Arica


Arica é uma cidade portuária, banhada pelo Pacífico e localizada no extremo norte do Chile (na costa Oeste), muito próximo à fronteira do Peru e Bolívia, por isso tornou-se um ponto de conexão por via terrestre entre os três países. 


SIGNIFICADO DO NOME:
A origem de seu nome segundo informações que colhi da Internet, está ligado à: lugar junto ao morro. Na cidade se encontra belas praças, bares, restaurantes, feiras de artesanato, construções arquitetônicas apreciáveis, igrejas como a catedral de São Marcos, projetada por Gustave Eifel, o estádio Carlos Dittborn, palco de jogos da Copa do Mundo, onde o Brasil foi bi-campeão mundial em 1962 e inclusive um cassino. Conheci melhor a cidade na volta a o Brasil, pois na ida para o Peru, fizemos uma passagem rápida  pela manhã, muito cedo. Tínhamos pressa de chegar em Cusco!


MORRO DE ARICA:
É o cartão postal da cidade; é uma ladeira íngreme com uma altura de 139 metros acima do nível do mar, de impressionante beleza margeando a cidade e causando a sensação de que a qualquer momento despencará sobre a cidade.
Nossa passagem por lá, era para ser de uma hora e meia para um simples almoço, mas acabou esticando-se por mais tempo, pela empolgação do pessoal em caminhar pela beira do mar e fazer compras, obrigando-me a conhecer mais detalhes da cidade.

AZAPA: 
Fica à cerca de 3 quilômetros de Arica, localizada entre duas colinas, numa estreita faixa de terra fértil, transformando-se num verdadeiro "Oasis" que permite a criação de uma grande variedade de frutas, legumes e azeitonas durante o ano todo. Esta azeitona de Azapa, é famosa por sua cor violeta e gosto amargo, dando origem a um forte óleo de degustação.


PARINACOTA:
É uma província muito interessante, nas redondezas de Arica, com diversificadas feiras de trabalhos artesanais como esculturas de pedras, madeiras, metais, reproduções arqueológicas, cerâmicas, tecelagens, tecidos, todos produzidos no local e que atrai muitos turistas, lembrando o nosso Camelódromo.


O MAR DE ARICA: 

Possui ondas propicias a pratica de surf e algumas enseadas são constituídas de pedras escuras e de aspecto vulcânico, formando muitas vezes áreas sedentárias e de difícil acesso. A água é fria e contrasta absolutamente com a temperatura quente da região cuja a umidade relativa é muito baixa.



Arica me chamou a atenção pela sua concentração de lojas, bares e restaurantes no centro da cidade. É uma cidade movimentada e que oferece aos seus moradores e visitantes, qualidade de uma metrópole, beleza e lazer.

OLLANTAYTAMBO E O VALE DO URUBAMBA


Eu já falei aqui no blog, que no segundo dia em Cusco, perdi todos os documentos e que depois os recuperei graças a honestidade da menina da lan house, que os guardou e a ajuda do colega de viagem Adilson que me ajudou nas buscas e que todo este dilema de estar sem documentação num pais distante, em que não se tem domínio sobre os costumes, idioma etc e tal, te causam uma insegurança muito grande. Que isto tudo aconteceu algumas horas antes da visita à Macchu Picchu que fiz numa manhã, pois eu tinha pressa e precisava retornar para Cusco afim de disponibilizar tempo para procura-los e resolver os trâmites legais caso não conseguisse encontra-los. Que para retornar à Cusco tive de comprar passagem de trem de Águas Calientes até Ollantaytambo, depois dividir um táxi- (Van) até Cusco e esta "indiada", acabou me proporcionando um dos passeios mais bonitos de toda a viagem, somente vencido pela visita que fiz as ilhas flutuantes dos uros em Puno. - Há males que vêem para o bem!

Ollantaytambo é uma província no vale Urubamba, margeado pelo rio de mesmo nome (Urubamba) e montanhas gigantescas de aspecto selvagem. Dizem que o lugar é muito antigo e foi um dos únicos que resistiu ao ataque dos espanhóis, graças a sua fortaleza inca erguida nas proximidades, ate hoje preservada.


Para muitos turistas que visitam o Peru, Ollantaytambo não passa de uma parada com nome confuso no trajeto de trem entre Cusco e o Vale Sagrado, mas o lugar tem sua beleza selvagem e peculiar. O trem trafega sobre uma estrada ingrime entre a margem do rio e os paredões de rocha que de um momento para o outro viram tuneis estreitos dando a impressão de que não suportará a largura da locomotiva sempre apitando.



Olhando para as montanhas se enxerga varias ruínas construídas sobre os morros e uma montanha gelada que denominam "Glacial Verônica" com mais de 4000 metros de altura. Algumas agencias de turismo local, promovem passeios à cavalo por US$ 50 em trilhas com a duração de 1 dia e para os que buscam aventuras mais radicais o Mountain bike, por US$ 49 e rating.



