Minha curiosidade, que não é de hoje, sempre me fez embrenhar por historias e fatos, nem sempre disponíveis nos veículos mais formais de informação que temos acesso e quando a encontrava por vezes me punha desconfiado não só pela subjetividade dos textos como também pelo possível risco da inverdade da historia. O fato é que na semana passada quando em visita ao Centro Histórico da cidade, em particular ao Mercado Publico, onde explanei sua historia para meus colegas de curso em turismo, lembrei que minha mãe me contava que durante a enchente de 1941 que abalou a cidade, deixando cerca de 70.000 flagelados, sem energia elétrica e lugar para se abrigarem, transformou a cidade de Porto Alegre num verdadeiro caos urbano.
As pessoas transtornadas com a inundação causada pelas águas do Lago Guaíba, que subiu a um volume de 4,78 metros, olhavam para o horizonte impotentes, desesperançosas e estupefatas com tudo o que haviam perdido de seus pertences. Esta expressão de ausência, olhar distante e de desequilíbrio emocional que tomou conta das pessoas, fez surgir uma expressão popular utilizada somente aqui em Porto Alegre, chamada de ABOBADO DA ENCHENTE, que implicava em estar perdido, sem raciocínio, sem rumo, fora de suas faculdades mentais. Numa das portas do Mercado Publico, existe uma placa com a marca onde chegou as águas do lago, durante a enchente.
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