O MELHOR SUCO DE MELANCIA DE PORTO ALEGRE


Depois de uma breve passeada no Bric, decidi almoçar na Lancheiria do Parque, famosa nos tempos áureos, 60 e 80, dos porto-alegrenses, mas ainda bastante respeitada pelos moradores locais, intelectuais e grupos diversos que por ali param para beber uma cerveja, comer um Xis Burger. O almoço ainda continua com um cardápio simples, mas variado. Garçons simpáticos e prestativos. 
Aah, não se assustem pois os garçons gritam uns com os outros, como os vendedores nas bancas de peixe, na semana santa. 
"Sai um suco de melancia aí, a mesa tal precisa de atendimento, mesa tal está liberada, vamos repor o bife, .."


Pedi o famoso suco de melancia, já que nas mesas vizinhas, a preferencia da maioria eram por sucos, que que são servidos em copos grandes e o restante ficava na jarra do liquidificador sobre as mesas.
O suco de melancia e muito apreciado por ali. Você pede um copo e vem quase dois pra alegria do consumidor sedento,

DESCONFIANÇA GERAL

Vocês por certo vão dizer que eu não paro mais em casa, que ando queixoso demais, que eu estou preocupado demais com coisas banais, também com os outros, ou melhor, com o que eles pensam a meu respeito e materializam isto em suas atitudes. 
Eu vou dizer que sim: Estou sim, que fico preocupado, ansioso  principalmente quando apresentam indícios duvidosos quanto ao meu caráter.
Por outro lado, eu também duvido do caráter de muita gente que circula na minha volta. Então estão todos quites com estas questões! As vezes penso que o mal do século e a falta de confiança.

QUEM FOI CHIBATA



O médico-legista Harry Shibata é acusado de assinar laudos necroscópicos falsos de presos políticos assassinados pela ditadura. Seu nome aparece diversas vezes no “Dossiê dos mortos e desaparecidos políticos a partir de 1964”, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos.

Entre os laudos assinados por ele, estão o de Carlos Marighella, dado como morto em tiroteio, mas, na verdade, executado com diversos tiros; Vladimir Herzog, que segundo o regime teria cometido suicídio, versão já desmentida oficialmente pelo Estado brasileiro; e Sônia Maria Angel Jones, cuja tortura e estupro teria sido transformada por Shibata em morte por tiroteio.


Em abril de 2012, o médico sofreu um “escracho” em frente de sua casa, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, organizado pela Frente de Esculacho Popular (FEP).

FRUTA ESTRANHA

Está cada vez mais comum nos nossos dias as discussões sobre racismo na TV, jornais e todo o suporte de difusão de informação, que se tem acesso. Mas a 100 anos, a dama do jaz, Billie Holiday chocou os EUA com sua interpretação da canção 'Strange Fruit'.

Billie Holiday com sua voz inigualavelmente triste e rouca e uma divisão espetacular, deixou os espectadores de maioria branca, em silencio no teatro em que se apresentava, até começar um primeiro depois o segundo aplauso. A musica era um soco no estomago da sociedade comandada por homens brancos da época. Nunca, ate então, uma composição musical fora tão direta numa ferida que nunca se fechou.


Dá pra imaginar as pessoas ouvindo esta musica e irem percebendo qual era a estranha fruta, pendurada no Álamo. Há um sentimento revelador quando a escutamos, e surge aquela imagem de olhos sofridos arregalados e boca distorcida, saltando na nossa direção impetuosamente.

Em 20 de abril de 1939, a cantora de jazz Billie Holiday (entrou num estúdio com uma banda de oito excelentes músicos para gravar Strange Fruit (Fruta Estranha).

Essa chocante música sobre os horrores dos linchamentos nos Estados Unidos, não foi apenas o maior sucesso de Billie Holiday, mas também se tornaria uma das mais influentes canções de protesto do século 20 – e que continua a nos dizer coisas sobre violência racial nos dias de hoje.
Em 1999, ela foi escolhida pela revista Time como a "canção do século".

