Os sapos coaxavam em todos os meses de Julho, na vala sobre a calçada, da casa de seu Julio, quando a rua ainda era de chão batido e até hoje em meus ouvidos!..
Entrincheiravam-se nas raízes dos capins e seu Julio caçava-os para assassina-los cruelmente com seus pés brancos e inchados da hipertensão.
Dizia que se não o fizesse, invadiriam sua casa e até a dos vizinhos. Pegava os sapos mais gordos, sem piedade e esmagava-os com uma unica pisada de tamanco, provocando um estranho ruido de morte e de satisfação no seu olhar de vingador
Dizia que se não o fizesse, invadiriam sua casa e até a dos vizinhos. Pegava os sapos mais gordos, sem piedade e esmagava-os com uma unica pisada de tamanco, provocando um estranho ruido de morte e de satisfação no seu olhar de vingador
Eu tinha seu Julio como um homem de índole duvidosa. Muito gordo, como os sapos que matava, descendia de alemães e fazia rinha entre os garotos da vizinhança, que se acumulavam no final da tarde em sua calçada, para ouvirem as histórias violentas que contava.
Um dia eu soube da sua morte e passei a acreditar que teve um mal súbito e caiu na vala lamacenta onde caçava e matava as suas vítimas.
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