Eu tô louco então?..

Alguns amigos e colegas de trabalho, já me acusaram de eu estar ficando louco por demonstrar interesse em conhecer a Ilha do Presidio. _O que tu queres fazer lá? _ já me perguntaram surpresos. Minha professora de história, que eu acho que ensina história de uma maneira pessoalmente leve e informal, abordou na aula passada, seu desejo pessoal e que não é apenas dela, mas  também de outros  colegas, que é o de conhecer a ilha que está abandonada há mais de 20 anos por desinteresse do governo estadual de mante-la sustentável como parte de um patrimônio cultural e histórico e que guarda algumas fatos de um passado pelo menos obscuro. A ilha já foi ponto estratégico dos Farrapos, depósito de pólvora, laboratório de pesquisa da peste suína, e prisão. Em 1956, durante a Ditadura Militar, passou a ser cárcere para muitos presos políticos, entre eles pessoas hoje ilustres como o advogado e ex-marido da presidente Dilma Rousseff, Carlos Araújo, o advogado Índio Vargas e o deputado estadual Raul Pont.
Um dos casos mais emblemáticos foi o do ex-sargento do Exército Manuel Raymundo Soares, que cumpria pena no local. Em agosto de 1966, o corpo do ex-militar, apareceu boiando no Guaíba com as mãos amarradas em sinal evidente de tortura. O fato acarretou debate sobre o tratamento dado aos presos políticos em solo gaúcho. Diante de tantos fatos importantes, por que eu deixaria de conhece-la?... Então eu tô louco!

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