MEIA LEGUA O LIBERTADOR DE ESCRAVOS




O texto foi retirado integralmente da wikipedia.org/.

Benedito Caravelas era um escravo nascido na Villa Nova do Rio de Sam Matheus. O apelido Meia-Légua veio de suas várias viagens ao nordeste. Suas qualidades de líder, sua coragem e sua astúcia transformaram-no em símbolo de esperança de libertação para os escravos da região norte do Espírito Santo.

APELIDO DE MEIA LÉGUA:
Em um das várias vezes em que foi preso, Benedito chegou a São Mateus amarrado pelo pescoço, sendo puxado por um capitão do mato montado a cavalo. Os negros que foram presos junto a ele foram obrigados a surra-lo. Dado como morto, seu corpo foi entregue aos escravos para providenciarem seu sepultamento no Cemitério dos Escravos, na Cachoeira do Cravo. Deixaram seu corpo na Igreja de São Benedito e ficaram de fora rezando. No outro dia, quando entraram na igreja, não encontraram o corpo, mas apenas as pegadas com marcas de sangue. A partir dai surgiu a lenda de que Meia-Légua era protegido de São Benedito, pois andava com uma pequena imagem do santo em um embornal.

Meia-Légua pretendia invadir São Mateus no dia 26 de Julho de 1881. O plano era invadir a cidade no dia de Santa Ana, onde entrariam no Porto com o pretexto de louvarem a santa. Junto a ele havia outros líderes quilombolas, dentro os quais estavam Viriato Canção-de-Fogo, Constância D'Ângola, Negro Rugério e Clara Maria do Rosário dos Pretos. A tomada da cidade foi evitada porque o plano foi descoberto. Ao ser informado, o presidente da província enviou um destacamento para o local, a fim de combater os insurgentes. A força era composta por 24 praças de linha, um inferior e um corneta, sobe o comando de um oficial. Este destacamento, em conjunto com os capitães do mato da região, tomaram de assalto o quilombo de Negro Rugério, onde atualmente se localiza o bairro Santana e Conceição da Barra. Depois de cercado o quilombo, o Alferes, comandante do destacamento, penetrou nele sozinho, sendo que naquela ocasião foram ouvidos dois tiros. Benedito errou o alvo e fez-se em fuga, perseguido pelo mesmo alferes que não conseguiu captura-lo. A maioria dos negros aquilombados foram mortos nesta ocasião, sendo queimadas todas as casas de farinha ali presentes.

20 escravos fugidos, comandados pelo criminoso Benedito, condenado a galés, ex-escravo dos herdeiros de Dona Rita Cunha, mãe do Barão dos Aymorés, formavam um quilombo em São Mateus. O grupo, cujos elementos viviam dispersos por diferentes lugares da comarca, espalhavam o terror por onde passavam, atirando e roubando.

FAMA DE IMORTAL:
O bando de Benedito Meia-Légua saía sempre me pequenos grupos, sendo que cada grupo tinha um líder que mantinha sempre as características suas, a fim de confundir os perseguidores. Com tal artifício, Meia-Légua e seus companheiros conseguiram se manter durante quarenta anos, sempre perseguidos, mas nunca capturados. Quando era noticiada sua morte, ele reaparecia em outra fazendo com novas investidas. Graças a isso, espalhou-se o mito de que era imortal.

MORTE DE MEIA LÉGUA:
Velho, doente e mancando de uma perna, só foi morto por ter sido traído por um caçador, que denunciou as tropas seu esconderijo, sendo este o oco de uma árvore, onde sempre dormia. Aqueles que o perseguiam montaram tocaia em volta do tronco e ali ficaram até a noite, esperando que ele se recolhesse para dormir. Logo que o viram entrar, taparam o tronco e lhe atearam fogo, que ardeu durante dois dias e duas noites.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode fazer seu comentário clicando sobre o título da postagem onde será direcionado para Conversa Fiada, com espaço para a publicação da sua opinião. Ela será acolhida com atenção e carinho e sempre que possível respondidas.

Postagem em destaque

AS TRES MENINAS

As três meninas eram dos campos da Cecília. Eram três meninas loirinhas cujos cabelos pareciam trigo solto ao vento. Quando seus pais abrira...