Eu tenho sentido muita raiva nesta ultima semana, mas isto não faz com que eu focalize este sentimento nas pessoas, mas em algumas circunstâncias estressantes, que o cotidiano cria e me enreda, nos momentos menos esperados em que a imunidade psíquica parece estar baixa.
É necessário cuidar para não chegar ao extremo e me transformar num monstro de garras afiadas, mudar o foco, a sintonia, a energia.
Buscar um antídoto que impeça estas ações nocivas pode ser difícil ou um elemento de sorte. No meu caso, acho que fui sorteado quando escolhi em meu recolhimento, assistir ontem à noite, "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain"- de Jean Pierre Jeunet, com magnifica atuação de Audrey Tautou. Resumidamente, o filme trata não só de sensibilidade, mas de elementos transformadores, em como é possível transformar sonhos e reconstruir vidas através de pequenas atitudes e assim conferir beleza em gestos tão simples. É um filme não para pensar, mas para sentir e se surpreender. Entre as cenas que me chamaram a atenção, destaco:
- A morte cômica de sua mãe.
- A forma como ela incentivou seu pai a conhecer os lugares que sempre desejava conhecer, mas que arrumava desculpas infundadas, que o impediam.
- As fitas que enviava para o velho pintor vizinho, motivando-o a ter uma visão mais sensível e bela sobre a vida e arte.
- Encontro de Dominique Bretodeau com sua caixinha de pertences da infância, no abrigo telefônico. Quem não o assistiu, eu recomendo. Vale a pena!