SEIS DIAS EM MORRO DE SÃO PAULO-BAHIA.



Morro de São Paulo é um vilarejo localizado no sul do Estado da Bahia, á 308 quilometros da Capital Salvador é só existe três formas de se chegar a este paraíso de águas mornas e cristalinas margeado de mata nativa e altas plantações de coqueiros:
De avião:
Leva 20 min. e custa: R$210,00 (Aero Star: 71-3377-4406 e 75-3652-1535) ou 
R$210,00 (Addey: 71-3204-1393).

De catamarã ou lancha rápida:
Demora em torno de 2 horas e custa R$75,00 (entre 8:30 e 14:00 hs) (embarque em frente ao Mercado Modelo). Lancha: 8:30 h (75-3652-1715) e 11:30 h (75-9994-3746 ou 9971-1975)
Catamarã: 9:00 h, 13:30 h e 14:00 h (71-3326-7674 ou 75-3652-1174).

De Ferry-boat:
(71-3254-1020) até Bom Despacho (Itaparica), de ônibus (Viação Cidade do Sol - 73-3525-4611) até Valença e de barco até Morro de São Paulo. O total do percurso leva entre quatro e cinco horas e custa entre R$ 25,00 e R$35,00. O último barco de Valença para Morro é às 18:00 h na baixa e 19:00 horas na alta temporada.

COMO CHEGAR:
Do aeroporto, pegue o micro-ônibus (Praça da Sé - R$4,00) com ar condicionado, o ponto final é bem perto do elevador Lacerda. Descendo pelo elevador, caminhe até o Mercado Modelo, em frente é o local de embarque do catamarã ou da lancha rápida.


Transfer 24 horas (do aeroporto até algum albergue em Salvador): 
De Valença para Morro: Estando no sul da Bahia, Itacaré, Ilhéus, Porto Seguro ou Lençóis, ou estando de carro, não é necessário ir até Salvador, vá direto para Valença, de onde saem os barcos para Morro de São Paulo.
entre 6:00 e 18:00 hs. Convencionais, R$ 6,00 (2 à 3 horas) ou lanchas rápidas, R$14,00 (35 à 55 minutos). Os preços e horários acima mencionados estão sujeitos a alterações e as informações me foi repassada por Francisco Valpino da Pousada do Morro por e'mail, quando eu ainda estava consultando preços e localizações acessíveis.


Chegando ao cais de Morro de São Paulo, você pagará uma taxa de R$ 10,00 para permanecer na ilha e em seguida será abordado por carregadores de bagagens e guias que oferecem passeios e o transporte da bagagem até a sua pousada. O preço é de R$10,00 por bagagem, mas poderá ser negociado. Como a entrada para a vila é uma ladeira íngreme e as ruelas são de areia ou terra em quase toda a região, você vai precisar deste serviço. Negocie o preço antes. 


Se você ainda não fez reserva em alguma Pousada, leve consigo pelo menos uma lista das que mais te interessam. Os preços variam entre R$ 90,00 à mais de R$ 500,00 de acordo com os serviços e confortos oferecidos. Ao cruzar o Portal de entrada, você já estará na vila e descendo pela unica estrada de chão a sua esquerda, encontrará a Primeira Praia, depois a Segunda, a Terceira, Quarta, etc...
As praias são deslumbrantes e cada uma possui seu diferencial; Quanto mais longe da vila, menor o numero e concentração de pessoas, bares e restaurantes, revelando paisagens paradisíacas, com muitos coqueiros e pessoas simpáticas e hospitaleiras.
Como M. de S.Paulo está situada numa ilha e é proibido a circulação de carros no vilarejo, não possui poluição, barulho de buzinas e stress das grandes cidades. Até mesmo as musicas tocadas nos diversos bares e restaurantes na beira da praia, parecem conviverem em harmonia, sem ofuscar o som do bar vizinho. É o lugar perfeito para relaxar. Encontra-se durante a noite muita badalação, luaus, shows de musica na beira da praia, (Axés, reage), grupos de capoeira, além de uma diversidade gastronômica local e internacional, belos artesanato e gente bonita. 



17/02-PRIMEIRO DIA:
Chegamos em Morro de São Paulo, pagamos a um carregador de bagagens R$15,00 para levar nossas tralhas até a Pousada Kanzuá do Marujo (Hostel Black White), na Terceira Praia de frente para o mar. Esta pousada é administrada por sua proprietária Soraia, uma baiana simpaticíssima, que abriu suas portas a o turista Israelense, que procuram sua hospitalidade diferenciada o ano todo. A pousada possui um cardápio elaborado aos costumes alimentares do povo judeu e escrito em hebraico. Só para se ter uma ideia, na semana em que estivemos hospedados por lá, éramos os únicos brasileiros na pousada.



Pagamos R$ 130,00 a diária, num quarto confortável com ar condicionado, cama de casal, beliche para mais duas pessoas, frigobar, banheiro privativo e café da manhã incluído. Como estávamos em três, o valor saiu por aproximadamente R$ 43,00 para cada um.


A limpeza e troca de lençóis e toalhas de banho eram feitas diariamente. O café da manhã, servido à partir das 8 horas era composto de pão francês, presunto, queijo, margarina e dois tipos de geleia, bolachas doces e salgadas, chocolate em pó, frutas diversas, bolo, suco, ovos mexidos e salada verde (hábito dos Israelenses), Internet com antena wireless e TV no quarto. 


A própria pousada nos indicou um lugar de preço acessível para fazermos as outras refeições, chamado Maria do Pão. que ofereceu uma deliciosa comida caseira por um preço incomparavelmente baixo, num ambiente familiar e muito procurado. O pessoal é tão hospitaleiro, que Soraia (dona da pousada), nos presenteou num dos cafés da manhã, com um prato saboroso de cuscuz.


18/02-SEGUNDO DIA:
Fizemos caminhadas pela beira do mar até a Quarta Praia, onde percebemos que a paisagem vai ficando mais agreste e com piscinas naturais de água morna que se formam com a maré baixa. O mar fica tão afastado da costa que parece um prenuncio de Tsunami, voltando a encher em torno das duas horas da tarde. Nesta praia, oferecem passeios de charrete até a Quinta Praia, também conhecida por Praia do Encanto, por preços de R$25,00 por pessoa. 


