Iolanda



Eu estava em Santiago ou em Córdoba conversando com o Beto via Msn, quando perguntei pela Landa, sabidamente baixada a alguns dias na UTI em estado crítico de saúde e de dificil esperança de uma melhora, um milagre. Eu sentia instintivamente que o pior pudesse acontecer por estes dias e aconteceu. Quando li naquela linha escrita: " Ela foi sepultada ontem!...", uma certa amargura brotou na minha boca e pensei que talves ela gostasse de estar conosco, comtemplando todos os lugares que visitamos, se tivesse forças para dominar o que chamamos de morte. Depois fiquei alguns minutos em silencio lembrando da musica que a muito tempo cantavamos pra ela:
Esta canção não é mais que mais uma canção
Quem dera fosse uma declaração de amor
Romântica, sem procurar a justa forma
Do que lhe vem de forma assim tão caudalosa
Te amo,
te amo,
eternamente te amo
Se me faltares, nem por isso eu morro
Se é pra morrer, quero morrer contigo
Minha solidão se sente acompanhada
Por isso às vezes sei que necessito
Teu colo,
teu colo,
eternamente teu colo
Quando te vi, eu bem que estava certo
De que me sentiria descoberto
A minha pele vais despindo aos poucos
Me abres o peito quando me acumulas
De amores,
de amores,
eternamente de amores
Se alguma vez me sinto derrotado
Eu abro mão do sol de cada dia
Rezando o credo que tu me ensinaste
Olho teu rosto e digo à ventania
Iolanda, Iolanda, eternamente Iolanda.

Férias

Mudança de planos: Como Cusco ficou alagada pela enchente dos últimos dias, tornando-a inviável, impróprio para se chegar até lá e fazer um tour, uma festa, resolvemos mudar nosso destino em respeito as reações de queixas da natureza!
No destino será Argentina e Chile onde visitaremos, Córdoba!!.., Mendonça!!.., Andes!!.., Santiago!!..., Valparaiso!!.., Vinas del Mar!!.., Deserto do Atacama!!.., Antofagasta!!.., Licancabur!!.., Geisel Del Tatio!!..,Valle de La Muerte!!.., Salta!!....Buenos Aires!.

Coração Satânico

Coração Satânico é destes filmes que eu inexplicavelmente assistia em pedaços quando ligava a televisão, por que já estava rodando a não sei quanto tempo.
Um dia vi o seu inicio, algum tempo, depois outras partes do filme, mas sempre me angustiava e aguçava-me a curiosidade de assisti-lo na íntegra, pelas cenas densas e de fotografia rica, detalhadas, cheio de sutilezas.
Algo me chamava a atenção neste filme instigante, que mostra muito mais do que a historia de um detetive particular que foi contratado para desvendar o paradeiro de um musico ligado a seitas satânicas e cujas as pessoas ligadas a ele vão sendo mortas violentamente e colocando o detetive com principal suspeito dos crimes. O filme é cheio de pequenos rituais de ordem psíquica, cenas paralelas que abordam alguns maneirismos culturais da época e do local (Nova Orleans- cidade do Blue/jazz de rua, anos 50), onde acontece a trama que ultrapassa a historia simples de terror e suspense que estamos acostumados a ver na TV. Coração Satânico é uma destas produções que não atingiram o eixo comercial, mas é admirado pelos seus poucos fãs como eu e encaixando-se no conceito Cult cinematográfico.
Termino este post com a opinião de um cinófilo sobre o filme:
"Ele nos deixa o questionamento: Atos obscuros são engrenados nos calabouços de nossa mente, ou há mesmo uma força maligna além de nossa compreensão que dirige nossos desejos toda vez que almejamos alterar o ciclo natural da vida?..."

Titulo Original: Angel Heart.
Lançamento: EUA- 1987.
Direção: Alan Parker.
Atores: Mickey Rouke, Robert De Niro, Charlotte Rampling, Brownie McGhee.
Gênero: Terror/suspense
Duração: 112min.



Café Santo de Casa



Tem lugares que me causam surpresa por estarem dentro da cidade onde eu moro e não ter o conhecimento de sua singularidade e beleza. Desatenção, falta de oportunidade, desconhecimento?... Hoje no encontro com os integrantes da excursão para (Macchu Picchu) e que se reuniram para discutirem alguns detalhes sobre a viagem, conheci o bar café escondido no sétimo andar da Casa de Cultura Mário Quintana, com sua arquitetura barroca diferenciada e bem vinda nesses tempos de modernidade e linhas retas.



No espaço aberto para Happy hour,  o teto é em formato de abobada e em toda volta, amplas aberturas onde é possível observar-se o Lago Guaíba e parte da cidade. O ambiente é tranquilo, o serviço sem queixas, e passa aquela sensação de estarmos em algum cantinho europeu tão sonhado!.. Além desta sensação, a temática da cafeteria de nome Café Santo de Casa, homenageia diversas religiões e crenças em meio a uma atmosfera de Pub. Os santos não estão apenas no nome da casa, eles também batizam os pratos e os cafés. O happy hour sugestivo para um final da tarde, pode ser regado a chope ou cerveja, no embalo de música ao vivo e uma visão privilegiada da cidade. Este Santo de Casa me fez milagres!..


Horário de atendimento: De terça à sexta das 10h às 23h30.
Sab., Dom., feriados das 12h às 23h
Capacidade: 200 lugares.
Site: http:www.cafesantodecasa.blogspot.com

Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector

Loucuras

Dia desses escreví no blog um texto em que eu dizia numa frase, não querer mais administrar as loucuras que não fossem as minhas e então que fiquei pensando sobre isto, nesta frase que brotou espontânea e que é um sentimento verdadeiro. Antes devo explicar o que eu apelidei de loucura e que no texto anterior não deixei claro e que para mim, que não achei outra forma de conceituar a complexa "Fábrica de Sonhos", com que as pessoas definem sua relação com os outros, no seu convívio social, afetivo, no trabalho, a dinâmica de suas emoções, satisfações, frustrações, expectativas, que oscilam independente de suas vontades.
Administrar estas loucuras alheias, significa muitas vezes se submeter a elas, fazer cabe-las em nós, sufocando a nossa própria, se envolver em sentimentos e situações complexas que nunca acabam e podem não ter uma resposta de satisfação para ambas as partes. Bom seria se cada um administrasse a sua, sem conflitos maiores, sem auto piedade, sem se vitimar, sem responsabilizar os outros, como seria o correto. Quando vamos em busca de saídas do nosso caos interior, utilizamos as nossas relações de aféto como muletas e transformamos as pessoas com quem convivemos em co-responsáveis por nossas derrotas, como se dependesse delas a atitude transformadora para a resolução de nossos problemas. Cobramos atitudes, respostas, sorriso na hora certa, silêncio de consternação, decisões salvadoras, por que esperamos delas muito mais do que podem dar, transformando-as em escravos de nossas oscilações emocionais. Derramamos sobre elas todas as nossas frustrações em forma de pequenas cobranças e insatisfações menores, criamos buracos inexistentes na relação. Então vem aquela frase: (Ah, mas quando mais precisa de ti, não me destes apoio!..) Mas quando buscamos saídas por nós mesmos, antes de descobrir a força que temos, deparamo-nos com outros aspectos pessoais que nos surpreende por parecer estranho, distante daquilo que imaginávamos ser e que faz a gente se perguntar: Mas sou eu mesmo?... È como chegar diante de um espelho e enxergar outra cara diferente da qual estamos acostumados a ver e sentir pena. Daí que não vale o sacrifício de deparar-se com esta exposição que achamos medíocre, falsa, estranha!.. É que queremos sempre ser apoiados de alguma forma por alguém, não importa em que situação e circunstância. Gostamos de uma certa adulação, de uma cumplicidade sem limites que nos alimente o ego e isto parece significar alguma forma de ser amado, de ser aceito, de ser respeitado, sem dar em troca a mesma moeda de cumplicidade quando necessário. Precisamos de uma mão, não importa de quem seja, para caminharmos no escuro, e esta dependência se torna doentiamente eterna. Precisamos aprender a andar sozinhos quando necessário, sem fazer escravos, sem chantagens, sem pena de nós mesmos. Precisamos reconhecer a necessidade da mão amiga e do abraço afetuoso sem querer o corpo inteiro e a alma junto. É de vital importância que se crie espaços para que o ar circule e se renove. É necessário se dar uma chance para que sintamos nosso próprio poder de resolutividade. Por isso administrar certas loucuras de convivência e que não são as nossas, é por demais caro, é quase um serviço escravo de devoção vitalícia, que urge dar-mos um tempo para possamos viver.

Festa na Prainha


Dia 25 à noite foi a festa de comemoração do Fórum Social Mundial -10 anos na Prainha da Usina do Gasômetro em Porto Alegre com a participação de músicos locais como Renato Borghetti, Papas na Língua e finalizada com a apresentação de Marcelo D2. Além dos músicos, apresentações de capoeira, temáticas teatrais, exposições de arte e artesanato. A marcha de abertura do Fórum Social Mundial teve início no final da tarde, no Largo Glênio Peres. A caminhada percorreu a área central da cidade, passando pela Avenida Borges de Medeiros em direção à Prainha do Gasômetro, onde aconteceu os shows. O Fórum discute o futuro do planeta e pauta discussões sobre a crise ambiental, social e econômica, procurando caminhos a serem construídos. As comemorações se estenderão até o dia 29 de Janeiro.


Bingo!

De repente fomos acionados para atender uma senhora na Rua Dona Eugénia com queixa de arritmia cardíaca. Quando chegamos, ela estava deitada no sofá de seu belo apartamento cercada pelos dois filhos já adultos e preocupados com a situação da mãe que não parava de dizer entre gemidos e perceptível ansiedade para que não a deixassem morrer. Durante a entrevista e verificações dos sinais vitais onde constatamos uma taquicardia normal nestes casos de ansiedade, ela havia dito que sofria de síndrome do pânico e que usava como medicação Rivotril que resolveu parar por decisão própria. Bingo!..
Como não possuía uma referencia clínica ou hospitalar, embora tivesse um bom plano de saúde, o medico do Samu regulou para que nós a conduzissemos para a sala de clínica do Pronto Socorro Municipal, doqual fizemos parte e que os filhos rejeitaram imediatamente a ideia por (ser publico) e considerar que sua mãe tinha um plano de saúde diferenciado($$) e que só estavam usando o serviço do Samu por que ela possuía uma prótese de quadril implantada alguns anos que a impedia de ficar sentada num carro comum e ser levada por eles mesmos a algum serviço competente, não importava o preço. (Serviço de transporte), Bingo!
Depois de deixa-la na emergência de um hospital particular, lembrei que minutos antes tínhamos atendido uma senhora na Lomba do Pinheiro com possível congestionamento pulmonar por problemas cardíacos sérios e outras complicações que necessitavam de total agilidade e atenção da equipe e intervenção medica imediata. O que foi feito.
Fico lembrando destas duas ocorrências e pensando que é quase impossível não compara-las embora cada caso é um caso isolado em sua complexidade (clinica, social, economica, etc, etc...)
Eu me pergunto se sou egoísta quando busco somente o lado iluminado das pessoas, aquele que reflete sua visão diferenciada e que cria uma opinião através do olhar sutilmente sensível sobre as coisas. Talvez eu ame mais a grandeza da alma e a bondade do espírito, do que a plasticidade de um corpo, a apresentação de um kit sutilmente dissimulado. Talvez eu admire muito mais a profundidade do que os sentimentos básicos que nos torna tão desnecessariamente iguais, tão carentes, tão perdidos, tão igualmente sem saída.
E como diz as sabias palavras de Lama Padma Samten:
"O outro é você mesmo num mundo diferente."

Morte libertação e leveza

Não sei porque razão eu acreditava que nunca chegaria aos 30 e eles vieram quase sem eu perceber! Depois pensava jamais atingir os 40. A os 45, algumas as coisas começaram a mudar internamente, além dos medos e culpas que cresciam e que me impediam de viver, eu sentia-me com outras emoções freadas, paixões congeladas e temeroso de sair de meu mundinho particular onde eu apenas sonhava e pensava existir alguma segurança. Talvés eu achasse que a morte me libertaria e assim arrastava tantas coisas da minha vida com esta idéia, que desistia de meus sonhos. Aos 50, descobri que só se pode viver e ser feliz com liberdade, coragem e autenticidade e para se ter estas três coisas é necessário abrir mão de alguns medos e culpas. É necessário principalmente assumir os erros e deixar a covardia de lado e que eu tinha um conceito errado de morte associada a libertação!..
Hoje tenho que agradecer tanta coisa boa que vem acontecendo, tanta gente boa cruzando pelo meu caminho..., tantos sonhos realizáveis, tanta vida pra descobrir que as vezes percebo querer viver muito, muito mais que 100 e recuperar os anos perdidos!
Veio-me então esta musica do Cazuza na cabeça:
"Vida louca vida, vida breve, Já que eu não posso te levar, quero que você me leve!.. "
E senti uma certa leveza de estar acordando!
..

