CUBIERTO, É UMA TAXA INJUSTA? O QUE VOCÊ ACHA?

Se existe uma coisa que irrita profundamente os brasileiros desavisados, que visitam os bares e restaurantes da Argentina é o cubierto, uma taxa cobrada na maioria dos estabelecimentos, que gira em torno de 10 a 30 pesos por pessoa e que você tem que pagá-la! 


O cubierto que quer dizer talher em espanhol, é a cobrança de serviço de mesa. Ou seja, você paga para usar os talheres, pratos e copos, mesmo estando implícito a necessidade desses acessórios para poder levar os alimentos até a boca e comer de forma civilizada. É uma taxa usado para repor itens que se extraviam no estabelecimento como copos, taças, pratos, mesmo você não sendo responsável por qualquer extravio. Este custo excedente é você quem arca, sem choro e nem vela!
Semana passada uma amiga minha, conduziu um grupo de brasileiros para Buenos Aires e numa das noites em que resolveram sair para jantar numa pizzaria, tudo transcorreu bem até a hora de pagar a conta que havia subido 30 pesos acima, do que informava a lista de preços. 
Depois de toda celeuma criada entre os envolvidos, decidiram pagar a conta e ir embora. 
Os restaurantes em Buenos Aires na maioria das vezes são baratos, mas saiba que aquela placa anunciando promoções, pode ser um ledo engano e esconder a triste verdade, de que a conta ficará bem mais alta do que aquilo que estão anunciando, graças ao cubierto.
Segundo minha amiga, alguns restaurantes chegavam a cobrar de 120 a 140 pesos o cubierto, duas ou três vezes maior, que o valor descrito no cardápio.

UMA COISA NÃO TEM NADA HAVER COM A OUTRA:
Muita gente acredita que o cubierto é a cestinha de pães que chega antes do prato principal ou um drinque oferecido pela casa. Mas não é assim, até porque se você recusar a gentileza vai pagá-la igual. Aí você pensa que, pagando o cubierto, não precisará pagar o serviço do garçom, certo? Errado. Uma coisa não tem nada a ver com a outra e os garçons fazem questão de deixar isto claro. Sendo assim, ao sentar na maioria dos restaurantes da cidade, você já paga duas taxas: O cubierto e os 10% do serviço do garçom.Tem outro jeito?

UMA ANTIGA VILA INGLESA CHAMADA PARANAPIACABA EM SÃO PAULO.

Um amigo sabedor de que aprecio lugares que contam alguma historia e cercados de belas naturais ao redor, comentou sobre um, que me parece imperdível. Assim posto algumas informações e fotos enviadas por ele.


Esta vila que quero conhecer e que ainda não tive oportunidade é Paranapiacaba, no município de Santo André, em São Paulo, que surgiu com a revolução industrial, em meados de 1865 como Centro de Controle Operacional e residência para os funcionários da companhia inglesa de trens RAILWAY Railway, que realizava o transporte de cargas e pessoas no interior paulista. 
A pequena vila, com construções em estilo inglês, está bem preservada e ainda conta com uma incrível torre, bem do jeitinho britânico, enfeitando o final da estação. Contam que nos dias em que a vila amanhece encoberta  por neblina, as imagens são de tirar o folego, dando a nítida sensação  de estarmos numa verdadeira vila  inglesa do interior.


ORIGEM DO NOME:
Paranapiacaba, que em língua tupi significa “de onde se vê o mar”. fica localizada numa das regiões mais altas e íngremes, que compõe a exuberante Serra do Mar, no estado de São Paulo, reconhecida pela Unesco como de relevante valor para humanidade.


O QUE FAZER POR LÁ:
Além de visitar  a graciosa vila composta de exemplares de construções em estilo inglês, alguns museus, trens e maquinários ferroviários, pode-se optar por fazer trilhas na mata, algumas com cascatas e piscinas naturais e também apreciar toda a beleza fantástica  da Serra do Mar.

FESTIVAIS:
Se for nos 3 últimos fins de semana do mês de Julho, poderá participar também do Festival de Inverno de Paranapiacaba, com música, mostras de filmes, performances teatrais, exposições e gastronomia, num evento que ocupa todos os espaços e mostra a riqueza do patrimônio histórico e ambiental que acontece todos os anos.

