Postei ontem esta historia, na pagina do meu Face book, o que deu pano pra manga. Uma historia que nem é real, por que foi um sonho que tive durante a noite, mas como eu acredito que sonhos por vezes são meio que premonitórios e dai se materializam, poste!...Noite passada tive um pesadelo, será que era um sonho de verdade, porque logo que acordei, tudo parecia tão real, dando a impressão de ter estado todo o tempo acordado nunca espécie de delírio.Enfim, sonhei que estava numa cidade do interior brasileira a passeio e quando decidi entrar num armazém, para levar um pão desses que chamamos de Sovado para acompanhar o café, o vendedor por traz do balcão, um senhor dos seus setenta e poucos anos me disse:Aproveita que é o último!Em seguida espontaneamente me passou o valor do pão, sem que eu perguntasse: 80,00.Olhei nas prateleiras, pra ver se tinha uma outra opção, mas estava tudo vazio.Como ele havia me dito, era o último pão que possivelmente não saiu, por causa do preço.Disse então pra ele que em toda a minha vida, nunca tinha pago tão caro por um pão sovado a mão.Ele riu e com algum sarcasmo na voz, me disse:Estamos com muita dificuldade na colheita do trigo e portanto fabricar farinha. Além disto, as galinhas resolveram fazer a greve dos ovos e começaram a pôr, apenas um ovo por semana , isto, quando não decidem destruí-los de modo a não sobrar nenhum.Eu então lhe pergunto: Pra onde este mundo está indo?..Vírus dizimando cidades inteiras, farinha a preço de ouro em pó e galinhas fazendo greve de ovos... Onde vamos parar?
A CRISE DO PÃO E A GREVE DAS GALINHAS.
BEM FEITO
Nesta manhã de quarta-feira, 10/06/2020, o presidente da República Jair Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada, em meio ao seus apoiadores, foi cobrado por uma mulher, que afirmou ser sua eleitora. Ela segurava um cartaz com o número de mortes por coronavírus no Brasil.
“Eu estou aqui fazendo cartazinhos só com números para o senhor ver. Porque não são 38 mil de estatística, são 38 mil famílias que estão morrendo nesse momento. São 38 mil pessoas que estão chorando!”, disse a mulher.
“Eu vim aqui de todo coração. Eu sinto que o senhor traiu a população!”.A mulher ainda reclamou que o presidente estava entregando cargos para o Centrão, o que havia prometido que não o faria, se eleito.
O presidente Bolsonaro, ao ouvir as cobranças, perdeu a compostura e respondeu repetidamente e irritado: "Sai daqui, você já foi ouvida. Cobre seu governador!". .. Depois ignora a eleitora e desaparece entre seus apoiadores.
Fiquei angustiado a o ver aquela mulher sendo desrespeitada publicamente e diante das câmeras de TV, dizendo que sentia-se traída por alguém, que lhe pareceu ser a solução dos problemas do país. Pensei, enquanto assistia a reportagem, no quanto é frustrante quando somos enganados com falsas promessas, principalmente no período pré-eleitoral. Por outro lado, o presidente da republica, nunca fez questão de esconder suas intenções antidemocráticas, como também sua personalidade explosiva.
Pra terminar, esta é uma daquelas situações que sempre me divide: Um que se compadece com a ingenuidade de alguns eleitores e o outro que internamente grita um "Bem feito"
O CAVALEIRO DO APOCALIPSE
Quando vive-se num mundo onde os valores humanos, de justiça e verdade, são desrespeitados por falta de carácter, ganancia por poder e corrupção a toda prova por governantes em todos os âmbitos políticos, que detêm o poder, tenho a impressão de que não há muito a ser feito. Como reverter este quadro dramático, que nos deixa absolutamente inseguros, afetando nossa segurança, o nosso modo de viver, pensar, reagir?
O Brasil virou uma grande piada internacional, as grandes discussões nos setores políticos, são irrelevantes e parecem briguinhas de adolescentes em busca de popularidade e poder. O presidente é desinformado, mal educado, preconceituoso e sem condições de ser um chefe de estado
Provou incompetência ao lidar com uma das mais avassaladoras pandemias do século XXI, falhou no supervisionamento do desmatamento criminoso que destrói a maior floresta do mundo, não apresenta programas sociais como por exemplo,a (erradicação da pobreza, da criminalidade, da violência contra a mulher, do abuso infantil e etc...)
Sua intolerância e desrespeito atinge não só os negros, mas também os índios que foram os primeiros donos dessa terra. Ignora protocolos institucionais como um ditador e não vivesse num país cujas as regras democracias devem ser respeitadas. Namora claramente com idéias fascistas, com a volta da ditadura militar e a restituição do AI-5, uma das fases mais violentas e obscuras que o pais já viveu.
👀Golpe? Ou não golpe?..👀 O povo brasileiro já se desgastou a o mencionar ou ouvir esta palavra "golpe", que dividiu o país em dois, em 2016 e transformando-a num sentido jocoso.
💬Ora, ora minha gente, não sejamos ingênuos. O risco de golpe de estado, não é delírio de alarmistas: ele é real e imediato. Desde que entrou pra politica, Bolsonaro não escondeu pra que veio e depois de conquistar seu lugar como chefe maior de estado, vem causando o caos por onde passa e retirando todas as conquistas sociais implementadas pelos governos anteriores. A pandemia e um prato exótico que veio a calhar num momento oportuno, aprofundando a recessão e eventuais escândalos de corrupção. Negar a pandemia é oportuno para o seu governo, que descarta desumanamente um significado numero de pessoas que oneram os cofres públicos por serem na maioria pobres, negros e velhos!..
Houve uma grande divisão de opiniões no país, quando a presidenta Dilma Russef, sob grande pressão, foi destituída do cargo, pelas "pedaladas fiscais" em seu governo e não aceitar fazer acordos, (se blindar politicamente) com o apoio do Centrão. Sua saída gerou varias discussões entre os cientistas políticos que analisavam: Foi golpe ou não foi golpe, lembram?
Para quem desconhece o Centrão, refere-se a um conjunto de partidos políticos no governo, que não possuem uma orientação ideológica específica e tem como objetivo assegurar uma proximidade ao poder executivo, de modo que este lhes garanta vantagens e lhes permita distribuir privilégios por meio de redes clientelistas.
👀E agora José?...👀
👀E agora José?...👀
Agora o presidente Bolsonaro para não ser destituído do cargo, (impeachmado), por suas atitudes claras de um ditador, tenta com manobras anticonstitucionais, inviabilizar o poder do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal e suprimir-se de outros crimes de responsabilidade cometidos. Se alia ao Centrão, que é detentor de um vantajoso numero de votos, para adquirir blindagem, como um dos cavalheiros do apocalipse desfilando a cavalo nas proximidades da rampa dos três poderes.
No livro bíblico de Revelação ou Apocalipse, os quatro cavaleiros são respectivamente: A peste, a guerra, a fome e a morte. Qual dos quatro o presidente representa?
SENTINDO FALTA DE UM ABRAÇO!
A pandemia do corona vírus, tem obrigado as pessoas ficarem confinadas em suas casas, sem qualquer tipo de contato social ou físico com quem vem da rua, ou de outro ambiente, para evitar o contagio da doença que se prolifera assustadoramente pelos quatro cantos do planeta. Enquanto isto não passa, eu como qualquer mortal, no grupo de risco e que mora sozinho, tenho que manter meu isolamento na companhia da TV com filmes e programas repetitivos, das musicas selecionadas no celular e alguns livros que antecipadamente haviam me emprestado.
