Que bom que o inverno se foi sem deixar saudades daqueles dias de muita chuva e frio como a muito tempo não se via e sentia por aqui. Até eu que gosto de invernos, já estava angustiado com tanta chuva, que me limitava possibilidades, impedia passeios e adiava alguns encontros.
Mas independente dos dias frios e chuvosos que se foram e os de temperaturas amena que agora tem feito no inicio da Primavera, a cidade tem exibido alguns ângulos e detalhes, que antes não havia me chamado a atenção, como nestes últimos dias.
Inúmeras vezes passei pelo cruzamento da Avenida Ipiranga com a João Pessoa e percebia alguma coisa diferente, mas sem que me detivesse na evidencia, no raro detalhe, visível na minha frente. Talvez meus olhos percebessem o erro, mas meu cérebro não processava o que via.
Falo das Palmeiras plantadas sobre a Ponte na Avenida João Pessoa, que cruza sobre o Arroio Diluvio. Passamos tão apressados ou tão desatentos, que não nos damos por conta que estão plantadas sobre uma ponte cuja a superfície obviamente está suspensa e isto a torna esteticamente muito singular a outras.
Me pergunto como estas enormes palmeiras conseguiram fixar suas raízes, crescerem e se tornarem tão majestosas e fortes num lugar que aparentemente me parece tão improprio para resistirem rajadas de vento sem tombarem, o que provocaria grandes estragos?
Durante o inverno e nas estações de vento, elas se curvam tanto que dão a sensação de que a qualquer momento poderão cair.
Li no blog "Amigos da Rua Gonçalves de Carvalho", num post recente (de autoria de Angela Tavares), que estas palmeiras foram plantadas em 1940 por ocasião do bicentenário da cidade, no governo de Loureiro da Silva, que através de um projeto cujo conceito era "Monumentar" a cidade, objetivava enfeita-la para as comemorações de seu aniversário, além da revitalizar pontes e praças.
O novo prolongamento da avenida além da ponte em estilo “Art nouveau”, ganhariam canteiros centrais, ornados com Palmeiras Imperiais.
Eram muitas as edificações a serem feitas num curto prazo de tempo e os trabalhadores foram orientados para executar o plantio nos canteiros da avenida, saltando o leito da ponte. Sem se darem por conta, plantaram também onde não estava previsto.
As palmeiras cresceram e o descuido dos trabalhadores, transformaram estas palmeiras num cartão postal pouco conhecido de quem passa por ali.
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