No caminho de volta para a pousada, fechamos um pacote turístico para o outro dia, pela manhã, com a empresa "Puro Prazer" que ofereceu passeios de lancha para alguns locais do arquipélago de Tinharé, com:
-Piscinas Naturais de Guarapuá e ou Moreré.
-Praias de Tassimirim, Cueira e Boca da Barra.
-Povoado de Velha Boipeba.
-Bar de Ostras.
-Cidade histórica de Cairú.
-Passagem por belas praias e manguezais.

O valor do pacote é R$ 60,00 por pessoa, parecia salgado, mas depois percebemos ter valido à pena. A previsão de saída foi as 10h.30 min da manhã na Terceira Praia com previsão de retorno para as 17h 30mim no ancoradouro do M.de S.Paulo. Foi neste passeio que conhecemos a Soon, uma Paulista de descendência coreana que veio para Morro à passeio, sozinha.


A noite resolvemos experimentar a variedade de caipirinhas de vodca com todos os tipo de frutas expostas nas banquinhas em frente a Segunda praia, o que se tornou quase um hábito nas noites seguintes e nos transformando em clientes especiais. A que mais gostei, foi a de abacaxi com maracujá e vodca.


19/02-TERCEIRO DIA:
Embarcamos na lancha da empresa turística Puro Prazer e fomos conhecer as piscinas naturais de Garapuá e Moreré, 40 minutos de banho e mergulho entre os recifes e peixes coloridos. É inacreditável a obra da natureza!.., ou seria de Deus?.. Água morna e de transparência surpreendente!..


Depois de observar as praias de Tassimirim, Cueira e Boca da Barra, fomos visitar o povoado de Velha Boipeba com parada para almoço, num dos restaurantes locais à beira mar, onde experimentamos a famosa moqueca de peixe com pirão arroz branco e cerveja geladíssima.
Mais tarde Visitamos o "Bar da Ostra", que é um bar flutuante no meio de um canal, onde oferecem pratos á base de ostras. 


Eu experimentei as ostras gratinadas ao forno com palmito e queijo, não tive coragem de come-las crua com limão e sal. 
Roseli, uma turista mineira divertidíssima, que estava no passeio, fez cara de nojo e disse que aquele prato à base de ostras era uma mistura de lesma com qualquer coisa do tipo escarro.


A próxima parada, foi na Cidade histórica de Cairu, que conforme disse o guia, era a segunda cidade mais antiga do Brasil. Já foi chamada de Araca juru - casa do sol pelos indígenas que lá habitavam e hoje sobrevive da pesca, agricultura (dendê e piaçava) e do turismo local.
A cidade é pequena e graciosa, abrigando prédios históricos como um Convento, ( em restauração) e a Igreja Santo Antônio de Cairu, construída num dos pontos mais altos da cidade e com vista privilegiada da região. Experimentamos nesta cidade um delicioso sorvete de tamarim de arrepiar as papilas degustativas.


Caminhar por suas ruas estreitas e casarios antigos é como voltar no passado. Alguns telhados possuem duas ou três beiras, característica que identificava o poder econômico de seus moradores no período colonial. Quanto mais beiras tinham as casas, mais poder econômico, possuíam os seu donos. O que originou a antiga frase para designar os menos afortunados: "Sem era nem beira."


Depois retornamos para a lancha, a fim de apreciar as belas praias e manguezais com muitos pássaros e armadilhas montadas para a pesca artesanal. O final do passeio foi no Porto de M.de São Paulo onde chegamos mortos de cansados e loucos por um banho quente. 



20/02-QUARTO DIA:
Banho de mar nas piscinas naturais da Quarta Praia e depois na Primeira Praia, onde percebemos ser a menor delas em extensão, cerca de 500 metros.
É na Primeira Praia que existe a Tirolesa, que consiste em um cabo aéreo ancorado horizontalmente entre dois pontos e neste cabo a pessoa se desloca através de roldanas presas por mosquetões a uma cadeirinha de alpinismo, sendo projetada dentro d'água num banho refrescante por R$ 30,00. Neste dia Soon, que conhecemos no passeio de lancha, passou boa parte conosco, já que estava hospedada numa pousada bem próxima dali e sem companhia.
Passeamos pela Vila do M. de S. Paulo e conhecemos o interior da Igreja Nossa Senhora da Luz, na praça de mesmo nome, concluída em 1845 com relíquias dos séculos XVII e XVIII e a Fonte Grande ou Fonte do Imperador como também é chamada, construída em 1746 pelo vice-rei do Brasil. 


A Fonte foi o maior abastecimento de água potável do vilarejo e do presídio que ficava localizado próximo a Fortaleza de Tapirandú, próximo da entrada do morro.
Existe um motivo para a Fonte ser conhecida como "Fonte do Imperador". No ano de 1859, Dom Pedro II esteve na cidade de Valença para conhecer a Fabrica de tecidos e fez uma visita a Morro de São Paulo, onde teria tomado um banho na Fonte Grande, junto com a Marquesa de Santos. Nos seus escritos sobre a viagem, deixou registrada a importância desta fonte de três bicas e que atualmente me pareceu com aspecto de abandono. 



21/02-QUINTO DIA:
Eu, Cristina, Rosane e Soon, resolvemos fazer outro passeio oferecido pela empresa de nome RBH para conhecermos do outro lado das ilhas. Agendamos no dia anterior, quando visitávamos a vila e a Primeira Praia. Desta vez, embarcamos num saveiro, (R$ 30,00 o pacote), que nos levou a outros lugares também magníficos como:

-A Ilha de Caitá para banho e mergulho entre os recifes.
-Parada entre o Forte do Morro de São Paulo (Fortaleza do Tapirandu, considerado um dos maiores conjuntos defensivos do Brasil, com 678 metros da sua cortina de muralhas e ruínas, hoje protegidas pelo Patrimônio Histórico Nacional).


A construção do Forte se iniciou em 1630 para proteger a entrada de esquadras piratas inimigas na chamada "barra falsa da Baía de Todos os Santos" entrada estratégica para o Canal de Itaparica até o Forte de Santo Antônio (atual Farol da Barra) e também proteger o Canal de Tinharé, essencial no escoamento da produção dos principais centros da colônia (Boipeba, Cairu, Camamu e Itacaré) para o abastecimento da capital, Salvador.


