A TORCEDORA RACISTA.


De repente lembrei da torcedora gremista flagrada pelas câmeras da televisão, chamando o jogador Aranha de macaco. A moça depois da repercussão negativa que causou, diz estar arrependida e garante nunca ter sido racista, uma vez que possui muitos amigos negros (que inclusive a defenderam neste caso) e que sua intenção na partida de futebol quando chamou o jogador de macaco, jamais foi ofender, mas sim tirar a atenção do jogador em campo, o que muitos outros torcedores estavam fazendo, porem não foram flagrados como ela foi. Eu me pergunto se o fato das pessoas se relacionarem bem ou mesmo terem amigos negros, se este sentimento de empatia se sobrepõe aos conceitos de natureza racistas adquiridos no decorrer da vida?


Outra questão: Não foi a primeira vez que Patricia Moreira, comparou um jogador negro a um macaco, já fazia isto ha algum tempo. No seu Instagram mostrava para amigos, e quem quisesse ver, um macaco de pelúcia com a camisa do time rival.
O que mais me deixa surpreso nisto tudo é que apesar de todas as campanhas antirracismo que vem se espalhando pelo mundo, as pessoas ainda reincidem no mesmo erro, talvez acreditando que com elas será diferente por estarem entre uma multidão, supostamente protegidas pelo anonimato.
De qualquer maneira, a garota, seus familiares e amigos, receberam uma lição que não esquecerão para o resto de suas vidas.

PROVAS CONTUNDENTES.



Mesmo parecendo uma piada, isto realmente aconteceu comigo, quando retornei de viagem:
_O que, você foi a Paris e nem me disse nada? _reclamou um colega olhando algumas fotos que tirei com o meu Smartphone na cidade luz.
_Hum, e onde está você aqui?_Perguntou-me ansioso.
_Tirando as fotos!.._ respondi abrindo outras fotos no dispositivo em que eu aparecia.
_E como vão saber que isto não é uma montagem?
_Não sei, mas não é uma montagem. Eu realmente estive lá.
_Sabe de uma coisa: Se eu fosse para um lugar desses, faria provas mais contundentes de que eu realmente estive lá, por que este não é qualquer lugar.
_ O que por exemplo, mostrar o passaporte carimbado?_Perguntei.
_Algo ainda mais contundente!.
_Hum, do tipo se jogar da torre Eiffel, sair em alguns jornais da Europa e no Jornal Nacional?
Risos.

O TALENTO NÃO EXIGE RAÇA OU COR DE PELE.


Uma amiga, postou na semana passada em sua pagina no Facebook, um vídeo onde uma mulher branca, possivelmente uma bailarina, dançava com um menino negro, cuja a habilidade de movimentos era de chamar a atenção de quem os assistia, Eu particularmente fiquei impressionado com sua precocidade. Pra mim, também chamou-me a atenção, um comentário feito abaixo do vídeo, que me pareceu além de elogiável, também preconceituoso por afirmar que "talento não tem cor nem raça", dando a entender que alem do talento do menino, a outra questão observada, foi a sua cor e raça.
É, eu reafirmo que talento não pode e nem deve ser definido por raça ou cor de pele, caso contrario como se explicaria o reconhecimento artístico de Josephine Baker, Henry Lane, Sammy Davis Jr., Michael Jackson, Jacaré, Adriana Bombom, Ismael Ivo (da foto acima) e tantos outros dançarinos negros, que se fizeram conhecidos através da sua arte. Existe um preconceito inconsciente herdado das classes dominantes, que faz as pessoas fazerem observações, sem pensar no que estão dizendo. As vezes é preferível acreditar que as palavras foram apenas mal colocadas!

TRANSAMERICA.


Assisti ontem na casa de uma amiga o filme Transamerica que conta a história de um transexual chamada Bree, que uma semana antes de fazer a cirurgia de readequação sexual, descobre ter um filho de 17 anos que precisa de ajuda. Sua psicóloga proíbe que ela se submeta à cirurgia sem resolver esse assunto, por isso Bree viaja para Nova Iorque para encontrar o garoto.
A história se desenrola durante a viagem de volta para Los Angeles onde Bree e o filho fazem uma emocionante descoberta juntos, sobre seus passados. O filme tem seu seguimento e final lineares e sem grandes surpresas, porem abre espaço para aquelas discussões sobre a aceitação das diferenças perante os dogmas morais instituídos nos laços familiares e a sociedade.
O filme é uma produção independente norte-americano de 2005, do gênero drama, dirigido por Duncan Tucker.