PASSEIO DE TREM:
Se a paixão for mesmo andar de trem, é possível faze-lo a partir da estação da luz, num trem fabricado no Brasil na década de 50, totalmente reformado. São 48 Km percorridos em 1:h 30 min. (onde a velocidade é mais baixa, para que o turista aprecie melhor as paisagens por onde passa). O trem realiza um trajeto que corta a região do ABC e segue em direção à Serra do Mar.
À bordo você tem uma verdadeira aula de história, com algumas explicações sobre as estações percorridas. Como dá para perceber, Paranapiacaba é um lugar imperdível por sua beleza natural e história reconhecida.
Paranapiacaba que me aguarde!..

ENTRE A CRUZ E A ESPADA.


Hoje, durante o trabalho, num encontro rápido com uma colega, começamos a conversar. Daí ela me confidenciou a sua sensação de desconforto, quando vê duas pessoas do mesmo sexo de mãos dadas, não importa onde for, (na rua, no Shopping,..) e que mesmo sabendo das mudanças comportamentais necessárias que vem acontecendo no mundo, para garantir a liberdade das pessoas e  suas diferenças, o que é justo, ainda assim o seu desconforto persiste.
Sente um desconforto que é maior do que ver famílias jogadas sobre as calçadas passando por privações; Inacreditavelmente maior, do que toda a roubalheira protagonizada pelos dirigentes deste país, em que somos vitimados e outras tantas violências que nos rodeiam no dia a dia e que parece tão normal aos nossos olhos vigilantes.
Esta sensação de mal estar, por questões que eu pessoalmente considero de menor importância, se comparadas a outras de maiores agravos, são dissidências de quem possui dificuldade de acompanhar as mudanças do mundo moderno, na medida em que percebemos essas desproporções morais.
Nossos preconceitos são muito mais profundos, do que as nossas próprias evidencias intelectuais. Quanto ao resto, cada um deve encontrar seus métodos pessoais de desfazer-se desses embates, que por vezes nos divide entre a cruz e a espada.

EU VI O MENINO CHORANDO.



Ontem eu vi um menino chorando no patio de sua casa, encolhido num canto do jardim. Ele parecia chorar, não por que tivesse se machucado em alguma brincadeira ou briga, ou por ter sido ralhado por seus pais. Seu choro era baixinho, acanhado e triste, traduzindo-me uma profunda dor interior já conhecida por mim, longinquá. 
Sua mãe me revelou, que ele sempre chorava sem razão.
Me vi naquele menino, pois seu choro, foi meu choro e quem sabe, o choro de tantos outros que não possuem voz por falta de maturidade, que não compreendem a natureza de sua magoa  e então se vestem de muita culpa, solidão e lagrimas.
Crianças extravasam suas emoções de maneira tão espontânea e na medida em que vão crescendo e não são respeitadas, passam a se envergonhar dos próprios sentimentos. Mais tarde, continuam a chorar, mas com lagrimas que escorrem pra dentro da alma, provocando graves inundações.

XERÉM SEM O RIO.

por Marcos L. Britto

Estar de volta a minha terrinha é sempre um prazer inestimável, que começa quando a aeronave sobrevoa a cidade, fazendo aquela curva para esquerda, em seguida se alinha na direção da pista de pouso e o piloto informa que recebeu a liberação para a aterrizagem. 
Ufa!..
Voltar é sempre bom, mesmo voltando de lugares que queremos em algum momento ficar mais tempo, porque construímos relações fortes com as pessoas, seus costumes e o meio onde vivem. 


Estive três dias em Xerém no Rio de Janeiro, (que não tem cara de Rio de Janeiro), localizado a o pé da Serra Fluminense, próximo a Petrópolis, para visitar amigos e comemorar o aniversario de outra amiga, Alba, que adora o distrito e me apresentou pela primeira vez em 2009. 
O centro de Xerém se parece muito com os subúrbios de Salvador e tantos outros lugares, onde as ruas são sinuosas, estreitas, às vezes desleixadas, muitas sem calçadas pela falta de planejamento urbano, onde as pessoas são naturalmente despretensiosas e muito a vontade na maneira de se vestirem e viverem a vida. As pessoas são humildes e afetuosas no sentido verdadeiro da palavra.