Atualmente, segundo informações dadas por um agenciador de turismo que encontrei na estação de trem, Ollantaytambo tem sido implementada com incentivos econômicos, através de restaurantes, bares, hotéis, pousadas e outras pequenas empresas prestadoras de serviços, de modo a modificar o esteriótipo de "lugar de passagem" e mostrar sua verdadeira importância no panorama histórico-turístico da região.



O rio Urubamba nasce no alto das montanhas próximas à região de Cusco, e desce para o Vale Sagrado. Por estar numa região extremamente montanhosa, o leito do rio é tomado de pedras, tornando-o assim, bastante propício para a prática de esportes como o rating. Ele é dividido em Alto Urubamba e Urubamba e também conhecido como Vilcanota, formando outros rios menores até formar o Rio Amazonas.


As margens deste rio é coberta por uma densa mata subtropical e plantações de coca e também nas suas águas turbulentas que foi implantada a hidrelétrica que fornece 69% de energia para todo o país.



ATÉ O PRÓXIMO PASSEIO!

AS RUÍNAS EM CUSCO:

O que fazer em Cusco além de sair à noite e prestigiar a variedade de bares, restaurantes, boates, Pubs, feiras de artesanato por todos os lados que se bate o olho, igrejas centenárias, mosteiros, museus, galerias com exposição de quadros, buzinaços de carros quase te atropelando nas ruas estreitas, toritos expostos sobre os telhados das casas para trazerem sorte, pechinchar os preços de toquinhas de lã, mantas, táxis que sempre dão certo? 
como a turma da viagem era grande, houve algumas divisões nos programas propostos, mas isto sempre acontece e foi aceito com naturalidade, já  que cada grupo escolheu o que melhor lhe cabia no bolso e na satisfação pessoal, é claro!


Então surgiu a ideia de dividirmos dois táxis e conhecer algumas ruínas, nas proximidades da cidade. Algumas eram cobrados ingressos, mas outros se enquadravam em nossos planos: "Entrar nas que eram de graça" e ainda por cima, conseguimos isto, com direito a um guia que se ofereceu para acompanhar o grupo por preço de camaradagem.


O cara (guia) que nos abordou, falava inglês, italiano fluentemente e o espanhol é claro. Se dizia dono ou trabalhava numa agencia de turismo, não entendi bem, e estava por ali como quem não queria nada, pois não tinha muito o que fazer naquele dia ensolarado de Cusco. Talvez estivesse esperando um grupo de "brasilenhos" interessados em conhecer a história de seus ancestrais e dar a sua parcela de boa ação à Papa mama ea nossa cultura geral, ora, essa!.. Talvez eu estivesse fazendo mal juízo do cara!.. Mas afastando as desconfianças que tive sobre o individuo simpático, ele nos ajudou bastante, nos mostrou tudo detalhadamente e deu informações preciosas sobre as ruínas de Puca pucara, Quenko e Tambomachay,. Esta ultima, só podemos ver à distancia, sobre um morro, com uma estatua branca e sem graça de Jesus Cristo tentando abraçar a cidade.

Neste passeio também tiramos fotos com algumas velhas peruanas tecelãs, sentadas na rua, que cobravam propina cada vez que tirávamos algumas fotos. Elas usavam exatamente este termo para cobrarem seus cachês "propina" e enrugavam a testa e davam as costas, quando nos fazíamos de desentendidos. Desconfiei que estavam ali estrategicamente com este objetivo.


As ruínas ficavam à cerca de uns 6 quilômetros da cidade e eram tão perto uma das outras que era possível ir à pé e driblar o mal estar da altitude. Também concentravam-se muitos vendedores ambulantes que negociavam roupas e artesanatos do local.


PUCA PUCARA:
É uma fortaleza composta de grandes muros, terraços e escadas, fazia parte da defesa de Cusco em particular e do Império Inca. Seu nome em quichua quer dizer "Fortaleza Vermelha" por suas pedras adquirem uma coloração vermelha no crepúsculo.. Este sitio foi assumidamente um dos pontos de paragem para descanso e estações de controle. Também utilizado como armazenamento de armas e apoio militar para fins estratégicos.



TAMBOMACHAY:
Em quíchua quer dizer lugar de descanso. Este sitio arqueológico era destinado ao culto a água e para que o chefe do Império Inca pudesse descansar. Este lugar também é denominado "Banhos do Inca". É composto de uma série de aquedutos e canais e varias cascatas de água que escorrem pelas rochas.


QUENKO:
complexo altar para rituais funerários. É composto por um sistema de túneis, galerias e cortes geométricos esculpidos em pedra. Frente esta área é o anfiteatro, um grande muro elíptico com 19 entradas que parecem ser grande assentos ou tronos, e um monólito interessante de 4,70 metros de altura. Quenko significa "zig-zag". É uma rocha calcária com grandes canais em ziguezague.