-Observação da montanha de argila (sem sair do barco) que fez uma parada na Vila de Gamboa para agendamento e escolha do almoço. O garçom trouxe o cardápio ate o barco e somente depois fomos liberados para um banho de argila medicinal, banho de mar e seguir viagem com parada num banco de areia, (local onde a dançarina Carla Perez tirou fotos para a revista Playboy e que os moradores locais se orgulham). 
-Nova parada em Ponta do Curral (local onde desembarcaram as primeiras cabeças de gado trazidas pelos portugueses ao Brasil, fato que inspirou o nome da praia.) 


-Mais banho de mar para nos refrescarmos e retornamos a vila de Gamboa do outro lado da margem para um almoço merecido. Final do passeio foi no Porto de M. de São Paulo novamente mortos de cansados.


22/02-SEXTO DIA:
Visita e compras nas lojas de artesanatos à procura de lembranças para os amigos, muitas caipiras de vodca com frutas... 
Será que a caipira era vodca mesmo? Por vezes eu desconfiava que era de cachaça pois o preço era muito barato!..
De noite fomos jantar num restaurante de nome Tia Dadai, indicado por um nativo que encontramos em Boipeba e nos informou que a comida caseira era muito gostosa, bem servida e barata. Trocamos e'mais com Soon, pois era nossa ultima noite e nos despedimos. Tínhamos de retornar para a pousada arrumar nossas bagagens.



23/02-SÉTIMO DIA:
Já com os ingressos do Catamarã comprados no dia anterior, partimos as 9 horas da manhã, de M. de S. Paulo para um rápido Tour no centro de Salvador.
O pouco espaço de tempo, só nos permitiu visitar o Mercado Modelo para algumas compras adicionais, o Pelourinho onde almoçamos e tiramos fotos, a escultura da cruz caída, apreciar a Baia de Todos os Santos do elevador Lacerda, pegar o ônibus na Praça da Sé e depois correr para o aeroporto, que contarei numa próxima postagem AQUI no Diário de Bordo.


Ah, esta baiana simpática na foto acima é a Simone, que encontramos no Pelourinho para uma fotografia de recordação para o nosso álbum de férias.

Até a próxima viagem!..

Recesso para férias

Ontem foi meu ultimo plantão e hoje preparo minha mochila e pequenas coisas que devem ser encaminhadas por aqui, antes da viagem. Amanhã oficialmente entro de férias do trabalho e no dia seguinte voo para Salvador com retorno dia 23. Neste período meu blog estará sem atualizações. 
O grupo que iria me acompanhar era composto de seis pessoas, depois passou para cinco e agora três. Isto é normal de acontecer com viagens mais distantes e planejamentos relativamente longos; as pessoas terminam se desestimulando, substituindo prioridades, aparecem pequenos problemas a serem resolvidos que as impossibilitam de manter seus planos, abrindo espaço, quem sabe, para uma outra oportunidade né mesmo?... Prometo muitas fotos  e historias da terra do Axé, do feitiço, do candomblé e onde o Brasil começou...

Despedida de viagem


Ontem fiquei por mais de uma hora no telefone, depois na Internet,  conversando com uma amiga. O que era para ser apenas uma despedida de viagem, acabou numa conversa bacana sobre o reconhecimento de uma amizade, que dura a mais de dois anos, construída sobre pilares de afinidades, respeito e honestidade, que poucas pessoas conseguem manter.  
Com muito carinho e compreensão, ela entendeu sua impossibilidade, neste momento, de me acompanhar, junto de outros amigos, também muito especiais. 
Ela sabe que não faltará oportunidades futuras para viajarmos juntos e darmos muitas gargalhadas, neste mundo que temos ânsia de conhecer e dividir experiencias.
Salvador é logo ali, tão perto.., e sei que  só existe plena felicidade, se pudêssemos dividimos nossas alegrias e descobertas junto de todos  com quem gostamos e cantar para a vida uma mesma sinfonia. 
Tenho comigo, que o reconhecimento, é o resultado de nossas mais profundas reflexões e a humildade de expô-lo,  a prova de nossa grandiosidade humana.

ESTE NÃO SOU EU.

Mexendo em algumas fotos do passado arquivados no computador, eu percebo o quanto ficamos distantes do que fomos com o passar do tempo e devo dizer que não sinto saudades.
Tenho a sensação de que não sou eu nesta foto aos 13 anos de idade, e que alguém  me disse que sou eu e que devo acreditar a partir de evidencias lógicas e ainda assim, me posiciono desconfiado, meio incrédulo, duvidoso desta verdade. Entre tantos defeitos que eu encontrava em mim, era achar-me dentuço (o que me rendeu apelidos), o queixo fino e com cara de apatetado. A adolescência, foi um período  de muitas dificuldades pra mim, que era extremamente introvertido e sem a mínima noção da realidade que me cercava. Depois, como acontece com a maioria das pessoas, eu fui mudando, me descobrindo, fazendo escolhas...
Ainda ontem, perguntei para um colega de trabalho se ele tinha saudades de quando era adolescente e ele me respondeu que não, pois começou realmente a viver, depois dos 20 anos. Eu concordo com ele, acho que é nesta fase que começamos a pensar que somos mais seguros, que sabemos exatamente o que queremos e daí construímos nossas regras pessoais, escolhemos nossas amizades, que ainda temos tempo para muitas coisas a serem realizadas, que investimos muitos mais em sentimentos  leves do que em relações pesadas  em nome de  obrigações impostas, que damos mais vazão as nossas importâncias emocionais,  que somos impetuosos, que abrimos guerra ao mundo, que podemos ser tudo sem muito esmero, que tomamos decisões apressadas e  depois mudamos de opinião sem sentir culpa, que cometemos as mais variadas loucuras, que começamos a amadurecer nossa vida sexual, que perdoamos nossos erros sem questionamentos complexos, que damos as costas a tudo que não acreditamos, sem medo de ficarmos sozinhos. Este é quem sabe o período de longas construções e reafirmações do que seremos mais tarde.