Nestes escassos três dias, deu para eu matar a saudades de amigos e também perceber e lamentar o quanto o distrito se modificou em função do tempo e de seu acidente natural em 2013.
Lembro-me de algumas tardes em que vizinhos se reuniam na rua, (na calçada) e ali assavam seus churrascos comunitários em grelhas improvisadas e a o som de sambas do mais ilustre morador local: Zeca Pagodinho.



Retornar a Xerém, seis anos depois e da grande enchente que destruiu parte do distrito e virou manchete em todo os jornais do país e não encontrar mais o rio que cruzava a cidade, onde as crianças e moradores tomavam banho  nas tardes de calor, foi muito triste.


O rio caudaloso desapareceu, foi soterrado pelo deslizamento da montanha durante quatro dias de chuva intermitente, destruindo casas, desabrigando pessoas. 
O rio agora, é um pequeno e fraco córrego, que se espreita entre pedras e areia, numa imensa vala onde a vegetação começa timidamente a surgir. Casas foram reformadas, outras interditadas pela defesa civil. Muros com mais de dois metros de altura foram erguidos como prevenção para futuras enchentes.


Xerém é hoje um distrito reabilitado, com pontes novas, ruas asfaltadas, praça de lazer, cancha de futebol, construídos pela prefeitura, mas que ainda precisa de mais atenção por parte da governância publica. É como se arrancassem cruelmente a historia e as características de um lugar, onde pessoas se reuniam para refrescarem-se nos dias de verão junto ao rio e celebrarem a vida. Parece uma revista em quadrinhos, onde algumas paginas perderam o colorido com as águas lamacentas que devastou parte do lugar. 
Xerém, ainda resiste na alegria e hospitalidade de seus moradores, porem sem aquilo que a tornava mais encantadora, o rio, as tardes de banho, o convívio diário presenteado pela natureza e que hoje não existe mais. Localizado na base da serra, onde ainda esconde inúmeras cascatas, cachoeiras, matas preservadas e trilhas a serem descobertas, não possui nenhum incentivo  para a realização de passeios ecológicos locais.
Quanto a origem de seu nome, "Xerém", provém de um prato comum na culinária nordestina, feito de grãos de milho seco quebrados no pilão e cozidos na água e sal. O prato é originário de Portugal, onde pode ser conhecido também como "xarém".
Outra hipótese para a origem de seu nome, remete a um comerciante inglês John Charing, que, no século 17, possuía barcos que faziam a ligação entre o porto do Rio de Janeiro, o porto do Pilar e o atual município de Petrópolis. Segundo essa hipótese, o nome "Charing" teria sido convertido pela população para "Xerém" pela dificuldade de pronunciar o nome corretamente.
Do centro do Rio até Xerém dá cerca de 50 km pela BR-040, Linha Vermelha, Viaduto dos Pracinhas, Av. Pres. Vargas, Av. Rio Branco, Av. Almirante Barroso



BELEZA E ALMA.


Existem coisas que a gente gosta só de passar o olho em cima. Não precisa ou não encontramos explicações, que defina os nossos sentimentos diante de sua beleza, por que não são apenas bonitas, contem alma que mexe com coisas misticas do nosso interior e que não  sabermos como lidar. Assim foi as esculturas de bustos do artista plastico americano Woodrow Nash, que retrata a ancestralidade do povo africano.  Quando as vi, fiquei boquiaberto, apaixonado, querendo todas pra mim!


CONHECENDO UM POUCO MAIS DE SÃO CHICO.


No Sábado passado, eu e duas amigas, fizemos um passeio até a Serra gaucha, entre as cidades de São Francisco de Paula, onde paramos para almoçarmos e depois seguimos para Gramado e Canela, com o objetivo de levar um grupo de quatro amigos sergipanos que estavam curiosos para conhecer Gramado, famosa não só por sua beleza que lembra uma cidade tipicamente suíça, mas também por carregar nas costa a fama de juntar muita gente famosa e por acontecer anualmente o festival de cinema.
Visivelmente o passeio mais bonito que fizeram nestes dez dias em que ficaram aqui no sul, mas também o mais caro, já que a cidade investe intensamente no turismo, aplicando preços bem acima dos utilizados nas cidade vizinhas e menos famosas.


