Dos tempos escolares

Quando meninos, eu e meus amigos usávamos uma capa de lã marinho, que eram distribuídas pelas escolas públicas onde estudavamos e que nunca mais vi o mesmo modelo circular pelas ruas  depois que me tornei adulto. Tinha dois cortes frontais que favoreciam expor ou esconder as mãos, dando liberdade aos movimentos e privacidade as descobertas. Era comprida, abaixo dos joelhos e protegia muito dos dias frios de inverno aqui do sul. Eu me sentia meio John Wayne protegido dentro dela. Com o tempo, as escolas trocaram-na pela japona de lã que me parecia não ter o mesmo efeito térmico e de alimentar a imaginação infantil, ao menos a minha imaginação!.. 
Hoje a cidade amanheceu com aquele mesmo clima frio, ora com sol, ora ventoso  e com aquela chuvinha fina e gelada dos meus tempos escolares e isto me deixou um tanto saudoso!

Algumas vezes

Estava errado sobre mim mesmo, ao menos acordei pensando assim, não faço mais acontecer saindo anciosamente na frente, espero que a engrenagem propulssora deste maquinismo interior inexplicável me dê sinais do caminho para depois dar o primeiro passo em direção da escolha. 
Algumas vezes prosseguimos sem rumo e meio cegos, mas a saída tem sempre dois pólos adversos cujo o destino te empurra para um deles. Absurdo isto, mas é a pura verdade, minha verdade agora, sem alegorias, a gente parece decidir tudo mas não decide nada, só pensa que decide, age por um tipo de indução espontânea, meio livre, mas é pura ilusão. 
A vida vai escrevendo traços, revelando leituras, impondo condições, calcificando marcas, abrindo caminhos mais íngremes de forma sutil e engenhosa. A vida é professor e nós alunos, é inteligente, perspicaz, saborosa, dolorida, condicionadora, mentirosa, mas é só o que temos como veiculo para nos agarrarmos e conduzirmo-nos à algum lugar que supomos ser nossa meta de satisfação!
Eu sei o que estão pensando, isto não é nada revelador é talves uma pequena diferença no angulo estreito em que vejo e percebo as coisas, nesta manhã preguiçosa sobre a cama. 

Acho que devo ter tomado  muito café!..

Todos os títulos com conteúdos velhos de blogs que acompanho.

E quando abri a janela, nada estava atualizado:
FORA DO AR.(continua fora...) ALEM DO QUE SE VÊ: Banho de mar. ATRAZ DO QUE FICA ATRAZ DO PENSAMENTO: contagem regressiva. AH, TÁ BOM ENTÃO, à margem esquerda do Sena...



