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Jogo da Confiança

Por vezes sou um ser tenso, agitado, inconformado, ansioso, desconectado, perdido, agressivo, noutro momento me torno terno, calmo, conformado, compenetrado, amável, sabendo o rumo exato que devo seguir, como se inesperadamente eu fosse jogado pra cima e o corpo todo estivesse envolvido pelo ar, fazendo-me retornar para baixo, ao meu eixo, a minha estação sintonizada!
Algumas coisas me fragmentam em mil pedaços, outras me constroem sem que eu ao menos saiba os mecanismos que me conduziram a esta recomposição, tornando-me no que penso ser novo ou renovado!.. 
Descobri algo em mim que ainda não tinha percebido, quero dizer; Eu não tinha dado a devida atenção à esta minha atitude, que de certa forma me desagrada. Eu testo as pessoas e desta forma creio que também sou igualmente testado. Evidentemente já fiz isto em alguns momento em que pensava estar sendo manipulado ou induzido e inúmeras vezes estava, mas não como agora, por simples desconfiança e por motivos que parecem tão rasos e de vagos motivos. 
Isto me faz lembrar que na minha infância ou adolescência, fazia um jogo entre amigos, que chamávamos de "O Jogo da Confiança".
Posicionávamos num circulo composto por quatro ou cinco pessoas de braços entrelaçados, enquanto que uma outra se deitava sobre a trama de braços e então era lançada para cima de olhos fechados, duas ou três vezes, até perder o medo causador daquele friozinho na barriga e entregar-se cegamente ao destino, a tutela alheia. 
Muitas vezes me deixei ser lançado até perceber que o arrepio é indolor e a confiar nos braços que sempre me amparavam evitando estatelar-me no chão. Penso neste jogo quando preciso me recompor. Penso no frio na barriga, nos gritos de susto, no sorriso de alívio depois de subjugado a tensão eo medo!

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