatório Astronômico (1906), a Farmácia Carvalho (1907). O pórtico do Cais Mauá e seus armazéns adjacentes (1917-22), entre outros. Na fotografia acima, dá para se ter uma ideia das condições atualis do predio

A REVITALIZAÇÃO DA ORLA PROMETIDA SERÁ COMPROMETIDA?


A extensão de aérea que dispõe nossa país, abre lacunas para se perceber suas diferenças, pelo menos quando se pensa em meteorologia. 
Fica difícil de imaginar que em algumas áreas do país pessoas sofrem com a seca que traz escassez nos reservatórios naturais de água, enquanto que aqui no sul, o problema se apresenta sob incessantes chuvas que aumentam o volume dos rios, castigando cidades e algumas regiões bem próximas da capital, já em situação de calamidade publica.


Esta semana uma moradora de Porto Alegre postou algumas fotos no Facebook, levantando a questão da revitalização da orla do Guaíba e sua relevância. Esta duvida é mais uma preocupação que persegue os porto alegrenses, como a eficiência do muro da Mauá, construído para a contenção de enchentes no centro da cidade.

SOLAR PARAÍSO EM POA.

Recebi esta semana uma mensagem de um amigo, no meu Smart fone, que me pedia informações sobre a história do Solar Paraíso, localizado na Travessa Paraíso, no bairro Santa Teresa, aqui em Porto Alegre. 
Teria este lugar, sido usado como um sitio de lazer por seus antigos proprietários, uma charqueada?..
É.., são nestes momentos em que se obtêm pouca informação, é que nos questionamos sobre a importância de preservar a nossa própria historia, registradas em elementos que as vezes damos pouca importância.


Como meu amigo, só obtive informações fragmentadas de quem foram seus proprietários e para que serviu este prédio muito antigo, de arquitetura colonial, construído por volta de 1820, sendo em 1930, dividido e transformado em um cortiço, para abrigar várias famílias de baixa renda. 
Posteriormente abandonado entre os anos 70 e 90, foi tomado posse pela prefeitura em 1994 e restaurado em 2000, para atividades culturais. 
Atualmente abriga a sede do festival internacional de teatro “Porto Alegre Em Cena”.


O PALACETE ABANDONADO DA ANTIGA AMERICAN BOITE EM PORTO ALEGRE - URBEX

Mas que lugar é este?.. -perguntei ao meu colega, sem receber muita atenção da parte dele, quando fomos lavar a ambulância, na Rua Voluntários da Pátria e me deparei com este prédio em ruínas, mas que mesmo degradado, ainda ostenta detalhes de uma arquitetura que foi elegante no passado, e hoje é ocupado por uma empresa de lavagem de automóveis chamada Cascalho.
Será que não vai desabar em cima de nós?..


Esta região da cidade que margeia a Rua Voluntários da Pátria, nunca foi alvo da minha atenção, por ser considerado um local obscuro, sujo e de marginalização, reconheço meu preconceito, mas que particularmente neste dia, aguçou-me a curiosidade com relação a sua historia no contexto da cidade, por apresentar atualmente tantos prédios decadentes e armazéns abandonados.


O palacete em ruínas que me chamou a atenção, foi palco da American Boite, que na metade do seculo XX, foi uma requintada casa noturna. Nele a burguesia que apreciava a boêmia, se encontravam para beberem, dançarem e ouvir boa musica. Dizem até, que Lupicínio Rodrigues visitou e cantou algumas vezes nesta casa.



Nesta época a Voluntários da Pátria, nas proximidades do centro da cidade, era um local efervescente com residências e comercio ativo. Como a rua ficava às margens do Guaíba, o que favorecia a entrada e saída de produtos da cidade, muitas fabricas e industrias começaram a se estabelecerem, fazendo com que muitos antigos moradores fossem embora e outros chegassem.


Mais tarde, com o aterramento da área, onde hoje passa a Avenida Castelo Branco, essas fabricas e industrias, por falta de espaço para se expandirem, mudaram-se para outros pontos da cidade, esvaziando ainda mais aquela região. O que restou, foi um lugar abandonado, cercado por casas e sobrados antigos e decadentes, recicladores de lixo e armazéns vazios.


Este é mais um típico erro, gerado pelas politicas publicas ocorridas em varias cidades no mundo, que hoje tentam reverter este quadro, através de incentivos que dinamizem setores culturais e sócias nestes prédios. Um erro que pode ser revertido como fez Nova Iorque ao revitalizar bairros como: o High Line,  Meatpacking District. (antigo matadouro) e tantos outros.











COMO DESATAR OS NÓS?


Apesar da placa anunciando que o local será o primeiro multi espaço urbano revitalizado do Brasil, a mesma parece estar lá só para enfeite e com as obras paradas desde o final do ano passado sob as mesmas e velhas desculpas reincidentes de que faltam liberações disto e daquilo. Desta vez e a aprovação do relatório de impacto ambiental para avançar às fases seguintes. Eu me pergunto se um empreendimento deste porte já não deveria estar com estes relatórios prontos para dar seguimento e um fim a esta novela? Como acreditar que a obra saia do papel, conforme o prometido, após duas décadas de espera com desculpas das mais esfarrapadas e tornando claro a incompetência dos envolvidos?
Veja o exemplo do Projeto Porto Maravilha, do Rio, que já começou as obras da PPP que investirá R$ 7,7 bilhões, mesmo iniciado muito depois do Cais Mauá.
A Cais Mauá do Brasil S.A. é a empresa responsável pela gestão do projeto de revitalização e operação do Cais Mauá de Porto Alegre. A área foi arrendada pela empresa por um período de 25 anos renovável por mais 25 anos.
Eu sei que depois de tanto alarde o projeto deverá virar realidade, mas cá entre nós, viver ainda é melhor do que sonhar!

