Saimos de PoA às 20h do dia 08/10/2010 e Chegamos em Montevideu às 11 h do dia seguinte, em ônibus leito fretado pelo Ton das
Excursões Universitarias, totalizando 15 horas de viagem, contabilizando também as paradinhas para lanches, xixis e afins durante a viagem. Nos instalamos no
Planet Hostel, (na rua Canelones - 1095, esquina com a Paraguai) na área central, onde tomamos um banho para nos refazermos e em seguida sairmos para descobrir a cidade.
Apesar de não ter tantos prédios com arquitetura esplendorosa como em Buenos Aires que faz lembrar de algumas cidades europeias, Montevidéu é uma cidade bastante interessante e atraente, com a maior parte de seus pontos turísticos podendo ser percorridos à pé nas imediações da avenida principal, a 18 de Julio.
Montevidéu conta com construções antigas de grande interesse, como o Palácio Salvo eo Teatro Solís, além de uma gastronomia boa e barata. Por ser uma capital relativamente pequena e estar próxima ao Brasil, o turismo em Montevidéu pode ser feito em um final de semana prolongado. Dois dias inteiros, (tirando o dia da chegada e da partida) já são suficiente para desfrutar do turismo em Montevidéu.
É a cidade latino - americana com maior qualidade de vida e se encontra entre as 30 cidades mais seguras do mundo. É também a mais arborizada da América Latina. 97% das pessoas são alfabetizadas e as faculdades são 12 anos de ensino, sem vestibular!
O QUE FAZER NA CIDADE:
Primeiro, pelo que entendi, a cidade é dividida em cidade velha (Ciudade Vieja) e cidade nova (Ciudad Nueva) e o que as separa simbolicamente hoje, é a Puerta de la cidadela, um baluarte de passagem de entrada para o centro histórico de Montevideu. Esse grande portão começou a ser construído em 1742 como fortificação para proteger a então colônia espanhola de ataques que os portugueses pudessem efetuar a partir do Rio da Prata. Atualmente, o que se pode ver da edificação original são as pedras da base, das laterais e do centro da porta, localizado na praça independência.
A PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA: ou (Plaza Independência) é uma praça projetada em 1837, onde existe uma grande estatua em bronze sobre um pedestal de concreto, do general Artigas, serve tambem de ponto de referencia entre a cidade nova e a cidade velha com a Puerta de la cidadela separando-as.
TROCA OFICIAL DA GUARDA:
O mais interessante é que foi criado um mausoléu no subsolo desta praça, onde estão guardadas as cinzas do general herói - fundador do país. Uma das atrações é a guarda que protege os restos mortais e que de fica tão imoveis sob os focos e contrastes de luz do ambiente, que se parecem bonecos de cera. Eu pelo menos pensei que fossem. Outra atração é a troca da guarda, com cerimônia tão solene quanto a da guarda britânica. Muitos turistas fazedores de pose, tiram fotos ao lado dos caras ali completamente imóveis.
CHAFARIZ DOS CADEADOS:
Em plena 18 de Julio você encontra um chafariz que eu chamaria no minimo de original. O chafariz é cheio de cadeados presos em sua cerca de proteção, colocado por amantes e namorados que por ali passam e deixam seu cadeado, como uma especie de oferenda. A lenda diz que quando dois apaixonados escreverem suas iniciais em um cadeado e o prendem à Fuente de los candados, eles retornarão juntos para visitá-la novamente e seu amor será eterno.
EL CHIVITO DE ORO: Na esquina da 18 de Julio, quase em frente ao Chafariz dos Cadeados, nos informaram ser o lugar que melhor prepara o chivito uruguaio. O lugar é agradavel e de boa aparencia. Sentamos ali para experimentar este sanduiche típico do pais, acompanhado de um cerveja Patricia, bem gelada. O chivito é um sanduiche composto de carne de boi grelhada, presunto, lombo defumado, bacon, mussarella, maionese, alface, tomate e ovo cozido em rodelas ou picado, catchup, mostarda. Como acompanhamento opcional, (acrescido de alguns pesos), batatas fritas, muda o nome para chivito "canadense". A cerca da origem de seu nome "chivito", ficou-me a dúvida: Chivo em espanhol é bode, então chivito seria cabrito, bode novo. Mas como se explica se é com carne bovina?.. De qualquer forma o chivito é uma gostosa bomba calórica irresistível aos gulosos como eu.
