SÃO LUIZ- A cidade dos Azulejos- Parte 2


Eu sabia que talvez não fosse gostar ou me surpreender com que iria ver, pois não é o lado plástico e contemporâneo dos lugares que eu procuro nas viagens que faço, então deixei para visita-la nos dias finais, atravessar a ponte e ver com meus próprios olhos, tirar a prova dos 9.
Tomei um táxi no centro histórico e pedi ao motorista que me levasse até a parte nova, do outro lado da Ponte José Sarney, nas proximidades da Lagoa da Jansen, que atualmente tem recebido um tratamento de despoluição informado diariamente na TV, o resto eu faria a pé e tiraria minhas próprias conclusões.



Foi o que pensei, a cidade ao longo do tempo cresceu para o interior norte, atravessando o rio e ocupando uma vasta área plana que acompanha a baía até o litoral, uma especie de divisão entre o novo e o velho, o moderno e o antigo, quem sabe uma separação entre os mais e os menos afortunados.
A orla marítima de São Luís é destacada por praias extensas e planas, de areia dura e clara, com enormes edifícios comerciais e condomínios de luxo entre o mar e a avenida litorânea; debruçada num mar aberto de relativa beleza.


As praias têm muitas áreas aproveitadas como campos de futebol e outros jogos de lazer e costumam ser bem vazias durante a semana e hiper lotadas pela população da cidade durante os finais de semana. As mais próximas da área central são: Ponta D'Areia, São Marcos (onde encontra-se as ruínas de um Forte de mesmo nome e o farol), Calhau, Praia do Araçagy e Olho D'Agua.
Em toda sua extensão existem barracas de praia que servem peixe, frutos do mar, cerveja gelada e aperitivos. Cada barraca tem sua atração especial, seja na culinária ou na música, atraindo um público afim.

 

Ainda na proximidade da orla marítima, destaca-se a Lagoa da Jansen com largos calçadões, quadras de esportes, lazer e ciclovias ao seu redor. Mesmo com o trabalho de despoluição, a água da lagoa não apresenta um bom aspecto deixando-a pouco confiável aos olhos de quem passa. É meio turva e cheia de resíduos e algum lixo boiando em seu leito. O nome da Lagoa, para quem como eu que desconhecia, foi uma homenagem à Ana Jansen Pereira, temida latifundiária que não media esforços para atingir seus objetivos. Inteligente, influente, destemida e voluntariosa, tornou-se uma das personalidades mais poderosas de sua época. O lado ruim de sua personalidade é que Ana Jansen era cruel e tratava seus escravos de forma desumana, aquele que ousasse desobedece-la tinha morte garantida. Tanta maldade fez com que surgisse em São Luis, uma das mais famosas lendas que sobrevive a quase 120 anos após sua morte. 


Lenda de Ana Jansen:
Condenada a pagar por seus pecados e por tantas maldades cometidas, nas noites de Quinta para Sexta-feira, Ana deixa o cemitério em uma carruagem puxada por cavalos e um escravo decapitados a percorrerem as ruas de São Luis. Aqueles que por ventura cruzam o seu caminho, recebem uma vela acessa das mãos de Ana, que no dia seguinte se transforma num osso de defunto. O povo do Maranhão em particular São Luis, são cheios de lendas e crendices que são contadas até hoje. Alguns historiadores acreditam que estas historias foram difundidas entre as pessoas pelo fato da cidade estar localizada numa ilha isolada do continente e por seu grande contingente de negros, gerando todo este misticismo, reforçado pela conveniência de seus colonizadores. 

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