Que má ideia!

Por vezes pegar o telefone para falar, vira uma má ideia, a pessoa não te ouve, tu também não ouve o que ela esta querendo dizer e cria-se um certo clima de ansiedade recíproco desnecessaria. As palavras e ideias saem distorcidas, as pontuações ficam mal distribuídas e uma certa irritabilidade pré anunciando a qualquer momento uma explosão parece inevitável. Sobra depois a sensação de que não era o  dia, a hora, nem o momento certo de dizer pelo menos um alô!

Cruzando as paredes

Chove muito esta manhã e da cama eu posso ver a agua escorrer sobre o telhado vermelho da casa a o lado. O cheiro no ar, o ruído da chuva me é tão peculiar que me passa a cabeça lembranças antigas guardadas em mim e que pareciam esquecidas com o tempo. Elas não me causam tristeza, melancolia, ou alegria. É alguma coisa próximo da contemplação, de um sentimento meio sem estrutura e de dificil definição. Então eu fico viajando sem sair do lugar, os pensamentos multiplicados, o olhar ultrapassando paredes, o ouvido captando outros sons distantes, vozes que não estão por perto e que me parecem longe, mas que são conhecidas de algum lugar desta minha vida.
Levantei-me da cama cedo para trabalhar com esta pergunta que não me saia da cabeça:
_Por que será que as pessoas que jogam, perdem mais do que ganham?..
O jogo me parece ter algo de manipulação, de esperteza, de enganação, de interferência sobre o rumo natural das coisas. Deve ser por isto que não assisto ao Big Brother!

10

De tarde, depois de uma caminhada dez pelo bric da Redenção, um almoço que me pareceu dez e uma descançada dez sob a sombra das arvores do parcão, retornei para casa sentindo estranha sonolencia, sudorese, nauzeas, desconforto abdominal. Mais tarde a certeza de uma infecção intestinal das mais dez. Agora, chá de boldo morno ou uma coca-cola bem gelada quando o estomago pedir algo?.. Alba disse-me que é uma tal virose que de tempos em tempos mostra a sua cara!...Ou seriam os mexilhões à vinagrete do almoço?..

Descarrego

De repente tudo ficou cinza, o tempo começou a virar, de um dia claro e com sol quente, para nuvens escuras, vento forte, gotas densas de chuva que quase doiam ao bater na pele. Eu estava sentado na rua olhando toda aquela transformação no ceu e deixando-me molhar enquanto meu colega de trabalho gritava de dentro da casa: "_Que gripão tu tá pedindo ein?..." Minha vontade era de ficar ali, deixar-me encharcar com aquela chuva que caia sobre o meu corpo como uma espécie de massagem relaxante, como se retirasse de mim cargas posivelmente negativas.

Despertar de uma paixão

Ambientado nos anos 20, o filme conta a historia de um casal, (Edward Norton), bacteriologista de classe média e da jovem rica Kitty (Naomi Watts) que se conhecem em Londres e casam-se aparentemente sem amor. Após o casamento, mudam-se para Xangai, onde ela se envolve com outro homem e é descoberta pelo marido que resolve como castigo, por sua infidelidade, mudarem-se para um pequeno povoado no interior da China. Inicialmente para Kitty, o lugar é muito mais que um castigo, mas o próprio inferno.
Na medida em que conhecem melhor a cultura local, descobrem também em cada um deles suas diferenças e interesses assim como, outros elementos antes não mostrado como valores, bondade, sensibilidade. O filme mostra a possibilidade de descobrir o amor por meios que não são habituais. Tem a direção de John Curran e nos papéis principais Naom Watts (Kitty Fane) e Edward Norton (Walter Fane). Excelente fotografia e trilha sonora.
Gênero: drama/ romance
Duração: 125 min.


Happy hour

Para diminuir a angustia que levamos de casa para a rua e o estres que encontramos causado pela correria no centro da cidade, às vezes é necessário uma paradinha para um happy hour acompanhado de um delicioso café passado na hora. A Casa de Pelotas é a melhor pedida, situada no 2º piso, Lojas 62, 64 e 66 do Mercado Publico em Porto Alegre, oferece um ambiente calmo e agradavel para um bate papo de esquecer as horas passarem. De um lado pode-se contemplar pelas amplas janelas iluminadas pelo Sol, a avenida Borges de Medeiros, a prefeitura da cidade, do outro lado os clientes sentados no extenso espaço livre do mesanino. Dado o tempo necessário de uma boa conversa num ambiente como este, tudo parece melhorar!

Palavras e olhares que não mais se encontram

Como é posivel mudanças tão rápidas no tempo, na vida, na alma, em nossas expectativas? Ontem sol escaldante o dia inteiro, ventiladores ligados, planos, promessas pessoais refeitas, possibilidades, up e hoje dia nublado, palavras com intonações reticentes ouvidas, como se faltassem verdades à serem ditas e não houvesse clima, tempo, como se alguns pedaços fossem perdidos no caminho de ontem pra hoje, de semanas, de meses e não foram encontrados.
Cansaço, falta de estímulo, tempo escasso
, incertezas?..
Não sei como chamar isto, esta sensação de que não vale a pena persistir em algo que parece vir morrendo dos dois lados, que põe dúvidas nos olhares e palavras que se cruzam mas não se encontram, nas ligações perdidas, não recebidas, nos diferentes fusos horários e que a soma positiva por vezes parece pura insistência, teimosia
de quem não quer perder sonhos idealizados que se desbotam, se perdem, mas ficam penduradas numa pequena possibilidade de encontro mágico que não acontece por ter perdido sua força...