As circunstancias, criaram algumas rotinas necessárias, como limpar a casa, preparar as refeições, recolher o lixo, algumas coisas que já fazia, outras que era auxiliado, mas que agora parecem ter um novo peso e medida.
Olhar o mundo pela janela ou por aquele retângulo de 52 polegadas, pendurado na parede, é como não estar no mundo real, me põe atrás de uma película transparente, numa posição estática de um expectador engessado que não interage integralmente com oque acontece, não me relaciona diretamente com meu interlocutor. O contato físico que antes era possível na demonstração dos sentimentos e afetos, foi vetado como medida de segurança. Meus sentimentos se introjetam e se perdem em algum lugar. Já estou sentindo falta de um abraço verdadeiro e não de um virtual!
A GUERRA CONTRA O RACISMO
Será que é só eu, que me sinto cansado, desestimulado, desamparado, pensando que o mundo não tem mais saída e que as pessoas não vão melhorar e que qualquer promessa positiva de mudança é somente um engodo pra continuarem egoístas, preconceituosas, intolerantes, violentas e infelizes?.. Eu como cidadão brasileiro e negro, não aguento mais viver com tantas injustiças cometidas com seres humanos da minha cor.
Acontece que desde do dia 25 de maio de 2020, começou um protesto em varias cidades americanas, que já dura quase uma semana e promete não parar tão cedo, a menos que os governantes tomem medidas legais que não discriminem os cidadãos pela cor da pele no país, dando-lhes direitos igualitários na sociedade americana branca. A passeata iniciou-se em repudio a abordagem feita por um policial branco a um homem negro, George Floyd , em Minneapolis, que foi asfixiado, até a morte, mesmo depois de ser imobilizado. A passeata que tem adesão também de cidadães brancos, se espalha por outras cidades americanas e pelo mundo, de forma pacifica, tentando sensibilizar os governantes, quanto ao tratamento agressivo dado as camadas menos favorecidas nos EUA, como negros, latinos, gays, judeus e outros, o que não se diferencia daqui do Brasil.
As manifestações que tomam as ruas dos EUA pelo oitavo dia seguido, em protesto a morte de George Floyd, não somente é legitima quanto justa, num país de primeiro mundo e visibilidade global.
A imagem do policial com o joelho sobre o pescoço da vítima, que, deitada na rua e imobilizada, dizia "não consigo respirar", foi o gatilho da onda de indignação que tomou o país após divulgação da imagem gravado por algum transeunte, nos meios de comunicação.
O manifesto virou num caldeirão que protesta não só contra o racismo, mas as agressões da policia americana, e a segregação do estado contra negros, gays, imigrantes, judeus e católicos, que sofrem humilhações da supremacia americana branca por anos.
E quando se fala em supremacia branca, devemos pensar em uma forma de racismo centrada na crença (e na promoção desta crença) de que os brancos são superiores a pessoas de outras origens raciais e que, portanto, os brancos devem governar politicamente, economicamente e socialmente, os não-brancos são considerados uma sub-raça sem nenhuma garantia de direitos.
Manifestações semelhantes ocorreram em 2014 no Estado do Missouri, onde o jovem negro Michael Brown, de 18 anos, havia sido morto por um policial branco. O presidente do país era Barack Obama e em 1968, após o assassinato do líder de direitos civis Martin Luther King Jr.
No Brasil, em Maio de 2020, João Pedro Matos Pinto, um menino negro, de 14 anos, foi baleado e morto dentro da casa de seu tio, em São Gonçalo-RJ, pela policia federal em ação com a policia civil, é a prova de que o alvo da policia, são na grande maioria jovens/adolescentes e crianças negras/inocentes, que sofrem violência por sua condição e cor de pele.
O INIMIGO INVISÍVEL
São noticiados diariamente, dezenas e centenas de pessoas morrendo e outras sendo contaminadas a todo momento, num assustador painel de números com baixas, que não param de crescer. Já passamos das mil mortes por dia, é como se oito aviões caíssem a cada 24 horas no Brasil e mesmo assim, com esta triste realidade e a orientação de confinamento em suas casas, como medidas protetivas, as pessoas ignoram, saem para as ruas desprotegidas, sem mascaras, com o intuito de se divertirem em praias, passearem nos shoppings, levarem seus cãezinhos para tomar sol nas praças publicas, alimentando visivelmente aquele sentimento de negação ao que está acontecendo. Passamos a usar novas palavras, no nosso dia a dia, que até então desconhecíamos do nosso dicionario: Covid-19, Lockdown, hidroxicloroquina.
Na contramão desta luta contra a pandemia, que já dura três meses, vivemos dias de instabilidade politica, com discussões absurdas, desmandos e quedas de braço, onde o presidente da Republica desrespeita as medidas de prevenção estabelecidas pelas comunidades cientificas mundiais e trata a pandemia como se fosse uma gripe comum. Politicamente articula medidas e decisões antidemocráticas para mobilizar o país e assim conduzi-lo de acordo com os seus próprios interesses duvidosos.
Estamos vivendo um período critico, que nos faz questionar o modo como vivemos e as regras politicas sociais e econômicas que nos são impostas. A cada dia evidencia-se a necessidade de um nova plataforma de viver e de nos relacionarmos com o mundo a nossa volta, respeitando o meio ambiente e a cada individuo, sem discrimina-lo pela cor, crença, gênero, status quo.
Estamos vivendo um período critico, que nos faz questionar o modo como vivemos e as regras politicas sociais e econômicas que nos são impostas. A cada dia evidencia-se a necessidade de um nova plataforma de viver e de nos relacionarmos com o mundo a nossa volta, respeitando o meio ambiente e a cada individuo, sem discrimina-lo pela cor, crença, gênero, status quo.
Que tenhamos força para vencer o inimigo invisível e que ele sirva de lição para que nos tornemos seres humanos melhores!
MOVIMENTO
MULHERES NEGRAS QUE FIZERAM HISTÓRIA - CAROLINA DE JESUS.
"A COR DA FOME É AMARELA." Disse certa vez, Carolina Maria de Jesus, uma mulher de origem pobre, negra, favelada, que com suas lutas e sensibilidade, foi capaz de criar seus filhos e ainda perpetuar seu nome, na historia literária do país.
Seu cotidiano de dificuldades na favela, a fez escrever um diário, que virou um livro "QUARTO DE DESPEJO: DIÁRIO DE UMA FAVELADA", que ganhou o mundo, com um milhão de exemplares e foi traduzida em quatorze línguas, tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior.
Uma pergunta que eu me faço, é:
Como um livro desta grandeza e que rodou o mundo, se tornou desconhecido pela maioria dos brasileiros?
Como um livro desta grandeza e que rodou o mundo, se tornou desconhecido pela maioria dos brasileiros?
Carolina Maria de Jesus nasceu em 14 de março de 1914, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, numa comunidade rural, de pais negros analfabetos. Era filha ilegítima de um homem casado e foi maltratada durante toda sua infância. Aos sete anos, sua mãe a obrigou a frequentar a escola, depois que a esposa de um rico fazendeiro decidiu pagar seus estudos, mas ela interrompeu o curso no segundo ano, tendo já conseguido aprender a ler e a escrever e desenvolvido o gosto pela leitura.
Em 1937, sua mãe morreu e ela se viu impelida a migrar para a metrópole de São Paulo. Carolina construiu sua própria casa, usando madeira, lata, papelão e qualquer material que pudesse encontrar. Saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família.
Em 1947, aos 33 anos, desempregada e grávida, Carolina instalou-se na extinta favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, num momento em que surgiam na cidade as primeiras favelas. Ao chegar à cidade, conseguiu emprego na casa do notório cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini, médico precursor da cirurgia de coração no Brasil, o que permitia a Carolina ler os livros de sua biblioteca nos dias de folga.