O TEMPO NÃO PARA NEM PARA GRACE JONES














É inacreditável pensar que a jamaicana Grace Jones tem hoje 62 anos. Acho que eternizamos a imagem dessas pessoas públicas e quando percebemos que o tempo passou também para elas, ficamos surpresos. Ela sempre foi um ícone no mundo das celebridades da moda, musica e cinema. Seu visual andrógeno e exótico de se apresentar em publico e shows, virou referencia para muitos artistas que vieram depois. De uma beleza agressiva e roupas extravagantes, sua presença forte sempre chamou a atenção das pessoas nas principais avenidas e locais badalados do mundo.


Nascida em 19 de Maio de 1948 na Jamaica, Grace se instalou em Nova Iorque onde virou modelo desfilando nas mais consagradas passarelas e tornando-se capa das mais importantes revistas da Europa e do mundo. Como cantora e atriz, deixou sua marca pessoal através da voz marcante e sua presença cênica intransferivel. 















Em Outubro de 2009, a Diva veio a o Rio de Janeiro para participar do "Oi Fashion Rocks", evento de moda/ musica, onde foi fotografada na varanda do Copacabana Palace. Apesar dos elogios dados pela imprensa sobre seu físico, que não aparenta a idade que tem, Cazuza tinha razão ao dizer em sua musica: "O Tempo Não Para, Não Para,.. Não". 

Plantão da madrugada

É duas horas da manhã e estou sem sono;  daqui da janela vejo o cara solitário dançar lá embaixo e me pergunto o que faz ele dançar  a esta hora da noite, na rua, na chuva e sem musica. Ele desliza seus pés com chinelos de dedos, em algo que parece areia sobre a calçada. 
É fácil vê-lo daqui com sua bermuda branca e camisa xadrez; um ponto que se destoa de tudo em volta, nesta noite com atmosfera fria e chuvosa de inverno. 
Embora esteja distraído em seus movimentos desajeitados, parece tentar imitar a perfeição dos  passos de Michael Jackson. 
Fico com medo de ser descoberto em seu momento particular se ele olhar para cima e perceber minha invasão. 
Minha  janela é a única aberta e  iluminada  por um abajur nesta madrugada, enquanto a chuva fina cai,  formando uma leve névoa cinematografica que não parece real. 
Fixo meus olhos em outra direção para evitar um possível flagrante e quando retorno, ele desaparece na esquina, à passos normais sem me perceber.

O jantar de hoje

Depois do longo engarrafamento, pude chegar ao jantar e deliciar-me com o  magnifico Risoto de camarão, Suflê de Couve-flor gratinado e salada verde com molho de maionese e gengibre,  ( i ..,nem ai para as calorias e arrependimentos posteriores....).  Disseram-me que a receita foi respeitada à risca pela anfitriã e cozinheira que já havia bebido pelo mesmos três garrafas de pro-seco. A conversa rolou desde viagens imaginarias, sonhos inexplicáveis e até contatos com o alem. E agora como faço para desligar a luz, deitar na cama e dormir com tranquilidade para a labuta de amanhã?

O melhor lugar do mundo

Falta pouco tempo eu sei, mas hoje fiquei pensando em Paris planejado para Dezembro. 
Talves Índia e China sejam os melhores  lugares para se eternizar lembranças.
Tantos estão em busca de  um lugar magico com respostas que talves nem existam. 
Quem sabe o melhor lugar do mundo seja aqui e agora! Quem sabe?.. Mas eu sou muito curioso!

Todo o dia é dia de indio

Durante esta tarde atendi um homem com obesidade mórbida e que também sofria de fortes dores nas articulações dos braços e pernas. O diagnóstico descrito em seu laudo medico era  um tipo de artrite não especifica que lhe causava a dor na qual queixava-se e motivo pelo qual fui chamado. 
Fui orientado pelo medico a aplicar-lhe um analgésico intra-muscular para alivia-lo, ele foi logo expondo o braço e  me dizendo:
_Faz deste lado onde esta a dor, assim o remédio chega mais rápido!

Civilidade animal

Se você não tem o que fazer e quer achar alguma distração num desses dias quentes e ociosos, é possível ir até um dos shoppings centers espalhados pela cidade e olhar vitrines, pegar um cineminha à tarde ou no inicio da noite, sentar numa das praças de alimentação para tomar um chope gelado ou somente sentar ou ficar caminhando sem rumo, observando a fauna que circula nestes lugares de classe média que cheira a perfume de marca e tenta apresentar civilidade.
Meu objetivo hoje, não foi  me distrair no Bourbon Shopping, o que às vezes faço, mas pagar algumas contas que estavam por vencer e então quando retornava do segundo piso para me deslocar até o estacionamento, percebi uma senhora bem vestida com três poodles brancos, sentados do seu lado, num banco de madeira e presos por delicadas guias no pescoço.
O mais engraçado de tudo, é que ela equilibrava entre os dedos de uma das mãos erguida, três sorvetes de casquinha, que tentava alimentar os cães seguros pela outra mão. Eu conclui que era um sorvete para cada animal, que alvoroçados com as guloseimas começaram a pular em seu colo, pescoço e cabelos, completamente melados de baunilha, chocolate e morango.  Os cães ainda latiam para ela em sinal de  protesto, acho que tinham pressa em devorar os sorvetes.
Ela por sua vez, gritava com os animais, como essas mães que não tem controle sobre os filhos mal educados e depois disfarçava, observando na espreita a reação de quem passava curioso com a situação. Ela provavelmente acreditava ter alguma civilidade nesta relação propositalmente exposta ao público.

Impressões

Depois de sair do plantão, visitei minha mãe; Ela me pareceu estar menos preocupada, agora que seus exames médicos descartaram a hipótese de algum problema mais serio. Isto afastou seus medos deixando-a mais segura e com a expressão mais leve.
Eu não gosto de ir até lá, embora sinta a necessidade de visita-la com mais frequência. Acho que é o ambiente familiar que me angustia e me dá a sensação, (já de muito tempo), de que não faço parte daquele meio de poucas afinidades que a cercam.  
Minha família me faz despertar certas inaceitabilidades na qual não consigo lidar...
Hoje acordei cedo com uma sinfonia histérica de gatos no cio. Faz dias que isto tem acontecido acordando-me aos sobresaltos, mas não me sinto encorajado a afugenta-los  e depois continuar a dormir. 
Minhas férias começarão daqui  a uma semana e parece que meus planos menores, acabaram por não se construírem como planejei. Mas planos são simplesmente planos e não tem garantias de execução em prazos fixados. De qualquer maneira, sinto que mudanças correm a galope na minha direção, levantando poeiras  que ainda dificultam-me identifica-las.