As fotos acima é uma galeria mortuária onde eram preparadas as múmias e também servia como local para tratamento de doentes, através de infusões, inalações e outras técnicas milenares. Tive acesso a este lugar à convite do vigilante local, que cuidava para que ninguém entrasse, uma vez que estava sendo restaurado e estava proibido visitações. Ele me mostrou em troca de seis soles, proposto por ele mesmo, com aquele jeitinho peruano de aumentar seus ganhos. Propina!..





Até o próximo passeio!

ILHAS FLUTUANTE NO LAGO TITICACA.

Nossa visita as ilhas flutuantes aconteceu quando retornávamos do Peru para o Brasil e fazia parte do roteiro estabelecido, pararmos em alguns lugares, afim de contemplar suas belezas naturais no finalzinho da viagem. Chegamos em Puno antes do horário do almoço e em seguida tratamos de garantir alguma embarcação que nos levassem até as ilhas.



Puno é uma cidade grande e nos chamou a atenção, alguns meios de transportes utilizados pela população desafiando o transito relativamente caótico.
Na beira do Titicaca fazia um calor de arder na pele e varias embarcações atracadas, ofereciam passeios até as ilhas, por preços muito em conta (10 soles por pessoa).
Almoçamos peixe assado de prato principal, com arroz ou batatas fritas de acompanhamento, (no Peru o acompanhamento é um ou outro), salada verde e coca-cola que lá tem um gosto diferente da que bebemos no Brasil, parece mais diluída, mais doce e com menos gás. A comida era farta e boa e as moças nos que atendiam, muito atenciosas e sorridentes.





















Visitamos algumas feiras de artesanato para nos exercitarmos e fazermos a digestão para depois subirmos nos barcos e visitarmos as ilhas artificiais construídas pelos Uros que ao meu ver foi um dos momentos mágicos de toda a viagem.
O lago parecia enorme e ouvi o homem da tripulação, que recolhia os tickts explicar orgulhoso, que 70% de sua extensão pertence ao Peru e os outros 30% as terras bolivianas, e que por aquelas bandas, chegava a uma profundidade de 230 metros, o que me fez desconfiar que ele estivesse mentindo. 
Bom o Titicaca é o lago navegável mais alto do mundo 3.815 metros acima do nível do mar, por outro lado, é considerado também como o único elemento natural capaz de temperar a região, considerando que sem sua presença, definitivamente não haveria a possibilidade de vida naquela altura.


A entrada até as ilhas se faz passando de barco por um estreito corredor de junco (totora), em seguida o lago se abre em toda a sua extensão possibilitando enxergar-se as primeiras ilhas. Esta entrada na área central de Puno é meio feia e com a água um tanto suja, dando a impressão de que é um lugar poluído, um pouco mais distante a água começa definitivamente a clarear e mudar de cor.

Caminhar sobre as ilhas causou em mim uma certa insegurança pelo fato de serem macias e em alguns lugares a gente sente a umidade da água sob os nossos pés, que chegam mesmo que superficialmente a afundar. As casinhas de totora construídas sobre aquelas ilhas, pareciam de brinquedo, era inacreditável estarmos num lugar tão exótico e ao lado de um povo tão amável.



As ilhas são construídas à partir desses juncos, (Totoras), que amarrados e sobrepostos em camadas que podem totalizar três metros de espessura e amarradas por estacas de madeira e cordas de nailon. Dizem que uma ilha, mesmo com “boa manutenção”, não resiste mais do que “oito anos”.


Os uros vivem em eterna manutenção dessas ilhas, uma vez que umedecidas tendem a apodrecerem e necessitam ser reconstruídas. Sobrevivem também da pesca, caça e fundamentalmente do turismo através da venda de artesanato local e alguns percentuais à partir das visitações turísticas trazidas pelos barqueiros. Naquela tarde recebemos uma aula explicativa de como são construídas as ilhas e de que forma sobrevivem, naquele lugar.



Os Uros são diferentes na estatura, aparentando serem mais baixos que o resto da população peruana, na cor da pele mais escura, provavelmente pelo lugar onde vivem e no modo que sobreviverem. Orgulham-se de sua história que tanto cultuam, são exóticos, criativos e quando os vimos diante de nós, tivemos a sensação de estarmos participando de um set de filmagem de aventuras e ficção do Spielberg.
A Totora é uma planta abençoada para eles, versátil, pois nasce na água e quando seca ao sol, oferece resistência suficiente para não afundar. Pode-se comer sua raiz, fazer chá e remédios de suas folhas e flores.


Aguas Calientes

Depois é que eu entendi o Ton ter me dito com seu jeito meio tímido, que sentiu medo ao chegar na janela do quarto, do albergue em Águas Calientes, na noite que antecedia nossa subida à Macchu Picchu. Havia uma montanha tão grande diante de nossos olhos que dava a impressão de que  a superfície da terra se estendia do chão até onde nossa visão não podia mais alcançar e a sensação maior era de que não existia céu, mas uma continuidade imensa de chão se desdobrando diante de nós até o infinito em formações montanhosas. Era temerosamente surreal a natureza impondo sua grandeza implacável e suntuosa sobre nós mortais.
Águas Calientes é uma pequena cidade, com jeito de povoado, cercada de grandes montanhas e margeada pelo Rio Vilcanota onde se ouve o tempo todo o ruído de suas águas. 