FIQUEI LIVRE DESTA PEDRA NO MEU SAPATO.


Quem nunca foi alvo de maledicências, que atire a primeira pedra. A fofoca é um prato indigesto cuja culpa não sabemos se damos pra quem a trouxe ou pra quem a fez!
Há mais de dez anos, um casal de conhecidos, foi jantar na minha casa. Eu era ainda casado e eles foram recebidos por mim e minha esposa, que preparamos de jantar um found de carne que eles nunca tinham experimentado antes, acompanhado de vinho tinto-seco, pois era inverno e achamos que aquela refeição era a ideal. Tudo foi muito tranquilo e divertido, pois riamos muito e falamos sobre diversos assuntos interessantes. Depois eles se despediram e foram embora, parecendo satisfeitos com tudo. Passado algumas semanas, soube através de uma outra pessoa, de acesso a eles, que haviam comentado terem jantado na minha casa e que se surpreenderam por perceberem que eu era uma bicha enrustido, casado com uma machorra, este foi o termo mal educado usado por eles, para nos definir. Eu e minha ex esposa, que desde aquela época já não tínhamos e nunca tivemos problemas com gays, lésbicas, gordos ou negros, nos surpreendemos por que o comentário  além de deselegante, tinha um cunho caustico,  debochado e preconceituoso. 
Claro que eles foram excluídos sumariamente das nossas relações, sem que tomassem conhecimento dos motivos, mas ficou aquela pedra solta dentro do sapato, quando se é acusado inocentemente de algo que é uma inverdade e ainda concebido por um preconceito e não por algo que seria apenas uma diferença a ser respeitada (se fosse verdade) e não discriminada e fofoqueada de forma maldosa como fizeram.
Passado todo este tempo, soube que ainda estão juntos e abraçando alguns problemas pessoais em sua casa, pois o filho que naquele tempo era uma criança estranhamente silenciosa e que agora já deve estar beirando os vinte e poucos anos, confessou ser gay, o que causou um grande alvoroço familiar. Achei corajosa a atitude do jovem que abriu espaço para a sua verdade e que sem saber, tirou aquela pedra incômoda de dentro do meu sapato.

DELAÇÃO OU EXTORSÃO PREMIADA?


_Amigoo!., o correto é delação premiada e não delegação premiada!_ disse o vigilante de um posto de saúde, ontem, zombando do seu colega de trabalho que estava com um jornal entre as mãos.
De vez em quando se aprende uma expressão nova vinculada na TV e nos jornais, para enriquecer o nosso conhecimento e preencher as vagas lacunas do nosso vocabulário mental. Algumas expressões se tornam difíceis, por não fazerem parte do nosso mundinho, do nosso dia a dia medíocre e passam batidas ou soam estranhas aos nossos ouvidos, mas como o mundo gira e temos que acompanha-lo, estar bem informado é essencial, para não parecermos mais idiotas do que já parecemos, neste mundo de corruptos espertos e cheio de truculências jurídicas.
Delação premiada é um benefício legal concedido a um criminoso delator, que aceite colaborar na investigação ou caguetar seus companheiros de crimes. Esse benefício é previsto em diversas leis brasileiras, fazendo com que o X-9, receba benefícios que vai desde: a diminuição da pena de 1/3 a 2/3; cumprimento da pena em regime semiaberto; perdão judicial.
A delação premiada é constantemente criticada, porque é uma forma do criminoso se livrar das suas responsabilidades, narrando fatos ou incriminando pessoas de forma inverídica, razão pela qual muitos a chamam de "extorsão premiada". 

NOVELA BABILÔNIA SURPREENDE NO PRIMEIRO CAPITULO.


Depois de tantos apelos, expectativas frustradas, para que saísse afinal o tão esperado beijo gay nas novelas passadas de horário nobre da TV Globo e desmistificado por Felix e Nico, personagens de Amor a Vida, que hoje no primeiríssimo capitulo da novela Babilônia, quando menos se esperava... As duas grandes e respeitadas atrizes, Fernanda Montenegro e Natália Timberg que interpretam duas senhoras gays que vivem há 35 anos juntas, nos presentearam com um natural e rápido beijo, mostrando que os tempos são outros e que vale a pena reivindicar por mudanças sim, ate que todos venham a se acostumar, sem resistência com uma verdade que já existe ha anos e que sociedade finge não enxergar. A tradicional família brasileira já deve estar jogada aos pés da igreja implorando para a novela acabar.


