ALGUÉM CONHECEU O NENÊ DA MOITA?

Semana passada meu colega de trabalho despertou em mim uma lembrança que parecia estar apagada, selada nos porões da minha memória, se não fosse por uma brincadeira: Ele apelidou um outro colega que passava por nós, vestido de maneira pouco combinativa e um chapéu de feltro preto enterrado na cabeça, de Nenê da moita.
Mesmo sendo uma brincadeira, capaz de abrir um sorriso de cumplicidade entre nós, ele colocou uma pulga atrás da minha orelha, que ficou coçando durante dias.
_Nenê da moita, de onde tu tirastes isto?- perguntei na hora.
_Acho que foi o personagem de uma novela, como o Sassá Mutema!.. _ me respondeu.
Embora eu parecesse convencido com a sua explicação, fiquei ainda com um pouco de duvidas, tentando remontar este personagem que parecia estar disfarçado sobre as nuvens emocionais da minha ordem cronológica no tempo.
Liguei para algumas pessoas e nada. Talvez minha mãe ou o senhor Google, tivessem algo para me dizer. Minha mãe não atendeu aos meus apelos no telefone, mas no site de busca, encontrei uma informação que me reposicionou diante do que eu considero ser a verdade que procurava. Na verdade encontrei a resposta numa pagina do Orkut, onde um antigo morador do bairro Partenon descreveu o seguinte:

"Morei muitos anos no bairro Partenon. Na verdade passei toda minha infância na rua Guilherme Alves. Estudei no Otávio Rocha, no final da rua, e, Lembro que neste época era comum o pessoal mais velho assustar as crianças com um personagem que andava semi-nu e com um saco pendurado por um pau que levava nas costas. Dizia-se que ele roubava crianças e fazia sabão com elas. Naquela época o Hospital São Pedro estava funcionando ainda e os "Loucos" andavam soltos pelo bairro do hospital até a altura da fabrica de fogões "Geral". Temos até lendas urbanas em nosso bairro. Alguém ai lembra disso????"
http://www.orkut.com/CommMsgs?cmm=70800&tid=5360859410218988575
Então foi isto, Nenê da moita, assim como João do poço, foi um personagem que me assombrou durante a infância. Talvez não passem disto, uma simples lenda urbana, desenterrada a o acaso!

6 comentários:

  1. Nenê da Moita era um senhor bem magrinho, andarilho, doente mental e com dificuldade de fala. Conheci ele no bairro Teresópolis, quando eu ainda era um menino, na década de 50. Com sua inseparável capa, seu chapéu de feltro enterrado na cabeça e uma vara que lhe servia de bengala - apesar de ter bastante agilidade - andava pelas casas onde lhe davam comida, café, bolinhos e o que o que tivesse sido preparado para a família. Os meninos mais velhos o provocavam e ele ficava muito brabo, falava coisas que não se entendia e brandia a vara contra a molecada.
    Minha mãe mesmo várias vezes lhe serviu comida e café. Lembro que nesses momentos eu permanecia dentro de casa olhando de rabo de olho num misto de medo, curiosidade e vontade de fazer alguma trampolinagem.

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  2. Aqui na cavalhada morei no período de 59 e havia o Nenê da Moita como naquele tempo eu era um guri de cinco anos não lembro como ele era mas me parece ser o mesmo citado em Teresópolis pois eles caminhavam muito e parece que minha mãe dava comida para ele assim como para outros quando pediam na frente da casa .A rua era Mário Tota prox da Av Cavalhada no tempo dos eucaliptos e das corridas de baratas na rua .

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  3. Eu morava no Morro do Osso e estudava no GE Alceu Walmosy no Curral. Naquela epoca +/-1962 nas imediações do bairro Camaquã, vivia um andarilho, agregado a família dos 'Catarinas' carroceiros, que vestia um casacao escuro, chapeu ecarragava um pau sempre na mão para se defender dos cachorros

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  4. Também morei na Guilherme Alves, no final dela, quase na Mário de Artagão. Saímos de lá em 1970. Não lembro de ter conhecido o Nenê da Moita, mas lembro das histórias sobre ele "levar as crianças". O relato encontrado da página do Orkut, faz todo o sentido em minhas memórias sobre esse personagem "da minha infância". E aproveitando essa Conversa Fiada, lembrei do armazém do "seu Libório" que era na Barão, e dos pães que eram entregues em carroças e o leite era em garrafas de vidro e, por um período, era distribuido na "vaquinha", um caminhãozinho que estacionava em um espaço na João do Rio com a Barão. Eu ia com minha avó.
    Memórias que saltaram...
    abraços!

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  5. Também morei na Guilherme Alves, no final dela, quase na Mário de Artagão. Saímos de lá em 1970. Não lembro de ter conhecido o Nenê da Moita, mas lembro das histórias sobre ele "levar as crianças". O relato encontrado da página do Orkut, faz todo o sentido em minhas memórias sobre esse personagem "da minha infância". E aproveitando essa Conversa Fiada, lembrei do armazém do "seu Libório" que era na Barão, e dos pães que eram entregues em carroças e o leite era em garrafas de vidro e, por um período, era distribuido na "vaquinha", um caminhãozinho que estacionava em um espaço na João do Rio com a Barão. Eu ia com minha avó.
    Memórias que saltaram...
    abraços!

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  6. Procurei no sr Google pra saber se existia alguma lenda sobre o tal Nenê da Moita e achei a explicação mais plausível aqui. Meu pai que morou em Porto Alegre em sua infância, que conta que era amedrontado pelos mais velhos com o Nenê da Moita.

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