Nas poucas ruas existentes, ficam as pousadas, os albergues, os bares, os restaurantes e todos os variados serviços utilizados pelos viajantes que visitam Machu Picchu. Suas ruas são estreitas e íngremes, centralizando-se numa pequena praça com a estatua de Pachacutec e uma pequena igreja. Seu nome se deve a existência no local de uma fonte de águas quentes que pode ser desfrutada pelos visitantes na parte alta da cidade. Estas piscinas termais são ao ar livre e podem ser encontradas a 15 minutos fora da cidade (seguindo a rua principal, à direita da praça até a colina), e os custos US$ 3 para usar. Existem vestiários, chuveiros, sala de bagagens e um pequeno café que vendem lanches, refrigerantes e cerveja.



Para chegar à cidade só existem duas possibilidades: de trem saindo de Cusco em uma viagem de aproximadamente 4 horas ou caminhando em trilhas exaustivas por alguns dias. Nós optamos por uma terceira: Saímos de Cusco de micro ônibus, passeando pelas fabulosas montanhas e penhascos até a estação de trem nas proximidades de Ollantaytambo  e depois até Águas Calientes (que só se chega de trem), onde  dormimos num albergue (o melhor de toda a viagem) para que na manhã seguinte subíssemos a velha montanha. Águas Calientes é uma cidade de singular beleza situada num vale de floresta tropical aos pés da Cidade Inca (450 m abaixo) e que passear por suas ruas, usufruir de sua beleza, bares e restaurantes, já é um presente.







A região onde situa-se Águas Calientes é cercada por uma floresta tropical, com montanhas cobertas de florestas, que pela manhã seus visitantes despertam com uma espécie de neblina onde esconde vales e recantos com ar de paraíso perdido.
É na área central e mais alta da cidade que se adquiri passagens em Vans, que levam até a porta de entrada de Machu Picchu, além da opção de fazer o caminho a pé pela montanha vizinha.

Respirando Macchu Picchu.

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Parece que agora consigo respirar Macchu Picchu e talvez elaborar intrinsecamente os benefícios que obtive por lá. Disseram-me que chegar até Macchu Picchu era uma experiência e tanto, única e cujo o objetivo alcançado provocava um sentimento de bênção, de satisfação espiritual- pessoal, algo tipo transformador do espírito e que o simples contato com o local era tão magico, que acabava causando modificações na forma de se ver a própria vida. Uma amiga até me escreveu numa página de recados:
"Luis, olhando tuas fotos sinto que nestas viagens reencontras o teu "EU" mais profundo. bjs" .
No principio, achei um exagero, discordei desta opinião por que percebi somente mais tarde, que meu olhar estava focado de forma diferente, não espiritual ou místico, ao que estava sendo-me apresentado e que não estava sincronizado ou aberto à receber energias que a grande maioria das pessoas buscavam e acreditavam encontrar naquele lugar e muito menos pensava nisto, mas passado algumas semanas, já em casa, percebi que Macchu Picchu me foi um divisor de águas, onde fui posto à prova em diversos aspecto da minha vida e quem sabe aí, estava o mistério transformador!..
Na medida que os dias se passavam, foi ficando mais claro minha posição com relação a alguns sentimentos que antes não estavam definidos dentro de mim. Mostrou-me mudanças e novas direções a serem tomadas que até então eu não tinha percebido. Me fez principalmente me dar por conta que alguns desgastes poderiam ter sido evitados sim, quando se percebe o risco de se persistir em sentimentos acabados, de ressuscitar emoções que já se perderam no tempo, de achar que é possível transforma-los em outros melhores e saudáveis, em como nos envolvemos e manifestamos sentimentos egoístas em defesa de nossos objetivos tendenciosos e doentios e neles ficamos presos, que também cometemos erros em cima de erros cronificando magoas e insatisfações.
Me fez mais arguto, paciente e perceber atitudes inesperadas de amigos e também de estranhos.
O próprio fato de eu ter perdido e depois reencontrado todos os meus documentos, foi uma lição e também um teste de equilíbrio emocional forçado e inesperado.
Em fim, caiu a ficha!..
Acho que este lugar manifestou diferentes mudanças para diferentes pessoas nos parâmetros de suas receptividades e necessidades e que agiu sim de maneira sutil sobre todos lá presentes. Em mim provocou revoluções necessárias e só percebidas mais tarde.