Fiquei pensando se a ideia dos autores da nova novela em construir os dois personagens, não foi inspirado em Vivian Boyack, de 91 anos, e Alice Dubes, de 90, que se casaram numa cerimônia em Davenport, Iowa, nos Estados Unidos, ano passado, após longas décadas de relação dentro do armário.

LAMPIÃO DA ESQUINA.

Em plena ditadura militar os ativistas João Silvério Trevisan, Darcy Penteado, Aguinaldo Silva, Peter Fry e João Antônio Mascarenhas, todos intelectuais assumidamente gays, fundaram o  Lampião da Esquina, que mesmo tendo durado apenas quatro anos, marcou época por tirar a pauta LGBT do armário em plena ditadura Geisel. mesmo tendo circulado durante o abrandamento de anos de censura promovida pelo Golpe Militar de 1964.
Em formato tabloide, o Lampião da esquina causou furor no seu curto tempo de existência (1978-1981), pois alem de dar informações importantes e retirar o "gay" da margem social, abrindo o discurso às minorias, (o que era considerado tabu na época), sua  publicação representou sobretudo, uma classe que não possuía voz na sociedade, mostrando-se importante para a construção de uma identidade nacional pluralista. As edições foram restauradas e digitalizadas pelo Centro de Documentação Prof. Dr. Luiz Mott em 2010 e disponibilizadas no site do Grupo Dignidade em formato PDF.

A GENTE NÃO ESTÁ COM A BUNDA EXPOSTA NA JANELA PRA PASSAR A MÃO NELA...


Este blog não era para falar de politica, porque não gosto de politica, mas as coisas tomaram um rumo tal, que não comentar é se calar, é consentir com tudo o que esta acontecendo de errado neste país. Viver na ingenuidade de que as coisas vão melhorar, que são fases, que são armações articuladas pela oposição também corrupta que quer derrubar o governo, não parece convencer a mais ninguém.
Acontece que ontem o povo saiu as ruas, mostrando que são brasileiros e que se interessam pela melhora e crescimento do pais como uma nação que poderia ter dado certo, se não fosse as roubalheiras, as truculências, a impunidade dos poderosos. E os poderosos, a gente sabe, vão além dos políticos.
A manifestação nas principais capitais do país, ecoou também no exterior reunindo gente de todos os tipos e bolsos - principalmente aqueles bolsos que estão cansados de serem saqueados. Sim, haviam sujeitos gritando "Fora Dilma!", mas muito mais cartazes pedindo punição aos corruptos do que impeachment. Da vez passada quando o povo saiu as ruas com suas caras pintadas pedindo o impeachment de Collor, alguns cantavam o refrão da musica de Cazuza. 
"Brasil mostra tua cara quero ver quem paga pra gente ficar assim. Brasil qual é o teu negócio? O nome do teu sócio? Confia em mim.."
Enquanto eu assistia pela televisão alguns flaches do protesto, pois estava de plantão no meu trabalho, fiquei pensando na musica de Gonzaguinha "É", cuja letra me parece definir bem os sentimentos do povo brasileiro neste momento de indignação.


É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

É! É! É! É! É! É! É!...

É!
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor...

A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade...

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...

É!
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...

SALTO VENTOSO.


Salto ventoso é uma cachoeira com 55 metros de queda d'água, caindo sobre uma caverna em forma de ferradura, no município de Farroupilha, na Linha Muller, Distrito de Nova Sardenha, a doze quilômetros da cidade. 
Seu diferencial com relação a outras cachoeiras consiste na possibilidade oferecida ao visitante de visualizar a queda por trás da água. 


Existe uma passagem em seu contorno, que tal qual um túnel metade fechado, metade aberto, permite às pessoas um passeio completo pela cachoeira. Quando o sol bate dentro do boqueirão sobre a fenda da água, refletem-se várias cores nas paredes da caverna.
De Porto Alegre a cachoeira são 108 quilômetros (01 h. 45 min.) pela RS-122.
Existe um projeto de construção de um deck metálico na parte inferior da cascata. Atualmente, quando as pessoas passam de um lado para outro da cascata, sobre um caminho de chão de terra batida e com a umidade é perigoso para as pessoas resvalarem e caírem. Então a criação de um deck metálico de aço galvanizado, para não ter problema de enferrujar, resolverá este problema de segurança. Na parte superior, também vai ser feito um mirante para as pessoas poderem chegar perto da queda e olhar a queda da parte de cima.