Vivendo num Planeta Verde

E se o homem fosse obrigado a viver sobre a copa das árvores que lhe dificultasse o acesso a superfície  da terra no qual está acostumado a viver e retirar o seu sustento?
Se a superfície do planeta de alguma forma viesse lhe causar alguma espécie de risco a sua vida, obrigando-o a procurar outro ambiente?
Se tivesse de fazer da copa das árvores seu habitat natural dividindo-o com outros animais como macacos, aves, serpentes e uma variedade de insetos, se submetendo a diversas intempéries, chuvas tropicais, calor intenso e atribulações da vida diária em abrigos construídos sobre árvores com mais de trinta ou cinquenta metros de altura?
Foram estas as perguntas que me fiz, ao assisti um documentário na TV do (Discovery Science), onde um grupo de cientistas e pesquisadores, acompanhados de câmeras, passaram algumas semanas trabalhando e vivendo em plataformas de observação a muitos metros acima do solo. O objetivo deste grupo era a realização de pesquisas sobre uma espécie de primatas em extinção numa região  selvagem da Africa Central.
Eu fiquei fascinado por este documentário, por mostrar também o que talvez não fosse o foco principal do documentário (os primatas), mas revelar  um modelo novo de adaptação e sobrevivência do homem ao que ele não está acostumado.
E saibam que não foi tarefa fácil  para eles viverem algumas semanas em grandes alturas, presos por cordas e adaptando-se com temperaturas  radicais e formas de locomoções que poderiam oferecer-lhes riscos as suas vidas a todo o instante.  Sem sombra de duvidas aquilo tudo era um mundo à parte e diferente de tudo que já experimentaram.
Este documentário embora tivesse como objetivo estudar a questão dos hábitos dos macacos e sua possível extinção, abriu paralelamente a discussão sobre a possibilidade de readaptação do homem, num mundo novo dentro de seu próprio planeta, num ambiente completamente diferente se algum dia surgisse necessidade.

Opinião vaga sobre mistérios

Mistérios são situações sem respostas ou cujas as respostas não se tem explicação lógica ao nosso alcance ou  será que vai muito alem disto?..
Não sei não.., situações sem respostas podem conter ou não mistérios, desta forma os mistérios podem ser implementos de carater puramente emocional embutidos num complexo enredo de fatos; Como uma empada composta de varias camadas folhadas e um recheio que não conseguimos distiguir o sabor.
Charles me disse que o bom do mistério é que quando o desvendamos, partimos em busca de um outro. 
Uma amiga minha era envolvida em muitos mistérios, e assim era vista como uma pessoa misteriosa. será que ela gostava que vivessem ao seu lado numa longa tentativa de descobertas?
Para se desvendar mistérios tem que ter  subjetividade; habilidade para mergulhar nas sub-linhas  reticentes da verdade depois vir à tona e respirar um pouco.

Parede indiscreta

Algumas situações do cotidiano parecem imitar algumas cenas de  cinema, me tomando de surpresa quando me deparo com alguma delas. Eu ja devo ter postado aqui no blog, certas vivencias deste tipo em outros momentos da minha vida e hoje aconteceu mais uma vez, quando eu estava sentado na sala onde aguardo as ocorrencias e ouvi alguns murmurios vindo da parede ao lado e que me chamou a atenção por ser extremamente triste e deprimente. Esta situação me fez  lembrar inevitavelmente de Another Woman - do Woody Allen, filme que revi na semana passada. 
Eu ja havia ouvido em outros momentos vozes vindo da outra parede sem deter muito minha atenção, mas desta vez como era um domingo calmo, com uma brisa rara soprando nestes dias de muito calor, meus sentidos pareciam mais abertos e sensiveis a tudo a minha volta.
Devo explicar que esta sala onde eu me encontrava, era no passado separada da sala vizinha, por uma  porta de madeira que se mantem no lugar até hoje, mas acrescido de um leve armario de ferro encostado sobre ela, impedindo o livre acesso entre as duas salas tornando-as independentes, mas sem preservar o isolamento acustico. Isto significa que o que é dito numa sala pode ser ouvido na outra, sem muitos esforços. 
De um lado ficamos eu e o motorista aguardando os chamados de emergencias, do outro; reuniões, ensaios de  corais religiosos e encontros de dependentes químicos e usuarios de drogas, durante algumas tardes, com depoimentos como desta mulher sem rosto e que me fez ficar atento e pensativo com suas palavras:
_Eu as vezes não sei quem eu sou e..., então me sinto..., muito parecida com ele!..
_Eu... tenho tanta raiva dele... e..., do que ele me transformou!... 
_Mas sei que não é só responsabilidade dele,.. é minha tambem ...e isto me deixa muito angustiada por ser irresponsavel e...,não conseguir ser uma boa mãe,... uma boa pessoa... 
Depois outras vozes se misturaram a dela e não foi mais posivel ouvir seu depoimento.

O que está errado com ele?

O cara  diz estar apaixonado, que nunca se sentiu tão feliz, valorizado, amado, tão desejado sexualmente, que se sente em plena juventude.
Tem horas que se importa e noutras não com as diferenças visivelmente existentes.
Pensa em até arriscar o certo pelo duvidoso, jogar tudo pro alto, arriscar suas ultimas fichas neste jogo que pode ser um erro ou o ultimo encontro com a felicidade. 
Por outro lado, tem atitudes doentias, momentos de  extrema irritabilidade, de raiva com  momentos de explosões e profunda tristeza.
O que está errado?
Por que não canta mais seus versos?
A paixão lhe provoca sombras, fantasmas?
O que  lhe causa tanto descontrole?
A idade não lhe concedeu maturidade emocional?
O que é verdade ou mentira nesta relação conturbada?
Hoje na porta do elevador, tinha os olhos caídos e de cor cinza.

