Sentado nesta praça, fico olhando todo este mar verde na minha frente. Embora tenha sol, o vento hoje é de um abril diferente e distante, de um setembro sem chuvas, de um outubro de folhas que não cairam... Lembrei então de minha avó, mulher simples, que mal sabia escrever seu nome, porem hábitos refinados e personalidade forte. Um grande coração.Teve três maridos em sua vida e viuvou de todos. Conheci apenas o ultimo. Longos anos de minha vida convivi com ela, recebendo sua atenção, seu carinho peculiar, suas idéias de como via a vida. Quando partiu aos 66 anos, pensei viver um pesadelo. Uma cratera abriu-se em baixo de meus pés e engoliu-me por inteiro. Lembro-me que chorei por mais de uma semana, inconsolado, escondido, culpado. Hoje, depois de 32 anos, voltei a chorar de saudades.
Jan Saudek nasceu em Praga em 1935. Quando jovem, ele e um irmão estiveram presos num campo de concentração nazista onde conseguiram escapar por sorte. Saudek usa sua fotografia como forma de expressão, foi um dos primeiros fotógrafos tchecos á ser conhecido no ocidente. Suas fotografias expressam a sexualidade, as relações interpessoais, o movimento do tempo, a velhice, a nudez ilícita.
O importante é que se tenha em mente que nem tudo está perdido. Que a vida é feita de surpresas com sobressaltos. Que temos o direito de ser felizes não importa quantas chances pudermos nos dar.
Enfim, quando uma relação termina é importante:
Blues da Piedade.
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Esta súbita explosão de descontentamento cada vez que te encontro, cada vez que olho dentro do teu olho e vejo outra alma, outro ser que não é aquele que acreditava conhecer.
O jeito é o esquecimento.
É apagar os caminhos que me levam a tudo isto.
Esquecer...
Definitivamente, esquecer...
Trilha em Guarda do Embaú
Amanhã retorno à Porto Alegre com a alma de certa forma lavada, com a leveza que esses dias de descanço me proporcionaram. Retorno para dar inicio aos meus dias de trabalho, um pouco mais leve, mais resignado, mais otimista, mais esperançoso.
Garopaba é ali, cruzando-se a serra
Ponta do Papagaio e Sonho quase se encontram
Me pergunto: Será que ator e modelo celebridade é responsável por transformar uma bela e pequena vila de pescadores num reduto de mercenários? Não posso crer.
Hoje fomos para Ponta do Papagaio, praia de beleza indiscutível (foto acima), que se separa da Praia do Sonho por apenas uma estreita faixa de terra. Depois de uma longa caminhada almoçamos um delicioso namorada grelhado com molho de limão, depois conhecemos a praia do Sonho e um pulinho em Pinheira.
PONTA DO PAPAGAIO - EM STA CATARINA.
FORTALEZA N. SRA. DA CONCEIÇÃO:
A ex ilha possui uma trilha que á circula, onde é possível ter uma vista privilegiada da região, alem da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição datada de 1742 e 1744, situada na Ilhota de Araçatuba.
foto de: http://floripatransportesexecutivo.wordpress.com/turismofortalezas/ |
João do poço.
GUARDA DO EMBAÚ - SANTA CATARINA.
Um micro xis-burguer catarinense R$ 8,00. Café da manhã não se encontrava por menos de R$ 15,00. Almoço composto de um peixe grelhado com arroz e salada para duas pessoas não baixava de R$ 38,00 à R$ 42,00 enquanto que nas praias vizinhas o preço habitual era de R$ 21,00 á R$ 23,00. Sem falar na travessia que se fazia de barco para chegar até o mar: R$ 2,00 de ida e mais R$ 2,00 a volta, sem choro nem vela. Reclamei à uma moradora e comerciante do local sobre os altos preços cobrados na praia o que ela me disse que tal valorização dava-se a o fato do modelo Paulo Zulu morar e ter uma pousada no vilarejo.
Me pergunto: Será que ator e modelo - celebridade é responsável por transformar uma bela e pequena vila de pescadores num reduto de mercenários? Não posso crer!
Fomos visitar a Ponta do Papagaio, praia de beleza indiscutivel (foto acima), que se separa da Praia do Sonho por apenas uma estreita faixa de terra. Depois de uma longa caminhada almoçamos um delicioso namorada grelhado com molho de limão, depois conhecemos a praia do Sonho e um pulinho em Pinheira. Diferentes da Guarda as duas praias, são mais familiares, portanto, mais propicias ao descanso.
