COLÔNIA DO SACRAMENTO.


De 08 à 12/10/2010 conheci outros lugares no Uruguay, pais que simpatizo muito e que deixei de conhecer em oportunidades anteriores por falta de tempo, dinheiro e disposição. Por hora, postarei minha impressão sobre Colônia de Sacramento, cidadezinha que chamou-me a atenção por sua beleza, fotogenia e charme peculiar!..


HISTÓRIA:
Colônia de Sacramento fica no Departamento de Colônia no Uruguay, e foi fundada em 1680 à mando do Império português em contraponto ao domínio espanhol que na época colonizava aquela região e em particular Buenos Aires. Neste jogo de poder, Colônia passou de Portugal para Espanha  sucessivas vezes e só depois retornou ao domínio português, após muitas lutas e tratados, por  caracterizar-se um local estratégico- comercialmente em função do Rio  Del Plata. Como consequência disto tudo, a cidade é uma mistura arquitetônica, cujas as construções apresentam estilos espanhóis e portugueses que não desbancam sua graciosidade.


COLONIA É PURO ROMANTISMO:
Mas voltando aos dias atuais, Colônia não é somente uma pequena e bonita cidade bem preservada com suas ruas de  pavimentação de pedras do tipo (pé de moleque), outras de paralelepípedos mais convencionais e casas centanárias em estilo colonial português e espanhol, azulejos lusitanos nas paredes e telhas de barro nos telhados de duas e quatro águas, mas algo que inspira aos seus visitantes uma sensação de bucolismo e poesia ao caminhar por suas ruas, sentar à sombra das arvores,  assim como uma viagem  no tempo da colonização europeia em busca de se sustentar no poder. Caminhar por lá, não é apenas conhecer a historia, mas vivencia-la  sob o prisma de pequenos detalhes visuais e  também emocionais, portanto, uma parada obrigatória para quem visita Buenos Aires ou Montevidéu.

Como  estávamos em Montevidéu, nos deslocamos de ônibus ate lá, numa viagem  de 180 km, em torno de 2 h 30 min. cujo os ingressos foram adquiridos na rodoviária de Montevidéu por $185 pesos em amplos horários e empresas de transportes disponíveis que mantem a concessão.



CENTRO HISTÓRICO: Da rodoviária da cidade ao centro histórico são poucos minutos caminhando. Além de bares, cafés, ateliês e lojas de artesanatos que vendem roupas, bijuterias, alfajores, doces de leite e vinhos, oferece outras atrações como a visita à igreja Matriz, uma das mais antigas do pais, o farol de Colônia com as ruínas do convento São Francisco ao  seus pés, a singela rua dos Suspiros, a porta da cidade, museus e mais uma infinidade de coisas à serem apreciadas.


A parte histórica de Colônia não é grande e para quem gosta de caminhar pode ser percorrida  sem pressa em um dia. Para quem acha esta opção um incomodo, existem locais que alugam triciclos, bicicletas e  uma espécie de carrinho parecido com aqueles usados em campo de golf. Os preços? 30 dólares a hora e mais 15 a hora excedente. Se você está num grupo com mais de três pessoas, já vale a pena!




FAROL DE COLONIA:
Para subir os  118 degraus do farol, até o topo e enxergar lá de cima Buenos Aires, o Rio Del Plata e boa parte da cidade, paga-se 10 pesos. A subida e relativamente fácil e lá de cima a visão é compensadora. Para subir os degraus é necessário aguardar a descida dos outros visitantes, que ja estão no topo, uma vez que a escadaria espiral é estreita. O Convento de São Francisco, agora apenas ruínas, foi construído em 1694 e um incêndio o destruiu em 1704. O que sobrou de sua estrutura em pedras com mais de um metro de espessura, podem ser visitadas juntamente com o farol que foi edificado em 1857 ao seu lado.


RUA DOS SUSPIROS:
Calle de los Suspiros". Uma estreita ruazinha com chão de pedras, casas muito antigas feitas em barro e pedras. Dizem que ali naquela rua havia um prostíbulo e os suspiros vinham dos quartos das "meninas" durante o seu trabalho.. Referem também, que os prisioneiros condenados à morte foram levados para aquela rua, onde foram amarrados até serem afogados pela maré alta.



A PORTA DA CIDADELA:
Imponente estrutura de pedra e que no primeiro momento tem-se a impressão de se tratar de alguma fortaleza militar (isolada) em ruínas. A verdade é que toda a cidade era protegida por este muro de pedras, que só restaram algumas partes de pé, após as  sucessivas invasões espanholas para retomarem o poder.  O  portão principal tem uma ponte levadiça, dando um charme todo especial a construção.



PRAÇA DOS TOUROS: 
A Plaza de Toros, atualmente em ruínas, à 6 km do centro histórico, integrava um complexo turístico idealizado pelo milionário argentino Nicolás Mihanovich para atrair turistas de Buenos Aires, do outro lado do Rio da Prata, durante os fins de semana. Foi inaugurada em 9 de janeiro de 1910 e funcionou durante apenas dois anos, até fevereiro de 1912, quando as corridas de touros foram proibidas em todo o Uruguai na presidência de José Batlle y Ordoñez. O restante do complexo, que incluía um hotel cassino, funcionou durante mais alguns anos.


 


Não por ser uma cidade histórica com título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, mas Colonia de Sacramento deve ser observada (como já falei), atentamente e com um olhar perspicaz sobre cada detalhe de sua ruas encantadoras e seus lampiões de luzes amarelas, acesos ao anoitecer, as portas com madeira entalhadas e altas, as placas em azulejos europeus e floreiras nas janelas e jardins, conferindo-lhe um  clima romântico.



O PÔR DO SOL: 
Ainda é possível desfrutar dos restaurantes com fartos cardápios para todo os tipos de bolsos e exigências, ou mesmo caminhar pela beira do Rio Del Plata, apreciando sua orla de águas calmas e o Pôr do Sol no final da tarde.


COMO CHEGAR A CIDADE: 
Colônia fica a 180 km à oeste de Montevidéu, sendo 110 km em estrada duplicada. De ônibus, pela COT, o trajeto é feito em 2 horas e meia.
Buenos Aires está mais próxima: a travessia em buques (barcos) rápidos é feita em 1 h pela Buquebus (que também trasporta carros) e o Colonia Express. As duas companhias vendem também o trecho de ônibus entre Colonia e Montevidéu para seus passageiros. É possível fazer pit stop em Colônia entre as duas cidades; Deixe a mala no maleiro da rodoviária, ao lado do terminal hidroviário (s/ taxas) ou, se não couber, deixe na lanchonete (que cobra 50 pesos por peça) e bom passeio, pois Colônia de Sacramento é certamente daqueles lugares que você não esquece e sempre tem vontade de voltar.

Até o próximo passeio!

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