CULINARIA CUBANA E QUILOMBOLA


Eu não comi absolutamente nada no restaurante do Quilombo do Campinho, por que me parecia estar sempre fechado toda a vez que eu passava de carro em frente, durante esses dias que passei em Trindade e Paraty. Eta azar!.. Eu não sei se estava realmente fechado, mas as portas estavam e não se via uma viva alma, alem de cartazes com propagandas de comida tipica, aguçando a minha curiosidade.
Eu comi comida crioula em Cuba, chamada “congris”, prato típico, que é uma mistura de feijão preto com arroz cozido no caldo do próprio feijão e gostaria de ter experimentado em Paraty, algum prato feito pelos quilombolas, pelo menos um prato para experimentar o sabor e fazer  as devidas comparações.


Quando eu era muito mais jovem, tive a oportunidade de experimentar alguns pratos típicos feitos por minha mãe, que aprendeu com minha avó, que foi excelente cozinheira, e que por sua vez tinha aprendido com sua mãe, alguns pratos como galinha ao molho pardo e que só de pensar que era feito com o sangue da própria ave, já me dava arrepios e me fazia passar longe da mesa. 
Hoje com certeza eu comeria sem preconceitos. Outro prato que deve ter origem escrava e que eu e meus irmãos adoravam é uma tal de polenta doce, feita com a farinha de milho dourada numa panela de ferro com açúcar quase queimado, cravo, canela e algumas doses de leite até ficar cozida e no ponto de virar quase um bolo compacto e úmido que comíamos com café preto. Uma delicia, adorávamos quando nossa mãe fazia.
Acho que a comida crioula cubana tem muita coisa em comum com a brasileira, já que os dois países são muito parecidos culturalmente à partir das influencias que receberam dos africanos; pena que não foi possível experimentar a do quilombo em Trindade.

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