O visual lá de cima da serra é um presente.
Na pousada em Guarda do Embau, fizemos amizade com dois casais do interior do Rio Grande do Sul muito simpaticos. Os mais jovens pareciam em crise no casamento. Ele enchugava tudo que vinha pela frente e ela mais atraz tentando esconder o que era evidente. Reclamaram tambem dos preços salgados aplicados na praia e no terceiro dia arrumaram as malas e partiram para outra praia.
No quinto dia vieram amigos de Poa (Cleusa, Vó e os sobrinhos), que se estabeleceram por uns tres dias e depois mudaram-se para Garopaba pelos mesmos motivos. Mas isto com certeza ficará para um outro post!..
ALTA TENSÃO
dos cafés mais amargos
das bebidas mais fortes
e tenho
apetites vorazes
uns rapazes
que vejo
passar
eu sonho
os delírios mais soltos
e os gestos mais loucos
que há
e sinto
uns desejos vulgares
navegar por uns mares
de lá
você pode me empurrar pro precipício
não me importo com isso
eu adoro voar.
do livro "O perigo do Dragão."
Acordei-me mais tarde sem as urgentes necessidades de avaliar minha vida, de contestar o mundo, de procurar respostas para as coisas que não tem respostas. Acho que estou me cansando dessas lutas intermináveis que militei desde que abri os olhos para a vida. A duras penas estou tentando ser mais leve comigo mesmo,mais condescendente com o mundo.
Menos Intransigente com as pessoas.
Antropofagia
A o final, depois de me mastigarem, todas se olharam colocando a mão no estômago, com cara de indigestão. Montei meus pedaços que sobraram e sai andando.
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Não tenho paciência de ser uma opção a mais.
Um paliativo para doenças crônicas.
Eu tenho presa de viver.
Compromissos inadiáveis com a vida,
com a alegria,
com o prazer,
com a paz.
Nada além disto.
Ontem bebi uma garrafa de vinho tinto, saudando todas as impossibilidades que se fizeram diante de minha vida. Os sonhos que não se realizaram, o casamento que se rescindiu, os desencontros entre amigos, os convites desfeitos com previas desculpas. Bebi em paz sem mágoas, na santa paz. Aveludando a língua, o céu da boca.
Numa boa.
São impressionantes os erros de comunicação que se criam entre as pessoas e porque não dizer de interpretação. Não temos ainda o poder de sabermos o momento certo de estender a mão ou de recolhê-la quando se faz necessário. De falar e de calar-se. De olhar para dentro do outro e saber do que necessita qual sua urgência maior. Como proceder para minimizar sua dor e acrescentar-lhe o que falta? Obviamente precisamos uns dos outros em vários momentos da nossa vida e daí vale a regra de uma mão lava a outra, porem cria-se circunstancias em que precisamos ficar só, sem mimos, sem o ombro amigo para encostar-mos a cabeça. Queremos ficar só, com nossas angustias, com nossas faltas de respostas. Precisamos respirar. Precisamos apenas de nossa própria companhia. Sem suportes externos. A ajuda se torna imprópria, desagregada. Necessitamos apenas de silencio para o consenso de nossa dor.
Dirigia pelas ruas da cidade, como se não estivesse ali sentado atrás do volante, dividia-me entre os cuidados que se deve ter com o transito violento e as nuvens vagas do meu cérebro sem uma direção linear. Não me sentia presente em mim mesmo, dentro do meu corpo, da minha vida. Necessitava ver alguém mesmo que fosse o vizinho mal humorado do andar de cima, ou um estranho simpático que me emprestasse o ombro para que eu chorasse compulsivamente como uma criança perdida...
*Depois passou este meu estágio de crescimento, onde parece que tudo doi!..mas para melhor...
Acordar é sempre a constatação lógica de que se está vivo e para se estar vivo é necessário ordenar regras básicas que transformamos em rotinas para nossa habitual sobrevivência.
Por isso, logo que acordei, não fui tão inoportuno como normalmente sou. Acho que a cada dia que passa, observo e me conscientizo da necessidade que temos desses hábitos e obrigações comuns que por vezes nos deixa de dentes cerrados, desanimados, quase afundados. Nos sentindo absolutamente comuns.