Cama de gato

Semana passada fui numa festa e então aproveitei para fazer um teste. Eu raramente faço este tipo de coisa, mas desta vez por desconfianças anteriores, resolvi fazer. Pedi para uma pessoa na festa, que não publicasse as minhas fotos na Internet pois iria me comprometer se o fizesse.
_Não, não te preocupa, não coloco nada na Internet sem a autorização das pessoas, pode deixar!.._ disse, tranquilizando-me.
Alguns dias depois, adivinhem!.. Minhas fotos durante a festa, publicadas em seu Orkut e uma visita sutil na pagina da suposta pessoa do qual eu teria de dar explicações, criando uma espécie de ísca.
Cama de gato? Abraço de urso? Como devo chamar isto?.. Eu seria por demais ingenuo se não acreditasse na má intenção desta pessoa! Na verdade, as fotos publicadas jamais me trariam problemas pois nada tinham de comprometedor e se tratavam de uma gentileza, um carinho que fiz com a minha presença no aniversário de uma pessoa amiga, de princípios éticos incontestáveis e que prezo muito. Jogos com este, faz parecer que as pessoas podem ser manipuladas facilmente como fantoches, mas a realidade é diferente. Também tenho total liberdade sobre minhas atitudes que considero responsável, honesta e nada tenho a esconder. Lamentei profundamente o ocorrido que pareceu-me uma armadilha cujo a imaturidade e técnica primária me deixaram de cara.

FERIAS NO PERU.

Dia 30 de Janeiro, parto em direção ao Peru, numa viagem cuja a curiosidade e expectativas tem me causado certa ansiedade de tirar o sono. O roteiro sairá de: Porto Alegre, depois São Borja, Jujuy na Argentina com um breve tour, Purmamarca onde pode-se avistar o famoso Cerro de Siete cores, Tilcara com as impressionantes ruínas indígenas, a Quebrada de Humahuaca, um itinerário cultural de dez mil anos, com o povo homônimo e que foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Por seus caminhos ingressaram os Incas, e até hoje conservam crenças religiosas, rituais, festas, arte, música e técnicas agrícolas que são um patrimônio vivo. Atravessaremos a Cordilheira dos Andes que é um dos pontos altos da viagem, passaremos pelo mini deserto branco - Salinas Grandes, em Susques, saída da Argentina por Paso de Jama, Humahuaca, San Pedro Atacama, Calama no Chile.
Em Calama, seguiremos em viagem, passando pelos lugares mais áridos do mundo como o Deserto do Atacama, para chegarmos em Arica ao final da tarde e se der um banho de mar. Arica é uma cidade situada no litoral do Oceano Pacifico, quase no limite internacional entre o Chile e o Perú. Depois de Arica, Machu Picchu, Cuzco. Prometo muitas fotos e comentários sobre o passeio!


Encontro de casais?

Estou cheio de prioridades neste novo ano!..
Parar de fumar(que já tentei tantas vezes...), manter minhas caminhadas(...), continuar elaborando meus planos de viagens, alinhar uma pitica pessoal aqui, outra pitica ali.., de modo à manter a promessa que fiz a mim mesmo: "Não abraçar as loucuras que não sejam as minhas." Fortalecer e manter as amizades que valem a pena e as relações que se alicerçam no aféto, aceitação e respeito mutuo, do contrário tô passando à distancia.
Hoje por exemplo, recebi um convite para um café, no próximo Sábado, na casa de uma colega, onde se encontrarão várias pessoas do qual eu conheço. Ela chama de encontro de casais! Quase disse um "sim", mas depois fiquei pensando, engoli o sim e agradeci o convite por achar que alguns encontros como este, além de cansativos, correm o risco de decepções, como tantas vezes já aconteceu noutras ocasiões.

Alcool e velocidade

Soube hoje que o menino de cinco anos, que foi atropelado a o lado de seu irmão, Sábado à tarde, na Estrada das Querinas, por uma mulher louca e bêbada num Fiat Palio, está em coma no Hospital de Pronto Socorro. Contam que ela se perdeu numa ultrapassagem arriscada na estrada de areião atingindo os garotos. Que estava tão bêbada, que ria depois do ocorrido, sem ter a mínima noção do estrago cometido e que só sofreu alguns arranhões. Talves risse da sorte de ter sobrevivido!... Gostaria que ela tivesse a coragem de ver o estado desesperador da mãe, enquanto nossa equipe prestava socorro a o garoto gravemente ferido. Fiquei pensando em que tipo de medidas ainda são necessário pelos meios de comunicação para que pessoas como ela, se concientizem que bebida, carro e velocidade só levam à estes desfechos infelizes.

Me faz falta


Faz alguns dias que não tenho encontrado tempo prá mim e o pouco tempo que encontro nestes dias de cansaço, não tenho saco pra olhar um filme, ler um livro, pra sentar diante do computador e escrever alguma coisa que preste, algo que particularmente me agrade. Quando forço a escrever, sinto que fica faltando combustível...
As vezes queremos fazer coisas que nos agrade, que nos faça sorrir, que nos surpreenda e dai parece que sobra somente o suficiente para aguentar mais um dia de trabalho e de cansaço.
Ontem no início da noite, caminhei sob a chuva que caiu na cidade. Coloquei meus pés na grama molhada, abracei algumas árvores e pensei no quanto este tipo de interação me é necessária, importante, compensadora! Ontem forçadamente, depois de alguns dias, dei meu primeiro passo de reação.

Referenciais

Soube hoje, que dois conhecidos meus, morreram. Na verdade eu tinha com eles uma relação de bom dia, boa tarde, no máximo um olá como vai. Um deles bebia da manhã à noite e morreu repentinamente enquanto era levado ao hospital, já o outro alguns anos se definhando visivelmente em função de ter adquirido AIDS, enforcou-se no quarto, após ter conversado naturalmente com alguns vizinhos pela manhã sem deixar pistas de sua intenção. A noticia de suas mortes, me causou a sensação de que alguma referencia na minha história fora apagada e que na medida em que o tempo passa, outras vão sendo excluídas e chegam até os nossos ouvidos através de uma observação sem importância e quase sem peso algum. Nossa vida é cheia de referencias que construimos, baseadas em observações pessoais que elaboramos, umas boas, outras más, outras importantes outras sem importância e utilizamos alguns objetos, situações e pessoas como símbolo vivos destas referencias que criamos à exemplo de seguir ou rejeitar suas atitudes, sua forma de viver e quando acabam parece que alguma peça do quebra- cabeças foi mexido, deixando uma sensação de falta, de lacuna, um pequeno espaço vazio, um desvio duvidoso. Mesmo não parecendo importantes na minha vida estas duas pessoas, faziam parte de um contexto que eu ja estava acostumado a conviver. Acho que foi isto que senti quando deram-me a noticia de suas mortes, a sensação de que alguma coisa foi retirada da minha história de vida, como aquele objeto que a gente sabe que está no nosso caminho e mesmo de olhos fechados pode-se visualiza-lo, desviar ou pular por cima, por que se conhece a sua posição diante do nosso espaço, que está ali como uma referência pré estabelecida e registrada pelos dias que seguem. Algo que eu estava acostumados a ver, falar, ouvir ou sentir e agora fica faltando!..

