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ILHOTA A PRIMEIRA GRANDE FAVELA DE POA



Na metade do século XX o governo brasileiro decidiu fazer uma limpa em suas grandes cidades e em Porto Alegre não foi diferente. Com o fim da escravidão, em 1888, os negros não tiveram nenhum tipo de assistência para se adaptarem à sua nova condição de “liberdade”. fazendo com que a grande maioria fosse se realocando em lugares ruins de morar, porém próximos da zona urbana, sem a necessidade de pagar aluguel e transporte urbano, podendo assim, deslocarem-se à pé para o trabalho e aos serviços de saúde gratuitos na cidade.


SURGIMENTO DA ILHOTA:
A Ilhota surgiu após a Intendência Municipal de Porto Alegre, decidir fazer uma limpa na cidade, dando inicio a fase de modernização da cidade em vários níveis como urbanização, saneamento, transportes, arquitetura e etc.. realocando estas pessoas para um único lugar, a velha e conhecida técnica de varrer a sujeira pra baixo do tapete.

EXPANSÃO DA ILHOTA:
A “Ilhota” a primeira grande favela de Porto Alegre, localizada às margens do arroio Dilúvio, quase na confluência com o Guaíba, aumentava gradativamente, na medida em que recebia mais moradores oriundos de outras vilas e que não tinham pra onde ir.
A Vila Piratini, que ficava onde hoje está o Colégio Júlio de Castilhos, em 1947, foi levada para uma zona ao lado da Ilhota criando a Vila DTO onde agora fica o Colégio Protásio Alves. Na prática, essa era mais uma vila chamada popularmente de Ilhota, assim como a Vila dos Eucaliptos e o Cantão. “O que dividia a DTO da Ilhota era a Rua Arlindo, mais ou menos por onde abriram a Érico Veríssimo. 


Habitada por moradores pobres e em sua maioria, negros ou pardos, era mal vista pelos demais porto-alegrenses, que a consideravam um local de marginais e ladrões - o que, em certa medida, era verdade. Mas, também foi habitada por uma esmagadora maioria de trabalhadores que davam duro para ganhar a vida. Vivendo em sub-habitações, os moradores da Ilhota eram inevitavelmente, as primeiras vítimas das grandes enchentes que assolavam a capital gaúcha, entre elas a cheia de 1941.

COMO NASCEU A ILHOTA:
A Ilhota, surgiu em Porto Alegre, depois que o intendente José Montaury alterou o fluxo de um dos veios fluviais que serpenteava a cidade, muito antes do Arroio Dilúvio ser canalizado e sonhar em existir. Em seu lugar havia o Riacho, apelidado Riachinho, cujas curvas acentuadas delimitavam uma zona que se alagava muito quando chovia. 
A obra de Montaury criou um veio onde a água mal circulava, tornando-se um fétido berçário de mosquitos, que os porto-alegrenses denominaram “braço morto do Riacho”. Seu leito formava uma área cercada de água onde se formou uma vila, que se expandiu e deu nome a um conjunto de comunidades carentes chamado popularmente de Ilhota.



A NOVA MORADIA:
Na Ilhota, nasceram também gaúchos ilustres, como o compositor Lupicínio Rodrigues e o craque de futebol, Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha.
Considerada uma chaga urbana, todos os prefeitos anunciavam que iriam removê-la, o que aconteceu aos poucos e foi consumado durante o governo de Guilherme Socias Villela, na década de 1970, quando se construiu o bairro da Restinga, hoje uma verdadeira cidade na zona sul.
Na época, só existiam no bairro as minusculas casas-germinadas construídas e ser levado para Restinga, era como ser penalizado a viver no isolamento do resto do mundo por ser pobre e aguardar a morte por solidão e falta de emprego e assistência medica. Não existiam supermercados, farmácias, postos de saúde e o transporte publico precário,  em três turnos, levava mais de uma hora ate o centro da cidade. Muitos moradores da Ilhota, contam que foram expulsos de suas moradias a força, pelos policiais da época, e que na medida que eram retirados, suas moradias iam sendo destruídas pelas maquinas da Prefeitura.
A Ilhota é portanto um lugar que faz parte da historia de Porto Alegre e deve ser preservada na memoria dos gaúchos, como um dos núcleos de formação cultural da cidade.
Até a próxima postagem!

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