Voce é apenas um numero que pode ser inventado na hora do aperto


Susto! No segundo dia em Cusco perdi todos os documentos (carteira de identidade, passaporte, cartões de credito, menos dinheiro, que costumo carregar no bolso da calça). E eu quando percebi isto, queria me bater, pois não havia outro responsavel a não ser eu mesmo! Eu havia estado em poucos lugares naquela noite e lembrava ter saído do albergue com um colega da excursão(o Adilson) e a bolsa a tira-colo, na intenção de ir a uma lan house fazer contatos com o Brasil. A primeira lan estava fechando e em seguida nos dirigido para uma outra, na mesma rua, que ficava aberta até mais tarde, lembro de ter colocado a bolsa no chão, do lado do meu pé após ter me acomodado na cadeira e o resto da cena, daí por diante, virou um branco total na cabeça, ate o momento de chegar ao albergue, quando percebi estar sem a bolsa. Voltamos para lan que por azar já havia fechada e daí por diante, começou uma estressante reconstituição de fatos onde a lacuna era onde eu a tinha deixado a "maldita bolsa". No outro dia sairíamos muito cedo para um passeio em Ollantaytambo, Águas Calientes onde dormiríamos, visita à Macchu Picchu pela manhã e só retornaríamos no outro dia tarde da noite e eu precisava decidir o que fazer: Ou ficar na cidade até a lan abrir as 10 da manhã onde acreditava estar meus pertences ou ir ao passeio já pago (120 dólares) que incluía um almoço no caminho, jantar e pernoite em Águas Calientes, café da manhã e o mais importante, ingresso para Macchu Picchu, objetivo da viagem. Bom nestes momentos é preciso relaxar, tomar a decisão acertada, desviar ideias negativas e desnecessárias, por que independente da preocupação, da raiva, da culpa, de estar P da vida e de não saber oque exatamente fazer, as coisas seguem rumos naturais próprios. Então optei por ir no passeio, na tentativa tambem de desviar o pensamento das situações futuras embaraçosas. Depois de algumas horas contemplando toda a beleza e grandeza de Macchu Picchu, Adilson e eu decidimos retornar para Cusco e resolver a situação, pois o resto do pessoal estenderiam o passeio por todo o dia numa caminhada exaustiva pela beira do rio Urubamba até a hidroelétrica e ganhariamos tempo se não fossemos junto e na mesma noite retornaríamos ao Brasil. Sabia que teria problemas para sair do país sem os documentos e então o jeito era voltar até o albergue em Cusco, onde eu havia pedido para alguns funcionários procurarem nas lan houses próximas, com a promessa de uma recompensa e caso não achassem eu deveria dar inicio aos trâmites legais, (policia , embaixada, etc, etc.). Almoçamos e pegamos o trem em Águas Calientes até Ollantaytambo na classe C, com serviço de bordo (por 54 dólares), contemplando pelas janelas e o teto panorâmico do trem as margens selvagens do rio Urubamba cheio de pedras gigantescas da ultima enchente e as majestosas montanhas que pareciam a qualquer momento encostarem nas paredes externas do trem. Me dividia entre a ansiedade de encontrar minha documentação, medo de ficar de alguma forma preso ao país e a beleza selvagem do lugar. Na ultima estação em Ollantaytambo dividimos uma Van com algumas pessoas até Cusco por 10 soles e chegamos às 17horas, cinco horas de viagem. Na Estação Férrea a vendedora de passagens nos garantiu que a viagem de taxi ou Van de Ollantaytambo até cusco demorava uns 15-20 minutos, mentira, levou 2 horas subindo e descendo vales intermináveis. Chegando em Cusco a primeira coisa que fizemos foi irmos até a lan house onde fomos atendidos pela mesma moça simpática da noite fatídica e que com um sorriso tímido estendeu minha bolsa com todos os pertences ao Adilson. Eu quase não acreditei que estava recuperando meus documentos. Agraciei-a com com um sorriso largo de satisfação e 30 soles, que ela pareceu satisfeita. Daria mais se tivesse.
Bom disto tudo eu aprendi algumas coisas:
Primeiro:
Não se deve andar com todos os documentos pra cima e pra baixo com o risco de perde-los ou ser roubado!
Segundo:
É interessante fazer cópias dos mesmos!
Terceiro:
Tentar registrar na memoria ao menos um numero de documento, assim se perder-los, você tem ao menos um numero que o identifique na hora de uma queixa que exija algumas formalidades. Durante a compra do bilhete de trem, a vendedora só queria um numero de identificação para colocar em seus registros, como eu não lembrava de nenhum (pois tinha perdido tudo), ela não queria me vender o bilhete, quando inventei um numero de identidade (o numero do telefone do meu celular), ela nem pediu documentação para conferir e em seguida me liberou a passagem. Resumindo, você é apenas um numero que pode ser inventado numa hora de aperto!
Quarto:
Existem pessoas honestas em qualquer parte do mundo, que bom. A moça da lan , por exemplo, poderia ser desonesta e ter ficado com algumas lembranças que eu carregava dentro da bolsa e ter jogado meus documentos fora. Seria a minha palavra contra a dela, de que eu havia deixado a bolsa na lan house. Na verdade eu não tinha se quer certeza de que a bolsa estava lá!
Quinto:
Ter alguém do seu lado, que o acompanhe nestas maratonas de buscas e soluções é de grande importância. Nestes momentos de tensão é necessário literalmente que te peguem pelo braço, te acalmem e te dê sugestões para uma melhor solução do problema.
Sexto:
A ajuda pode vir de quem menos se espera, não importa a intenção.