Diario de Motocicleta


Na noite passada durante o meu plantão, assisti na TV o filme Diário de Motocicleta, história baseada nos livros de Ernesto Che Guevara e Alberto Granado (Notas de viaje) e que conta a aventura destes dois argentinos em 1952 na travessia do continente Sul Americano com uma motocicleta Norton 500, de Buenos Aires à Caracas. Che Guevara (Gael García Bernal) era um jovem estudante de Medicina que, em 1952, decide viajar pela América do Sul com seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna) estudante de bioquímica. A viagem é realizada em uma moto, que acaba quebrando após 8 meses. Eles então passam a seguir viagem através de caronas e caminhadas, sempre conhecendo novos lugares e pessoas. Quando chegam a Machu Pichu, a dupla conhece uma colônia de leprosos e passam a questionar a validade do progresso econômico da região, que privilegia apenas uma pequena parte da população.
Diário de Motocicleta é um filme grandioso, passando a todos mensagens de liberdade, de reflexão sobre a vida. É um filme que traz a margem de nossos olhos, os sonhos reprimidos, a impetuosidade, a aventura, a capacidade de realização, fazendo com que reflitamos sobre as nossas próprias vidas, nossas fronteiras pessoais, sobre as diferenças étnicas do nosso povo, o preconceito, a pobreza, a simplicidade. Talvez, tenha surgido daí os motivos que levaram Guevara a estabelecer uma nova visão e ideologia de vida. Este filme me caiu como um presente mistico, uma vez que em Fevereiro estou saindo de férias para Machu Pichu - Peru. Vale a pena assistir o filme!

Balanço

Poxa vida, fazendo uma retrospectiva no final deste ano, percebo o quanto cometi erros no intuito de acertar, de recortar sobras, de aparar arestas. Claro que tive acertos, muitos acertos, mas os erros parecem mais pesados e com volume triplicado nestes momentos de balanço pessoal. Em 2010 não quero ser cobrado por coisas que eu normalmente não cobro de ninguém, por respeitar diferenças. Não quero ser impedido de usar a minha liberdade de opinião, de expressão, de pensamentos.
Eu gostaria de fazer a diferença positivamente entre meus dias!


Avatar

Ontem me perguntei, enquanto assistia o filme, o porquê das cenas de guerra, de conquistas, das grandes explosões de fogo, da destruição e da presença do homem no filme Avatar que pra mim não havia necessidade. Bastavam as belas imagens dos jardins naturais fluorecentes, dos animais alados e de cores psicodélicas, os fantásticos cavalos esguios, feras, arvores gigantescas e montanhas flutuantes, os rituais sagrados e filosofia de vida dos Na'vis, (humanóides de três metros de altura e de cor azul), mostrando sua magia, sua sensibilidade e interação com o meio onde viviam. Só isto valia!
Acredito em mentiras cinematográficas, sonhos, paraísos, fantasias e respeito à natureza. Por um momento quase acreditei na existência da Lua de Pandora. O filme tem mensagens relacionadas à nossa realidade atual e deixa claro o seu alerta ecológico quanto a devastação do planeta.

Da liberdade

Liberdade tem tantos conceitos, alguns tão simples, outros tão complexos e sem nenhum sentido para quem ouve. Eu as vezes sinto ela tão perto, quando consigo escrever aquilo que talvez não tivesse coragem ou jeito para dizer em palavras e cujo significado para outros, tenha pouco ou nenhum valor significativo.

Natal

Já é Natal e cada ano que passa, sinto que algo se perde nos natais que ficaram pra traz.
Ele não é mais o mesmo!
Eu não sou o mesmo.
As pessoas também não são as mesmas.
Todos cresceram, envelheceram, se cansaram?
Sobram taças que são brindadas ao badalar da meia noite
do outro dia e abrir presentes...
Eu queria mais, esperava mais, ansiava muito mais!...

Firulas

O motoqueiro que fazia firulas numa rua de pouco movimento, bateu na lateral de um carro parado e sofreu alguns arranhões. Depois de imobilizado na maca e ter recebido os primeiros atendimentos se mantinha ansioso, revoltado com sua má sorte. Gemia, não parava quieto, não deixava ser examinado, se revoltava por que alguém não atendia sua chamada no celular. Praguejava, queixava-se de estar com sede. Sua namorada que segurava-lhe a mão, tentava acalma-lo com voz doce como se falasse com uma criança de cinco anos:
_Calma, vamos chegar, querido!
_Mas eu com sede! _Dizia ele inquieto, tentando afrouxar o colar cervical, levantando os braços, dobrando as pernas. Depois virou os olhos na minha direção.
_Oh meu, eu com sede!.._Reclamou com um tom de voz imperativo.
_Sinto muito, mas terminou o estoque de soro gelado do frigobar da ambulância! _Deu-me vontade de responder.

Estranhos simpáticos

Na tarde de hoje, no Barra Sul Shoping, depois de dois canecos de chopp comecei a caminhar pelos corredores aproveitando o clima dos condicionadores de ar ligados. Lá dentro o paraíso, enquanto lá fora, o verdadeiro inferno. A fila do cinema estava muito grande e os filmes em cartaz não me atraíram, então decidi que só me restava ver vitrines, cada uma mais enfeitada que a outra e os preços, nossa!.., salgadíssimos!.. De repente percebi que um casal vinha em minha direção. Ele loiro, cabelos dourados, bermuda larga e sandalia parecendo um turista europeu, ela também loira, forte, muito sorridente com sacolas nos braços, estendeu-me a mão com um largo sorriso no rosto:
_Ola, tudo bom, como vai?_ Perguntou-me sem nenhum sotaque gringo.
_Tudo bem e vocês? _ Retribui com simpatia do piloto automático ligado, sem fazer ideia de quem se tratava
_Tudo bem. Um bom Natal pra ti e a família! _ Concluiu indo na direção de uma loja.
Será que me confundiram com outra pessoa? Que bom que não pararam pois talvez fosse constrangedor para as duas partes se a conversa se estendesse. Me esforcei alguns minutos sem conseguir lembrar-me se os conhecia realmente. Pensei no quanto sou confundido com outras pessoas e segui meu rumo pensando sobre o calor infernal que deveria estar na rua!..

