Vi um cara na praça...

Vi um cara na praça fazendo exercícios físicos, enquanto eu me ajeitava numa dessas cadeiras de praia, para ler um livro espirita sob a sombra das arvores. Ele me observava discretamente entre os exercícios  enquanto eu fazia o mesmo com alguma curiosidade, já que ele não estava vestido com roupas apropriadas para exercícios. Eu tenho certeza que me ele me observava, pois a gente sabe quando esta sendo observado com disfarçado desinteresse, a gente simplesmente sente. Depois de alguns exercícios ele acendeu um cigarro, fumou ate acabar o cigarro, de cabeça baixa, montou em sua moto e foi embora. Eu fiquei me perguntando o que impulsiona alguém que esta dirigindo, simplesmente parar num lugar, mesmo que seja uma praça, sem estar com roupas apropriadas e começar a fazer exercícios em barra, apoios e abdominais e depois de tudo acender um cigarro, botar bastante fumaça para dentro dos pulmões e depois ir embora suado? Pensei também na possibilidade dele estar querendo fumar um baseado e a o me ver por perto, embora o espaço fosse grande, tenha  se sentido inibido e daí.., bem não sei...

Mudanças.

Eu to precisando mudar tudo: Meu guarda roupas, a cor das minhas camisas, dos meus jeans, dos meus sapatos, dos meus olhos, cortar os cabelos, as unhas, mudar meus gostos pessoais duvidosos... Talvez eu já tenha dado inicio neste processo de mudança, tão rapidamente que até me assusto por pensar que não sou eu. Eu me pergunto se mudanças internas exigem alterações externas?

Sinais de contemporaneidade.

Nesta noite sonhei que Porto Alegre estava toda diferente, haviam inúmeros viadutos construídos e outros em andamento, espalhados por toda a cidade, iluminada à noite. Avenidas largas e ampliadas criavam uma paisagem tão contemporânea, que lembravam as grandes cidades de primeiro mundo que ´só se vê em documentários da TV fechada. A praia do Lago Guaíba vinha até a avenida Osvaldo Aranha entre a Sarmento Leite e a Ramiro Barcelos e na sua orla, num canteiro de obras, um grande calçadão com pedras portuguesas estava sendo construído. Pedras portuguesas?.. Mas isto não pode ser verdade - pensei enquanto ia sendo acordado pela claridade do dia que invadia a janela do quarto.

Conselhos de um médium espirita.

Eu entrei neste lance de caminhar, comer pouco e distribuir em varias etapas do dia, pequenos lanches leves a base de frutas que me fizeram perder peso sem consulta com nutricionistas. Quando me perguntam o que fiz para baixar os  números da balança, respondo com a mais pura verdade: Segui os conselhos de uma médium espirita, que me aconselhou a modificar meus hábitos alimentares por outros mais saudável e eventualmente fazer caminhadas para perder algumas calorias em nome da saúde e da qualidade de vida e não é que deu certo? Maravilha sentir-me mais leve, usar roupas dois números abaixo do meu manequim, entrar em roupas que eu já havia perdido as esperanças e começar a ouvir elogios de algumas pessoas.

Na curva.

Tenho te visto entre minhas idas e vindas rápidas, bem na curva que se faz veloz e te desencontro, te perco. Teu rosto esta sempre sobre o muro e não decifro as palavras do teu olhar, distante, silencioso, curioso, que fica pra traz e desaparece quase que na velocidade da luz ou no deslocamento do ar. No fundo tenho medo de saber o que pensas, de desvendar este teu mistério que me fomenta a alma e finjo desconhecer. Por que razão ainda tenho medo?

É preciso ter paciência.

Fazia mais de vinte anos que eu não entrava no Auditório Araujo Vianna inaugurado em 1964 no Parque Farroupilha, aqui em Porto Alegre. Alias nem me lembro quando foi a ultima vez. O auditório ficou por muito tempo esquecido de alguns porto alegrenses, devido a sua falta de reformas, o que obrigou-o a ficar de portas fechadas durante muito tempo. Retornei ao Araujo nesta Quinta-feira, para assistir a o Show do Lenine, cuja renda arrecadada foi doada para outro grande grande musico, o flautista Plauto Cruz, que completou 83 anos no dia 15 de novembro e está com a saúde debilitada, quando se comemora também o Dia do Músico. O espetáculo de Lenine, Chão, foi visto em mais de 20 cidades brasileiras, passando também pelo Uruguai, Argentina, Chile, Paris, Toulouse, Milão e Viena.
Chão, revela evidencias eletrônicas mais acentuadas que os trabalhos anteriores do cantor, porem não faltou os grandes sucessos como: Paciência,  Jack soul brasileiro, Leão do Norte, para completar a alegria e empolgação dos espectadores. Apesar de mais uma vez reformado para receber espetáculos, percebi algumas deficiências na acústica do auditório a serem reparadas, uma pena!.. Como diz a musica do Lenine: É preciso ter paciência...