Deitar, dormir, insônia, acordar. Preparar o café, lavar louças, roupas, preparar o almoço. Abrir a caixa de correio, ler e'mails enfrentar fila de bancos, de supermercados. Atender o telefone, dar desculpas esfarradas. O jeito pra tudo isto é fazer um pacto de conciliação, fazer tudo com um pouco de alegria, tentar injetar algum tipo de prazer e sair cantando como se tudo fosse festa, uma celebração.
Tem dias em que a natureza transgride nossas emoções de forma a nos silenciar, a nos fazer lembrar de coisas que nos marcou para a toda vida.
Daí, fizemos novas alianças, acreditando que desta vez vai dar certo.
As vezes dá. Para os que não dá certo o que sobra de tudo isto, são as lembranças do que foi bom e os filhos que serão eternos enquanto vôce estiver por aqui para ama-los de verdade.
Fui pela estrada...
Mãe, filho, irmã, sobrinhos.
Dunas Altas, mar, farol, Solidão.
Em Solidão pode-se achar um geito ser feliz.
Rir de tudo, contar piadas, falar do que tem vontade.
Se calar despreocupadamente quando é necessário ficar calado.
Nesta pirâmide de acontecimentos o que vale a pena é não ficar sozinho.
Debruçado sobre a janela, devoro uma manga doce e grande. Sinto agora o vento noturno que sopra forte na minha cara e congela meus dentes. Tenho somente a visão da parede branca a minha frente. Esta parede é um iceberg de concreto que isola o horizonte ali na esquina. Vejo também a lua, quase apagada, envolvida sob nuvens. Lua tímida, testemunha dos vagantes, dos sem sono. Tenho um apetite voraz e preciso devorar outras coisas que não sei bem o que é... Mas sei que é uma fome que vem da alma e me deixa inquieto.
Isadora
Acordei-me cedo em minha casa nova e então saí para caminhar pelas ruas, fazendo um reconhecimento do lugar. Bairro calmo, familiar, de classe media, com ruas arborizadas e varias praças a cada quadra que se inicia. Era 7h. 30min e moradores já estavam fazendo suas caminhadas matinais, alguns pedalando suas bicicletas, outros tomando chimarrão sob a sombra das arvores. Depois entrei numa lancheria para tomar um café. Conversei com o proprietário que me atendeu no balcão e disse que é morador há 38 anos, viúvo, três filhos, alegria estampada no rosto magro e de poucas rugas. Embora já tivesse bastante gente nas ruas, outros moradores iniciavam abrir suas janelas, a estender suas roupas nos varais suspensos dos edifícios. Carros de auto- escola treinando estacionamento com seus pupilos de expressão nervosa a bordo. Pássaros cantadores camuflados nas copas das arvores. Senti vida neste lugar que alguns anos a traz foi uma área deserta. Voltei para casa, com prazer de ter caminhado e encontrado muita vida naquela hora da manhã. Lamentei apenas estar sozinho, sem as pessoas que amo para compartilhar este momento.
recado
Pequenos encontros...
O fato é que sabemos que uma infinidade de coisas acabam, como amor, tesão, companheirismo, mas algo definitivamente fica marcado nestas relações. Algo que não sabemos exatamente o que é.
Bilhete pro Athos.
Tinha um olhar meio cinza que eu não sabia de onde vinha. A os poucos foi tendo brilho, mudando de cor. Começa agora a clarear sob a forçosa umidade dos olhos e ficar azul...
'Filho, tenho um olhar azul guardado para ti neste encontro que não aconteceu, mas está marcado eu sei.
Te devo isto, sem divisões, sem fragmentos, por inteiro e sem culpa.
Compromisso que marquei com afeto e sem medo de erros, sem desvio de olhares, sem palavras previamente elaboradas. Devo-te este encontro de amigo que tem saudades, que precisa de tua presença, do teu abraço, mesmo que não falemos nada, absolutamente nada...'