Opção de Natal

Atendi ontem o seu Leonardo, morador de rua no bairro onde eu moro e que queixava-se de uma lesão de pele nos braços que apresentavam bolhas e vermelhidão e cuja a dor incomodava-o já por meses. Queixava-se também de não poder urinar e seus pés com edemas lhe dificultavam de andar. Sua moradia é uma barraca improvisada com lona plástica preta num canto da praça e protegida por dois enormes cães da raça Fila, que rosnavam enquanto eu o atendia. Seu Leonardo disse-me que ficaria feliz se pudesse passar o Natal num hospital, assim teria cama limpa e comida quente.
_ E os cachorros quem vai cuidar? _Perguntei preocupado.
_Meus amigos tomarão conta até eu voltar. Se eu voltar!.. _Concluiu com um certo humor preocupado, deitando-se na maca.

Intuição

Algumas vezes sou tão intuitivo com determinadas coisas que fico, eu diria, envergonhado de ser acometido por esta sensação que me parece frescura, bobagem, afetação emocional. Mesmo sabendo que intuição é algo que não tem uma explicação clara que a justifique, por fugir do óbvio, do entendível e eu fico tentando apagar da minha cabeça o que me parece tão subjetivo e sem uma explicação. Dias depois, me rendo as suas revelações e tudo fica parecendo assim, meio humanamente sobrenatural, como se um outro eu me soprasse revelações a o pé do ouvido!..

Sonhos

Esta noite, sonhei com o Jairo. Ele cruzava por mim na rua e continuava com mesmo rosto de quando tinha seus vinte oito anos e não mais o vi, mas sua expressão tinha algo de loucura, de um desequilíbrio causado pelas drogas, pela solidão e não aceitação de seus antigos e tortuosos problemas.

Sem noção!!

De manhã cedo, quando cheguei no endereço da minha primeira ocorrência e vi aquela mulher que provavelmente pesava mais de 80 quilos, gemendo e estatelada sobre o piso frio de sua casa, cacos afiados de telhas espalhados pelo chão, pedaços de madeira, sangue, cortes pelo corpo, me perguntei com um pontinho de raiva:
O que uma mulher daquele tamanho, pensava estar fazendo aquela hora da manhã, em cima de um telhado fino de amianto?
Incrível, mas algumas pessoas não tem a mínima noção de perigo, de proporção, peso, medida e bom senso! Não sabem o significado de uma queda livre e as lesões que podem causar, provavelmente pensam que é possível num acidente destes flutuarem até o chão como plumas!.. Ninguém merece!...

Escultura da natureza

Esta é uma escultura natural, criada a partir de um pedaço de madeira ou raiz, que o vento, a areia e o mar esculpiram na Praia da Solidão. Encontrei-a, sendo empurrado pela água até a faixa de areia. Me chamou a atenção sua forma, que se parece a de uma ave e que flutuava entre as carcaças de navios encalhados.
Me pergunto como a natureza consegue construir com tamanha semelhança estes objetos, entalhando cada detalhe e nos deixando surpresos com sua perfeição...

Rua Zaire


Sempre que eu entro na Rua Zaire, na Lomba do Pinheiro e me deparo com a imagem da barragem que faz divisa com o Parque Saint' Hilaire em Viamão, tenho uma sensação de susto. É como entrar numa rua estreita de chão batido e esburacado e de repente encontrar aquela imensa represa de água diante dos olhos. Algo que não se espera, um truque geográfico, com os pés em Porto Alegre enxerga-se a cidade vizinha do outro lado da margem!.. A vila na beira da barragem é composta de casas humilde e me lembra alguma vila pobre de pescadores que não parece estar localizada dentro da cidade.

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Como todos os anos acontece, ontem à noite foi o churrasco de confraternização de Natal e Ano Novo na casa do Camargo. Foram momentos de inegável alegria e descontração, pena que faltaram alguns colegas para dividirem este momento e apreciar o especial churrasco.

Acabando o estrese com Farofa

Anteontem me vi caminhando no eixo comercial de Porto Alegre, coisa que geralmente não faço principalmente em dias que antecedem festas, mas por algum acidente mental eu esqueci de datas e lá estava eu, enfrentando o sol escaldante, pessoas estressadas, mal educadas, engarrafamento nas calçadas, gritaria de vendedores ambulantes, o caos. Este período de festa natalina deixa todo mundo à beira de um ataque de nervos em meio ao campo comercial, consumista, o jeito é dar um fugidinha quando bate a fome e o cansaço, até o Farofa, restaurante agradabilíssimo na General Câmara -424 e apreciar o salmão grelhado ao molho de laranja, leite de coco, legumes e o geladissimo chopp artesanal. O restaurante é especializado em comida tipicamente brasileira e tem em seu cardápio os mais variados pratos e petiscos de dar agua na boca e surpreender qualquer cliente desavisado, pelo seu bom gosto e ambiente privilegiado.




Walkers

Ontem á tarde, durante minha caminhada a pé pelo Bom Fim, me deu uma vontade de comprar um All Star vermelho de cano alto como o que eu usava aos dezessete anos. Trocar o aro de metal do meu óculos por um de acrílico azul e usa-lo permanente na cara, perder uns vinte quilos e alguns vícios, mudar o modelo do meu cabelo, ir para Garopaba mas em 1980, tomar um suco de limão batido com casca, comer goiabas no pé, dormir nas areias de Itapuã e encontrar amizades profundas, dormir numa barraca e acordar com o barulho do mar, comer macarrão com sardinha em volta de uma fogueira, frango à passarinha na Praia dos Amores, perder o sono mas sonhar com as estrelas. Ontem me deu vontade de buscar tantas coisas guardadas e jogar outras que já não servem, fora!..