Gramado não é mais a cidade que conheci há trinta anos atrás, nem poderia, pois cresceu, expandiu visivelmente sua malha urbana e viária, com o intenso movimento de veículos e poucos lugares para se estacionar, dificultando o acesso a outros pontos turísticos mais afastados do centro da cidade. É nos finais de semana e de inverno e com promessas de neve, que a cidade se torna mais bonita, porém intrafegável, causado pelo intenso fluxo de turistas que chegam de vários cantos do mundo e do pais, para visitar e se hospedarem na cidade.


Para as pessoas como eu, que não gosta destas muvucas urbanas, é interessante se hospedar em Canela, localizada a ( 8,8 km)-15 min. de Gramado pela Av. Das Hortênsias.
Menos badalada e movimentada do que Gramado e com preços hoteleiros mais em conta, Canela é uma opção a mais para quem tem menos no bolso. 
E se a procura é por um ambiente ainda mais tranquilo, São Francisco de Paula, ha (44,4 km)-47 min. de Gramado pela RS-235, é o ideal para um verdadeiro descanso reparador, disponibilizando acesso rápido as outras duas cidades.


POUSADAS:
São Chico oferece sofisticadas pousadas como: A Pousada do Engenho, além de outras mais acessíveis como: A Pousada Parque Das Cachoeiras e o Parque Das Cascatas.
No centro da cidade há opções de restaurantes econômicos como: A casa da Dinda (rodizio de galetos), o Restaurante Pasta Nostra (especializados em massas) e o Sabor da Serra (bufê livre com grelhados) na Av. Julio de Castilhos. Para quem aprecia carne, vários restaurante e CTGs oferecem o tradicional churrasco na vala.
A região central, na Avenida Getúlio Vargas e Julio de Castilhos se concentram as compras, como artigos em couro, lã e outros utensílios tropeiros. Próximo do centro tem o parque das cachoeiras, a 4 km do centro. 
A 75 km está o parque das cascatas, em Lajeado Grande. Para chegar, pegue a RS 020 até Tainhas, dobrar à esquerda na RS 453, seguindo até o distrito de Lajeado Grande.


LAGO SÃO BERNARDO:
Ainda nas proximidades do centro da cidade, você pode fazer um relaxante passeio as margens do Lago São Bernardo, cartão postal da cidade, com uma extensão de 1.900 metros e 5 metros de profundidade. Visitação permanente e gratuita.


CASCATA DA RONDA:
Conjunto de 5 quedas d'água em uma extensão de 5 km e uma altura de 100 m. O acesso a este local é feito por uma trilha nas imediações da cidade, que atravessa a mata nativa. Visitação permanente e gratuita.

MONUMENTO AO CARRETEIRO:
Localizado na Avenida principal da cidade, em homenagem aos carreteiros que movimentaram a economia local.
MONUMENTOS A CUIA E O NEGRINHO DO PASTOREIO:
Situados ao longo da Avenida principal, destacam a hospitalidade do povo gaúcho além das lendas e folclores da região.



LIVRARIA MIRAGEM:
Localizada na Av. Julio de Castilhos 603, de propriedade de dona Luciana Olga Soares, uma professora de mais de 60 anos, que transformou um sonho em realidade, com recursos próprios. Na livraria você encontra momentos de paz e tranquilidade, alem da hospitalidade de dona Luciana e seus funcionários.
Até o próximo passeio!

PONTOS MÁGICOS DA FOTOGRAFIA.


O ganho pessoal de se fotografar alguém, é a porta magica de cores e luminosidade que se abre, permitindo que o modelo fotografado se transforme numa imensa gama variável de personagens que vai do mais convencional ao mais primitivo, mostrando a extensão de que cada um pode alcançar. Não importa se num rei, numa pessoa comum, numa divindade, ou um animal selvagem.



OS DESEJOS ESTAPAFÚRDICOS NA GRAVIDEZ.