Em 1948, deu à luz seu primeiro filho, João José. Teve ainda mais dois filhos: José Carlos e Vera Eunice, nascidos em 1949 e 1953 respectivamente.
Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, registrava o cotidiano da comunidade onde morava, nos cadernos que encontrava no material que recolhia, que somavam mais de vinte. Um destes cadernos, um diário que havia começado em 1955, deu origem ao seu livro mais famoso, Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960.
O livro veio a publico, quando o jornalista Audalio Dantas, visitando a favela, conhece Carolina e fica encantado com seu diário, promovendo e auxiliando na publicação da obra.
Quarto de Desejo foi um sucesso de vendas no Brasil e no exterior, levantando até suspeitas acerca de sua composição, ou seja que o próprio jornalista teria forjado a obra para alcançar sucesso comercial
Publicado em 1960, a tiragem inicial de Quarto de Despejo foi de dez mil exemplares e esgotou-se em uma semana. Desde sua publicação, a obra vendeu mais de um milhão de exemplares e foi traduzida em quatorze línguas, tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior. Depois da publicação, Carolina teve de lidar com a raiva e inveja de seus vizinhos, que a acusaram de ter colocado suas vidas no livro sem autorização.
Em março de 1961, uma reportagem afirmou que a publicação de Quarto de Despejo havia rendido a Carolina seis milhões de cruzeiros em direitos autorais, contudo a quantia exata variava, de acordo com a reportagem.
Depois da publicação de Quarto de Despejo, Carolina mudou-se para Santana, bairro de classe média, na zona norte de São Paulo.
Em 1963, publicou, por conta própria, o romance Pedaços de Fome e o livro Provérbios. Posteriormente, em 1969, Carolina acumulou dinheiro suficiente para se mudar de Santana para Parelheiros, uma região árida da Zona Sul de São Paulo, no pé de uma colina. Próxima de casas ricas, local de algumas das mais pobres habitações do subúrbio da cidade, com impostos e preços menores, era lá que Carolina esperava encontrar solitude.
MULHERES NEGRAS QUE FIZERAM HISTÓRIA - LAUDELINA
Um documentário sobre a história de vida da líder sindical Laudelina de Campos Melo, foi lançado em 2015. Parceria entre o Museu da Cidade e o Museu da Imagem e do Som (MIS), ambos de Campinas, o filme Laudelina: Lutas e Conquistas combina interpretação da atriz Olívia Araújo (Tempo de Amar), que dá vida à Laudelina, e trechos de uma entrevista com a ativista feita em 1989. Assista no player abaixo:
A Proposta de Emenda Constitucional 66/2012, a PEC das Domésticas, foi aprovada em 2013. Por meio dela, a categoria passou a ter uma série de direitos garantidos, incluindo carteira assinada, FGTS, seguro desemprego, férias remuneradas e adicional noturno. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem hoje no Brasil cerca de 7,2 milhões de trabalhadores domésticos. Desse total, 93% são mulheres. E dessas mulheres, 62% são negras.
A aprovação da emenda foi motivo de comemoração para milhares de trabalhadoras, que passaram a ter condições mais dignas de trabalho. Do outro lado, os empregadores se sentiram ameaçados com que chamaram de "encarecimento do serviço".
Para além desse embate, importa ressaltar a conquista de direitos de todas as domésticas passa fundamentalmente pela história de uma mulher negra.
Criadora do sindicato das domésticas de Campinas, em 1936, o primeiro do Brasil, fechada durante o Estado Novo, e voltando a funcionar em 1946. Laudelina teve uma trajetória que combinou, de forma singular, a resistência pela valorização do emprego doméstico, o feminismo e ativismo pela igualdade racial.
Nasceu em Poços de Caldas, Minas Gerais, em 1904. Sua mãe era empregada doméstica e doceira na cidade. Ela perdeu o pai, que era lenhador, aos 12 anos em um acidente de trabalho e teve que abandonar a escola ainda no primário para cuidar dos cinco irmãos menores e ajudar a mãe nas lidas domesticas e nos preparos dos doces.
Antes de completar 18 anos, Laudelina teve sua primeira experiência como empregada doméstica, nesse momento nasceu a indignação com o cotidiano marcado pelo racismo dos patrões, além da exploração e más condições do trabalho doméstico.
Aos 20 anos, Laudelina se mudou para São Paulo, e casou-se, com Geremias Henrique Campos Mello. Em 1924 mudou-se para a cidade de Santos, onde teve seu primeiro filho. Junto do marido, Laudelina participou da agremiação Saudade de Campinas, grupo que valorizava a cultura negra em Santos.
O casal se separou em 1938, com dois filhos como resultado da união. Laudelina passou a atuar de forma mais intensa em movimentos populares, de cunho político e reivindicatório, especialmente depois de se filiar ao Partido Comunista Brasileiro, em 1936.
Neste mesmo ano, Laudelina fundou a primeira Associação de Trabalhadores Domésticos do país, fechada durante o Estado Novo, e voltando a funcionar em 1946. Laudelina também trabalhou para a fundação da Frente Negra Brasileira, militando na maior associação da história do movimento negro, que chegou a ter 30 mil filiados ao longo da década de 1930.
Em 1948, a família para a qual Laudelina trabalhava a convidou para ser gerente do hotel fazenda que possuíam em Mogi das Cruzes, onde permaneceu por três anos. Com a morte da matriarca da família, Laudelina foi para Campinas, cidade que dava preferência às empregadas brancas, o que levou Laudelina a protestar junto do Correio Popular por veicular anúncios preconceituosos. Integrou-se ao Movimento Negro de Campinas, participando de eventos que visavam levantar a autoestima da comunidade negra, com teatros e palestras, inclusive promovendo, em 1957, um baile de debutantes (Baile Pérola Negra) para jovens negras, no Teatro Municipal de Campinas.
A Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas esteve em diversas frentes e lutas, em especial contra o preconceito racial. Mil e duzentas empregadas domésticas estiveram no ato da inauguração da associação, em 18 de maio de 1961. No ano seguinte, foi convidada para participar da organização de diversos sindicatos da categoria em outros estados, participando também de movimentos negros e feministas.
Em 1988, a associação se tornou Sindicato das Empregadas Domésticas e continuou a lutar em favor do direito das empregadas domésticas, combatendo a discriminação da sociedade em relação às empregadas domésticas, exigindo melhor remuneração e igualdade de direitos sociais.
Laudelina Campos de Melo morreu dia 22 de maio de 1991, em Campinas. Dois anos antes foi criada a ONG Casa Laudelina de Campos Mello, que busca honrar o legado da líder sindical. A entidade promove ações focadas no empoderamento, na autonomia econômica, na produção e troca de conhecimentos e também formação e qualificação profissional de mulheres negras.
**As informações apresentadas neste post
foram pesquisadas retiradas dos sites:
MULHERES NEGRAS QUE FIZERAM HISTÓRIA - TIA CIATA
TIA CIATA |
Hilária Batista de Almeida, mais conhecida como Tia Ciata tornou-se um símbolo da resistência negra no Brasil pós-abolição e uma das principais incentivadoras do samba depois de abrir as portas de sua casa para reuniões de sambistas pioneiros quando a prática ainda era proibida por lei.
Nascida em 1854 em Santo Amaro da Purificação na Bahia, aos 22 anos levou o samba de Roda para o Rio de Janeiro. Foi a mais famosa das tias baianas (na maioria mães de santo que deixaram Salvador por causa das perseguições policiais) chamada de Diáspora Baiana do início do século.