FRUTA ESTRANHA:

1-Árvores do sul produzem uma fruta estranha
Sangue nas folhas e sangue nas raízes
Corpos negros balançando na brisa do sul
Fruta estranha pendurada nos álamos

2-Cena pastoril do valente sul
Os olhos inchados e a boca torcida
Essência de magnólias, doce e fresca
Então o repentino cheiro de carne queimando

3-Aqui está a fruta para os corvos arrancarem
Para a chuva recolher, para o vento sugar
Para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem
Aqui está a estranha e amarga colheita

AS NUVENS NEGRAS DE 64

Em 1964, eu tinha 6 anos de idade, mas lembro-me de uma cena que sempre se repetia com alguma frequência na minha casa, na zona leste de Porto Alegre. Meu tio que morava no mesmo pátio, porem numa casa separada, estava no exercito e passava sempre lá em casa com um Jeep do exercito. Eram passadas rápidas, logo que anoitecia. Talvez fosse pegar algum pertence pessoal, não sei. 

Ele descia correndo do veiculo que dirigia e entrava no pátio gritando: Tá na hora do silencio gente, vamos apagar as luzes!.. Minha mãe colocava imediatamente eu e minha irmã de 5 anos na cama e desligava as luzes da casa. 

O governador do Estado era Ildo Meneghetti. Foi a última eleição antes da deposição do presidente João Goulart e instalação do Regime Militar de 1964.

Deitado na cama, eu não sei dizer o que se passava na minha cabeça de seis anos, além de muito medo, de alguma coisa que não conseguia ver e nem entender.  Mais tarde, na escola, já adolescente, soube que se tratava do Golpe de 64 e que não era uma coisa boa. Minha mãe dizia, que o Exercito estava defendendo o país dos comunistas, que matavam até crianças para conquistar seus objetivos. Mais maduro, consegui entender quem eram os verdadeiros vilões desta história



CAINDO A FICHA


Agora aos sessenta e três anos de idade é que estou sentindo a ficha cair, embora a cabeça ficou lá atrás nos quarenta e poucos anos de idade. Mas como disse uma vez Caetano Veloso, numa entrevista dada a um jornalista, sobre os aspectos negativos do avanço de sua idade.

Ele respondeu que era a falta de agilidade, que o corpo não respondia mais aos interesses e desejos de sua vontade, ou seja: a vontade de fazer certas coisas corria em tempo diferente do corpo, que ficou mais lento, mais sensível para realizar determinadas coisas.


Tenho me analisado algumas vezes e percebido que comigo, também tem sido assim, além de ter surgido outros interesses, como jardinagem que antes nem cogitava fazer. Gosto de observar as diferentes texturas das plantas, plantar mudas, podar, trocar de vaso

Gosto também de decorar a minha casa, mesmo que seja somente trocar os moveis de posição pra ver como é que fica... Quanto ao me relacionar com pessoas é sempre o mais difícil das etapas pra mim. Na verdade, sempre foi.

MEIA LEGUA O LIBERTADOR DE ESCRAVOS




O texto foi retirado integralmente da wikipedia.org/.

Benedito Caravelas era um escravo nascido na Villa Nova do Rio de Sam Matheus. O apelido Meia-Légua veio de suas várias viagens ao nordeste. Suas qualidades de líder, sua coragem e sua astúcia transformaram-no em símbolo de esperança de libertação para os escravos da região norte do Espírito Santo.

APELIDO DE MEIA LÉGUA:
Em um das várias vezes em que foi preso, Benedito chegou a São Mateus amarrado pelo pescoço, sendo puxado por um capitão do mato montado a cavalo. Os negros que foram presos junto a ele foram obrigados a surra-lo. Dado como morto, seu corpo foi entregue aos escravos para providenciarem seu sepultamento no Cemitério dos Escravos, na Cachoeira do Cravo. Deixaram seu corpo na Igreja de São Benedito e ficaram de fora rezando. No outro dia, quando entraram na igreja, não encontraram o corpo, mas apenas as pegadas com marcas de sangue. A partir dai surgiu a lenda de que Meia-Légua era protegido de São Benedito, pois andava com uma pequena imagem do santo em um embornal.