Discussão  de hoje entre  os amigos: Duda,  Gil e dona Mira, durante o jantar. Os estranhos desejos gastronômicos de comer coisas absurdas que acontecem durante a gestação. Entre tantos conhecidos como: Roer barra de sabão,  pedaço de telha de barro ou tijolo, porções de terra molhada e outras, nos parece tão estranho!.. Esses "desejos absurdos", são características de uma síndrome chamada picamalácia, que consiste no desejo de ingerir substâncias não alimentícias; Mas também ja presenciei gravidas querendo comer pasteis velhos, sanduíche de pão prensado e bem engordurado. Aqueles que de tão nojentos até provocam nauzea.
Estes desejos inexplicáveis, por que não sabemos o porquê acontecem, também atinge os futuros papais. Eu por exemplo, assaltei  a geladeira numa madrugada, há 23 anos atrás e me deliciei comendo  camarão cru e congelado. 
No outro dia quando  minha esposa foi para o trabalho  e contou minha nojenta façanha para alguns colegas,  bingo!  Uma delas  disse - Você está  grávida  minha querida!.. E para nossa surpresa, realmente estava.

VAMOS DAR UM TEMPO, PRECISO ME REENCONTRAR.

Domingo à tarde, eu estava com uma amiga passeando pelo Brique da Redenção, quando encontramos outros amigos sentados a sombra das arvores.
Uma delas me disse em algum momento, quando perguntei por seu marido, que não estava mais morando com ele, mas também não haviam se separado. Ele permanecia no apartamento onde moravam, enquanto ela alugou um quarto com banheiro, na casa de um familiar para ter alguns momentos de solidão necessária.
Logo que se ouve a palavra solidão, vem na nossa cabeça algo negativo, que semeia dor e sofrimento, mas a o se refletir melhor, surge noutros momentos, algo não tão pesado assim e que eu acho que ela deve estar vivendo. Trata-se no meu entendimento, de uma fragmentação de trocas interpessoais e sentimentos que vão se desgastando e precisam ser renovados. Por vezes a vida nos cobra assumir tantos papeis heroicos ao mesmo tempo, que nos perdemos de nós mesmo, de quem realmente somos. Perdemos a orientação daquilo que dizem ser de nossa responsabilidade, fazendo-nos transpor espaços que não nos pertence, pois cada um é responsável por sua vida. Esquecemos de olhar pra dentro de nós mesmos e de nos perguntarmos se é isto que queremos, se estamos satisfeitos com o que vemos a nossa volta.

Ser mãe, esposa, mulher, trabalhadora, às vezes não cabe na mesma estante das pessoas que nos relacionamos provocando quem sabe aquela desagradável sensação de incompetência e desleixo.
Algumas pessoas defendem a opinião de que somos a mistura de todos esses papeis e temos a responsabilidade de assumi-los com sorriso nos lábios e isto é discutível. 
Será que somos mesmos? Será que conseguimos dar conta de administrar tantas relações a nossa volta sem dar um tempo para nos renovarmos? Onde está escrito que para se "dar um tempo" é necessário fazer uma viagem ao redor do mundo e não subalugar um pequeno quarto com banheiro para uma reflexão? Acho elogiável pessoas que tem este entendimento de si mesmas, que conhece seus limites e tem a coragem de se dar o tempo que necessita, sem medo de ser taxada de covarde e outras mal interpretações.
Enquanto conversávamos sobre isto, veio na minha cabeça esta linda canção de Cartola chamada Preciso Me Encontrar.
"Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar. Rir pra não chorar.
 Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar
 Eu quero nascer, quero viver..."

DESAFINADO.

A canção é uma resposta à crítica da época, que considerava a bossa nova "música para cantores desafinados". A canção e uma critica, um tapa de luvas na critica que determinava o que deveria ser cultura no pais. A canção foi posteriormente gravada por diversos artistas, incluindo Tom Jobim, Herb Alpert, Ella Fitzgerald e Stan Getz, que em 1963 ganhou o Grammy de Melhor Performance de Jazz por um Solista ou Grupo Pequeno pela canção.

Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita
Mas tanta beleza também pode se acabar

Se você disser que eu desafino, amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu

Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural

O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-Flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão

Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração

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TÔ PENSANDO QUE:

Quando as nossas emoções, alegrias e tristezas passam do tempo, nossos sentimentos humanos ficam acomodados numa cesta do tempo recebendo so...