Eram negras baianas que foram para o Rio de Janeiro especialmente na última década do século XIX e na primeira do século XX para morar na Praça Onze, na região da Cidade Nova onde vendia seus quitutes num tabuleiro, vestida com os trajes típicos de baiana.
CASA DE TIA CIATA EM RJ |
Atualmente a Casa da Tia Ciata é a sede da Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC) e espaço cultural para manter viva a memória da Matriarca do samba. Uma exposição permanente sobre a veterana do samba é a principal atração do espaço.
Tia Ciata entrou para a história como tantas outras mulheres negras, que lutaram para manter sua raiz, cultura com dignidade num pais racista e sem lugar para mulheres (principalmente negras).
Em sua casa na Praça Onze, onde os sambistas se reuniam, foi criado o primeiro samba gravado em disco - "Pelo Telefone"- , uma composição de Donga e Mauro de Almeida, na voz do cantor Baiano, também nascido em Santo Amaro da Purificação.
Tia Ciata tornou-se uma espécie de primeira dama das comunidades negras. Era procurada para dar conselhos devido sua inteligência, sabedoria e generosidade.
Todos os dias servia gratuitamente, em sua casa, almoço para trabalhadores e pessoas carentes.
Morreu em 1924, respeitada na cidade, coisa de cidadão, muito longe da realidade comum dos negros de sua época.
PANDEMIA E REFLEXÃO
Estou neste momento isolado em minha casa, como a grande maioria da população mundial, na espera por um milagre, confinado em razão desta pandemia que já matou milhares de pessoas e dizem que vai matar ainda mais. Daqui do prédio, onde moro, assisto ruas e praça completamente desertas e um silencio que só é quebrado por alguns poucos veículos e cães de rua que se adonaram das lixeiras nas calçadas.
Parece piada, mas nós seres humanos, trocamos de posição com os cães, estamos confinados em nossas casas e eles soltos, numa evidente luta pela sobrevivência.
Parece piada, mas nós seres humanos, trocamos de posição com os cães, estamos confinados em nossas casas e eles soltos, numa evidente luta pela sobrevivência.
Às vezes me pergunto entre um noticiário e outro da TV, se o que estamos enfrentando é verdadeiro, se essa guerra está realmente acontecendo. As informações sobre o perigo iminente da pandemia me chegou tão rápido, que o meu cérebro não conseguiu processar nas primeiros horas, em que fui informado no trabalho, que deveria ir para casa e me proteger.
O que falta ainda acontecer?.. Diziam algumas colegas de repartição. Na rua, algumas pessoas já de mascaras seguiam seu destino assustadas e com pressa, como se um toque de recolher fosse soado em tempos de guerra.
Faço parte do grupo de pessoas que vivenciaram muitas mudanças no mundo, como guerras, revoluções politicas e sociais, golpes de estado, atentados terroristas, acidentes naturais e agora fazendo parte do grupo de risco de uma doença pandêmica, cujo o inimigo é invisível aos olhos, e o principal alvo são os velhos como eu e sem nenhuma arma eficiente para combate-lo. Algumas outras pessoas ainda caminhavam pelas ruas, com roupas de esportes e sem máscara, talvez incrédulos ou desavisados do que estava acontecendo.
O caos foi se estabelecendo a cada dia, com o colapso gradativo dos serviços de saúde publica, superlotação de UTIs, sem equipamentos apropriados e a morte crescente de centenas de pessoas sendo notificado na TV e algumas enterradas em valas comuns.
Os dias vão passando e a gente vai ficando cada vez mais pensativo, ansioso, angustiado, temeroso e também esperançoso, aguardando por uma saída, torcendo para não fazer parte das estatísticas de baixas.
Eu fico me perguntando tantas coisas e pensando em tantas outras enquanto driblo minhas angustias: Será que essa exclusão social forçada, para diminuir o contagio da doença, está servindo para as pessoas refletirem sobre suas vidas e fragilidades ou não estão nem aí?
Estará esta pandemia, abrindo portas, para novas possibilidades de conscientização e preservação ambiental?
Será que o ser humano se tornará melhor em suas qualidades humanas, depois que tudo passar? O que nos resta é esperar!..
Eu fico me perguntando tantas coisas e pensando em tantas outras enquanto driblo minhas angustias: Será que essa exclusão social forçada, para diminuir o contagio da doença, está servindo para as pessoas refletirem sobre suas vidas e fragilidades ou não estão nem aí?
Estará esta pandemia, abrindo portas, para novas possibilidades de conscientização e preservação ambiental?
Será que o ser humano se tornará melhor em suas qualidades humanas, depois que tudo passar? O que nos resta é esperar!..
Ontem a lua estava gigante e laranja, no céu, quando me debrucei na janela do meu quarto. Magnificamente enorme e iluminada, como o Empire State Building, visto da janela de um hotel em New York. Aquela visão da Lua, me causou medo, medo que ela despencasse sobre a cidade, sobre mim e que tudo acabasse tragicamente como prevê alguns seguidores religiosos.
Vai saber!..
Vai saber!..
APERFEIÇOANDO O IMPERFEITO.
Mas quem é este Afonsinho?.. Perguntou-me o violonista que me acompanhava no ensaio da musica "Meio de Campo" lançada em 1973, por Gilberto Gil.
Também curioso, já que eu não tinha conhecimento desta história, fui a campo de pesquisa, em busca de uma resposta.
Afonsinho Jogava como meia-armador. Foi revelado pelo XV de Jaú em 1962. Em 1965, foi transferido para o Botafogo, clube pelo qual foi campeão várias vezes. Tudo começou quando Afonso Celso Garcia Reis, o Afonsinho, jogador do Botafogo, dando um tempo as suas visitas a o barbeiro, resolveu cultivar uma curiosa e longa barba e cabelos, que lembravam a de (um hippie? Um revolucionário? Um..?), descumprindo as normas estéticas, exigidas pelo então treinador do Botafogo, Mário Jorge Lobo Zagallo, aquele da conhecida frase, "Vocês vão ter que me engolir". Zagalo proibiu a entrada de Afonsinho no clube. A diretoria alvinegra também apoiando seu técnico, decidira impedi-lo de treinar, enquanto o jogador "rebelde", não reparasse a barba e os cabelos compridos, conforme exigência do técnico.
Ofendido, sem poder jogar e sentindo-se discriminado pela decisão, Afonsinho resolveu, então, deixar o clube pedindo a liberação de seu "passe", mas os Bambambãs do Botafogo negaram-no, e o jogador recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que depois de muitas quedas de braços, foi favorável ao jogador, dando-lhe o direito ao passe livre e manter sua barba e cabelos compridos.
Era o início de uma nova fase no futebol brasileiro. Afonsinho tornou-se o primeiro atleta do Brasil a ganhar o direito ao passe livre na justiça, em março de 1971. Esse direito só seria instituído exatamente 27 anos depois, pela Lei n° 9615, de março de 1998.
Por esta façanha de Afonsinho em defesa e luta por seus direitos, Gilberto Gil então compôs este samba🎵 em homenagem a Afonsinho, por sua atitude libertaria, num período em que os desmandos (utilização excessiva do poder) transgredia os direitos que cabe a qualquer cidadão, num país democrático.🙏
Ofendido, sem poder jogar e sentindo-se discriminado pela decisão, Afonsinho resolveu, então, deixar o clube pedindo a liberação de seu "passe", mas os Bambambãs do Botafogo negaram-no, e o jogador recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que depois de muitas quedas de braços, foi favorável ao jogador, dando-lhe o direito ao passe livre e manter sua barba e cabelos compridos.
