SERÁ QUE ERA O CAIO?

Eu posso jurar que vi o Caio numa noite de chuva, entrando num daqueles edifícios antigos e pouco iluminados, que quase não se percebe a porta de entrada, na rua Republica.

Será que estava embriagado? Seus passos largos eram tão irregulares, que quase caiu na irregularidade da calçada, desviando da lixeira, chutando baganas de cigarros e fazendo um movimento com o corpo, de quem já iria voar.

Eu posso afirmar que era ele, num daqueles dias em que não está bem e que um, dois, dez, infinitos goles lhe é apenas mais um gole, na defesa da vida e de mais um dia...

Talvez fosse o Caio, com seus óculos de aros arredondados, dentro da gaiola de seu próprio corpo franzino, tentando flutuar na calçada da Republica. Talvez não fosse ninguém, só uma lembrança, imaginação minha.


O OCEANO.

Entardecia e eu estava dentro de um barco, perdido no oceano, só eu e meus planos, assustado naquele ponto onde só se vê agua, um grande volume de agua formando volumes, se movimentando num único bloco e direção e mais nada. Não existia terra firme pra onde eu olhasse, só aquele gigantesco volume d'água, como um  pulmão liquido e volumoso num movimento sincronizado, como se estivesse respirando, respirando, me levando pra algum lugar, num cárcere ambulante. O oceano pode ser monstruoso e te puxar pra ele.


ABSOLUTAMENTE GRILADO.

Eu fiquei rouco de tanto gritar o teu nome, lá da janela do meu quarto, quando percebi que tinhas ido embora. Me joguei na cama arrasado e me pus a ouvir uma sinfonia de grilos, lá fora, que me fizeram adormecer absolutamente grilado. No outro dia, eles ainda faziam festa dentro da minha cabeça.

AUTO SABOTAGEM.

Apesar de já estar de barba branca, (e esse deveria ser o meu novo apelido agora) eu ainda me empolgo com projetos que me convidam para participar e trabalho com muita tesão para fazer com o que é da minha responsabilidade, dar certo. Sou desses que me apaixono rápido e esta paixão pode ser duradora desde que os envolvidos, cumpram com a sua parte que prometeram.

Nos dias de hoje, parece que os projetos nascem e com o passar dos dias, semanas e meses, vão se perdendo nos entraves que as próprias pessoas criam, impossibilitando que as coisas de fato aconteçam. Ora, um sonho não pode ser destruído por nossas auto sabotagens.

UM DESABAFO COM BAFO DE VODKA

Ontem saí em busca de respostas, e o que aparentemente parecia não ter resposta, por questões éticas, humanas e respeitosas, a resposta estava ali presente nas entre linhas do falar, nos pequenos gestos de evasão, no olhar de interlocutor que se mostrava meio que pela metade, temeroso que a outra metade falasse a verdade, quando eu, humildemente estava dando a liberdade pra que falasse a verdade. 

Sabe o que está faltando pra mim? .. Aquela voz única, mágica e reveladora, que me ataca a qualquer hora do dia, me dizendo no ouvido: Não, não se deixe abater e ser conduzido por rótulos e moldes, que te pré- definam, que te dê caminhos que não os seus, mas deles. 

Puta que pariu, eu já estou com a vida ganha, pra perder tempo com embates indissolúveis. Já estou no hangar aguardando a hora do voo.

Sabe oque está faltando pra eles?... Aquela mesma voz única, magica e reveladora lhes dizendo no ouvido: Tenha coragem de olhar no olho do cara e dizer a verdade:

É.., quando falta enfrentamento dessas pessoas bondosas que sentem medo de magoar, dizendo a verdade, só falta lhes dar a mão e distribuir algodão doce.


A VERDADE

Eu estou agora diante do espelho do banheiro, me perguntando: Como dizer a verdade pras pessoas, que queremos bem, sem magoa-las, mesmo sabendo que esta verdade poderia ajuda-las?.. 

Também estou me perguntando, como esperar de uma pessoa, que goste de mim, que ela me fale uma verdade, mesmo sentindo que esta verdade, pode também me magoar? 

Eu sinto que no fundo, ninguém se arrisca a dizer a verdade, sob pena de criar desafetos e culpa. Talvez seja mais fácil para uma relação, a omissão para algumas falhas, do que a verdade. Uma omissão aqui e outra ali e vamos vendo no que dá. 
Não somos suficientemente colhudos, para dizer ou ouvir a verdade, como se pensa e há momentos que precisamos dessa verdade, doa a quem doer, para não nos tornarmos um desastre. Por isto, eu prefiro sempre a verdade!