A cidade e seus corpos
Acho que a cidade tem mais de um corpo. O meu e o dela se vigiando atentamente. Um diante do reflexo do outro. Cria e criatura, instalando-se a desordem do ciclo natural, de quem nasceu primeiro, de quem é pai e de quem é filho. Quem construiu e quem foi transformado nas regras de suas leis e adaptações naturais. Acho que a cidade tem sua cara, seu jeito, seu cheiro, sua sensação de intimidade imprimida em ruas, becos, arvores centenárias. Acho que a cidade tem três corpos, o meu o dela e o seu. Todos de mãos dadas acolhidos sob um sentimento estranho de saudades.
A cara da cidade
Mas por falar em corpo e cara da cidade, lembrei-me de minha, nossa Porto Alegre, do cais do porto, da água escondida por traz daquele muro que fecha os olhos da cidade para o horizonte, para o mundo. Lembrei-me que alguns anos, ainda criança, eu passeava por ali com minha mãe para ver os navios atracarem entre compassos de silencio e buzinas barulhentas. Já li tantas citações e projetos no jornal para a abertura do porto que já perdi as contas. Acho que muitos esbarram em custos altos e interesses políticos, impossibilitando a obra. Li em algum lugar, que circula na prefeitura um projeto para redesenhar os 1.500 metros do Cais Mauá - que será aposentado como porto para virar espaço de lazer, cultura e convivência dos porto-alegrenses. Os armazéns A e B e do Pórtico Central serão recuperados. O novo cais do porto será chamado de Porto dos Casais. Poucos porto-alegrenses sabem que o pórtico do Cais do Porto foi produzido em Paris, no ano de 1919. Possui uma estrutura levíssima de ferro, emoldurada com vitreaux da época. Foi tombado pelo Patrimônio Histórico no ano de 1983. Era a porta de entrada da capital para os viajantes que chegavam a bordo dos das embarcações da época. Mesmo caminhando a passos lentos, a revitalização do porto da capital vem ganhando a atenção das autoridades do governo e das entidades ligadas ao turismo. A mercê de quase duas décadas de discussões intermináveis, tudo continua do mesmo jeito sem uma definição.
O corpo da cidade
Acho que a cidade tem corpo com braços que te esmagam, e às vezes te abraçam. Pulmões que te deixam respirar e te asfixiam em certas horas. Acho que a cidade tem sua própria voz, pelo som que transcorre no seu cotidiano louco. Penso que faço parte desta voz, deste grito desesperado, quando saio pelas ruas da cidade para fazer um socorro. Notei que ambulâncias e carros de policia têm suas particularidades: Fazem os transeuntes virarem a cabeça em suas direções. Preocupadas, assustadas com aquele ruído de alerta indesejado... De saia da frente, de temos pressa de chegar a algum lugar.
11/01/2008
A Vingança da Coruja.
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Nei e familia foram passar o fim de ano em Capão da Canoa. Na noite de réveillon, jantaram cedo e se dirigiram para a beira do mar, onde assistiriam ao espetáculo da queima de fogos. Estavam animados e felizes. Nei levava duas garrafas de espumante para os brindes da passagem de ano.
Antes da meia- noite, os comentarios entre o publico eram sobre a invasão de mães-d'agua no litoral gaucho, principalmente em Capão da Canoa. Varias pessoas relataram quemaduras e uma delas narrou o episódio acontecido naquela tarde, quando seu filho de 12 anos foi atacado por uma mãe- d'agua, e mostrou o braço do menino, que ainda tinha sinais de queimadura. Falaram de outros assuntos, como o tempo, a cor do mar, os pasteis, as casquihas de siri, o excesso de pessoas na praia. Olhavam para o relogio na expectativa da meia- noite. Derepente, foi anunciado que não haveria queima de fogos em consequência da existência de um ninho de corujas com filhotes perto do local dos artefatos. Frustrados, voltaram para casa. Nei a todo o momento, bradava que era um absurdo o cancelamento dos fogos por causa de uns bichinhos.
-E daí que fiquem assusados. O problema é das corujas. Quem mandou construir ninho na praia? -falava para a mulher.
No dia seguinte, sentado a beira- mar, Nei ainda curtia uma tristeza pela noite sem fogos. Depois de quatro cervejas, sentiu necessidade de fazer xixi. Olhou para trás e viu um banheiro ecológico. Levantou-se e...resolveu ir para o mar, pois estava mais perto.
-Grande coisa fazer xixi na água. Ninguem vai me ver- dizia para si.