Era o início de uma nova fase no futebol brasileiro. Afonsinho tornou-se o primeiro atleta do Brasil a ganhar o direito ao passe livre na justiça, em março de 1971. Esse direito só seria instituído exatamente 27 anos depois, pela Lei n° 9615, de março de 1998.
Por esta façanha de Afonsinho em defesa e luta por seus direitos, Gilberto Gil então compôs este samba🎵 em homenagem a Afonsinho, por sua atitude libertaria, num período em que os desmandos (utilização excessiva do poder) transgredia os direitos que cabe a qualquer cidadão, num país democrático.🙏
Meio de Campo:
Gilberto Gil
Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou Tostão
Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão
RECEITA
Os licores me são derradeiros,
como os poemas dramáticos de Pessoa,
como os olhos rasgados e agressivos de Clarice,
como certas musicas do Djavan que ouço e vão além do meu entendimento,
mas também doces, delicados, que me puxam pra camadas mais profundas de mim mesmo,
onde a água salgada presa em mim,
me ardem as narinas e a garganta.
Por vezes tenho algumas visões,
lembranças com cheiros e sabores tão reais e mentirosos
quanto o carinho dos felinos que tem sede de agua e fome de carne.
QUILOMBO PEIXOTO DOS BOTINHAS
Meu destino dia 28/12/2019 à noite, um Sábado de muito calor, foi visitar a convite de uma amiga, o Quilombo Peixoto de Botinhas, localizado no Capão da Porteira, parada 135 da RS 040, na zona rural de Viamão.
Como recusar um convite desses?.. principalmente eu que tenho a maior consideração e respeito pelas tradições e cultura de um povo que tenho descendência.
Como recusar um convite desses?.. principalmente eu que tenho a maior consideração e respeito pelas tradições e cultura de um povo que tenho descendência.
Criado na época dos navios negreiros, acredita-se que o Peixoto de Botinhas tenha sido o primeiro quilombo de Viamão, embora sem nenhum registro e tendo caído no esquecimento, como a maioria da historia e cultura da população negra, que foi reprimida e apagada pelos colonizadores brancos europeus.
O que sobrou do passado, foram resquícios de uma memoria fragmentada, pelo trabalho excessivo e árduo, sofrimento da dor física e emocional e a necessidade e imposição de uma sobrevivência invisível, numa mundo escravocrata e desumano. Portanto, a historia do quilombo, ficou sendo a que foi contado pelos mais velhos, através das lembranças muitas vezes falha, que conseguiram guardar de sua trajetória.
HISTÓRIA DE COMO SURGIU O QUILOMBO:
Conforme conta Antônio Gomes, morador do quilombo, um navio chegou a um porto, provavelmente o porto de Rio Grande e transferiu os escravos presos no porão da embarcação, para uma embarcação menor, que veio pela Lagoa dos Patos. No desembarque, houve uma rebelião muito violenta, em que muitos morreram. Quem viveu, não foi cativo por nenhum dia, já que o quilombo foi fundado no alto de uma montanha, de onde tinham uma ampla visão dos arredores. Uma estratégia que foi fundamental para garantir a liberdade da nova comunidade.
MOTIVO DO NOME PEIXOTO DE BOTINHAS:
Em 2004, quando foi fundada a associação dos quilombolas, neste local, foi preciso escolher um nome para o quilombo. O grupo buscou fazer uma homenagem a importantes personagens da história local como dona Pelônia e Fortunata.
Vamos à história:
Dona Pelônia, teve um filho com um estancieiro de sobrenome Peixoto, iniciando assim uma nova família.
Já Dona Fortunata, teve um grupo de netos, fruto de seu casamento com Vitorino. Os rapazes criaram um grupo musical chamado de Botinhas.
Os Botinhas eram quilombolas que ficaram famosos na região por tocar em bailes, terno de reis e festas típicas africanas. Eram conhecidos em todo lugar, naquela época, e chamados de Botinhas, já que usavam botas, o que não era comum entre os negros. Mas e qual será que era o nome original do lugar? Como Fortunata e Pelônia se referiam ao quilombo? Não há registros, por isso, só nos resta imaginar.
Os quilombolas também tentam preservar suas origens. Oriundo das lombas, desceram para ficar mais próximo das estradas. (Questão de Sobrevivência, pois hoje, a maioria trabalham nos centros urbanos)
Os ternos de reis – uma homenagem a Nossa Senhora Aparecida, em que um grupo chega de surpresa na casa das pessoas, tocando gaita – quase não existem mais. No entanto, quando acontecem as festas no quilombo ainda se mantém a comida típica, como o quibebe e o charque. Nesses dias, os velhos “causos” voltam a ser contatos em rodas de quilombolas.
Durante a Semana da Consciência Negra de Viamão, a Emater/RS-Ascar realiza oficinas em parceria com o Quilombo Peixoto dos Botinhas, onde criam oficinas praticas de confecção de artesanato e bonecas abayomi e de cultura gastronômica africana, na sede da Secretaria Municipal de Educação.
A LENDA DAS BONECAS ABAYOMI
Quando os negros vieram da África para o Brasil como escravos, atravessaram o Oceano Atlântico numa viagem muito difícil a bordo de porões de navios de pequeno porte em condições desumanas. As crianças que os acompanhavam, choravam assustadas, porque viam a dor e o desespero dos adultos. As mães negras, então, para acalentar suas crianças, rasgavam tiras de pano de suas saias e faziam bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção para as crianças brincarem.
As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ENCONTRO PRECIOSO, em iorubá, uma das maiores etnias do continente africano, cuja população habita parte de Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim.
Quando você dá uma boneca Abayomi para alguém, esse gesto significa que você está oferecendo o que tem de melhor para essa pessoa.
HISTORIA DO QUILOMBO PEIXOTO DE BOTINHAS
O Quilombo Cantão das Lombas, próximo ao Quilombo Peixoto de Botinhas, foi fundado após a abolição e era composto por homens livres. O fazendeiro Anápio Gomes da Silva após a abolição, não tinha o que fazer com os seus ex-escravos, por isso, resolveu dar um “cantão” no final de sua fazenda para eles e registrou a todos com o seu sobrenome. O local foi separado do resto das terras por um valo, onde foi plantado maricá. Por muito tempo, o quilombo se chamou Cantão dos Valos, em função desse fato.
TERNO DE REIS:
A tradição dos Ternos de Reis, que celebra o Dia dos Reis Magos a cada 6 de janeiro, ainda persiste em algumas localidades do Rio Grande do Sul, especialmente na região litorânea. Não há registros de quando esses grupos musicais, que anunciam o nascimento de Cristo passando de casa em casa, começaram a proliferar no Estado. Sabe-se, no entanto, que essa é uma tradição de origem portuguesa e que aqui chegou com os açorianos que desembarcaram no século 18. A depender do local, a celebração recebe outros nomes, como Folia de Reis, Reisado ou Festa dos Santos Reis.
O que senti falta, foi da manifestação da cultura africana propriamente dita, com seus tambores, batuques e rodas de mulheres, que é uma das características reconhecida desta cultura.
O que senti falta, foi da manifestação da cultura africana propriamente dita, com seus tambores, batuques e rodas de mulheres, que é uma das características reconhecida desta cultura.
Até o próximo passeio!
O CAFÉ RUIM
Café ruim é aquele que se toma nas repartições publicas deste país, passado em cafeteiras elétricas com saco de papel descartável e depois acondicionado em garrafas térmicas viciadas, padronizadas e bebido em copinhos descartáveis branco.