Pedrinhas de encaixe

Ontem, saindo do hospital fui chamado por uma senhora cujo o filho de uns quarenta  e poucos anos, eu atendi numa noite destas de plantão. Ele encontrava-se muito agitado sobre a cama, com visível irritabilidade provocada por caracteristicas que me pareciam de ordem neurológica, mas que também me colocou em duvidas por informações desencontradas que me foram fornecidas e  por que "sintomas" são muito relativos para se arriscar um único diagnóstico. Eu até desconfiei de uma posivel hemorragia intra craniana, mas faltavam dados, o que informei para a médica plantonista...
Eu fiquei curioso com este caso que deixei na sala de emergência para avaliação  neurológica  a alguns dias atras e não tive mais noticias. 
Com seus dados anotados num pedaço papel, pedi informações para uma funcionaria, no setor de registro de paciente, que me disse não ter nenhuma informação recente sobre a entrada do paciente no hospital, somente algumas entradas mais antigas e que não vinham a o caso.
Frustrado por não ter conseguido  informações, me dirigi para a ambulância estacionada na rua, quando fui chamado por sua mãe que aguardava o horário de visitas no saguão. Muito simpática ela agradeceu minha presteza no atendimento de seu filho e me informou que havia sido diagnosticado meningite.
Conversamos mais alguns minutos sobre o ocorrido naquela noite e depois fui embora pensando que aquele atendimento em particular havia ficado muito presente em mim, especialmente pelo sofrimento dela como mãe e que me parecia muito afetuosa e impotente diante daquela situação de difícil controle.
Depois, já dentro da ambulância, me deslocando para outro atendimento, fiquei pensando nestes elos emocionais que estabelecemos com pessoas que não conhecemos e que a vida se encarrega de provocar encontros justificáveis ou coincidentes em momentos que não se espera, nos fornecendo respostas e a sensação de alguma contribuição positiva no momento certo como pedrinhas de encaixe. Senti que eu e aquelas pessoas estávamos de alguma forma emocionalmente conectadas. No final, indiscutivelmente o ganho foi positivo para as duas partes envolvidas.

Amigos para sempre

Eu te levei  até a cobertura do edifício, para sentir-mos o vento bater em nossas caras e desta forma provar desesperadamente que ainda estávamos vivos e por isto chorávamos em silencio, sem conseguir desfazer os nós; Infinitamente te agradecer pelos incansaveis gestos de doação e humanidade, cuja a maioria e também eu, não sei se teríamos nestes momentos de dor. 
Fostes como poucos, a mão e o olhar silencioso de todos nós, nestes momentos em que parecemos mais covardes e sem disponibilidade de tempo para enfrentar o desagradavel.
A musica  "Amigos para sempre" que nunca gostei e acho triste, ficou cravada em mim e ainda mais triste tocada solitariamente no violino que nos acompanhava à passos.
Os violinos tem esta magia de deixar tudo mais triste e belo a nossa volta, criando  caminhos de comunicação com nossos sentimentos mais profundos e por isto parecem chorar ao nosso ouvido como amigos que em momentos difíceis não sabem o que dizer alem de recitar poesia.
Depois, tudo ficou mais claro, mais leve, mais condescente, mais silencioso e grandioso. 
Obrigado por todos nós!

Do Outro Lado

São três famílias, duas turcas e uma alemã, seus membros estão espalhados entre os dois países, mostram como os destinos entrelaçados de cada um pode mudar, através de pequenas fatalidades que o dia a dia os submete, fazendo-os também alterar suas crenças e conceitos sobre a vida com estas mudanças. Do diretor alemão Fathi Akin, o filme "Do Outro Lado", recebeu prêmios em quase todos festivais que participou, como de melhor roteiro em Cannes, o César Awards na França e o prêmio máximo do cinema alemão. Do outro lado, segundo o diretor Akin, é uma representação do relacionamento dos dois sistemas políticos e econômicos, representados na relação entre  as  duas jovens Lotte (alemã) e Ayten (turca). Apesar de tratar de temas como solidão, morte, abandono, desencontros e diferenças sociais, o filme estende caminhos a possibilidade como perdão, introspecção, reencontros pessoais, apos a perda e continuidade de atitues que deixaram de serem feitas e somente reacendidas depois da morte.

Por prevenção

Pela manhã, acordei com a nítida sensação de ter levado uma bofetada na cara, até pensei ter ouvi do o barulho do tapa... Mas não foi uma bofetada que me pareceu agressiva, foi com força propositalmente controlada para não machucar ou deixar marcas; O suficiente para me acordar e arrancar-me de um estagio de sonolência intempestivo, do risco eminente de me passar no sono. Parecia-me uma bofetada preventiva, desferida por uma mão amiga, que não tem outra escolha e arrisca o gesto como única saída.

DORES FANTASMAS


Eu deveria escrever neste espaço, um texto que falasse de: [...Uma larga cadeira de couro marrom giratória, um pedaço de espelho colado na parede, uma maquina de cortar cabelos barulhenta, um longo avental branco  sobre o meu corpo e um homem gordo de bigode preto com cara de português insuspeitável...],     mas ainda não encontrei palavras adequadas para isto. Falar e escrever tem pesos e medidas que se distanciam pela falta  de olho no olho que propiciam algumas trocas diretas. Alguns pesadelos não desaparecem com o tempo, ficam  apenas adormecidos em sub-linhas da memoria e voltam a dar aquela sensação de dor fantasma, quando o tempo está para chuva.

Vendedores de sonhos

De tempos em tempos eles batem na minha porta apresentando propostas irrecusáveis, mas sem objetividade e clareza. Eu estou cansado de ser tratado feito um bobo e perceber que estas propostas morrem esquecidas na mesma boca de quem proferiu seu nascimento com entusiasmo. 
Percebo que sonhos não vingam apenas com discursos otimistas e eu não quero saber destes teatros para me manter preso a uma fantasia pessoal..
Não me sinto suficientemente seguro para arriscar-me a morder iscas, nem mesmo um rato para  ser enganado por um pedaço queijo.
Eu deveria aprender a não levar à serio todas estas lorotas, valorizar mais o meu tempo, falar de outras coisas mais interessantes, não ser aqui tão repetitivo, pessimista, desconfiado. 
Eu deveria tirar a roupa, ir pra cama e esquecer destes vendedores de sonhos que surgem em momentos oportunos e depois desaparecem no silencio. Acho que ganharia mais, assistindo o programa da Xuxa.

Exercícios da vida.

