Aos nove ou dez anos de idade, entrava pra dentro do guarda- roupas de minha mãe. Ficava ali enrolando-me em suas roupas de cama, seus casacos, suas toalhas de banho, procurando uma espécie de conforto que não sei explicar bem qual é. Quando ela chegava em casa, cansada do trabalho, eu ficava no meu canto, quieto, tendo a sensação de que tinha feito algo errado mas abraçado-a e beijado-a por horas sem que ela mesma soubesse.
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