Antes que o pêndulo pare.

No final da tarde e inicio da noite, tenho dois compromissos, a missa de um mês de morte de uma amiga e o aniversário de outra. Enquanto isto eu fico aqui pensando neste movimento que a vida dá, feito um pêndulo que se movimenta de um ponto ao outro e nem percebemos o leque de coisas que acontecem nesta trajetória. O pêndulo parece nunca parar de oscilar, mas num dado momento ele para e então não temos mais tempo de agregar valores na nossa vida ou dividir vivencias com as pessoas e então nos resta ficarmos surpresos. Ontem, durante as poucas saídas que tive, para prestar atendimentos no plantão, fui obrigado a ouvir o motorista cantar as musicas que sempre canta imitando Pavarotti, os poemas de sua autoria que sempre declama e que ele repete varias vezes sem timidez ou dar trégua a os ouvidos de quem o ouvem. Teve um momento que ele arriscou o que ainda não tinha feito, fingir cantar em inglês. Foi um horror!.. Às vezes nos olhávamos de canto de olho, eu de cara feia, mas não tinha jeito, sua insistência, o impedia de calar a boca se quer por alguns minutos e depois demos muita risada de tudo aquilo que nos parecia tão ridículo. Pensei em como damos pouco valor a estas coisas que parecem tão sem importancia e que valorizamos somente depois que não mais a temos.

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