Depois de tantos passeios pelo sul do continente, eu não poderia deixar de falar sobre Salta, cidade argentina, no noroeste do país e que estrategicamente fica num dos caminhos de quem vai para a Bolívia ou norte do Chile, saindo do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Uruguaiana, Corrientes). Salta fica localizada a leste da cordilheira dos Andes, no fértil Vale de Lerma, à cerca de 1 187 metros de altitude. Minha experiencia na cidade foi de dois dias quando me deslocava até Santiago no Chile com um grupo de excursionistas realizado pelo Ton do Excursões Universitárias em Janeiro de 2010 e cuja a experiencia foi muito gratificante.
Salta é uma cidade colonial e percebe-se isto através do tipo de construção utilizada em seus prédios no centro da cidade, assim como na atitude de seus moradores e comerciantes locais, que ainda mantem o hábito de sestear depois do almoço até às 16 horas, quando voltam a abrir o comercio sem muita preocupação em satisfazer os turistas consumidores e deixando claro que este é um hábito cultural a ser respeitado. A cidade está longe de ser uma grande metrópole como Buenos Aires ou um centro cultural movimentado e de vida noturna como Córdoba, mas vem se destacando gradativamente no panorama turístico do país, oferecendo uma variedade de opções a quem à visita, além de uma excelente hotelaria, gastronomia, cassino, balneário municipal, museus e centros artesanais, entre outras atrações. Suas ruas são planas e divididas em quarterões, cujo o centro histórico não é distante, podendo ser feito à pé, com calma e sem pressa.
Cabildo de Salta: É o edifício colonial mais antigo da cidade e por sua vez, o mais completo e conservado da Argentina. Localizado no centro de Salta, na Caseros 549, em frente à Plaza 9 de Julio, o Cabildo, ou Municipal Hall, que datam do século 18, abriga atualmente dois museus em seu interior: O Museu Histórico do Norte na planta baixa e do Museu Colonial e das Belas Artes na planta alta. O "Museu Histórico del Norte", que exibe artes sacras e o conjunto de mobiliários modernos e históricos, alem de um variado acervo de utensílios que contam a história da cidade e da cultura local.
É também no Plaza 9 de Julio, com seu amplo espaço a o ar livre, que se concentram a maior parte de bares e cafés e que no entardecer acontecem exposições de artesanato, artes plasticas, musica e outras manifestações artísticas locais. Neste horário também, alguns moradores se concentram nos Cafés para o bate-papo do final do dia.
Igreja São Francisco:
Caminhando pelas ruas de Salta é quase impossível cruzar diante desta igreja e não reparar sua grandiosidade e beleza. A Igreja São Francisco em estilo neoclássico do seculo 19, com sua fachada e muros de cores Vermelho, branco e dourado, lhe confere um aspecto de nobreza, ostentação e riqueza.
Convento São Bernardo:
Seguindo pela rua Caseros esquina com a Santa Fé, o Convento São Bernado, uma das construções religiosas mais antigas de Salta, datada do final do seculo 16 e habitado por freiras que vendem uma variedades de doces. O prédio em pintura branca, possui até um hospital desativado e que funcionava no passado.
Museu de Arqueologia de Alta Montaña- (MAAM): É também outro dos atrativos do centro da cidade, onde são expostos elementos de um Santuário de Altura inca, que incluem as múmias de Llullaillaco, descobertas em 1999.
São três crianças enterradas no topo de um vulcão à 6.739 metros de altitude, no norte argentino e chileno. Conta a história, que as crianças foram levadas até o alto da montanha sagrada por seus pais e lá foram embriagadas com chica, uma bebida à base do milho que existe até hoje. Depois de beber muita chica e ficarem em coma alcoólica, foram enterradas numa cova onde morreram de frio e asfixia.
Parque San Martín: Outra pedida é visitar o parque San Martin, localizado a 1.458 metros de altura, no Cerro San Bernardo, de onde se tem uma vista panorâmica de parte da cidade. O parque possui uma boa área física e é muito bem estruturado, com passeios pavimentados, jardins floridos, gramados aparados, bancas de artesanatos para compra de souvenires, restaurante, banheiros e um laguinho artificial entre a mata nativa e a beira do cerro. Para se chegar até o cerro, tem-se a opção de subir a pé ou através de um teleférico que vende os ingressos por $ 8,00 pesos (ida e volta) num de seus terminais.
Trem das Nuvens: Uma das tantas opções é fazer um passeio no Trem das Nuvens, considerado o trem mais assombroso do mundo e que leva seus passageiros a uma altura de 4.200 metros sobre as montanhas, num percurso de 217 quilômetros, cruzando por viadutos, tuneis e pontes, em grande velocidade e com duração de 17 horas. Nos dias em que estive por lá os passeio haviam sido suspensos, mas conforme informações, o trem, cruza por (29 pontes, 13 viadutos, 21 tuneis, 2 "cilindros" y, 2 ziguezagues) e conta com, vagão panorâmico, espetáculos folclóricos, consultório médico, áudio, vídeo e guias bilíngües. Este passeio oferece uma viagem incrível, cheia de emoções, onde é possível conhecer nos arredores numerosos povoados, além de monumentos e lugares históricos, como algumas ruínas de seu passado indígena.
Circuito dos Vales:
Outro lugar muito procurado pelos turistas que preferem passeios mais ecológicos é a Quebrada de Cafayate ou das Conchas, que são formações naturais, de rochas sedimentares (arenitos) avermelhadas e alaranjadas. Cafayate é o principal povoado dos Vales. Um dos lugares que podem ser visitados nos arredores é um moinho jesuítico de 350 anos que ainda está em funcionamento. Pela Rota N° 40, principal acesso, o percurso continua por outros pequenos povoados ricos em edificações coloniais, ruínas indígenas e artesanato têxtil. Vale a pena conhecer!
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