Ainda ontem eu e minha mãe convessavamos sobre pessoas que nos procuram  apenas por interesses pessoais, (e que não são por saudades da cor de nossos olhos, de saber como estamos  vivendo ou simplesmente por vontade  de estar em nossa companhia para uma converssa descompromissada de velhos amigos). 
Minha mãe tem pelo menos vinte anos vividos na minha frente e quem sabe o dobro de  surprezas e decepções vividas, que a deixaram tão pacificamente silenciosa diante de atitudes humanas interesseiras, que parecem se estender não só de hoje, mas desde que o mundo é mundo e escorrega em seus proprios conceitos duvidosos.
Minha mãe ainda é lucida, afetuosa, mas não esperançosa de que isto algum dia mude; Alimenta sua vida com sentimentos de gratidão e reconhecimento os poucos que a procuram numa atenção merecida, atraves de um simples alô, um recado, uma pequena visita saudosa.
Com o passar do tempo, percebemos que o numero de amigos verdadeiros e interessados pelo que somos e não pelo temos para oferecer, é inversamente proporcional ao numero de velinhas que se apaga a cada ano. Ela demonstra certa tranquilidade e absorção positiva destas lições que obteve da vida em que eu apenas estou começando a exercitar.

Caricaturas de revista em quadrinhos

A garota loira, logo que chegou em visita a o namorado, parecia ter dificuldades em ficar parada diante dele. De corpo franzino e quase sem seios, movimentava-se como se tentasse fazer charme  num excessivo conjunto de poses e trejeitos que a deixavam tão artificial como numa cena de novela mexicana. Por mais que se esforçasse em  alguns momentos transmitir seriedade, não era suficientemente convincente a quem a assistisse. Em seguida, começou a fazer elogios aos meus cabelos desalinhados e a cor dos meus olhos como se fossem de uma beleza incomum e utilizando-se de expressões anguladas e closes exagerados que pareciam caricaturas de revistas em quadrinhos. Será que queria provocar algum ciumes no namorado apaixonado, alem de deixar marcada a sua presença cênica tão volátil  como bolhinha de sabão a nós ali pesentes? 
Não parecia haver sinceridade ou verdade no que  falava. 
O namorado por sua vez parecia fascinado, envolvido naquela atmosfera de sedução que o preenchia de toda a masculinidade e desejos de um garoto que entra  tardiamente na faminta fase da puberdade.

Uma peça estraviada

Ontem vi o corpo de um paciente que fiquei babando pela perfeição e também penalizado por ter sido destruído por queimaduras com agua fervente. Não, não, antes que confundam o que estou dizendo, vou logo informando que não era tesão, mas admiração pela perfeita estética numa pessoa com meio século de idade, mantendo ainda traços tão definidos de juventude embora os cabelos grisalhos denunciassem outra realidade. O homem era do interior de Santa Cruz, dono de uma pequena industria artesanal de queijos e ajudava um vizinho na limpeza de um porco que havia sido morto para consumo. Não entendo bem como é feito este processo de limpeza do bicho, mas ele  me contou que havia um grande taxo de agua fervente, onde acidentalmente ele ao resvalar caiu  por cima, atingindo-lhe parte dos braços, pernas, costa e nádegas causando-lhe extensas queimaduras de segundo grau. A esposa que o acompanhava na ambulância embora com aquele sotaque interiorano, também era muito bonita e educada.  Sem más comparações, acho que tive aquela sensação lastimável de quando uma peça de um belo conjunto é extraviada.

Conceito simplório e porra-louca

Simploriamente falando, existem três grupos de pessoas: As boas, as  más e as que circulam entre  estas  aderindo ao seu carater, fragmentos personais da primeira e da segunda, distribuídas em maior ou menor proporção de maldade e bondade. O terceiro grupo, ainda sem um nome  definido, é composto de pessoas mais difíceis de serem identificados por nos confundir com o pluralismo de suas atitudes, muitas vezes camufladas de razões justificáveis. 
As boas possuem atitudes de bondade e são preocupadas com os problemas sociais de toda a  natureza, ajudam cegos a atravessarem ruas e fazem carinho em animais abandonados; Se emocionam com cenas de novela e acreditam que os problemas do mundo tem uma única saída, o amor.
Por outro lado, as más, não perdem tempo com esses assuntos e muito menos com  as outras pessoas, por que estão voltadas para o seu egoísmo e em particular o próprio rabo. São manipuladoras, egocêntricas, pretenciosas, desrespeitosas e adotam conceitos  discriminatorios  a tudo que vai contra a suas regras doentias de estética. Sim eu digo estética por que só enxergam o superficial, jamais a alma de qualquer coisa cuja forma é inimaginavel. São como o Marcelo Dourado do BBB-10 e o personagem Flora  da novela da Rede Globo, um construído in natura e o outro em laboratório da ficção.
A maioria dos que conheço, assim como eu, fazem parte do terceiro grupo mencionado e que divide opiniões, uma espécie de salgadinho embutido de um recheio de bondade e muitas pitadas de maldade aceitáveis pelo INMETRO; Nunca excessivamente bondosos, nem maldosamente letais; Sabores mesclados, porem toleráveis a todos os tubo digestivos e de facil absorção.

Fugindo das baratas

Corro o risco de ter uma destes ataques de fúria, pegar  esta  tal bola azul, equilibra-la no meio de um campo de futebol e chuta-la à gol, embora saiba que não importa em que goleira a bola entre, será sempre gol contra. 
Eu já prometi fugir desta cansativa jornada que me torna  por vezes um imbecil a procura de  algum entendimento, onde tudo parece tão distante e complexo à ordem de meu raciocínio. 
Existe por traz do olhar humano, muitos outros olhares à cerca do que acreditamos, tornando suas atitudes questionáveis e incompreensiveis. Existem mais mentiras  do que verdades nas palavras cuspidas com delicadeza. Por isto, sou homem suficiente para saber o momento certo de fugir das  baratas.

Vodka gelada

De noite me arrisquei no prazer duvidoso do álcool.  Era só o que eu tinha em casa para beber; vodka pura e gelada, esquecida numa gaveta do freezer. 
Na quarta dose, percebi não possuir a resistência russa e então decidi parar por covardia. Depois fiquei pensando que se não temos a disciplina  o suficiente para deitar a cabeça no travesseiro e dormir de mãozinhas postas feito anjo, pelo menos a dignidade de um porre completo. 
Fui pra cama cedo e acordei ainda noite, com a TV ligada  numa algazarra, muita sede e inquietação. Se tivesse dardos, jogaria na parede com a certeza de que erraria todos os alvos naquele momento.