CITY TOUR EM PORTO ALEGRE- PELA TERCEIRA VEZ.

Largo Zumbi dos Palmares

Domingo passado reuni uma velha amiga que estava de viagem marcada para Aracaju na terça- feira e fomos fazer um passeio pelos principais pontos turísticos de Porto Alegre, do qual ela ainda não tinha feito.
Tomamos o ônibus turístico que sai do Largo Zumbi dos Palmares, em frente a EPATUR e seguimos viagem admirando alguns locais históricos e outros de lazer onde os porto-alegrenses costumam frequentar nos finais de semana como o Parque Marinha do Brasil, o Parque Moinhos de Vento, o Parque Farroupilha e a Usina do Gasômetro.

Centro Histórico- Praça da Alfandega.

O dia estava ensolarado, mas também soprava um vento que por vezes causava um certo friozinho para quem, como nós, estávamos na parte superior e aberto do ônibus, quase encostando nossas cabeças nas copas das arvores centenárias da cidade. Ficamos impressionados com a diferença visual que se tem da cidade quando a observamos de cima e percebemos o quanto ela é arborizada e colorida.

Rua da Praia.

Fizemos o passeio completo, que dura cerca de uma hora e trinta minutos, girando pelos principais pontos de interesse histórico-turístico da cidade. Depois de um café necessário, nos dirigimos de carro ate a Usina do Gasômetro para apreciar o por do Sol, que não foi tão bonito, pela rapidez com que se pôs sobre as águas do Guaíba.

Orla do Guaíba.

No Centro Cultural da Usina do Gasômetro havia muita gente circulando  e apreciando algumas exposições de fotografias lá expostas. Nos chamou a atenção a exposição da fotografa gaucha Lisette Guerra, mostrando o cotiano do povo cubano e sua semelhança com os brasileiros.
Porto Alegre é uma cidade com muitas opções de lazer e de atividades culturais disponíveis tanto a tarde quanto a noite é só ter disposição. Esta é a terceira vez que faço este city tour pela cidade e acho que não será o ultimo!

Parque Marinha do Brasil.


NO CLIMA DE FERIAS.


Cheguei a pouco do passeio que fiz ao centro de Porto Alegre, na 55a Feira do livro, no Museu do Exército, que existe já a dez anos, sem que eu soubesse e expõe uma coleção de veículos de combate e transporte, uniformes, armas, equipamentos (capacetes de vestuários de combate), fotos e documentos do período colonial aos dias atuais. A entrada é franca de segundas a quintas- feiras das 8h as 12h.
A Igreja Nossa Senhora das Dores com suas paredes, teto, altares, meticulosamente trabalhados, lustres e portas gigantescas e em reforma do piso e consequentemente toda empoeirada.


O restaurante ao lado da Casa de Cultura Mario Quintana onde comi uma deliciosa picanha grelhada por apenas 15,00 reais, salada verde e arroz branco. Mas o que mais me chamou a atenção foram as pessoas sentadas nas calçadas almoçando, bebendo, comendo sorvetes a o ar livre e em trajes leves, dando a sensação de uma cidade praieira, uma cidade que não corresponde ao perfil da Porto Alegre que tenho como registro. Dava-me a sensação de que a qualquer momento, quando virasse meu rosto para uma das ruas que cruzavam a Dos Andrades, enxergaria água e não aquele muro vergonhoso que esconde o rio.


No final da Andrades, onde deixei o carro, sentei-me numa praça com árvores enormes e extensa área de sombra onde era possível sentir uma brisa livre vindo do Guaíba. Pessoas deitadas sobre a grama, namorados se beijando e até dois senhores em volta de uma churrasqueira improvisada ao ar livre da praça, num clima de leveza absolutamente incomum. Decididamente esta não parecia ser a cidade onde moro e que tantas vezes encontrei-a barulhenta, agitada, sombria e sem graça. Era outra cidade que eu desconhecia por consequência de um fim de semana grudado num feriado!

A IGREJA DAS DORES DE JOSINO

Gosto da cidade onde nasci e em que vivo até hoje e sempre que possível, busco nela pedaços de mim, da minha vida, do meu passado, de sua história que também é a minha história. Visito-a em sonhos meio apagados, becos, ruas, prédios, lembranças fragmentadas de lugares onde já estive, sentindo depois um gosto distante e saudoso de vivências que experimentei mas que não desapareceu de mim e desta Porto Alegre que não é alegre, com ar bucólico, provinciana, urbana, cultural, tradicional, querida

IGREJA NOSSA SENHORA DAS DORES:
Hoje caminhando pelo centro da cidade visitei a igreja Nossa Senhora das Dores e lembrei da história que minha mãe contava sobre a dificuldade de sua construção, em função da praga rogada pelo escravo Josino, usado como mão de obra e morto, injustamente, na forca no Pelourinho em frente da igreja acusado de ter roubado uma joia que acompanhava a imagem de Nossa Senhora das Dores.
"– Vou morrer porque sou escravo, mas vou morrer inocente. A prova da minha inocência é que as torres da Igreja das Dores nunca ficarão prontas!"
Meses depois de sua morte, as torres despencaram do alto da igreja esfarelando-se no chão. Suas palavras se espalharam pela cidade, causando medo na população que realizavam novenas ao escravo. Muito tempo se passou e a igreja ainda continuava com problemas. Raios caíram sobre as torres, rebocos que desmanchavam-se, projetos arquitetônicos que desapareciam.
A igreja levou quase um século para ficar pronta, visto que a pedra fundamental foi colocada em 1807 e sua conclusão somente em 1901.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...