Entrou no mar até que a agua encobriu sua cintura. Baixou o calção e começou a aliviar a bexiga. Logo deu um grito. Alguma coisa queimava seu membro. Saiu correndo em direção ao guarda-sol sem notar que estava nu. E carregando uma mãe-d'agua presa na genitalia. Começou uma gritaria geral quando Nei apareceu pelado na frente dos veranistas. Para os salva-vidas ele implorou:
-Tire essa coisa daí, está me queimando!
O salva-vidas olhou e com um palitinho de picolé, arrancou a mãe-d'agua, comentando:
-Bah, ficou com um aspecto de coruja.
Pedido de Socorro
Fui atender uma senhora de 75 anos que tinha passado mal. Quando cheguei a sua casa toda a família estava a sua volta, nervosos e sem conseguir entender o que se passava. Aproximei-me dela deitada em um quarto pequeno, sobre uma cama estreita de solteiro e um calor escaldante e resolvi abrir janelas e examiná-la em seguida. Tinha a respiração rápida e ofegante, os olhos semi- abertos e cabelos de um branco molhados pelo suor.
Chamei-a pelo nome, tentando indagar o seu estado de consciência e o que estava sentindo e então ela voltou seus olhos para mim, com aspecto de cansaço, num visível esforço de comunicação quase impossível, quase sobre-natural. Percebi naquele olhar um verdadeiro pedido de socorro, uma súplica desesperada em favor de sua vida, em favor de seus filhos e netos que ali estavam, comemorando seu septuagésimo quinto aniversário.
A procura das palavras perfeitas
Estou aqui na sala digitando qualquer coisa em meu laptop. A verdade é que estou tentando escrever alguma coisa em meu blog que vala a pena. Alguma coisa que seja importante pra meu ego impaciente. Daqui ouço meu filho ouvir Marcelo D2 em seu quarto- bagunça, a procura da batida perfeita. Estou tentando também encontrar, não as batidas mas as palavras perfeitas.
Paixão
Sua presença forte, seu sorriso de luz.
Cabelos negros em cascatas noturnas.
Cheiro de rosas.
Vulnerabilidade.
Inquietação.
Paixão, doce sentimento que aprisiona homens e destrói deuses.
Naquela mesma noite me apaixonei .
Amanhã não sei..
Amigos especiais
Encontrei uma amiga que não via há muito tempo e foi prazeroso te-la encontrado. Teremos uma nova incumbência, depois deste encontro. Vamos planejar sonhos, traçar metas e idéias que ficaram calados, guardadas nos baús das impossibilidades, nas gavetas dos sonhos, dos ideais esquecidos, substituídos pelas "responsabilidades nossa de cada dia."
Algumas pessoas em especial, tem este poder de nos fazer sonhar, de nos incentivar. Sonhar de verdade sem sentir culpa, vergonha, sem parecer-mos um idiota. Isto é bom, muito bom.
Jacaré fantasma
SÃO PEDRO DO ATACAMA - PARTE 2
O retorno ao centro da cidade, fizemos de carro por que tem momentos em que 3 quilômetros parece ter mais três zeros.
Em San Pedro, fechamos o pacote turístico que nos prometeu levar no dia seguinte para conhecer outros lugares nas imediações da cidade e estava incluído: Visita ao Gêiseres Del Tatio com café e bufê, trilha sobre o Vale da Morte e subida até o Valle de La Luna para assistir ao Pôr do Sol sobre as montanhas. Como estávamos num grupo grande, conseguimos um bom desconto.
Como a saída para o passeio seria muito cedo, na madrugada, resolvemos por votação ficarmos na rua e aguardar o horário sem ter de pagar um pernoite por poucas horas de sono. "Ledo engano", percebemos nesta noite, como uma cama macia faz falta!..
Gêiseres de El Tatio:
No outro dia, a Van e o micro-ônibus nos pegou às 4 horas da manhã, no endereço marcado, para chegarmos cedo e apreciar o gêiseres com toda a sua magnitude. Faz bastante frio no complexo do Tatio, onde as temperaturas chegam a ser muito negativas. Informaram-nos neste dia estar fazendo apenas -3 graus com uma sensação de -6 graus por causa dos ventos fortes. Não é à toa que o passeio começa tão cedo, pois é o horário em que os vapores quentes em contato com a temperatura baixa, mostra toda a sua beleza.