Dos tempos escolares

Quando meninos, eu e meus amigos usávamos uma capa de lã marinho, que eram distribuídas pelas escolas públicas onde estudavamos e que nunca mais vi o mesmo modelo circular pelas ruas  depois que me tornei adulto. Tinha dois cortes frontais que favoreciam expor ou esconder as mãos, dando liberdade aos movimentos e privacidade as descobertas. Era comprida, abaixo dos joelhos e protegia muito dos dias frios de inverno aqui do sul. Eu me sentia meio John Wayne protegido dentro dela. Com o tempo, as escolas trocaram-na pela japona de lã que me parecia não ter o mesmo efeito térmico e de alimentar a imaginação infantil, ao menos a minha imaginação!.. 
Hoje a cidade amanheceu com aquele mesmo clima frio, ora com sol, ora ventoso  e com aquela chuvinha fina e gelada dos meus tempos escolares e isto me deixou um tanto saudoso!

Algumas vezes

Estava errado sobre mim mesmo, ao menos acordei pensando assim, não faço mais acontecer saindo anciosamente na frente, espero que a engrenagem propulssora deste maquinismo interior inexplicável me dê sinais do caminho para depois dar o primeiro passo em direção da escolha. 
Algumas vezes prosseguimos sem rumo e meio cegos, mas a saída tem sempre dois pólos adversos cujo o destino te empurra para um deles. Absurdo isto, mas é a pura verdade, minha verdade agora, sem alegorias, a gente parece decidir tudo mas não decide nada, só pensa que decide, age por um tipo de indução espontânea, meio livre, mas é pura ilusão. 
A vida vai escrevendo traços, revelando leituras, impondo condições, calcificando marcas, abrindo caminhos mais íngremes de forma sutil e engenhosa. A vida é professor e nós alunos, é inteligente, perspicaz, saborosa, dolorida, condicionadora, mentirosa, mas é só o que temos como veiculo para nos agarrarmos e conduzirmo-nos à algum lugar que supomos ser nossa meta de satisfação!
Eu sei o que estão pensando, isto não é nada revelador é talves uma pequena diferença no angulo estreito em que vejo e percebo as coisas, nesta manhã preguiçosa sobre a cama. 

Acho que devo ter tomado  muito café!..

Todos os títulos com conteúdos velhos de blogs que acompanho.

E quando abri a janela, nada estava atualizado:
FORA DO AR.(continua fora...) ALEM DO QUE SE VÊ: Banho de mar. ATRAZ DO QUE FICA ATRAZ DO PENSAMENTO: contagem regressiva. AH, TÁ BOM ENTÃO, à margem esquerda do Sena...



