João acordou assim com aquele seu jeito sem graça e ar de cansaço, olhando para as paredes quase brancas de seu quarto. Amargo conhecido na boca, nos gestos, nos olhos vermelhos de pouco dormir.
Câimbra nas pernas do sucessivo trabalho árduo.
Quando pequeno tinha medo que um velho mendigo o levasse para o fundo do poço onde diziam que morava. Na adolescência, não chegava nem perto de tudo aquilo que se parecesse, ou lembrasse de um poço. Beber água de poço então... Parecia ter o gosto daquele velho que vagava pelas ruas com um saco sujo sobre as costas e unhas compridas. Dizia a si mesmo:
_Poço é um buraco profundo no chão para a captação de água. Por isso deve ser escuro e sem ventilação. Se cair lá dentro como sair?
Um dia construiu seu próprio poço, jogo-se lá pra dentro e nunca mais saiu.
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