Eu já achava o Jardim Botânico, daqui de Porto Alegre, sem graça, com grande deficiência de manutenção e com poucos atrativos, anteriormente postado aqui no blog, então quando visitei o de Curitiba no fim de semana passado, tive certeza de que o nosso, mais se parece com um canteirinho desorganizado de fundo de quintal. Mas antes que eu seja interpretado como uma pessoa que não valoriza os atrativos de sua própria cidade, quero dizer antes de prosseguir, que este post serve como um sinalizador, de como é possivel conceber idéias e pô-las em pratica, quando existe ideais e interesses governamentais associados a outras iniciativas púbicas e privadas unidas, com objetivos comuns, como o de valorizar a sua cidade. O Jardim Botânico de Curitiba, é um exemplo deste tipo de parceria e hoje é considerado um dos pontos turisticos mais visitados da cidade paranaense, por sua beleza estética e urbanística, fruto de um trabalho conjunto que provou dar certo. Caminhar por suas alamedas em estilo francês é uma dadiva para quem admira não só a elegância do paisagismo, como também o seu planejamento num objetivo maior que é a conscientização ambiental.
Seu verdadeiro nome, Jardim Botânico Francisca Maria Garfunkel Richbieter, é uma homenagem à uma das pioneiras no trabalho de planejamento urbano da capital paranaense. Inaugurado em 1991, o jardim botânico, contém inúmeros exemplares de plantas brasileiros e de outros países, espalhados por alamedas e estufas de ferro e vidro, cuja a principal delas possui três abóbodas em estilo Art nouveau, inspirada no Palácio de Cristal de Londres, do século XIX.
A estufa é climatizada e mantém em eu interior, espécies da Floresta Atlântica. Atrás dessa estufa está situado um espaço cultural com a exposição permanente do artista polonês naturalizado brasileiro, Frans Krajcberg. O nome da exposição chama-se "A Revolta" e expressa o sentimento do artista com relação à destruição sem limites provocada pelo homem nas florestas brasileiras.
São centenas de obras, todas elas feitas a partir de restos de árvores queimadas ou derrubadas de forma ilegal. Outro espaço muito interessante e que desperta curiosidade entre os visitantes, é o Jardim das sensações, inaugurado em 2008, com o objetivo de estimular a intimidade entre as pessoas e a natureza através do tato, olfato e audição.
Se é comum que em áreas verdes de um parque ou jardim, as plantas fiquem isoladas do público para sua natural conservação e apreciação, no jardim das sensações este conceito foi abolido. No passeio, o visitante tem a liberdade de cheirar, ouvir e tocar tudo o que encontrar pela frente, inclusive com a possibilidade de vendar os olhos, experiência que promete aprofundar ainda mais os sentidos.
São cerca dezenas de espécies de plantas instaladas em pequenos canteiros e vasos ao longo de uma pista de concreto de mais ou menos 200 metros para ser percorrida a pé. No final do trajeto. Uma cascata e um conjunto de sinos feitos com bambu movimentados pelo vento reforçam a sensação da audição. A entrada é gratuita e o local é mantido pela prefeitura.
Só para finalizar: Em 2007 o Jardim Botânico de Curitiba, foi o monumento mais votado numa eleição para escolha das Sete Maravilhas do Brasil, promovido pelo site Mapa-Mundi, segundo informação colhida do wikipedia. Mesmo que este dado seja falso, eu seria um dos votantes a escolhe-lo.