Voce é apenas um numero que pode ser inventado na hora do aperto


Susto! No segundo dia em Cusco perdi todos os documentos (carteira de identidade, passaporte, cartões de credito, menos dinheiro, que costumo carregar no bolso da calça). E eu quando percebi isto, queria me bater, pois não havia outro responsavel a não ser eu mesmo! Eu havia estado em poucos lugares naquela noite e lembrava ter saído do albergue com um colega da excursão(o Adilson) e a bolsa a tira-colo, na intenção de ir a uma lan house fazer contatos com o Brasil. A primeira lan estava fechando e em seguida nos dirigido para uma outra, na mesma rua, que ficava aberta até mais tarde, lembro de ter colocado a bolsa no chão, do lado do meu pé após ter me acomodado na cadeira e o resto da cena, daí por diante, virou um branco total na cabeça, ate o momento de chegar ao albergue, quando percebi estar sem a bolsa. Voltamos para lan que por azar já havia fechada e daí por diante, começou uma estressante reconstituição de fatos onde a lacuna era onde eu a tinha deixado a "maldita bolsa". No outro dia sairíamos muito cedo para um passeio em Ollantaytambo, Águas Calientes onde dormiríamos, visita à Macchu Picchu pela manhã e só retornaríamos no outro dia tarde da noite e eu precisava decidir o que fazer: Ou ficar na cidade até a lan abrir as 10 da manhã onde acreditava estar meus pertences ou ir ao passeio já pago (120 dólares) que incluía um almoço no caminho, jantar e pernoite em Águas Calientes, café da manhã e o mais importante, ingresso para Macchu Picchu, objetivo da viagem. Bom nestes momentos é preciso relaxar, tomar a decisão acertada, desviar ideias negativas e desnecessárias, por que independente da preocupação, da raiva, da culpa, de estar P da vida e de não saber oque exatamente fazer, as coisas seguem rumos naturais próprios. Então optei por ir no passeio, na tentativa tambem de desviar o pensamento das situações futuras embaraçosas. Depois de algumas horas contemplando toda a beleza e grandeza de Macchu Picchu, Adilson e eu decidimos retornar para Cusco e resolver a situação, pois o resto do pessoal estenderiam o passeio por todo o dia numa caminhada exaustiva pela beira do rio Urubamba até a hidroelétrica e ganhariamos tempo se não fossemos junto e na mesma noite retornaríamos ao Brasil. Sabia que teria problemas para sair do país sem os documentos e então o jeito era voltar até o albergue em Cusco, onde eu havia pedido para alguns funcionários procurarem nas lan houses próximas, com a promessa de uma recompensa e caso não achassem eu deveria dar inicio aos trâmites legais, (policia , embaixada, etc, etc.). Almoçamos e pegamos o trem em Águas Calientes até Ollantaytambo na classe C, com serviço de bordo (por 54 dólares), contemplando pelas janelas e o teto panorâmico do trem as margens selvagens do rio Urubamba cheio de pedras gigantescas da ultima enchente e as majestosas montanhas que pareciam a qualquer momento encostarem nas paredes externas do trem. Me dividia entre a ansiedade de encontrar minha documentação, medo de ficar de alguma forma preso ao país e a beleza selvagem do lugar. Na ultima estação em Ollantaytambo dividimos uma Van com algumas pessoas até Cusco por 10 soles e chegamos às 17horas, cinco horas de viagem. Na Estação Férrea a vendedora de passagens nos garantiu que a viagem de taxi ou Van de Ollantaytambo até cusco demorava uns 15-20 minutos, mentira, levou 2 horas subindo e descendo vales intermináveis. Chegando em Cusco a primeira coisa que fizemos foi irmos até a lan house onde fomos atendidos pela mesma moça simpática da noite fatídica e que com um sorriso tímido estendeu minha bolsa com todos os pertences ao Adilson. Eu quase não acreditei que estava recuperando meus documentos. Agraciei-a com com um sorriso largo de satisfação e 30 soles, que ela pareceu satisfeita. Daria mais se tivesse.
Bom disto tudo eu aprendi algumas coisas:
Primeiro:
Não se deve andar com todos os documentos pra cima e pra baixo com o risco de perde-los ou ser roubado!
Segundo:
É interessante fazer cópias dos mesmos!
Terceiro:
Tentar registrar na memoria ao menos um numero de documento, assim se perder-los, você tem ao menos um numero que o identifique na hora de uma queixa que exija algumas formalidades. Durante a compra do bilhete de trem, a vendedora só queria um numero de identificação para colocar em seus registros, como eu não lembrava de nenhum (pois tinha perdido tudo), ela não queria me vender o bilhete, quando inventei um numero de identidade (o numero do telefone do meu celular), ela nem pediu documentação para conferir e em seguida me liberou a passagem. Resumindo, você é apenas um numero que pode ser inventado numa hora de aperto!
Quarto:
Existem pessoas honestas em qualquer parte do mundo, que bom. A moça da lan , por exemplo, poderia ser desonesta e ter ficado com algumas lembranças que eu carregava dentro da bolsa e ter jogado meus documentos fora. Seria a minha palavra contra a dela, de que eu havia deixado a bolsa na lan house. Na verdade eu não tinha se quer certeza de que a bolsa estava lá!
Quinto:
Ter alguém do seu lado, que o acompanhe nestas maratonas de buscas e soluções é de grande importância. Nestes momentos de tensão é necessário literalmente que te peguem pelo braço, te acalmem e te dê sugestões para uma melhor solução do problema.
Sexto:
A ajuda pode vir de quem menos se espera, não importa a intenção.



Congelado e sem flamingos cor de rosa!!

Quando devo sentir que esta tudo realmente errado sem arrumar razões desculpáveis, que devo tomar providencias contra estas angustias, estas repetições insolúveis e desnecessárias? Quando devo parar, mudar de rumo, ir embora e encontrar o que eu procuro!.. Me levantei esta manhã como este lago que fotografei pela janela do ônibus, durante a passagem por Passo de Jama. CONGELADO e sem flamingos cor de rosa!!


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Tudo que é demais cansa!

Esta noite sonhei que estava na praia, tomando banho de mar, mergulhando numa agua verde e de uma transparencia inigualável. Será que já estou com saudades do verão? Que estes dias cinzas, de temperaturas baixas e chuva por aqui no sul estão me cansando, mesmo tendo em mim que gosto mais do inverno do que do verão? Talves feche a teoria de que tudo que é demais cansa!

Duas medidas!

De tarde atendi uma mulher que tomou 4 comprimidos de Longactil e oito de diazepan. Não sabiam a hora que ela havia tomado as medicações e a quantidade concluíram pelas cartelas rompidas e jogadas em volta de sua cama. Quando cheguei ela apresentava sonolência, mas ainda parecia lúcida e até colaborou vestindo um calçado para ser conduzida até a ambulância. A orientação recebida pelo médico foi que a levássemos ao posto de atendimento para uma primeira abordagem clínica, uma posivel lavagem gástrica e finalmente avaliação psiquiatrica. Lembro de ter deixado-a no posto em torno das 15 horas acomodada numa cadeira, pois não disponibilizavam de camas para que ela deitasse. As 18 horas o posto solicitou remoção da mesma ao pronto socorro para uma avaliação neurológica pois não respondera ao tratamento. Perguntei a médica se haviam feito lavagem gástrica na paciente, o que ela respondeu que não se fazia em pacientes com ingesta de diazepan. Eu desconhecia esta informação e lembro que no tempo em que trabalhava em emergencia clinica era uma rotina!.. Neste momento percebi que a paciente encontrava-se comatosa, com soro no braço e oxigenio nas narinas, muito pior do que quando a deixamos no posto. No pronto socorro quando passei o caso para o plantonista clínico ele olhou para a paciente, dirigiu-se ao grupo de enfermagem e solicitou em voz alta. Uma lavagem gástrica aqui!- prescrevendo em seguida no boletim. O que me deixa inconformado e até indignado com tudo isto, é que as coisas parecem não evoluir no sentido de favorecer uma pessoa que corre o risco de morte e que me pareceu ter ficado na espera de um atendimento digno e procedimento correto, desde a hora em que eu a levei e que quando piorou foi chutada para outro serviço, que realizaria o mesmo trabalho que não foi feito por justificativas que considero rasas para serem aceitas.

