ABRAÇO MORTAL.


Às vezes sinto um intenso calafrio a me penetrar os ossos, nestas noites de calor, um profundo medo que me domina quando deito sobre a areia do mar, transformada em minha cama. A noite, com os pés pra fora, a janela aberta para estrelas me vigiar anos luz de distancia, parece que algo vem me tomar de surpresa engolindo-me por inteiro. 
Que monstros ou anjos se escondem nas ondas dos meus lençóis, no subterrâneo da suas areias finas, na cama, ou no meu próprio abismo interior, a me fazer temer o abraço fatal deixando-me vigilante?

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