Congelado e sem flamingos cor de rosa!!

Quando devo sentir que esta tudo realmente errado sem arrumar razões desculpáveis, que devo tomar providencias contra estas angustias, estas repetições insolúveis e desnecessárias? Quando devo parar, mudar de rumo, ir embora e encontrar o que eu procuro!.. Me levantei esta manhã como este lago que fotografei pela janela do ônibus, durante a passagem por Passo de Jama. CONGELADO e sem flamingos cor de rosa!!


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Tudo que é demais cansa!

Esta noite sonhei que estava na praia, tomando banho de mar, mergulhando numa agua verde e de uma transparencia inigualável. Será que já estou com saudades do verão? Que estes dias cinzas, de temperaturas baixas e chuva por aqui no sul estão me cansando, mesmo tendo em mim que gosto mais do inverno do que do verão? Talves feche a teoria de que tudo que é demais cansa!

Duas medidas!

De tarde atendi uma mulher que tomou 4 comprimidos de Longactil e oito de diazepan. Não sabiam a hora que ela havia tomado as medicações e a quantidade concluíram pelas cartelas rompidas e jogadas em volta de sua cama. Quando cheguei ela apresentava sonolência, mas ainda parecia lúcida e até colaborou vestindo um calçado para ser conduzida até a ambulância. A orientação recebida pelo médico foi que a levássemos ao posto de atendimento para uma primeira abordagem clínica, uma posivel lavagem gástrica e finalmente avaliação psiquiatrica. Lembro de ter deixado-a no posto em torno das 15 horas acomodada numa cadeira, pois não disponibilizavam de camas para que ela deitasse. As 18 horas o posto solicitou remoção da mesma ao pronto socorro para uma avaliação neurológica pois não respondera ao tratamento. Perguntei a médica se haviam feito lavagem gástrica na paciente, o que ela respondeu que não se fazia em pacientes com ingesta de diazepan. Eu desconhecia esta informação e lembro que no tempo em que trabalhava em emergencia clinica era uma rotina!.. Neste momento percebi que a paciente encontrava-se comatosa, com soro no braço e oxigenio nas narinas, muito pior do que quando a deixamos no posto. No pronto socorro quando passei o caso para o plantonista clínico ele olhou para a paciente, dirigiu-se ao grupo de enfermagem e solicitou em voz alta. Uma lavagem gástrica aqui!- prescrevendo em seguida no boletim. O que me deixa inconformado e até indignado com tudo isto, é que as coisas parecem não evoluir no sentido de favorecer uma pessoa que corre o risco de morte e que me pareceu ter ficado na espera de um atendimento digno e procedimento correto, desde a hora em que eu a levei e que quando piorou foi chutada para outro serviço, que realizaria o mesmo trabalho que não foi feito por justificativas que considero rasas para serem aceitas.

ESTOFADO DE VACUNA

Pedir um prato de comida no Chile, quando não se domina o idioma e os costumes locais parecem um tanto diferente. corre-se o risco de inúmeras vezes degustar algo que não faz parte de nossos planos gastronômicos. 