Este café, passado pelas regras da licitação, deve ser de marca barata, é normalmente forte e consumido em momentos de stress, de horas de extrema preguiça e quando o expediente por vingança, demora a terminar.
O cafe bom, é o que se toma em casa, sozinho, ou na companhia de amigos, que engatilham um bom bate papo. É passado em saco de pano, deixando a água quente escorrer lentamente do bico da chaleira sobre o pó, caindo direto no bule ou xícara previamente quente e levantando aquele vapor com aroma magico de um romance na Filadélfia.
CECILIA
Um dos bairros mais tradicionais de Viamão, permanece intocado em sua mítica: muitas pessoas e a maioria dos moradores não sabem que o nome correto do local é Cecília e não Santa Cecília, talvez por analogia à Santa Isabel, nome de uma vila vizinha.
Mas é raro encontrar um “ceciliense” que saiba de onde vem o nome deste importante polo político e econômico que se destaca a cada dia.
O nome é uma homenagem à Cecília Scliar, esposa de Henrique Scliar, que por volta da metade do século passado resolveu lotear seu imóvel rural, dando início à expansão urbana da região.
Judeu russo, Henrique Scliar fugira para o Brasil diante das perseguições aos judeus na Revolução Bolchevique de 1917.
Radicado em Porto Alegre, mantinha amizade com intelectuais e políticos de esquerda e usava a chácara para reunir e receber amigos. Deste modo, a propriedade adquirida com um prêmio da loteria, acabou servindo de abrigo para as “férias” de Jorge Amado e Zélia Gattai, quando o escritor era deputado federal pelo PC do B, na segunda metade da década de 1940, fato registrado pela esposa do escritor em seu livro “Um chapéu para viagem”.
Naquela época, a chácara do “seu Henrique” era apenas uma casa de campo aonde amigos da família vinham passar o fim de semana. Entre os hóspedes ilustres estavam Érico Veríssimo, Vasco Prado, Dionélio Machado, Lila Ripol, entre outros.
Moacyr Scliar, um dos mais renomados escritores brasileiros, apesar da pouca idade que tinha, lembra com carinho de suas viagens à chácara do Tio Henrique: “Pouca gente sabe, mas existe, em Viamão, um lugar muito ligado à história da cultura no RS. Trata-se da Vila Cecília. Nos anos quarenta, esta região era uma chácara, de propriedade do sr. Henrique Scliar.
TRANSGRESSÃO.
Transgressão: É a ação humana de atravessar, de exceder, de ultrapassar, limites sociais, morais, estéticos, noções que pressupõem-se a existência de uma norma que estabelece e demarca limites.
Mariah Moreira e Laerte um pouquinho mais longe, são exemplos disto. São transgressores por serem vitalmente verdadeiros e corajosos. Transgressores no passado, que podem virar heróis no futuro.
Sou um transgressor em alguns aspectos da minha vida e você é um?..
UAI QUE QUE TEM
Gostei deste Comentário colocado por um amigo trans no Facebook: "Toda vez que alguém quiser falar da vida de outra pessoa perto de você, é só responder: "Uai que que tem?"
Por exemplo:
Por exemplo:
_ A roupa dela tá curta né?_ Uai, que que tem? _ Ele é afeminado né? _ Uai, que que tem? _ O cabelo dela tá feio! _ Uai que que tem?
Isto permitirá o termino de uma conversa preconceituosa e o inicio de sua liberdade!
Isto permitirá o termino de uma conversa preconceituosa e o inicio de sua liberdade!
BIPOLARIDADES DA VIDA.
Num dia tá tudo bom, verde, no outro tá tudo ruim, cinza. Às vezes, tá muito quente e num outro momento muito frio. Tardes se fazem muito secas ou úmidas demais, nos deixando pesados, desanimados e no final de cada queixa, que nos enruga a testa, uma pergunta fica presa no peito, como um pigarro de fumante que não quer ser expelido, somente sufocar:
O que faço, o que eu quero? Como arrumar este ensopado de forma a ficar aceitavelmente digerível, se a chuva que lava a alma, noutros momentos nos parece tão incomoda?.. Somos bipolares, ou é a vida que nos rodeia assim tão cheia de instabilidades?..
O que faço, o que eu quero? Como arrumar este ensopado de forma a ficar aceitavelmente digerível, se a chuva que lava a alma, noutros momentos nos parece tão incomoda?.. Somos bipolares, ou é a vida que nos rodeia assim tão cheia de instabilidades?..
O QUE PRESTA NESTE BLOG
Sabe qual é a melhor parte deste blogue a ser acessada? É a que dá dicas de viagens, que fala sobre algumas experiencias que tive por este mundo de Deus e que enchem os olhos dos navegadores curiosos e cheios de sonhos.
As outras viagens, aquelas que são mentais, emocionais, temperamentais, sociais, sexuais e loucas, não causam curiosidade, nem tão pouco chamam a atenção de leitores. Sem querer ser um influenciador do que deve ser lido por aqui, mas já sendo, elas são chatas!..
NÃO LIGA, EU DESLIGO
Nem ligas, quando te ligo e me falas que vai ligar em seguida e não liga. Eu acabo me desligando e também não ligo, sentindo um gosto de desinteresse e aquela sensação de que não tínhamos nada a dizer um para o outro mesmo.
Então que se faça esse silencio, entre nós por semanas, meses, ate me ligares da cama, reclamando que eu não te ligo.
Então que se faça esse silencio, entre nós por semanas, meses, ate me ligares da cama, reclamando que eu não te ligo.
O RUIDO DA MORTE DOS SAPOS
Os sapos coaxavam em todos os meses de Julho, na vala sobre a calçada, da casa de seu Julio, quando a rua ainda era de chão batido e até hoje em meus ouvidos!..
Entrincheiravam-se nas raízes dos capins e seu Julio caçava-os para assassina-los cruelmente com seus pés brancos e inchados da hipertensão.
Dizia que se não o fizesse, invadiriam sua casa e até a dos vizinhos. Pegava os sapos mais gordos, sem piedade e esmagava-os com uma unica pisada de tamanco, provocando um estranho ruido de morte e de satisfação no seu olhar de vingador
Dizia que se não o fizesse, invadiriam sua casa e até a dos vizinhos. Pegava os sapos mais gordos, sem piedade e esmagava-os com uma unica pisada de tamanco, provocando um estranho ruido de morte e de satisfação no seu olhar de vingador
Eu tinha seu Julio como um homem de índole duvidosa. Muito gordo, como os sapos que matava, descendia de alemães e fazia rinha entre os garotos da vizinhança, que se acumulavam no final da tarde em sua calçada, para ouvirem as histórias violentas que contava.
Um dia eu soube da sua morte e passei a acreditar que teve um mal súbito e caiu na vala lamacenta onde caçava e matava as suas vítimas.
OUVINDO VOZES.
Por acaso tu já ouviu vozes no pé do teu ouvido, quando estavas em casa entretido, fazendo alguma coisa, ou mesmo na rua, atarefado, te causando um pequeno susto e fazendo tu olhares pro lado sem encontrar ninguém e depois achares que esta voz veio de ti mesmo, criada de tua cabeça, dos teus próprios pensamentos estressados?
As vezes nem dá para entender o que estão dizendo, pois são frases curtas, ou apenas dizem o meu nome, como se quisessem me chamar a atenção, ou alertar sobre alguma coisa importante.
As vezes nem dá para entender o que estão dizendo, pois são frases curtas, ou apenas dizem o meu nome, como se quisessem me chamar a atenção, ou alertar sobre alguma coisa importante.
Se isto não acontece contigo, nem nunca aconteceu, tu deve estar com algum problema muito sério!