Para dentro do labirinto


Acontece amanhã dia 14 as 20h, a estréia de Para dentro do labirinto - experimento sobre a obra de Jorge Andrade que será apresentado pelo GET, Grupo Experimental de Teatro da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre em única apresentação na sala Alvaro Moreyra- Centro Municipal de Cultura com entrada franca. A retirada de senhas será as 19h.
Para Dentro do Labirinto é o resultado da Montagem de Textos, o segundo módulo do GET, iniciado em 05 de outubro desse ano. O trabalho reúne fragmentos das peças As confrarias, Pedreira das Almas e Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, entrelaçados com trechos da autobiografia, Labirinto, único romance do dramaturgo.
Segundo Mauricio Guzinski, coordenador do GET, "A montagem enfoca os aspectos humanos, em especial a presença forte das mulheres, personagens quase míticas no teatro de Jorge Andrade - 'Pietás brasileiras esculpidas pelo tempo' - e a poesia da palavra-escrita para-ser-dita que caracteriza a obra do autor".
Realização:
Prefeitura de Porto Alegre
Secretaria Municipal da Cultura
Contatos: 3289 8062 / 3289 8064/ Maurício Guzinski - 9154 2872

Erros e acertos

Semana passada lembrei da conversa que tive com um colega sobre a preocupações que temos com os filhos em relação as possíveis e desaconselháveis más companhias, do qual acreditamos serem capazes de influencia-los à tomarem caminhos errados na vida em função da falta de experiência e o fascinio pelo desconhecido, pelo proibitivo. Pensamos que nossos filhos não sabem cuidarem de si mesmos e nos transformamos em pais ansiosamente cuidadosos, verdadeiros guardas pretorianos tentando cuidar da segurança deles e coibindo sua auto defesa natural as mazelas da vida. Quantos erros cometemos no intuito de acertar, corremos o risco até de parecer-mos seus inimigos! Com tanta preocupação, esquecemos da nossa própria auto defesa e mesmo adultos e vividos nos expomos a todo o tipo de influencia e má intenção que rola em nosso meio. Não somos imunes a nada nesta vida e só somos influenciados ou vitimados, quando permitimos sua ação sobre nós
Somos postos á prova a todo o instante por ideias equivocadas e emoções duvidosas que tentam nos impor suas verdades. Algumas vezes tentam avançar nosso sinal sem que o deixamos verde, então tudo vira merda, por não ser possível administrar uma expectativa que não é da gente e que a nós não pertence. O empenho usado para nos convencer iniciou errado, na hora errada e com a pessoa errada. E como se julga uma má companhia, pela diferença de idéias e conceitos?.. Se o que é ruim prá um, pode ser bom para outro. E quantas vezes nossas idéias também já não foram vistas como uma má influencia tranformando-nos numa má companhia para alguém? No meu caso, inumeras!...O saldo final é que todos os envolvidos terminam colecionando erros e acertos para colarem em seus álbuns de vida e mais tarde refletirem sobre o ocorrido. Afinal somos todos humanos e aprendemos mais com os erros do que com os acertos!!

AMOR E CULPA

Meu filho saiu daqui de casa para ir numa festa. Tomou um demorado banho, vestiu a bermuda que lhe dei de presente de natal antecipadamente, lanchou sua cuca favorita com Nescau, escrafunchou alguns minutos no seu Msn e Orkut, deu-me um abraço e saiu em direção à parada de ônibus. Enquanto descia as escadas do edifício cronometrei o tempo que levaria até o portão e corri até a janela para -lo passar na calçada. na rua, me deu uma abanadinha e seguiu até desaparecer por baixo das árvores e onde meus olhos não o avistavam mais. Em casa, fiquei meio ansioso dividindo minha atenção entre a cena da novela das nove e a tela do computador que deixou ligado, meus pensamentos soltos, lembravam de sua imagem em pequenos fleches de memoria que me causavam uma pequena mas incomoda culpa sem um motivo claro. Corri até o meu quarto, calcei um tênis sem meias, mochila, chaves e peguei o carro na garagem. Com um pouco de sorte ainda o encontraria na parada de ônibus. Há alguns metros avistei-o parei o carro e buzinei. Ele veio em minha direção abrindo a porta e sorrindo enquanto se ajeitava no banco.
_Pensei, e achei que não poderia te deixar a estas horas numa parada de ônibus!
Ele ainda sorria me parecendo ser de alegria
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_Quando o carro entrou na esquina da rua, eu pensei, é o meu pai!_ Me disse.
Depois de deixa-lo na festa, voltei para casa me sentindo mais leve, pensando que aquela atitude além de um carinho, parecia-me também um gesto para aliviar-me de alguma culpa que não sei qual o motivo e me pega de surpresa em alguns momentos como este.
Na madrugada, acordei com o alarme de sua mensagem no meu celular:
_Pai tô dormindo na casa do Gui. Relaxa!

Sinal Fechado

Sou um chato e não gosto de me sentir assim, excluído, por que esta sensação me destempera de tal forma que passa de uma desagradavel falsa impressão para um acontecimento. Quero dizer que ao me sentir deste jeito, transformo tudo numa verdade, num impasse e acabo me fechando com as pessoas que desconfio estarem me evitando por razões pessoais que desconheço ou desatenção. Então faço um processo inverso, eu que antes me sentia posto de lado as excluo por sentir meu orgulho de amigo ferido. Há alguns dias atrás, tentei falar com uma delas e por varios dias nada consegui. Telefone celular desligado, nenhuma resposta para as mensagens que eu colocava no messenger, e'mails, nada. Outra combinou de passar aqui em casa para conversarmos e então deve ter desistido e esquecido de me avisar, pois nem uma mensagem ou justificativa foi capaz de enviar-me. Sei que nossas vidas não giram apenas em torno de amigos, porque temos pendencias, problemas de toda ordem à serem resolvidos , mas particularmente não acredito na falta de tempo de levantar o telefone e justificar em poucas palavras nossas impossibilidades. Desta forma criamos lacunas que enfraquecem os afetos por desatenção e fechamos o sinal, fazendo da nossa vida como a antiga mas conhecida letra da musica de Paulinho da Viola:

"...Tanta coisa que eu tinha a dizer mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso beber alguma coisa rapidamente
Pra semana...
O sinal...
Eu procuro você...
Vai abrir!!! Vai abrir!!!
Eu prometo, não esqueço, não esqueço
Por favor, não esqueça
Adeus... Adeus..."