Eu gosto de homens e de mulheres e voce o que prefere?

"E eu gosto de homens e de mulheres e você o que prefere? E você o que prefere?..." Nunca o estrofe desta musica, de Ana Carolina,  tantas vezes ouvida por mim, fez tanto sentido neste momento da minha vida. Ontem me perguntaram, por que só agora, depois de muito tempo, esta decisão de abrir o jogo publicamente e eu respondi: Por liberdade, existe razão maior do que esta? Alguns até disseram que eu joguei merda no ventilador, o que eu não me importo. Nada substitui a importância de se viver a nossa verdade e por inteiro.

Cantar para subir.

Uma velha amiga costumava dizer: Sabe de uma coisa...,eu vou é cantar para subir! É o que devo fazer neste momento: Cantar para subir!

Na sala de espera do consultório.

Na quarta-feira, na sala de espera do consultório dentário  fiquei conversando com o pai do cirurgião dentista, que também faz às vezes de recepcionista, enquanto eu aguardava o momento de ser atendido. Sujeito muito simpático, inteligente e bem humorado que conquista qualquer pessoa que gosta de um bom papo e que também conquistou minha simpatia por esta razão, desde o primeiro dia que comecei o tratamento dentário e não paramos mais de conversar.
Nas diversas vezes que estive por lá em consulta, já falamos sobre politica, história, viagens, educação de filhos e a conversa é sempre tão proveitosa, que não sinto o tempo passar. Na quarta falávamos sobre a influencia da cultura judaica na Europa e no mundo, (assunto que pode dar pano pra manga por horas), quando surgiu um outro cliente na recepção (aparentemente seu conhecido de longa data) para ser atendido, fazendo-nos desviar da conversa empolgante para os cumprimentos e outro assunto, ao meu ver menos interessante e que recaiu mais em queixas curriqueiras, do que qualquer outra coisa.
Não demorou muito até ele entrar no assunto polemico da homossexualidade, e que ele havia lido em alguma revista cientifica a possível descoberta de um hormônio desenvolvido pela mãe na gravidez, capaz de gerar por algum mecanismo biológico, filhos homossexuais. Eu desconhecia esta informação e fiquei pensando com meus botões. Será?..
De qualquer forma o outro cliente não me pareceu se interessar pelo assunto, pois demostrava visível desconforto e inibição e logo começou a vomitar opiniões preconceituosas e ao mesmo tempo se  desculpar por elas para aliviar sua tensão, dizendo: _Eu entendo a ate aceito nos outros, mas se fosse com meus filhos, não conseguiria admitir... Imagina um filho me apresentar um namorado!
Eu estava prestes a dar a minha opinião sincera sobre tudo o que estava ouvindo, quando fui chamado para o atendimento. Eu acho que este assunto ainda não terminou e ficará para próxima consulta, infelizmente sem a presença do preconceituoso, uma lastima.

Sera que eu andava de olhos fechados?

A vida me parece afinal apresentar uma cor definida, um brilho e um gosto diferentemente agradável e amplo aos meus sentidos. Que estranho esta capacidade que temos de construir, destruir e reconstruir novos conceitos à cerca de nossas valores.
Quando podemos falar e somos ouvidos, compreendidos por pessoas de grande sensibilidade, capazes de perceberem e valorizarem nossas mais simples ou complexas intenções e atitudes, nos sentimos meio vencedores de nossos fracassos internos. Algo nos faz acreditar que nem tudo está perdido e que ainda existe uma ínfima luz no final do túnel, possivelmente propagadas pela alma dessas pessoas valorosas que circulam a nossa volta. Será que antes eu não as via, por andar de olhos fechados? Começo a nova experiencia de ser uma pessoa mais verdadeira, mais completa sem os costumeiros medos.

Tchau, uma hora dessas eu volto!

...Menos amolado, menos irritado, menos resistente, menos triste, menos desconsolado, quem sabe outra pessoa depois de desfazer estes nós que ajudei a amarrar... Num outro dia quem sabe eu volto a te encontrar, a me encontrar depois que tudo passar. Quem sabe eu volto outro...

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...