DAASANAH OS RECICLADORES DE LIXO



Vocês sabiam que os Daasanah, uma tribo seminômade de aproximadamente 50.000 indivíduos que ficam vagando pelas margens do rio Omo, no sudoeste da Etiópia, retiram todo o tipo de objetos considerados lixo, para confeccionarem adornos. Esses adornos feitos com descarte urbano, como tampinhas de refrigerante, pulseiras de relógios quebradas, fivelas, parafusos, etc. são reaproveitados com muita criatividade virando acessórios de beleza como perucas, brincos pulseiras, anéis, piercieng.
E tudo isso devidamente capturado pelas lentes de um fotógrafo francês Eric Lafforgue, que há anos acompanha os Daasanac, registrando a influência da vida moderna sobre a tribo.

BODE EXPIATÓRIO



Acreditem vocês, que mesmo aos sessenta e três anos de idade, ainda sou algumas vezes criticado, por uma ou outra pessoa, sobre aquilo que estou vestindo, sobre o cabelo que está grande e volumoso, sobre a barba agora branca, que não foi raspada? As pessoas não permitem que você se experimente em outras cascas ou que ouse formas diferentes de se reconhecer, que você teste novidades e então se defina por suas próprias escolhas.

Se eu corajosamente colocar uma foto, numa rede social, que está fora dos padrões aceitáveis por esses críticos que defendem o institucionalizado, seja um boné, um chapéu, uma bandana, um óculos diferente, um novo corte de cabelo, vira uma tribuna de criticas, que eu nem pedi  opinião.

Mas eu aprendi com uma amiga, que quando somos criticados por algo em nossa aparência é porque de alguma forma está incomodando, o problema não é nosso, mas de quem se sente incomodado. As pessoas refletem em nós suas insatisfações, seus medos e tentam driblar suas frustrações criando um bonde expiatório, para se auto justificarem.

ENCAIXOTADOS













Todas as vezes que me enquadravam numa opinião ou em alguma regra da vida, que pra mim não fazia sentido, me sentia encaixotado como um boneco de cera, um manequim de vitrine pálido e estático, como alguém que toma um choque ao perder a autoridade sobre suas próprias escolhas.

Dai que eu lembrei de um filme, chamado Encaixotando Helena, que assisti a algum tempo. O filme, conta a historia de um jovem e famoso cirurgião, obcecado pela beleza de Helena, uma prostituta. Ela o rejeita, mas mesmo assim ele apaixonado, tenta convencê-la que um necessita do outro. No entanto ela tem outros planos, mas acaba sendo vítima de um terrível acidente que a deixa nas mãos do médico, que tem então a macabra ideia de ir amputando os membros de Helena, para evitar que ela vá embora e assim, ele a perca de vez.

O MERGULHO


Era só um mergulho, um único mergulho naquele mar azul profundo e sentir as vibrações envolvendo meu corpo, arrepiando meus pelos, embaralhando meus sentidos.
Não sei se retornaria a superfície pela ultima vez, pra respirar o ar da terra que me fez nascer, crescer e me jogar sem medo nestas profundezas obstantes.
Existe uma verdade nos homens que se jogam deliberadamente ao risco de morte, é a conquista da liberdade, mesmo sem a garantia de usufrui-la na volta.

VINHOS PAZUELLO

Pazuello, embora o nome sugere, não é uma  marca de vinho, mas um general de divisão do Exército Brasileiro. Foi ministro da Saúde do Brasil durante a pandemia de COVID-19, entre 2020 e 2021. designado pelo presidente da Republica, Jair Bolsonaro. Pazuello que já se mostrava um negacionista da pandemia junto com o presidente, foi filmado num shopping Center sem a utilização de mascara preventiva e obrigatória. Não bastasse isto, negociou com terceiros, 30 milhões de vacinas Coronavac pelo triplo do preço enquanto  milhares de brasileiros morriam por falta da mesma.
Este abutre através de negociação ilícita, tentou encher os bolsos de gorda propina, em troca da morte de milhares de cidadãos brasileiros que perderam a vida na pandemia por falta de vacina.
NÃO ESQUEÇAM DESTE ABUTRE!

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Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...