ESTOFADO DE VACUNA

Pedir um prato de comida no Chile, quando não se domina o idioma e os costumes locais parecem um tanto diferente. corre-se o risco de inúmeras vezes degustar algo que não faz parte de nossos planos gastronômicos. 

Por via das dúvidas eu não me arriscava e optava pelo "estofado de vacuna", um tipo de ensopado de carne, com temperos fortes e de difícil identificação. As senhoras da foto acima, são de um restaurante de beira de estrada onde experimentamos as variedades alimentares. Eram tão simpáticas que paramos na ida ao Peru para jantar o estofado e depois na volta ao Brasil. A variedade com certeza não deve ser das melhores que o país tem para oferecer, mas aí vai a receita que peguei da internet:


INGREDIENTES:
2 quilos de picadas tapapecho:
( Parte dianteira do boi que eu desconheço!)
2 xícara de ervilhas
1 cebola cortada pena (fina)
2 colheres de sopa de petróleo: (Não faço a mínima ideia do que seja, mas acredito não ser o petroleo que conheço!)
8 batatas em rodelas
4 tomates maduros, cortados
1 cenoura, cortada
2 xícaras de água
sal, pimenta, orégano e cominho a gosto
2 colheres de sopa. salsa picada

PREPARAÇÃO:
Coloque em uma panela e, em seguida, espalhar o óleo em camadas sobrepostas, cebola, cenoura, carne, batata, tomate e ervilhas. Dissolver o tempero na água quente e despeje sobre o cozido. Cozinhe coberto, em fogo baixo por cerca de uma hora, sem mexer. Se adicionar mais água seca.

O Mercado Publico de Cusco


Em visita ao Mercado Publico de Cusco, não pude deixar de me surpreender e sentir um certo constrangimento, comum, quando se faz comparações com regras já conhecidas e estabelecidas no país onde vivemos evidentemente necessárias.
Quando vi esses produtos ao consumo  humano, sem a mínima proteção e condições de higiene me perguntei: Como pode uma coisa destas, carne exposta deste jeito e sem refrigeração?
Impossível não se escandalizar, deixar de fazer comparações e perceber que algumas coisas são de extrema necessidade para a saúde e que pelo neste quesito, estamos na frente.




















Na foto à baixo, sem muito esforço, pode-se perceber que são cabeças de gado sem pele, jogadas no chão, de um corredor muito sujo, onde centenas de pessoas passam.
Estavam lá para serem vendidas e provavelmente consumidas, pelos clientes interessados. As mosquinhas felizes e voando sobre os produtos, a maquina fotográfica não capturou!
O mercado de Cusco talvez seja o retrato da pobreza da população e da indiferença das autoridades com relação as questões sanitárias e de saúde pública.


Até a próxima viagem!

DE VOLTA AO COMUM

Almoço com amigos, gargalhadas, galinha descabelada, vinho tinto, mouse de morango, chá de framboesa e uma boa cochilada para reanimar. Depois ver fotos da viagem, comentar, relembrar, explicar, relaxar, gargalhar, gargalhar... 
Que bom estar de volta em casa, na companhia de amigos. Nada pode ter sentido maior se não voltamos aos nossos dias comuns, aos nossos amigos comuns, a nossa vida comum!..

O ALBERGUE EM CUSCO


O albergue que fiquei em Cusco, me pareceu grande e colorido, lembrando aquelas pousadas tropicais com guarda-sois sobre as cadeiras e mesas de plástico branca espalhados pelo pátio. Depois, olhando com mais atenção e alguns minutos a mais de ambientação percebi que estava meio falido. Nada funcionava direito. O chuveiro não esquentava, alguns azulejos descolando das paredes, a sala da administração parecendo um depósito de entulhos, a cozinha idem, e alguém observou que não havia pia para lavar a louça e os alimentos, o serviço de lavanderia.., o Ó do Borogodó. Algumas pessoas que arriscaram-se a usar o serviço de lavagem de roupas, receberam-nas mal lavadas, manchadas e faltando peças. O quarto em que eu e o Ton ficamos era espaçoso, porem vertia água de uma das paredes de pedra.
A senhora que servia o café, se estressava a cada vez que alguém sentava à mesa para o de jejum matinal, também não havia um horário estipulado para este serviço, o que obrigava os hóspedes a sentarem na mesa em horários diversos e quando tinham vontade. Bem era gritante a deficiência  do serviço. Na saída a proprietária espalhou folders para a divulgação do estabelecimento -Hostal Illary. Ela deveria estar brincando!...

