Poucos sabem que existiu aqui em Porto Alegre city, a Esquina Maldita, localizada no cruzamento da Avenida Oswaldo Aranha com a Rua Sarmento Leite. Entrou para a história da cidade, como um lugar de transgressão e debates políticos/sociais e culturais, num dos períodos mais obscuro em que passou nosso país, a ditadura!
Entre as décadas de 1960 e 1970 nesta esquina, surgiram quatro bares: O Estudantil (1959), o Alaska (1965), o Copa 70 (1970) e Mariu’s (1975). Localizada diante do Campus Central da UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a área em torno da Esquina Maldita, tinha uma alta concentração de residentes universitários, artistas e intelectuais.
Esse público, em sua maioria jovem, durante a ditadura militar, tinha seu ponto de encontro nesses bares, onde acirravam-se os debates sobre política, mas também sobre as mudanças sociais, comportamentais e culturais que os tempos traziam.
Havia uma clara conexão entre esses bares e os bares do campus universitário e com os diretórios acadêmicos, onde a politização era intensa. Entre os jovens a participação contribuía para definir identidades e alianças tanto afetivas e sociais quanto ideológicas. Criava-se um espaço de expressão de ideias, símbolos e anseios que estavam sendo reprimidos ou estavam sendo articulados como novidades.
Havia um certo cuidado entre seus frequentadores, que costumavam usar códigos cifrados para disfarçar os conteúdos das conversas, especialmente em presença de suspeitos e estranhos.
O apelidado de Esquina Maldita, deu-se pelas autoridades policiais da época, que o consideravam um local de agitação, baderna e subversão ao sistema politico vigente.
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