Além disso, serão construídas trilhas para que os turistas possam conhecer o parque onde foi gravado o filme O Quatrilho.
Até a próxima viagem!

QUEM CALA MORRE CONTIGO. QUEM GRITA VIVE CONTIGO.


Noite passada, depois de duas taças de vinho para tentar acelerar o sono e nada conseguir, me dediquei a assistir videos de Elis Regina, disponibilizados na Internet e que considero a maior interprete da musica popular do país e que é impressionante o quanto eu ainda me emociono a o vê-la cantando tão viva, com aquela voz afinadíssima e tão cheia de recursos técnicos que lhe era peculiar. 
Comecei assistindo alguns pedaços de shows como "Falso Brilhante", "Transversal do Tempo", "Essa Mulher" e "Saudade do Brasil"- de 1980, cujo o repertório me parece tão atual aos dias de insatisfações que estamos vivendo hoje. 
Neste show, tem uma musica em especial, que sempre me chamou a atenção por sua sonoridade agressiva e força empostada na voz de Elis, que me emocionava demais e fazia-me perguntar com angustia em função de sua beleza, dramaticidade dos arranjos e letra, que musica era aquela cuja a dor era evidente e o que estava querendo dizer?..
A musica a que estou me referindo é "Menino", autoria de Milton Nascimento, que foi escrita em homenagem ao estudante Edson Luis assassinado no dia 28 de Março de 1968, num confronto com a policia Militar no restaurante Calabouço no Rio de Janeiro, em plena Ditadura Militar. O estudante de apenas 18 anos, foi morto com um tiro certeiro no peito, disparado a queima-roupa por um oficial da PM. A bala, segundo laudo pericial, perfurou seu coração alojando-se na espinha. 
Seu corpo foi conduzido em passeata por amigos e estudantes, até o prédio da Assembleia Legislativa, sob cerco de polícias civis e militares, onde foi realizado a autópsia e aconteceu o velório. Ironicamente no dia de seu enterro, os cinemas da Cinelândia indicavam em seus cartazes os seguintes filmes: “A noite dos Generais”, “À queima-roupa” e “Coração de Luto”. 


O assassinato de Edson Luís foi o estopim para o que seria um dos piores momentos políticos e sociais vividos no Brasil, gerando a Passeata Dos Cem Mil, no dia 4 de abril do mesmo ano, com a adesão de inúmeros artistas e intelectuais como:
Cacá Diegues, cineasta. Caetano Veloso, cantor e compositor. César Benjamin, político. Chico Buarque de Holanda, cantor e compositor. Clarice Lispector, escritora. Dilma Rousseff, política e economista. (atual presidente) Edu Lobo, cantor e compositor. Fernando Gabeira, político. Gilberto Gil, cantor e compositor. Grande Otelo, ator. Hélio Pellegrino, psicanalista, poeta e escritor. José Dirceu, líder estudantil. Luís Travassos, líder estudantil. Marieta Severo, atriz. Milton Nascimento, cantor e compositor. Nana Caymmi, cantora. Nara Leão, cantora. Norma Bengell, atriz e cineasta. Orestes Quércia, político. Paulo Autran, ator. Tancredo Neves, político. Tônia Carrero, atriz. Vera Silvia Magalhães, líder estudantil. Vladimir Palmeira, líder estudantil. Wellington Moreira Franco, político. Zuenir Ventura, jornalista.
A musica foi composta por Milton Nascimento em 1968, que ficou receoso de que achassem que ele estaria se aproveitando do acontecido pra lançar a música, que só foi gravada em 1976. 
A letra, forte, segue abaixo:

            "Quem cala sobre teu corpo
     Consente na tua morte
      Talhada a ferro e fogo
             Nas profundezas do corte
              Que a bala riscou no peito
                                Quem cala morre contigo
                                    Mais morto que estás agora
                                 Relógio no chão da praça
                                 Batendo, avisando a hora
                      Que a raiva traçou
                                          No incêndio repetindo
                                         O brilho de teu cabelo
                                             Quem grita vive contigo."

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...