Penso que mexer em gavetas resuscita fantasmas, amores e histórias guardadas, já quase apagadas, quase esquecidas na lembrança. Encontrei um retrato de tio Nestor, (era assim que toda a família chamava o irmão de minha avó, padrinho de meu irmão e que vivia só).
Era educado e bem empregado, gentil e feminino.
Ganhava buquês de rosas vermelhas em seus aniversários. Falava sempre no grande amor que sentia pela irmã que morreu jovem de tuberculose. Nunca se casou, nunca teve filhos e passou toda a sua vida ganhando afilhados e lembrando deste amor, que alguns da familia acreditavam envergonhados, ser incestuoso.



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