Enquanto isto, agora à tarde no corredor do supermercado, fui abordado por uma senhora com uma garrafa de vodka na mão, me perguntando se a bebida era muito forte. Eu meio perdido com a pergunta inesperada, disse que achava que sim, mas...que; e ela sem me dar fôlego e percebendo minha dificuldade em dar uma resposta objetiva, já foi complementando uma nova observação e uma nova pergunta em cima, fazendo comparações com a cachaça e a bebida em sua mão. Dali, esticou a conversa para falar sobre sua vida pessoal e a do seu companheiro para quem estava levando a bebida e que segundo ela se transformou numa outra pessoa depois que a conheceu num baile da terceira idade a seis anos atrás.
Ficamos conversando por mais de quinze minutos sobre a sua vida, seu companheiro e filhos adultos, que num corredor apertado de supermercado, parecia uma eternidade de uma avenida engarrafada na hora do hach em que todos pareciam ter pressa. Na verdade eu a ouvia mais do que falava e me preocupava por estar obstruindo o fluxo das outras pessoas no corredor, o que ela não parecia nem um pouco estar preocupada. Ela tinha os cabelos num tom avermelhado, estatura baixa, gordinha e do tipo que prendia as pessoas com sua simpatia e prosas pessoais, sem parecer inconveniente. Eu acredito que ficaríamos por horas conversando, se não fosse o local inadequado, com pessoas a todo o instante, pedindo com licença. Depois, antes de se despedir, desculpou-se por ter tomado meu tempo e finalizou dizendo que eu era uma pessoa que lhe passava uma sensação de bondade e credibilidade, por isto teve vontade de parar para conversar.
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