Eu e outras pessoas que vinham penando no deslocamento, sentimos todo o tipo de mal estar e dificuldade para respirar, precisamos de alguns minutos para nos refazermos e contemplar toda a beleza do lugar, quando chegamos. A sensação é de que estamos fora de nosso planeta, num lugar cuja a beleza é indescritível. Depois do cafe o pessoal foi para um banho nas piscinas quentes de águas vulcânicas a poucos metros. Este foi pra mim o passeio mais difícil por causa do mal estar da altura e o frio, como também o mais gratificante por constatar tanta beleza. O Gêiser Del Tatio está localizado à 95 quilômetros de San Pedro, a 4.000 metros sobre o nível do mar e é o mais numeroso grupo de gêiseres do hemisfério sul.
Vale da Morte:
Com rara presença de vida, motivo pelo qual leva o nome de Vale da Morte, serve para a prática de sandboard e é disputada pelos turistas para ver o pôr-do-sol do alto de suas dunas. Com cerca de 2 km de extensão, fica no caminho para o Vale da Lua, próximo à cidade de San Pedro de Atacama, a 4 km do centro.
Valle de la Luna:
Localizado a 17 quilômetros de San Pedro de Atacama, na zona da Cordilheira do Sal. É um lugar muito visitado e declarado Santuário da Natureza por sua extraordinária beleza e semelhança com a superfice lunar.
O Salar do Atacama: está a 55 quilômetros ao sul de San Pedro e o acesso é por um caminho que permite observar a impressionante beleza dos vulcões Lascar e Licancabur. Na rota, primeiro deixa-se para trás o povoado Toconao e finalmente chega-se à Laguna Chaxa. O enorme campo salgado mede 100 km de comprimento e 80 km de largura. É o terceiro maior salar do mundo, depois do Uyuni na Bolívia e do Grande Lago Salgado de Utah, nos Estados Unidos.
O Salar do Atacama se caracteriza por seu ar limpo e seco que permite ver o outro extremo do salar a mais 70 quilômetros. Sob o campo de sal oculta-se um lago que aflora em pequenas lagunas; a mais visitada é Chaxa, que forma parte da Reserva Nacional Os Flamingos. Admiráveis são as aves, guallatas, gaivotas andinas, chorlo de la puna, colegiales e flamingos.
Machuca - Esse povoado há mais de 4.000 metros de altura também faz parte de roteiros turísticos que levam aos gêiseres de El Tatio e apresenta construções muito similares às de Río Grande. No entanto, o maior charme desse lugar é o fato de viverem ali apenas 6 habitantes, o que lhe garante um ar de cidade perdida no deserto. As poucas famílias que viviam em Machuca foram deixando o local para garantirem uma vida melhor em cidades maiores do Chile. Os que decidiram ficar sobrevivem da pecuária e de turistas que passam por ali em busca da famosa empanada de queijo de cabra e churrasquinho de ilhamas.
Uma sugestão é visitar a zona entre as 5 h e 7 h da manhã, quando a intensidade dos jorros é muito mais forte e podem alcançar alturas de 10 metros ou mais. Além disso, no setor existem poços termais para um reparador banho na metade do dia.
Toconao:
Um típico povoado colonial a 39 km de San Pedro. É famoso por seu artesanato de pedra liparita de origem vulcânica. A torre do campanário da igreja foi construída com o mesmo material. Ao redor de Toconao está a Quebrada de Jerez, cuja característica são seus peculiares petróglifos. Neste vilarejo há um restaurante e uma casa de alojamento do lado da praça de armas. Por suas ruas se podem ver lhamas e vicunhas dividindo o espaço com as crianças e os jovens.
Primeira manhã de 2008
Em algum lugar li a idéia de Nietzche sobre o eterno retorno, ou seja, que todos os acontecimentos da vida de cada um, e da história da humanidade, irão repetir-se inúmeras vezes; que tudo o que acontece já aconteceu antes e irá se repetir. Porém o escritor Milan Kundera em seu romance, "A insustentável Leveza do Ser" nega esta idéia, dizendo que o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, e que a ausência total de fardo faz com que os movimentos humanos sejam tão livres e leves quanto insignificantes. O que escolher então? Se é que podemos escolher: O peso ou a leveza? Será que podemos decidir?
Desconfio que fizemos parte de uma equação complexa que não sei para que serve e pra onde nos levará.
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