O GAÚCHO E O TELEFONE MÓVEL
Num dia frio de inverno, estávamos retornando de São José dos Ausentes para Porto Alegre, num micro-ônibus cheio de mulheres, quando localizamos um gaúcho montado em seu pingo, numa coxilha a nossa direita da estrada. A mulherada se alvoroçou tanto quando o viram, que até alguns sonhos de fórum intimo, com gaúcho desconhecido, foi colocado em publico causando grandes gargalhadas.
A beleza daquela imagem, não a do homem em si, um gaúcho de chapéu, capa e cavalo pretos, emoldurados pela neblina densa que caia, era mesmo de tirar o folego e se parecia com uma foto retirada de algum livro de historias folclóricas.
A medida que nosso veiculo se deslocava e contornava a coxilha, sua imagem foi ficando mais visível e notamos que ele tinha numa das mãos um telefone celular e que possivelmente tentava capturar algum sinal.
Ao perceberem isto, a gargalhada foi ainda maior, pois os sonhos e fantasias de qualquer natureza, desabaram na mesma hora.
MAS O MUNDO É ASSIM MESMO VIU?
Certamente faz parte do nosso dia à dia, alguns "amigos" te empurrarem contra cercas de arames farpados, para ver como tu reages. Isto deve ser um tipo de teste, para conferirem se as feridas provocadas são profundas e qual a intensidade do sangramento.
Se tu gritas, chora de dor e sangra, eles te olham com ar de solidariedade e de proteção e oferecem o ombro amigo, te convidando a deitar a cabeça, conferindo-lhes uma certa autossatisfação e superioridade, disfarçada de bondade. Se nada acontece e saímos ilesos, se frustam e somos classificados como sequelados de alguma doença psico social ainda a ser descoberta.
Mas o mundo é assim mesmo viu? Os homens dão empurrões nos outros e ficam testando suas próprias vulnerabilidades em vidas alheias, porque precisam disto para se enxergarem.
Se tu gritas, chora de dor e sangra, eles te olham com ar de solidariedade e de proteção e oferecem o ombro amigo, te convidando a deitar a cabeça, conferindo-lhes uma certa autossatisfação e superioridade, disfarçada de bondade. Se nada acontece e saímos ilesos, se frustam e somos classificados como sequelados de alguma doença psico social ainda a ser descoberta.
Mas o mundo é assim mesmo viu? Os homens dão empurrões nos outros e ficam testando suas próprias vulnerabilidades em vidas alheias, porque precisam disto para se enxergarem.
NÃO QUERO DESVENDAR CERTOS MISTÉRIOS DA VIDA.
Eu tenho saudades de muitas coisas que vivi e de outras que não vivi, por que certamente, nem estava presente, quando aconteceram. Talvez alguns fatos, eu tenha ouvido falar ou lido em algum jornal, não sei ao certo.., porque me perco na grandeza do tempo e do espaço que medra.
Lembro de ruas, bares, lugares, cidades que nunca estive, de olhares, abraços de pessoas que não tenho certeza se recebi, porque as imagens são meio vagas no tempo presente e tudo parece um mistério que às vezes nem quero desvendar, apenas relembrar com pitadas de saudades.
ARRISCANDO O PESCOÇO
Às vezes saia a caminhar nas margens daquele rio, em pleno outono. Ia sozinha para ouvir a água se arrastar por entre os cascalhos pontiagudos e algum lixo que encalhava nas margens e no pilar da ponte que cruzava a cidade.
Não percebia as horas passarem. Depois, sentava, onde possivelmente outras pessoas, em algum momento, deviam ter sentado, um banco solitário, abaixo do trafego pesado de veículos, para ver a água do rio se encostar na linha do horizonte que mudava de um alaranjado, para o breu.
Aquele devia ser obviamente, um local perigoso de encontros? A água, a ponte, o banco, o horizonte e ela, que por não ter mais nada o que fazer, arriscava-se, diante de tamanha beleza inexplicável.
*sob a ponte do rio Hudson- NY
RABADA COM MANDIOCA
Na quinta-feira, fui a o Mercado Publico, a procura de um rabo de boi. Fui convidado a participar de uma rabada na sexta à noite e o ingresso era que cada participante, levasse um rabo de boi, que seria cozido com mandioca no fogão a lenha.
Aproveitei para comprar também língua de boi, fígado de galinha, ossinhos de porco salgado e banha, para dar mais gosto a o feijão preto, que cozinharei durante a semana.
Na sexta-feira de tarde, dia da rabada, eu e minha prima estávamos sentados na praça, quando ouvimos o rufar de um tambor distante, que nos chamou a atenção e em seguida se silenciou, sem que conseguíssemos localizar de onde partia o som. Ficamos em silencio e pensei aqui com meus botões "Isto é coisa da nossa ancestralidade". Coisa que não se explica!
CAYO BLANCO-CUBA
Uma das atividades mais legais que fiz em Varadero, praia conhecidíssima em Cuba, foi o passeio de escuna à Cayo Blanco. Cayo para quem não sabe, são pequenas ilhas geralmente não habitadas devido ao seu reduzido tamanho e a falta de fontes naturais de água potável.
O percurso por águas cristalinas, tem paradas para mergulhar, curtir a fauna marinha e alimentar as aves que se aproximam do barco em busca de petiscos.
Depois de um tempo navegando e bebendo rum cubano, se chega no Cayo, uma ilha de areia branca, paradisíaca, banhada por águas azuis e morna. Apesar de ser um lugar bastante concorrido pelos turistas, aconselho muito realizar este passeio, ainda mais se você está com uma turma de amigos. A experiência ficará para sempre na sua lembrança!
A história de Cayo Blanco remonta a 1972, quando Fidel Castro durante uma visita de estado a Berlim, decidiu honrar os anfitriões de forma simbólica em alguns dos cayos. Em particular, Cayo Blanco del Sur que foi renomeado como Cayo Ernest Thaelmann, em homenagem ao líder do Partido Comunista Alemão que entre 1920 e 1930 se opôs a Hitler e que anos mais tarde foi aprisionado e executado.
No reduzido território, Cayo Blanco acolhe espécies em perigo de extinção como o coral negro. As praias são extensas e a maioria são virgens, o que dá um charme ainda maior à área, por isso é o destino perfeito para completar as suas férias em Cuba.
Além disso, se por algum motivo, Cayo Blanco se destaca é pelas maravilhas que esconde no fundo do mar. É ideal para praticar mergulho ou snorkeling, entre uma grande variedade de peixes, crustáceos e corais. Desta forma irá observar uma impressionante barreira de coral, relaxar na esplêndida praia, deitar na fina areia clara e refrescar-se nas extraordinárias águas completamente cristalinas.
Até o próximo passeio!
ITAPIRUBÁ
Neste final de semana 01/03 à 05/03 de 2019 eu e a Rô, levamos um grupo de pessoas para Itapiruba, uma praia, localizada metade na cidade histórica de Laguna e com sua outra metade no município de Imbituba, no estado de SC.
Era carnaval e nossa intenção era de levar o grupo para uma praia mais calma, de água límpida e que nos proporcionasse mais opções de programas, como fazer trilhas, tomar banhos de sol e mar, descansar e ter ainda a opção de deslocar para a muvuca do carnaval Lagunense, se assim quiséssemos, já que Itapiruba, fica a poucos minutos de Laguna.
Com belas praias, dunas e lagoas, Itapirubá é dividida por duas praias, Mar Sul e Mar Norte, distantes 250 metros uma da outra, as quais são separadas por um morro, chamado de Morro de Itapirubá, onde se pode fazer trilhas e ver lá de cima, toda toda a costa marítima e suas ilhas.