Meia-Légua pretendia invadir São Mateus no dia 26 de Julho de 1881. O plano era invadir a cidade no dia de Santa Ana, onde entrariam no Porto com o pretexto de louvarem a santa. Junto a ele havia outros líderes quilombolas, dentro os quais estavam Viriato Canção-de-Fogo, Constância D'Ângola, Negro Rugério e Clara Maria do Rosário dos Pretos. A tomada da cidade foi evitada porque o plano foi descoberto. Ao ser informado, o presidente da província enviou um destacamento para o local, a fim de combater os insurgentes. A força era composta por 24 praças de linha, um inferior e um corneta, sobe o comando de um oficial. Este destacamento, em conjunto com os capitães do mato da região, tomaram de assalto o quilombo de Negro Rugério, onde atualmente se localiza o bairro Santana e Conceição da Barra. Depois de cercado o quilombo, o Alferes, comandante do destacamento, penetrou nele sozinho, sendo que naquela ocasião foram ouvidos dois tiros. Benedito errou o alvo e fez-se em fuga, perseguido pelo mesmo alferes que não conseguiu captura-lo. A maioria dos negros aquilombados foram mortos nesta ocasião, sendo queimadas todas as casas de farinha ali presentes.

20 escravos fugidos, comandados pelo criminoso Benedito, condenado a galés, ex-escravo dos herdeiros de Dona Rita Cunha, mãe do Barão dos Aymorés, formavam um quilombo em São Mateus. O grupo, cujos elementos viviam dispersos por diferentes lugares da comarca, espalhavam o terror por onde passavam, atirando e roubando.

FAMA DE IMORTAL:
O bando de Benedito Meia-Légua saía sempre me pequenos grupos, sendo que cada grupo tinha um líder que mantinha sempre as características suas, a fim de confundir os perseguidores. Com tal artifício, Meia-Légua e seus companheiros conseguiram se manter durante quarenta anos, sempre perseguidos, mas nunca capturados. Quando era noticiada sua morte, ele reaparecia em outra fazendo com novas investidas. Graças a isso, espalhou-se o mito de que era imortal.

MORTE DE MEIA LÉGUA:
Velho, doente e mancando de uma perna, só foi morto por ter sido traído por um caçador, que denunciou as tropas seu esconderijo, sendo este o oco de uma árvore, onde sempre dormia. Aqueles que o perseguiam montaram tocaia em volta do tronco e ali ficaram até a noite, esperando que ele se recolhesse para dormir. Logo que o viram entrar, taparam o tronco e lhe atearam fogo, que ardeu durante dois dias e duas noites.


EM PROCESSO DE MUDANÇAS

Dai, que muita coisa mudou, em apenas um mês. Eu vinha sentindo transformações em minha vida, que estavam sendo processadas de alguma forma. Uso as palavras que o Chico Buarque usou numa musica: que talvez sejam os astros, os búzios, as cartas, os santos. Seja lá quem processou tudo isto, me avisando em sonho e intuitivamente, agindo possivelmente de acordo como o já previsto, o escrito, o determinado, por essas forças maiores que nossa compreensão não entende. 
Mas eu sabia que algumas coisas iriam mudar, mas não sabia quais e nem quando. Agora que os primeiros passos foram dados, aguardo os outros passos, que deverão acontecer gradualmente, para que o foco não se perca, assim como todo o processo. 
Essas mudanças as vezes nem são visíveis, por serem internas.
Se é bom? eu me pergunto: Ora, mudanças sempre são boas, mesmo parecendo no inicio que não são!

O VELHO (eu) E O MAR

O mar é bom, mas às vezes não e tão bom assim. É que para as coisas estarem boas, não depende somente de um dia ensolarado, um mar de aguas translucidas e mornas. É necessário que a gente esteja muito melhor que o mar, ensolarado pra além deste mundo. Daí rola.



PODE SER QUE SEJA QUALQUER COISA

Pode ser que seja um grande peixe descendo riacho a baixo, se debatendo nas raízes submersas, das arvores entorno. Pode ser que seja um galho seco arrastando outras objetos, que não dá pra ver o que é. Pode ser que seja um animal morto ou um corpo de alguém que se afogou. Tudo desce por este riacho caudaloso e sujo, indo parar na sua parte mais larga, que chamamos de panelão, depois afundam para não serem mais vistos pela cidade, cidade esta, de boa educação. To vendo agora da janela!

NÃO JOGUE MILHO AOS POMBOS

O pior é que eu tenho a resposta para os meus desconfortos, mas fico protelando pra tomar uma iniciativa radical, que dissolva completamente o mal estar. 
É como se eu quisesse dar uma chance, uma ultima chance que for, ao que pode ser um mal entendido.., e assim me provarem, que estou errado, que foi um desacerto e daí vou alimentando o ciclo de Falso conforto por algum tempo.
Outra coisa: Não jogue milho aos pombos, eles terminam cagando na tua cabeça.

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...