Disponibilizei a tarde deste Domingo ensolarado, para visitar a exposição das obras de Arthur Bispo do Rosário, na galeria superior leste do Santander Cultural e devo confessar que foi surpreendentemente uma emoção ver todos aqueles objetos construídos de uma forma tão peculiar e criativo.
Talvez tenha sido das exposições que visitei, a que mais me tenha passado verdade de sentimentos, pureza e simplicidade imprimida num trabalho cuja veracidade baseava-se na crença da construção de um registro para a humanidade do qual ele acreditava que um dia iria ter seu fim.
Bispo acreditava ser um enviado de Deus e como tal, por que não resguardar, proteger, deixar de alguma forma esses registros para a posteridade?
São 239 obras que mostram o universo deste artista singular que, na complexidade de seu delírio, foi capaz de romper paradigmas e transgredir conceitos para elaborar uma grande obra que ora nos causa singeleza, noutro momento algum tipo de provocação.
Em seu trabalho de bordar, costurar, sobrepor, desenhar, encapsular, Bispo construiu um universo único capaz de questionar os limites da sanidade humana, numa linguagem própria e de vanguarda para o mundo.
Apreciar um trabalho desta natureza, significa muito mais do que acrescentar um sabor diferente ao nosso conceito de arte, mas constatar e acreditar na sua profundidade, inspiração e forma de linguagem que fala muito mais a alma do que aos conceitos insólitos, lineares e estéticos.
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