ILHA DAS ARARAS:
Do alto deste morro, alem de apreciar a trilha com uma flora diversificada, pode-se contemplar a dimensão do mar e a sua baia além da Ilha das Araras, localizada ha 3 quilômetros da costa. Nesta ilha pratica-se o mergulho e a pesca de anchova, comum naquelas águas. Sua dimensão de 96.860 metros quadrados, é selvagem, não é habitada e possui um farol com 11 metros de altura.
O mar de águas límpidas de Itapirubá é de um verde claro e transparente e com ótima balneabilidade.
A infraestrutura é pequena, poucos mercadinhos, alguns restaurantes e alguns bares que funcionam na beira mar, em temporadas festivas como o carnaval; ou seja: "O que é menos é mais".
A praia é sem duvidas um excelente lugar para o descanso e o combater o stress causado pelas cidades grandes. Para terminar este post, devo dizer, que o sucesso do passeio, só foi possível graças ao grupo que estava comprometido em fazer dele, momentos de prazer e também mostrando que o melhor do ser humano é a alegria e a ciência da convivência em grupo.
A praia é sem duvidas um excelente lugar para o descanso e o combater o stress causado pelas cidades grandes. Para terminar este post, devo dizer, que o sucesso do passeio, só foi possível graças ao grupo que estava comprometido em fazer dele, momentos de prazer e também mostrando que o melhor do ser humano é a alegria e a ciência da convivência em grupo.
ORIGEM DO NOME:
O nome Itapirubá tem origem indígena: "pedra apontada para o mar".
Colonizada por açorianos, mantém traços desta cultura que podem ser observados na gastronomia e na forma rústica do trabalho dos pescadores. Itapirubá em tupi_guarani também pode ser chamado de ( lugar de penhasco).
A distancia entre Porto Alegre e Itapirubá é de 360 quilômetros - 4 horas e 15 minutos. De Itapiruba à Laguna 24 quilômetros. De Itapiruba à Imbituba 22 quilômetros.
Colonizada por açorianos, mantém traços desta cultura que podem ser observados na gastronomia e na forma rústica do trabalho dos pescadores. Itapirubá em tupi_guarani também pode ser chamado de ( lugar de penhasco).
A distancia entre Porto Alegre e Itapirubá é de 360 quilômetros - 4 horas e 15 minutos. De Itapiruba à Laguna 24 quilômetros. De Itapiruba à Imbituba 22 quilômetros.
Até o próximo passeio!
ILHOTA A PRIMEIRA GRANDE FAVELA DE POA
Na metade do século XX o governo brasileiro decidiu fazer uma limpa em suas grandes cidades e em Porto Alegre não foi diferente. Com o fim da escravidão, em 1888, os negros não tiveram nenhum tipo de assistência para se adaptarem à sua nova condição de “liberdade”. fazendo com que a grande maioria fosse se realocando em lugares ruins de morar, porém próximos da zona urbana, sem a necessidade de pagar aluguel e transporte urbano, podendo assim, deslocarem-se à pé para o trabalho e aos serviços de saúde gratuitos na cidade.
SURGIMENTO DA ILHOTA:
SURGIMENTO DA ILHOTA:
A Ilhota surgiu após a Intendência Municipal de Porto Alegre, decidir fazer uma limpa na cidade, dando inicio a fase de modernização da cidade em vários níveis como urbanização, saneamento, transportes, arquitetura e etc.. realocando estas pessoas para um único lugar, a velha e conhecida técnica de varrer a sujeira pra baixo do tapete.
EXPANSÃO DA ILHOTA:
EXPANSÃO DA ILHOTA:
A “Ilhota” a primeira grande favela de Porto Alegre, localizada às margens do arroio Dilúvio, quase na confluência com o Guaíba, aumentava gradativamente, na medida em que recebia mais moradores oriundos de outras vilas e que não tinham pra onde ir.
A Vila Piratini, que ficava onde hoje está o Colégio Júlio de Castilhos, em 1947, foi levada para uma zona ao lado da Ilhota criando a Vila DTO onde agora fica o Colégio Protásio Alves. Na prática, essa era mais uma vila chamada popularmente de Ilhota, assim como a Vila dos Eucaliptos e o Cantão. “O que dividia a DTO da Ilhota era a Rua Arlindo, mais ou menos por onde abriram a Érico Veríssimo.
A Vila Piratini, que ficava onde hoje está o Colégio Júlio de Castilhos, em 1947, foi levada para uma zona ao lado da Ilhota criando a Vila DTO onde agora fica o Colégio Protásio Alves. Na prática, essa era mais uma vila chamada popularmente de Ilhota, assim como a Vila dos Eucaliptos e o Cantão. “O que dividia a DTO da Ilhota era a Rua Arlindo, mais ou menos por onde abriram a Érico Veríssimo.
Habitada por moradores pobres e em sua maioria, negros ou pardos, era mal vista pelos demais porto-alegrenses, que a consideravam um local de marginais e ladrões - o que, em certa medida, era verdade. Mas, também foi habitada por uma esmagadora maioria de trabalhadores que davam duro para ganhar a vida. Vivendo em sub-habitações, os moradores da Ilhota eram inevitavelmente, as primeiras vítimas das grandes enchentes que assolavam a capital gaúcha, entre elas a cheia de 1941.
COMO NASCEU A ILHOTA:
A Ilhota, surgiu em Porto Alegre, depois que o intendente José Montaury alterou o fluxo de um dos veios fluviais que serpenteava a cidade, muito antes do Arroio Dilúvio ser canalizado e sonhar em existir. Em seu lugar havia o Riacho, apelidado Riachinho, cujas curvas acentuadas delimitavam uma zona que se alagava muito quando chovia.
A obra de Montaury criou um veio onde a água mal circulava, tornando-se um fétido berçário de mosquitos, que os porto-alegrenses denominaram “braço morto do Riacho”. Seu leito formava uma área cercada de água onde se formou uma vila, que se expandiu e deu nome a um conjunto de comunidades carentes chamado popularmente de Ilhota.
A NOVA MORADIA:
Na Ilhota, nasceram também gaúchos ilustres, como o compositor Lupicínio Rodrigues e o craque de futebol, Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha.
Na Ilhota, nasceram também gaúchos ilustres, como o compositor Lupicínio Rodrigues e o craque de futebol, Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha.
Considerada uma chaga urbana, todos os prefeitos anunciavam que iriam removê-la, o que aconteceu aos poucos e foi consumado durante o governo de Guilherme Socias Villela, na década de 1970, quando se construiu o bairro da Restinga, hoje uma verdadeira cidade na zona sul.
Na época, só existiam no bairro as minusculas casas-germinadas construídas e ser levado para Restinga, era como ser penalizado a viver no isolamento do resto do mundo por ser pobre e aguardar a morte por solidão e falta de emprego e assistência medica. Não existiam supermercados, farmácias, postos de saúde e o transporte publico precário, em três turnos, levava mais de uma hora ate o centro da cidade. Muitos moradores da Ilhota, contam que foram expulsos de suas moradias a força, pelos policiais da época, e que na medida que eram retirados, suas moradias iam sendo destruídas pelas maquinas da Prefeitura.
A Ilhota é portanto um lugar que faz parte da historia de Porto Alegre e deve ser preservada na memoria dos gaúchos, como um dos núcleos de formação cultural da cidade.
A Ilhota é portanto um lugar que faz parte da historia de Porto Alegre e deve ser preservada na memoria dos gaúchos, como um dos núcleos de formação cultural da cidade.
Até a próxima postagem!
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