Eu estava num hotel ou numa pousada, quando da janela do quarto, no segundo andar, percebi um grande buraco e muito profundo, rente a estrutura do prédio. Curioso e impressionado com aquela descoberta, desci até a rua para saber do que se tratava e com uma maquina fotográfica para registrar, o que me parecia por demais estranho.
Algumas pessoas, moradoras do lugar que caminhavam pela rua, me confirmaram a sua existência, alertando-me para que eu tivesse cuidado, pois a região era cheio deles e muitas pessoas e também casas, já haviam sido literalmente engolidas por eles.
Gritei para o meu colega Garcia e para o Junior, filho de uma amiga, que estavam hospedados comigo, mas eles pareciam não me ouvirem, demonstravam a certa distancia, desinteresse ao meu chamamento.
Irritado com a desatenção deles, cruzei por um terreno íngreme e de pouca vegetação para ter acesso ao estranho buraco, quando percebi no caminho uma enorme pedra com pequenos orifícios onde haviam olhos atentos que me observavam. Os olhos eram assustadores e não humanos; eram tão grandes como destas figuras mitológicas assustadoras. Aproximavam-se e afastavam-se dos orifícios de pedra demonstrando algum receio de terem sido descobertos. Eu sentia não ter forças para continuar o caminho ou retornar, somente acordar daquele pesadelo e esquecer aqueles olhos que me observavam desconfiados.
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