FEIRA TRISTÁN NARVAJO:
Fica no bairro Codón, seguindo pela avenida 18 de Julio, onde é exposto para venda, todo o tipo de produtos que se possa imaginar, como comidas, artigos para vestuário, antiguidades e lembranças. Na verdade é um misto de feira-livre, brechó, sebo, antiguidades, quinquilharias e até mesmo animais vivos (galinha, coelho, peru, gato, cachorro e outros bichos). Aos domingos de manhã, pode-se se chegar a esta feira de característica peculiar. Outra particularidade é que a feira é tão grande e se bifurca por outras ruas longas, que eu acredito que numa manhã é quase impossível ver tudo. Neste dia também nos chamou a atenção, alguns integrantes da feira fazendo o típico churrasco uruguaio com lenha sobre a calçadas.
PALÁCIO SALVO:
Localizado na esquina da avenida 18 de Julio com a Plaza Independência, possui um estilo eclético e foi muito criticado por arquitetos da época. Apesar de chamado de palacio, nunca foi um. Segundo moradores, ja foi confeitaria, hotel e hoje um simples edifício de moradias considerado inclusive mal assombrado.
TEATRO SOLIS:
Encontra-se na cidade velha ao lado da Praça Independência e alguns passos do Palácio Salvo. Costuma ter várias apresentações artísticas semanais de todo o tipo e para vários os bolsos. Mas se não quiseres ver nenhuma obra teatral ou concerto, existem também visitas guiadas, com vários horários ao dia por 15 pesos. O nome do teatro é uma homenagem ao navegador espanhol Juan Dias de Solis, que foi comandante da primeira expedição europeia à penetrar no Rio del Plata. De formas arredondadas e longos pilares de sustentação na fachada, lembra a arquitetura italiana. O inicio de sua construção é datada de 1942.
SALA ZITARROSA:
Como não assistimos nenhuma apresentação no teatro Solis, (pelo menos eu não assisti), escolhemos a noite do dia 10 para apreciar uma apresentação de artistas locais que homenageavam Carlos Gardel e o tango, na Sala Zitarrosa às 20 h 30 min. Este espaço anteriormente era um cinema, mais tarde foi restaurado pela Prefeitura, transformando-o num espaço cultural, onde são apresentados shows de dança, musica e outras manifestações artísticas locais e internacionais.
PLAZA DEL ENTREVERO:
Praça na avenida 18 de Julio, uma das principais avenidas do centro da cidade. Nesta praça de estrutura envidraçada e um majestoso chafariz, recebe shows de tango na rua.
MUSEU DO GAÚCHO:
Situado em um edifício da República Oriental do Uruguai, sobre a esquina da Avenida 18 de Julho e a Praça de Entrevero. Aqui mostra toda a história do gaúcho, incluindo o artesanato. Nos prédios inferiores encontra-se outro museu que conta a história das cédulas e moedas do Uruguai.
FORTALEZA GENERAL ARTIGAS:
Também conhecida como Fortaleza Del Cerro ou Fuerte del Cerro, fica localizado num bairro afastado da cidade e em posição dominante sobre o monte mais elevado da região (popularmente denominado como El Cerro, com uma altitude de 132 metros acima do nível do mar - no lado oposto da baía). Esta fortaleza tinha como função, a defesa da povoação e seu porto, à margem esquerda do Rio del Plata. Trata-se da última fortificação espanhola construída no Uruguai. Nos deslocamos para lá de táxi e fomos orientados a ter cuidado, pois a região é perigosa e com grande incidência de assaltos à turistas.
Ainda dentro da fortaleza, no patio interno, pode-se encontrar um museu, onde estão expostos, roupas, armamentos , mapas de como era a distribuição geográfica e politica do pais, além de uma enorme variedade de utensílios utilizados naquela época, inclusive um cárcere, onde provavelmente eram confinados os inimigos.
