Jamais me passou pela cabeça que o Ademir tivesse tanto medo de aranhas, mas ontem ele confessou pra mim e outra colega, durante a troca de plantão o seu pavor, descrevendo detalhadamente esse seu comportamento e ilustrando com muitas historias e fazendo interpretações teatrais à respeito.
Eu já sabia do seu medo por cobras e por altura quando fizemos alguns passeios juntos, mas aranhas é algo que pensei que só eu e algumas mulheres histéricas pudessem ter.
Eu tinha certa vergonha de admitir este meu medo para as pessoas das minhas relações e que elas por alguma vingança ou brincadeira de mal gosto, jogassem este bicho de oito olhos e oito patas em cima de mim, mas depois trabalhei tanto neste medo, que pareceu ter aliviado grande parte do que foi e hoje já consigo até mata-las ou simplesmente deixa-las passar.
Ter medo de um bicho assim, pode parecer para algumas pessoas tão ridículo, como ter medo de uma formiga ou mariposa, mas ele existe de fato e deve ser respeitado como se fosse um leão.
Os medos às vezes, se parecem com os vícios, a gente pensa que se livrou, mas eles estão apenas adormecidos, esquecidos em nossas gavetas e num certo momento adquirem dimensões que pareciam não mais ter.
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