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OS ANTIGOS BONDES DA PRAÇA XV, EM PORTO ALEGRE.



Na Quinta-feira 08/12, em visita com amigos pelo Centro Histórico de Porto Alegre, não deixei de dar uma passada no antigo "Abrigo dos Bondes", na Rua José Montauri, nas proximidades do Chalé da Praça XV, onde a rua estreitava fazendo uma curva em direção ao Mercado Publico. A rua não existe mais, foi transformada num calçadão para trafego somente de pessoas. Era ali um dos lugares por onde chegavam e saiam os bondes em direção à Borges de Medeiros, se não falha a memória... 
Neste abrigo que ainda existe, porém todo remodelado, que acompanhava a sinuosidade da rua com calçamentos de pedras, haviam lanchonetes muito feias que vendiam sucos, caldos de cana, cachorro quente prensado e ouros lanches rápidos, considerados os mais perigosos da cidade pela falta de condições de higiene do lugar, porém sem sombra de dúvidas, os mais gostosos da cidade. Claro que eu peguei o finalzinho de vida, das linhas de bondes existentes em Porto Alegre, que deixaram de circular em 1970, quando eu tinha apenas 12 anos de idade, mas que ainda mantenho vivo na memória aquela sua cor amarelo queimado ou caramelo, o ruído das rodas sobre os trilhos de aço ao pararem nas estações e depois voltarem a andar num movimento que fazia os passageiros sacudirem seus corpos de um lado para o outro, sobre os bancos de madeira perfeitamente pintados de verniz marítimo, fazendo os passageiros se segurarem para não resvalar e cair.


BONDE TURÍSTICO:
Há semanas atrás, eu ainda perguntei numa reunião informal entre amigos, se existia alguma razão para a Prefeitura não colocar alguns desses bondes em circulação, como linhas de turismo e alguém me respondeu que eles haviam sido destruídos depois de virarem sucatas e sobrado apenas três, (de modelo americano), espalhados em alguns museus da cidade e que também era um projeto inviável economicamente. 
Foi com grande surpresa e esperança que hoje ao abrir o site da Prefeitura de PoA, me deparei com um projeto de criação do "Bonde Histórico" cujo o itinerário, ainda em projeto, iniciaria no Largo Glênio Peres, seguindo pela rua Sete de Setembro, rua General Portinho, Andradas e Salustiano até o terminal junto à Praça Júlio Mesquita, próximo ao Gasômetro. O itinerário terá retorno pela rua Salustiano até a rua dos Andradas, passando pela Vigário José Inácio, Otávio Rocha e ingressando na Praça XV, junto ao antigo abrigo dos bondes. 



O trajeto do Bonde Histórico, passará pelo chamado “Corredor Cultural” de Porto Alegre, incluindo eixos das ruas dos Andradas e Sete de Setembro e adjacências, onde estão localizados vários prédios e monumentos de grande valor cultural e turístico como: Mercado Público, Chalé da Praça XV, Paço Municipal, Fonte Talavera - o marco Zero da cidade), Santander Cultural, Praça da Alfândega, Igreja Episcopal do Brasil, Memorial do Rio Grande do Sul, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Casa de Cultura Mário Quintana, Museu Militar, Museu da Brigada, Museu da Marinha, Cine Imperial, Igreja Nossa Senhora Das dores, Usina do Gasômetro, Museu da Eletricidade, Museu da Com. Social J.H. da Costa, Galeria Chaves, Clube do Comércio. 
Envolvidos neste trabalho estão varias secretarias que aguardam verbas do Ministério de Turismo, para darem prosseguimento ao projeto estimado em mais ou menos R$ 17.600.000,00.
Fiquei também muito feliz, pela possibilidade de um sonho, (ver os antigos bondes circularem pela cidade), se tornar enfim uma realidade.

BECO DO CEMITÉRIO EM POA.

Quando se põe o pé nas estradas deste mundo e passa-se a conhecer a historia e cultura de algumas cidades que se visita, é quase impossível não fazer comparações com a cidade de onde viemos e onde nascemos. Porto Alegre, apesar de ser elogiada pela cultura de seus habitantes, de ser considerada um dos polos de melhor qualidade de vida do país e estar sempre engajada em contextos culturais, ainda peca por manter fora do conhecimento público e da sociedade em geral, alguns detalhes da sua própria história, utilizando-se de alguns mecanismos impeditivos de divulgação, que se desconhece a razão. 
Em função disto, resolvi fazer um passeio pela cidade, em busca de alguns recantos que fazem parte da nossa história e que é pouco conhecida, das pessoas em geral, como o antigo BECO DO CEMITÉRIO

FOTO DE RONALDO BASTOS
Foi nos tempos idos de uma Porto Alegre antiga, que existia entre o Palácio Piratini e a Catedral Metropolitana, uma rua que ligava a Duque de Caxias com a Rua Cel. Fernando Machado.
Em 1868, durante a construção do Seminário Diocesano, que o Bispo Dom Sebastião Dias Laranjeira solicitou à Câmara Municipal a abertura de uma rua entre as construções eclesiásticas e o Palácio, oferecendo auxilio monetário para a desapropriação de algumas casas localizadas no alinhamento da Rua do Arvoredo, atual Fernando Machado e que só foram efetivadas 7 anos mais tarde.

POR LUIZ CARLOS SANTOS
Em 1929, foram executadas diversas obras, objetivando amenizar a forte inclinação geográfica que impedia o tráfego de veículos, construindo também uma escadaria de acesso ao publico. A rua que ganhara o nome de São Sebastião, possivelmente em homenagem ao bispo, era mais tarde conhecida pela população de Beco do Cemitério já que nos fundos da Igreja da Matriz, ficava o cemitério da cidade que em dias de fortes temporais, removia a terra ladeira à baixo expondo os ossos de cadáveres que ali estavam sepultados.

Em data desconhecida, a rua junto com sua escadaria, foi fechada para a circulação do público, passando a fazer parte dos jardins do Palácio, assim como a sua saída para a Rua Coronel Fernando Machado, obstruída pela construção de uma casa de bombas do DMAE- (Departamento de Água e Esgotos).


Desta maneira eu me pergunto, quantos lugares como este podem existir em Porto Alegre, escondidos, camuflados por de traz de muros, prédios escondidos, longe do conhecimento das pessoas como uma historia nunca contada e que faz parte de nossa memória cultural, do nosso passado.

ESCADARIA DE ACESSO A RUA JOÃO MANOEL
CENTRO HISTÓRICO
ESCARIA DA RUA JOÃO MANOEL:
Mas se ficamos impedidos de trafegar pelo antigo Beco do Cemitério, pouco sabido do conhecimento dos próprios moradores da cidade, ainda nos resta pelo menos outros recantos como a escadaria da Rua João Manoel, que nos reporta para uma Porto Alegre tão antiga, que parece se tratar de um outro lugar completamente diferente a o que estamos acostumados a ver no nosso dia a dia.

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