Eu posso jurar que vi o Caio numa noite de chuva, entrando num daqueles edifícios antigos e pouco iluminados, que quase não se percebe a porta de entrada, na rua Republica.
Será que estava embriagado? Seus passos largos eram tão irregulares, que quase caiu na irregularidade da calçada, desviando da lixeira, chutando baganas de cigarros e fazendo um movimento com o corpo, de quem já iria voar.
Eu posso afirmar que era ele, num daqueles dias em que não está bem e que um, dois, dez, infinitos goles lhe é apenas mais um gole, na defesa da vida e de mais um dia...
Talvez fosse o Caio, com seus óculos de aros arredondados, dentro da gaiola de seu próprio corpo franzino, tentando flutuar na calçada da Republica. Talvez não fosse ninguém, só uma lembrança, imaginação minha.