Elo


Ontem à noite assisti a entrevista de Maria Rita no programa de Jô Soares, para divulgação de seu novo CD Elo, fruto de apresentações no interior do Brasil e também no exterior a mais de um ano. Deu uma canjinha do seu mais recente trabalho apresentando três canções novas incluídas no repertorio já conhecido dos outros shows. 
Maria Rita me parecia mais a vontade no programa, o que não senti em outras entrevistas apresentadas na TV, onde dava a sensação de um certo desconforto a o falar de sua vida e de seus trabalhos anteriores. Devo confessar que eu sentia uma especie de inibição a o vê-la dar entrevistas, como se não estivesse por inteira, armada, tensa, causando-me também desconforto e um tipo de inibição , forçando-me a gostar mais de seu trabalho como cantora do que da sua postura pessoal. Este sabor agridoce eu também sentia com relação a sua mãe Elis Regina, que decididamente era ainda mais intenso, mostrando-me mais tarde o excesso de responsabilidade que jogamos nas costas de nossos artistas, achando que eles são sobre humanos ou produtos de consumo à serviço de nossos gostos.


Maria Rita desde o inicio de sua carreira evitou falar ou fazer comparações de seu trabalho com o de sua mãe, o que é compreensível mas também inevitável, causando-me até a desconfiança de que esta postura não se restringia somente à comparações técnicas, mas questões de caráter emocionais não resolvidos. De qualquer forma o comentário de Jô Soares, ontem, sobre sua relação profissional e de amizade com Elis, fez Maria Rita emocionar-se por alguns minutos e a gente também.

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