APERFEIÇOANDO O IMPERFEITO.

Mas quem é este Afonsinho?.. Perguntou-me o violonista que me acompanhava no ensaio da musica "Meio de Campo" lançada em 1973, por Gilberto Gil.
Também curioso, já que eu não tinha conhecimento desta história, fui a campo de pesquisa, em busca de uma resposta.


Afonsinho Jogava como meia-armador. Foi revelado pelo XV de Jaú em 1962. Em 1965, foi transferido para o Botafogo, clube pelo qual foi campeão várias vezes. Tudo começou quando Afonso Celso Garcia Reis, o Afonsinho, jogador do Botafogo, dando um tempo as suas visitas a o barbeiro, resolveu cultivar uma curiosa e longa barba e cabelos, que lembravam a de (um hippie? Um revolucionário? Um..?), descumprindo as normas estéticas, exigidas pelo então treinador do Botafogo, Mário Jorge Lobo Zagallo, aquele da conhecida frase, "Vocês vão ter que me engolir". Zagalo proibiu a entrada de Afonsinho no clube. A diretoria alvinegra também apoiando seu técnico, decidira impedi-lo de treinar, enquanto o jogador "rebelde", não reparasse a barba e os cabelos compridos, conforme exigência do técnico.
Ofendido, sem poder jogar  e sentindo-se discriminado  pela decisão, Afonsinho resolveu, então, deixar o clube pedindo a liberação de seu "passe", mas os Bambambãs do Botafogo negaram-no, e o jogador recorreu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que depois de muitas quedas de braços, foi favorável ao jogador, dando-lhe o direito ao passe livre e manter sua barba e cabelos compridos.
Era o início de uma nova fase no futebol brasileiro. Afonsinho tornou-se o primeiro atleta do Brasil a ganhar o direito ao passe livre na justiça, em março de 1971. Esse direito só seria instituído exatamente 27 anos depois, pela Lei n° 9615, de março de 1998.
Por esta façanha de Afonsinho em defesa e luta por seus direitos, Gilberto Gil então compôs este samba🎵 em homenagem a Afonsinho, por sua atitude libertaria, num período em que os desmandos (utilização excessiva do poder) transgredia os direitos que cabe a qualquer cidadão, num país democrático.🙏

Meio de Campo:
Gilberto Gil

Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro 
Que joga na seleção 
E eu não sou Pelé nem nada 
Se muito for, eu sou Tostão 
Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão 





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