4 HORAS DE CORRERIA CONHECENDO O CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR.


Minha primeira visita a Salvador, ocorreu no ultimo dia de férias (23 de fevereiro de 2011), quando retornávamos de M. de S.Paulo (eu, minha comadre Cristina e minha amiga Rosane), para pegarmos o voo de volta para Porto Alegre, com horário marcado para as 17 h. 55 min.
Saímos de M. de S.Paulo as 9 h da manhã e chegamos em Salvador as 11 h. 30 min. O catamarã levou duas horas e meia para atracar na Baía de Todos os Santos. Pagamos para um funcionário do porto guardar nossa bagagem e seguimos em direção a Praça da Sé, no centro da cidade, onde nos informamos sobre o horário do ônibus que nos deixaria no aeroporto do outro lado da cidade. Ninguém sabia informar horários no terminal de ônibus, mas sabíamos que ele levaria em torno de uma hora e meia até o nosso destino. Desta forma, tínhamos quatro horas apertadas para ver tudo e pegarmos o avião sem atraso.


MERCADO MODELO:
A poucos metros de onde estávamos, (na marina de desembarque, do catamarã), ao atravessarmos a rua, estava o Mercado Modelo, um prédio neoclássico amarelo, cercado de pequenas bancas de artesanato, vendedores, tendinhas, trançadeiras e barracas com água de coco gelada à R$ 2,50 num calor insuportável.
O Mercado Modelo, que se encontra dentro de um prédio histórico, a antiga Casa da Alfândega, erguida em 1861, é um lugar que estimula nossos sentidos de percepção entre as mais variadas obras artesanais, cores e cheiros. Num espaço aberto um grupo dançava capoeira a o som do berimbau. O prédio possui mais de duzentas lojas espalhadas por pequenos corredores que se cruzam e lembram um labirinto cheio de suvenires dos mais diversos tipos e preços. Tudo muito colorido e deixando a gente quase tonto de tanto olhar para a diversidade de objetos, pinturas à óleo coloridas e temperos perfumados.



MONUMENTO DA CIDADE: 
A poucos metros dali, quase ao lado do prédio da Marinha, está o monumento criado por Mário Cravo, com 16 metros em fibra de vidro, com a intenção de mostrar a perfeita união do antigo com o novo, a cidade alta e a baixa numa perfeita união.


IGREJA NOSSA SENHORA DA PRAIA:
Construída em 1623 é a uma das igrejas mais antigas de Salvador. Sua construção em estilo gótico foi feita toda de pedra sabão trazida em pequenos pedaços numerados de Portugal. Sua localização fica próxima ao Elevador Lacerda e do Mercado Modelo sendo alvo de inúmeras visitas.


ELEVADOR LACERDA:
Sua construção começou em Outubro de 1896, com material trazido da Inglaterra, e foi concluída em 1873. Considerado um cartão postal da cidade. Seu estilo em arte decô, separa a cidade baixa da cidade alta onde se encontra o Pelourinho. Do elevador Lacerda se tem uma visão magnifica da Baía de Todos os Santos. É cobrado um valor simbólico de R$ 0,15 de ingresso para deslocar-se da parte alta ou baixa da cidade no elevador que não parece ter ventilação e cujo o calor em seu interior era insuportável.


ESCULTURA DA CRUZ CAÍDA
Escultura em aço inox de 12 metros, que remete ao protesto pelo desaparecimento da antiga Igreja da Sé do Brasil. A obra contemporânea, criação de Mário Cravo Jr, fica no Belvedere da Sé, um dos principais mirantes da cidade, ao lado do Memorial das Baianas, no Centro Histórico de Salvador.


PELOURINHO: 
Localizado a poucos metros, possui em seu centro histórico um dos maiores conjunto arquitetônico colonial barroco (português) preservado e integrante do Patrimônio histórico da UNESCO. Fundado por Tomé de Souza primeiro governador-geral do Brasil, que escolheu o lugar por sua posição estratégica - no alto, próximo ao porto e da região comercial e com uma barreira natural constituída por uma elevação abrupta do terreno, verdadeira muralha de até 90 metros de altura por 15 quilômetros de extensão - facilitando a defesa da cidade.
Pelourinho também significa colunas de pedra colocadas em lugar público onde eram torturados e expostos os criminosos.



Os presos eram amarrados às argolas e açoitados ou mutilados, de acordo com a gravidade do delito e os costumes da época. Atualmente o Pelourinho é um maiores centros culturais da Bahia, sendo visitado por turistas do mundo todo.



Visitamos também o Largo Berro D'Água, espaço cultural onde acontece diariamente todas as manifestações artísticas culturais da Salvador como shows de afro-ragee, afoxés, danças etc...Os afoxés são os representantes máximos da cultura afrodescendente nas festas carnavalescas da Bahia, constituindo um importante registro de luta para a preservação do patrimônio histórico cultural do povo negro. Suas principais características são as roupas, nas cores dos Orixás, as cantigas em língua Iorubá, instrumentos de percussão, atabaques, agogôs, afoxés e xeque rês. O ritmo da dança na rua é semelhante ao executado nos terreiros de Candomblé. Os cantos são puxados em solo, por alguém de destaque no grupo, e são repetidos por todos, inclusive pelos instrumentistas. As apresentações ocorrem no Pelourinho, gratuitamente.




Depois de almoçarmos num restaurante no Pelourinho, que inacreditavelmente servia churrasco, corremos para a estação de transporte urbano, na Praça da Sé a poucas quadras de onde estávamos. Nos sentíamos ansiosos e preocupado de não chegar a tempo para o voo, pois descobrimos estar acontecendo uma passeata dos trabalhadores do SAMU, em protesto as condições de trabalho, salários e vinculo empregatício, junto a prefeitura de Salvador. A manifestação deixara o trânsito em algumas das principais avenidas interrompido. 

Dentro do ônibus para o aeroporto que é praticamente do outro lado da cidade e meio atrasados, admiramos pela janela as praias do litoral: (Porto da Barra, Praia do Farol da Barra, Ondina, Rio Vermelho, Amaralinda, Pituba, Jardim de Alah, Itapuã), um dos passageiros, muito simpático, sentado do meu lado, serviu de guia apontando-nos cada uma delas e contando a sua historia, inclusive apontou-me a casa de Gal Costa na beira do mar.


O avião da Webjet decolou pontualmente às 17 h. 55 min. de Salvador e fomos os últimos a embarcar. Sentado em minha poltrona, senti uma alegria de ter dado tudo certo e um desejo secreto de um dia retornar à esta cidade que enfeitiça quem a visita. 
Até a próxima viagem!

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