DIRETO DE CUSCO NO PERU PARA O MUNDO


Bom, depois de estar devidamente acomodado no albergue aqui em Cusco, ja posso dizer que está tudo tranquilo. Algumas situações difíceis, causou certo stress no pessoal durante a viagem, mas que depois foram superadas a o chegarmos em nosso destino.


As ruas estreitas e de pedras em Cusco, lembram um pouco o Pelourinho em Salvador ou Ouro Preto em Minas, mas com o diferencial é que são mais estreitas e circulam veículos desenfreados e em más condições buzinando o tempo todo e fazendo manobras arriscadas por todos os lados que se olha.
Não existe respeito pelas leis de trânsito por aqui!...
Será que existe lei de trânsito por aqui?... Apesar disto a cidade parece aconchegante e simpática.

Perguntei para um taxista se ocorriam muitos acidentes e ele confirmou: Muchos, muchos!..
Estou compartilhando o mesmo quarto com o Ton e que acredito ser o melhor do albergue com banheiro privativo e camas espaçosas. Uma das paredes de pedras naturais, sem reboco, verte água o tempo todo, ainda bem que são poucos dias por aqui e não dará tempo para uma pneumonia!


Hoje visitei com amigos, alguns sítios arqueológicos, que por aqui não faltam, caminhei por lugares interessantes na cidade, visitei igrejas, museus, caminhei entre a população, o que me levou a perceber o quanto este povo é rico culturalmente e por outro lado muito pobre, beirando a linha da miséria. É dar alguns passos pelas ruas e já somos abordados por vendedores ambulantes que nos cercam oferecendo do artesanato à comida. Eles falam ao mesmo tempo, competindo um com o outro e a gente não consegue entender absolutamente nada. Parecem implorar para que compremos seus produtos à qualquer preço. Percebo que são um tanto mercenários também. No mais a cidade é linda!


Encontrei telas pintadas á óleo por aqui que são magnificas, mas não tenho coragem de compra-las e correr o risco de estragarem durante a vigem de volta ao Brasil. As roupas e artesanato, são muito baratos. Amanhã sairemos à procura de um lugar que fabrica e vende instrumentos musicais. O Ton, meu colega de quarto, quer comprar um violino para dar de presente a sua namorada. Acho que ela vai adorar!
Ah, outra surpresa: Aqui perto da Praça das Armas tem Mac Donald's. Eu e o Adilson, fomos experimentar um lanche que é parecido com os servidos no Mac Donal's no Brasil. Os pães são os mesmos mas a diferença está nos molhos apimentados pra caramba e com cores diferentes e fortes. Tem um que é verde, será que é o tal de guacamole? Detestei quando experimentei no deserto chileno.
Amanhã visitaremos o Mercado Publico, algumas igrejas e se der outras ruínas incas.

DO PRIMEIRO ASSALTO A GENTE NÃO ESQUECE

Em alguns momentos da vida o infortúnio não vem sozinho, ele vem surpreendente em forma de cascata, parecendo querer te dizer que hoje não é o seu dia.
Primeiro infortúnio:
Hoje pela manhã quando saí para o trabalho, encontrei meu carro na garagem com o pneu traseiro arriado, então pensei em não perder tempo e ir de ônibus mesmo e para isto eu teria de andar umas três quadras e cruzar por uma praça em frente da minha casa.

Segundo infortúnio:
Ainda estava escuro e percebi que um homem alto, dos seus quarenta anos se aproximou de mim com um objeto na mão que parecia um espeto de assar carne, ele falava de voz alta apontando o objeto pra mim e usando aquelas gírias que a gente fica arrepiado só de ouvir:
_E ai mano sai um dinheirinho aí pra eu tomar um café?
Eu fiquei assustado com a sua aproximação e de repente desconfiei do pior.
_Tu vais me assaltar cara? Perguntei surpreso.
Acho que meu nervosismo o incentivou mais.
_Vai depende de tu meu irmão, se colaboá numa boa ou numa ruim!..
Eu coloquei a mão no bolso simulando alguma tranquilidade e entreguei oque tinha, trinta reais. Me desesperava em pensar no transtorno que eu teria de enfrentar se ele quisesse também a minha pasta com todos os documentos, numa quase véspera de viagem, mas se satisfez com o que eu lhe entreguei e desapareceu a passos largos e rápidos entre as árvores da praça.

Terceiro infortúnio:
Lembrei que ele havia levado todo o dinheiro que eu tinha no momento e então liguei para o meu colega me pegar de carro numa parada de ônibus próxima. No caminho para o trabalho, lembramos de todas as possibilidades que eu poderia ter utilizado para evitar o assalto e até alguns golpes à la Bruce Lee para recuperar as merrecas que eu havia entregue ao ladrão.
Afinal foi um assalto ou uma doação espontânea, nos perguntamos rindo para relaxar.

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...