Irene não é a mesma da canção que conheço, nem de longe lembra a de Caetano Veloso dando suas risadas. Irene é sóbria, quieta, pensativa, possuidora de um olhar tímido, de quase subserviência e nos limites de uma escravidão pessoalmente aceitável. É silenciosa, prestativa, resignada.
Os olhos são arregalados, os cabelos espichados e a boca vermelha de um batom que não lhe acrescenta maior beleza porque esta; parece estar presa em seu interior, amordaçada... Seu perfume é comum, seus sapatos tem saltos baixos, bolsa e brincos nem usa.
Irene tem força, mas parece não ter alegria, parece ser dona de uma miserável raiva sufocada nos gestos serenos, no olhar amistoso, numa expressão que se torna estranha quando tenta sorrir. Eu gostaria tanto ver sua contrariedade, de vê-la dar sua risada.
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