O pior cachorro quente que comi.

Eu não sei se é um hábito em toda a São Luis, mas pelo menos os dois cachorros-quentes que comi durante a semana em lugares diferentes, eram preparados do mesmo jeito. Eles dizem que é preparado com carne e se você pensa em pedir um que tenha linguiça, muito molho com cebola, tomate e queijo ralado como é feito por aqui, esqueça, estará perdendo seu tempo e te olharão como se você fosse de outro mundo. Eu cometi este erro.
Foi na tenda do Souza, no centro histórico, onde se reúne a juventude maranhense no inicio da noite, que comi o tal cachorro, acompanhado de guaraná Jesus, bebida também típica de lá. O pão é de cachorro-quente, mas o recheio além da salsicha , vai uma carne moída que eu juro que deve ser misturada com proteína texturizada, filetes de repolho, batata frita nas bordas, cenoura cozida, ervilha e uma maionese e ketchup sem gosto que eles nem questionam o sabor. 
O pão fica mole, fazendo o recheio cair por todos os lados, mesmo sendo enrolado num plástico transparente. Conversando com o taxista que me conduziu até o aeroporto, na volta para casa, ele me disse que existe uma outra modalidade de cachorro-quente muito apreciado, onde vai todos estes temperos que falei e depois é lacrado as bordas do pão com um puré de batata ou aipim. Disse ele ser uma delicia!..
Ah, tem mais. Este cachorro quente, já se tornou até personagem de um livro chamado O Monstro Souza - romance festifud que encontrei na Internet, onde mistura prosa, poesia, anúncios, fichas de RPG, quadrinhos e recortes de jornais. O livro conta a história de um cachorro-quente comprado na barraca do Souza, que após ter sido esquecido em uma poça de tiquira e atingido por um raio, cresceu e transformou-se em um monstroApós criar vida e consciência daquilo que é o o seu lugar no mundo, passa a viver no centro histórico de São Luís, ganhando a vida como garoto-de-programa e tramando assassinatos dos fregueses da Barraca do Souza. 
"Todo mundo acha que ele é só um cara feio, que está bebendo no bar, um sujeito excêntrico, uma dessas figuras da Praia Grande mesmo. Ninguém percebe que ele de fato é um cachorro quente" - explicou o autor.

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