Ser muitos mas não ser todos



Às vezes oque ouço, nada me cabe e quando me serve fica faltando algum pedaço, não se acerta, me limita como roupa apertada num corpo inchado, que desconforta, que enlouquece e depois se rasga.
A o menos por enquanto, não quero mais cuidar do que não me pertence, não quero mais expor minhas costas para os loucos baterem e arrancar pedaços, não quero mais administrar as loucuras que não as são minhas e que são impostas pelos códigos sociais de uma certa convivência pacifica exigida e fingida. É isto que o mundo, a sociedade e as pessoas querem e te cobram, complacência, serenidade para entenderes estas loucuras alheias a tua vontade, administrar os erros e violências que não são tuas e que são enfiadas goela a baixo sem explicações e apontar culpados. Eu me sinto tão cansado, tão derrotado com tudo isto, que tenho saudades de um tempo em que eu era mais inconformado e que enxergava saídas onde hoje não enxergo mais. 
Cresce em mim uma perplexidade quando saio às ruas e vejo tanta falta de educação e de sensibilidade entre as pessoas, tantas violências e mortes, tantas rivalidades no transito, tanta rivalidade no trabalho por pura vaidade e acúmulo de frustrações. 
Quando abro a porta e recebo supostos amigos, observo-os e me surpreendo com o que há de pior neles e não encontro forma de desfazer a má sensação que causaram. 
Me pergunto o que mudou em nossos valores, que pra mim hoje, parece uma incógnita cuja regra é bater para não apanhar, enganar para não ser enganado. 
Tem dias em que me acordo com um sentimento de total impotência, de quem é subjugado por forças maiores, obrigado à fazer parte de um mundo onde o objetivo de estar nele, é viver ou morrer e para viver, tem que ser muitos mas não ser todos.




Contra o baixo astral


É possível encontrar tempo sim, quando temos necessidade de buscar alguma diversão nos momentos em que se está meio down e ter uma visão diferente de lugares que já se conhece. No domingo - 06/12, com intervalos de sol e uma leve garoa paulistana, que de tão fininha não incomodava, passeei de barco pelo Guaíba, observando a minha cidade por um outro ângulo. O preço é muito em conta, 10 reais por uma hora.

Festa de Integração

Dia 19 de Dezembro na cidade baixa em Porto Alegre acontecerá a festa de integração entre o pessoal que viajará para Machu Picchu dia 30 de Janeiro próximo. O objetivo da festa é se conhecer, tirar duvidas, se programar melhor e claro se divertir! 
A entrada será franca para quem estiver na lista. O local será na Pinacoteca Bar, na rua da Republica 409 à partir das 20h. O Tom é quem está armando esta!..
O lugar lembra os bares de Barcelona. Uma casa antiga com pé direito baixo com abobadas, paredes e piso detonado. A cerveja é muito gelada e no elenco de atendentes, o destaque fica com Pilinho, que além do cardápio, oferece também, frases de efeito! Como o nome sugere, a o bar também é um espaço cultural. Existem exposições de quadros, pinturas, fotografias durante o ano todo. Há espaço também para apresentações de esquetes teatrais e música. E nada melhor do que cerveja e deliciosos petiscos para acompanhar a movimentação cultural. O fone para contato é 51 321157 62.

Não aceito!

Minha ultima ocorrência no plantão de hoje: Garoto de 17 anos se joga do quarto andar do edifício onde mora. Correria geral equipe e ambulância, sirene ligada, luvas nas mão, ansiedade, pressa. Quando chegamos no local em seguida enxerguei-o caído no chão, boca ensanguentada, gemente, agitado, desorientado, amparado por um homem que a o reconhecer-me disse.
_Bah, vocês de novo?
Imobilizamos o garoto, examinamos, verificamos seus sinais vitais, acesso venoso, oxigénio.
_Dá outra vez, vocês atenderam a mãe dele que tomou um montão de comprimidos para morrer!
Chamamos outra ambulância com medico no local para os procedimentos avançados necessários. Trocamo-no de ambulância, da que eu estava, para a outra com o médico e foram embora. Formou-se um amontodo de pessoas atônitas e curiosas na rua, sem entender o que estava acontecendo. Meu Deus, o que se passa com o mundo, com as pessoas? Tenho na cabeça uma porção de respostas coerentes que justificam uma atitude destas, mas não me acostumo com elas, não as aceito!

Amor em lágrimas

Nesta manhã de pouco brilho, sem sol, nublada lembrei de Vinicius o de Moraes e sua poesia apaixonada, embriagada, sua poesia musicada, cantada. Talvez um dia eu venha sentir falta destes dias cujas manhãs me parecem tão insólitas e sem planos, tão abandonadas quanto o mar que soluça na solidão, nos pensamentos do poeta.

Ouve o mar que soluça na solidão
Ouve, amor, o mar que soluça
Na mais triste solidão
E ouve, amor, os ventos que voltam
Dos espaços que ninguém sabe
Sobre as ondas se debruçam
E soluçam de paixão
E ouve, amor, no fundo da noite
Como as árvores ao vento
Num lamento se debruçam
E soluçam para o chão
Deixa amor que um corpo sedento
Como as árvores e o vento
No teu corpo se debruce
E soluce de paixão.
                                                          *Vinicius de Moraes

PRÓLOGO E EPÍLOGO

PRÓLOGO:
No final da tarde, atendendo uma jovem de vinte anos, chamou-me a atenção seu sobrenome incomum e que era o mesmo de um amigo que não vejo a muito tempo. Durante sua remoção para um serviço de saúde, vinha conversando com sua tia que a acompanhava na ambulância e conversa vai, conversa vem, não deu outra, eram mesmo parentes, a jovem era filha deste amigo que hoje mora em São Paulo e que perdi o contato e que no passado trabalhamos juntos e nos tornamos bons amigos em momentos de alegria e também de dificuldades. 
Este fato fez-me pensar nas incríveis coincidências que a vida provoca e que tantas vezes pensei em tentar comunicar-me com ele, mas desisti por falta de pistas da sua localização e de coragem por não saber se seria recebido com o mesmo calor de antes. Acho que o tempo e a distancia destemperam muitas coisas.
EPÍLOGO:
Deixei-as no posto de saúde sem pedir mais informações a respeito dele e por insegurança ou inibição, finalizei esta história como quem fecha as paginas de um livro que foi bom, mas não queria modificar o seu epilogo.

Postagem em destaque

TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...