Exotismo e Obscuridade

Ontem bebi toda a garrafa de vinho guardada num cantinho da cozinha enquanto o mundo despencava com o temporal que deve ter provocado grandes estragos na cidade durante a noite. Na TV-canal 09, um professor discutia junto a um grupo de pessoas alguns problemas da contemporaneidade como feminilidade e masculinidade, sobre o que hoje significa o papel do homem e da mulher no meio social, conceitos de heterossexualidade e homossexualidade, inversão de papeis, aceitabilidade social e mídia.
Segundo o professor, e aqui, resumindo porque foi rico e vasto o tema em questão, os generos humanos discutido cada vez mais se igualam no que diz respeito as preferências sexuais e inverssões e que hoje já não é mais possível manter uma separação ou algum tipo de classificação que defina homo ou hetero como um kit ou como situações polarizadas. Lembrei-me de uma amiga que disse para o seu colega de trabalho que ele nunca havia se apaixonado por alguém do mesmo sexo pelo fato dele não ter encontrado o homem certo, oque ele concordou. No programa ainda foi mencionado a morte da cantora Cassia Eller e a decisão da justiça em deixar a guarda de seu filho Chicão com sua companheira Maria Eugênia ao invés dos avós do menino ainda vivos, sinalizando caminhos mais justos para estes casos ainda considerados de cunho complexo. Para ilustrar ainda mais o debate a frase de Simone de Beauvoir caiu feito luvas de pelica: "Não se nasce mulher, torna-se".
Num país onde um homem como eu de origem negra, cinquenta e um anos, que usa tranças nos cabelos ainda causa surpresas e espanto entre as pessoas, é possível imaginar-se o resto! A sociedade ainda não consegue ver um relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo com naturalidade e isto no mínimo é visto como algo exótico, obscuro. Mas o que é exótico e obscuro também causam alguma curiosidade e faz com que as pessoas pensem no assunto e discutam entre si.
Completaria com mais uma frase de Simone de Beauvoir para finalizar o comentário:
"Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância".
Leia também neste blog: *O casal Gay.

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