Por via das dúvidas eu não me arriscava e optava pelo "estofado de vacuna", um tipo de ensopado de carne, com temperos fortes e de difícil identificação. As senhoras da foto acima, são de um restaurante de beira de estrada onde experimentamos as variedades alimentares. Eram tão simpáticas que paramos na ida ao Peru para jantar o estofado e depois na volta ao Brasil. A variedade com certeza não deve ser das melhores que o país tem para oferecer, mas aí vai a receita que peguei da internet:


INGREDIENTES:
2 quilos de picadas tapapecho:
( Parte dianteira do boi que eu desconheço!)
2 xícara de ervilhas
1 cebola cortada pena (fina)
2 colheres de sopa de petróleo: (Não faço a mínima ideia do que seja, mas acredito não ser o petroleo que conheço!)
8 batatas em rodelas
4 tomates maduros, cortados
1 cenoura, cortada
2 xícaras de água
sal, pimenta, orégano e cominho a gosto
2 colheres de sopa. salsa picada

PREPARAÇÃO:
Coloque em uma panela e, em seguida, espalhar o óleo em camadas sobrepostas, cebola, cenoura, carne, batata, tomate e ervilhas. Dissolver o tempero na água quente e despeje sobre o cozido. Cozinhe coberto, em fogo baixo por cerca de uma hora, sem mexer. Se adicionar mais água seca.

O Mercado Publico de Cusco


Em visita ao Mercado Publico de Cusco, não pude deixar de me surpreender e sentir um certo constrangimento, comum, quando se faz comparações com regras já conhecidas e estabelecidas no país onde vivemos evidentemente necessárias.
Quando vi esses produtos ao consumo  humano, sem a mínima proteção e condições de higiene me perguntei: Como pode uma coisa destas, carne exposta deste jeito e sem refrigeração?
Impossível não se escandalizar, deixar de fazer comparações e perceber que algumas coisas são de extrema necessidade para a saúde e que pelo neste quesito, estamos na frente.




















Na foto à baixo, sem muito esforço, pode-se perceber que são cabeças de gado sem pele, jogadas no chão, de um corredor muito sujo, onde centenas de pessoas passam.
Estavam lá para serem vendidas e provavelmente consumidas, pelos clientes interessados. As mosquinhas felizes e voando sobre os produtos, a maquina fotográfica não capturou!
O mercado de Cusco talvez seja o retrato da pobreza da população e da indiferença das autoridades com relação as questões sanitárias e de saúde pública.


Até a próxima viagem!

DE VOLTA AO COMUM

Almoço com amigos, gargalhadas, galinha descabelada, vinho tinto, mouse de morango, chá de framboesa e uma boa cochilada para reanimar. Depois ver fotos da viagem, comentar, relembrar, explicar, relaxar, gargalhar, gargalhar... 
Que bom estar de volta em casa, na companhia de amigos. Nada pode ter sentido maior se não voltamos aos nossos dias comuns, aos nossos amigos comuns, a nossa vida comum!..

O ALBERGUE EM CUSCO


O albergue que fiquei em Cusco, me pareceu grande e colorido, lembrando aquelas pousadas tropicais com guarda-sois sobre as cadeiras e mesas de plástico branca espalhados pelo pátio. Depois, olhando com mais atenção e alguns minutos a mais de ambientação percebi que estava meio falido. Nada funcionava direito. O chuveiro não esquentava, alguns azulejos descolando das paredes, a sala da administração parecendo um depósito de entulhos, a cozinha idem, e alguém observou que não havia pia para lavar a louça e os alimentos, o serviço de lavanderia.., o Ó do Borogodó. Algumas pessoas que arriscaram-se a usar o serviço de lavagem de roupas, receberam-nas mal lavadas, manchadas e faltando peças. O quarto em que eu e o Ton ficamos era espaçoso, porem vertia água de uma das paredes de pedra.
A senhora que servia o café, se estressava a cada vez que alguém sentava à mesa para o de jejum matinal, também não havia um horário estipulado para este serviço, o que obrigava os hóspedes a sentarem na mesa em horários diversos e quando tinham vontade. Bem era gritante a deficiência  do serviço. Na saída a proprietária espalhou folders para a divulgação do estabelecimento -Hostal Illary. Ela deveria estar brincando!...

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...