LIBÉLULAS E BAILARINAS.


Ontem à tarde, fui cercado por libélulas que sobrevoavam uma poça d'água, criada pela chuva, no patio do meu trabalho. Seus corpos alongados e asas quase transparentes, me pareciam pequenos helicópteros de guerra,  ou bailarinas esguias executando movimentos sincronizados sobre água, com curiosa beleza. Minha presença  não as inibiu em suas insistentes tentativas de se aproximarem. As vezes faço  comparações que parecem engavetadas numa  outra dimensão de minha realidade, tornando-me tão contemplativo quanto distraído ao que percebo diante de mim. É curioso, pensar que sempre relacionei libélulas com helicópteros e bailarinas, como relaciono outras coisas, na qual esbarro na vida, nem sempre com alguma estética semelhante que as lembrei.

CHUVA MÁGICA

E logo que a chuva esperada chegou neste Sábado, desci até a praça vazia e fui caminhar como havia planejado à semanas. As gotas ardiam em minhas costas e a grama molhada sob meus pés faziam-me  deslizar sobre os passeio entre as árvores floridas e  com cores ainda mais vivas.
Que magia é esta, que cai do céu  como cristais e  transforma  tudo a minha volta com mais cheiro, mais personalidade, mais vida,  do que nos  outros dias que se repetem comuns?
Não tenho respostas pra isto. A gente nunca tem.

Elementos de uma grande mentira.

Já faz algum tempo que deixei de me preocupar com o que escrevo aqui no blog,  sem medo de  não ser compreendido, por utilizar palavras, opiniões e sentimentos pessoais que  se contrapõe  e que talvez me façam parecer uma pessoa desequilibrada, medrosa e  sem bom senso. Acho que não é posivel ser verdadeiro, sem ser contraditório, controverso, duvidoso. Meus sentimentos, são maiores do que minhas atitudes, gestos e posturas sociais diante da vida e reagem  como agua fria jogada numa panela com óleo quente. As vezes escrevo mentiras que penso ser verdades, alimento sonhos que mais tarde percebo não serem possíveis de  realizar e isto ao final de tudo me faz reduzir e perceber o quanto sou humanamente comum e me fragmento com situações que antes pareciam tão  óbvias  e aceitáveis e por alguns momentos tão sem controle.
Eu gostaria neste momento de  caminhar por horas sob a chuva esperada, abraçar arvores, estender-me no chão, na tentativa  de abrandar todo este peso de dúvidas que carrego, todo este meu cansaço e reverter a  sensação de impotência que  a morte me causou nestas ultimas semanas. Preciso de um  pequeno recesso elementar,  que não sei de onde tirar; de um descanso, um tempo para que tudo volte a parecer equilibrado. Preciso voltar a  não ter esta sensação de desconforto e acreditar que ainda haverá tempo, embora não seja possível ter controle sobre nada. Acho que me recuso a aceitar que podemos deixar coisas inacabadas, não resolvidas e simplesmente desaparecer como elementos de uma grande mentira.

Sem poupar coração

Caminho das Borboletas

Novamente amanheceu cinza nesta Sexta, como eu gosto. Daqui do alto, vejo as pessoas caminharem estimuladas em seus trajes de esporte leve e confortável.
Gostaria neste momento de retornar à São Chico e refazer o Caminho das Borboletas, depois da curva de asfalto em forma de ferradura para a direita, logo após a parada 190.
Tô precisado de caminhar por estes lugares mágicos, cuja beleza não me parece ter uma explicação humana. Por hora; castigo meus cotovelos, debruçando-me nesta janela investigando perspectivas.

Aceno

Havia muito mais ansiedade do que alegria na hora da chegada, uma especie de  urgencia, que me possibilitava absorver  por todos os póros do corpo o ar de casa, nas ruas conhecidas de minha cidade; Mesmo se estivesse com os olhos vendados, naquela manhã bem cedo, à reconheceria pelo cheiro. Eu particularmente, tinha pressa de correr pra casa, arrastando minha mala pela larga calçada e entrar no primeiro táxi que surgisse na esquina.  
Uma rápida olhada pra traz e todos estavam pousando para fotos e tambem meu querido amigo que em seguida pareceu vir em minha direção na intenção de despedir-se. Talvez  ele quisesse um abraço e eu também queria!.,mas minha ansiedade me envadia tanto que sómente levantei a mão num aceno de adeus e disse magras e gentis palavras que foram insuficientes.

Flor


Alguns sentimentos de perda me deixam sem voz e com os pensamentos confusos, não encontrando explicações que amenize a dor.
Amigos partem deste mundo e criam um espaço insubstituível na minha vida, deixando este nó que não se desfaz facilmente.
Eu até que percebi não estar inteiro no jantar de ontem. Na verdade, ninguém parecia estar.
Pela manhã a triste notícia já esperada, mas que ninguém queria ouvir.

Abraços e apertos de mão

Gosto de apertos de mão cuja a pegada se revela firme e impõe presença de carater, de abraços afetuosos que transferem o calor humano do corpo e a sinceridade da alma, dos beijos doces  que traduzem verdadeiros sentimentos.
Algumas mãos me parecem artificiais e faltando dedos, alguns abraços são tímidos como se não existissem corpos. Hoje fui surpreendido por pessoas que sabiam a importância destas diferenças.

Neve sobre os telhados de Paris

Sonhei que me acordava num quarto de hotel em Paris. A manhã estava ainda pouco iluminada e caia uma neve fina sobre os telhados exóticos das casas antigas numa rua estreita, acumulando-se nos passeios e esquinas ainda pouco movimentadas pelo cedo da hora.
Corri até a calçada vestindo-me apressado e pensei não estar tão feliz por estar em Paris.., mas por constatar singular beleza na neve, que encantava meus olhos atentos e enfeitiçados.


Poderia ser qualquer lugar, o que importava era a  magia da neve que caia. Então posei para uma foto com amigos que se aproximavam na calçada branca, em contraste com nossas roupas escuras de inverno. A  luz do flash se acendeu e nos eternizamos na típica pose de abraço, até eu me acordar de fato e pensar que os sonhos contem genuínas emoções que a realidade às vezes não alcança. 

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...