BECO DO CEMITÉRIO EM POA.

Quando se põe o pé nas estradas deste mundo e passa-se a conhecer a historia e cultura de algumas cidades que se visita, é quase impossível não fazer comparações com a cidade de onde viemos e onde nascemos. Porto Alegre, apesar de ser elogiada pela cultura de seus habitantes, de ser considerada um dos polos de melhor qualidade de vida do país e estar sempre engajada em contextos culturais, ainda peca por manter fora do conhecimento público e da sociedade em geral, alguns detalhes da sua própria história, utilizando-se de alguns mecanismos impeditivos de divulgação, que se desconhece a razão. 
Em função disto, resolvi fazer um passeio pela cidade, em busca de alguns recantos que fazem parte da nossa história e que é pouco conhecida, das pessoas em geral, como o antigo BECO DO CEMITÉRIO

FOTO DE RONALDO BASTOS
Foi nos tempos idos de uma Porto Alegre antiga, que existia entre o Palácio Piratini e a Catedral Metropolitana, uma rua que ligava a Duque de Caxias com a Rua Cel. Fernando Machado.
Em 1868, durante a construção do Seminário Diocesano, que o Bispo Dom Sebastião Dias Laranjeira solicitou à Câmara Municipal a abertura de uma rua entre as construções eclesiásticas e o Palácio, oferecendo auxilio monetário para a desapropriação de algumas casas localizadas no alinhamento da Rua do Arvoredo, atual Fernando Machado e que só foram efetivadas 7 anos mais tarde.

POR LUIZ CARLOS SANTOS
Em 1929, foram executadas diversas obras, objetivando amenizar a forte inclinação geográfica que impedia o tráfego de veículos, construindo também uma escadaria de acesso ao publico. A rua que ganhara o nome de São Sebastião, possivelmente em homenagem ao bispo, era mais tarde conhecida pela população de Beco do Cemitério já que nos fundos da Igreja da Matriz, ficava o cemitério da cidade que em dias de fortes temporais, removia a terra ladeira à baixo expondo os ossos de cadáveres que ali estavam sepultados.

Em data desconhecida, a rua junto com sua escadaria, foi fechada para a circulação do público, passando a fazer parte dos jardins do Palácio, assim como a sua saída para a Rua Coronel Fernando Machado, obstruída pela construção de uma casa de bombas do DMAE- (Departamento de Água e Esgotos).


Desta maneira eu me pergunto, quantos lugares como este podem existir em Porto Alegre, escondidos, camuflados por de traz de muros, prédios escondidos, longe do conhecimento das pessoas como uma historia nunca contada e que faz parte de nossa memória cultural, do nosso passado.

ESCADARIA DE ACESSO A RUA JOÃO MANOEL
CENTRO HISTÓRICO
ESCARIA DA RUA JOÃO MANOEL:
Mas se ficamos impedidos de trafegar pelo antigo Beco do Cemitério, pouco sabido do conhecimento dos próprios moradores da cidade, ainda nos resta pelo menos outros recantos como a escadaria da Rua João Manoel, que nos reporta para uma Porto Alegre tão antiga, que parece se tratar de um outro lugar completamente diferente a o que estamos acostumados a ver no nosso dia a dia.

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