MERCADO DEL PUERTO:
Esse mercado, cuja a estrutura de ferro foi erguida em 1865 e 1869, com peças que vieram de Liverpool, Inglaterra e foi inicialmente uma estação ferroviária, atualmente serve de pólo gastronômico, onde dezenas de restaurantes servem "parrillada", o churrasco uruguaio assado nas lenhas e pescados. Num espaço á altura do telhado tem um enorme relógio de madeira estilo inglês que decora o ambiente. O lugar é muito movimentado e algumas vezes ocorre algumas apresentações de musica ao vivo.
Almoçamos num restaurante chamado Cabana Verônica, especializado em Parrila, mariscos e pescados. O garçom muito atencioso que nos atendeu, chamava-se Carlos e enquanto esperávamos desocupar uma mesa, serviu-nos uma bebida gelada chamada meio à meio, (mistura de vinho branco e espumante engarrafado). O Mercado nos fins de semanas e feriados é muito concorrido, se não quiser ficar em filas esperando vaga, deve-se chegar depois das 14 horas, ou "fazer tempo", olhando as barracas e lojas de roupas e artesanato do lado de fora do mercado. Como não sabíamos, tomamos um chá de fila e depois um chá de banco, aguardando servirem o almoço. Os restaurantes fecham as 17 horas durante a semana e as 18 horas nos fins de semana.
PORTO DE MONTEVIDÉU:
Cruzando o Mercado Publico, do outro lado de uma avenida larga e movimentada de veículos, fica o porto da cidade, que funciona 24 horas durante o ano todo, em virtude da escassa probabilidade de ventos ou tormentas que impliquem nas suspensão das operações portuárias. Historicamente foi o motor impulsor do desenvolvimento da economia uruguaia por sua caracteristica natural de não necessitar de dragagens periódicas e apto para embarcações de grande porte. Infelizmente não foi possível conhecer seu interior!..
CATEDRAL METROPOLITANA DE MONTEVIDÉU:
É a principal igreja da cidade, localizada bem em frente ao Cabildo de Montevideu (edifício público, que foi utilizado como sede do governo durante tempos do vice-Reino do Rio da Prata, hoje usado como um museu, em frente da Plaza de la Constitucion na cidade velha). A catedral após varais restaurações foi concluída em 1940. Fotografei somente o seu interior, pois não encontrei um angulo legal da praça.
RAMBLA DE MONTEVIDÉU:
É uma longa avenida que corre ao longo da costa do Rio de la Plata, em Montevidéu, com uma larga calçada murada proporcionando a contemplação do rio. É delimitada por várias praias, entre as quais: Ramirez, Pocitos, Mergulho, Malvin, Carrasco.
Antigamente, era conhecido como o “Rambla Nações Unidas.” Mas ao longo do seu percurso vai alterando seu nome: Rambla Baltasar Brum (na baía de Montevidéu), Rambla Sur (na Cidade Velha e Barrio Sur), Rambla Presidente Wilson (no Parque Rodo),etc..
Nos fins de semana, atraiu milhares de pessoas de todas as idades, que vêm em busca de passeios, recreação, ar fresco. Além disso, uma oportunidade para observar aves, dado o grande número de espécies costeiras. Foi declarada monumento histórico, por fazer parte da identidade de Montevidéu.
Apesar de ser uma capital, Montevidéu não me passou a ideia de uma grande metrópole movimentada, ao contrario, possui espirito de cidade do interior, agregado a grande simpatia, boa educação e hospitalidade de seu povo. Desta forma eu afirmo que cinco dias não é o suficiente para conhece-la como merece.
Lugares que gostaria de ter visitado, mas o tempo foi curto:
Passeio de ônibus pela cidade, visitar o hotel Cassino Carrasco, abandonado quando passamos de ônibus, caminhar pelo Jardim Botânico e o Parque Rodo.
*Ah, segundo informações enviadas por um amigo, o Cassino Carrasco não está abandonado, como me pareceu visto de longe, mas passando por restaurações.
Até a próxima viagem!