Penso que poucas coisas são capazes de me causarem 
reações pelas quais não posso definir, ao menos nas primeiras horas, nos primeiros dias, deixando-me silencioso e pensativo, depois é que começo assimilar as emoções, diagnosticar e entender os detalhes que fizeram a minha boca ficar seca, os olhos avermelharem-se e a garganta arder como se um choro  preso fosse explodir a  qualquer momento e sem controle. Ontem me aconteceu isto enquanto estava deitado em minha cama assistindo o filme 
Piaf- um Hino ao Amor- do 
diretor  Olivier Dahan, que conta a 
trajetória artística e de vida  da cantora francesa 
Édith Giovanna Gassion (
Edth Piaf). 
Interpretada pela atriz Marion Cotillard.
  Cotillard, de 32 anos, transfigura-se para encarnar a cantora da juventude à morte precoce, aos 47 anos, como resultado de uma vida marcada por tragédias e pelo abuso de álcool e drogas.
O filme pode ter deixado de  detalhar algumas passagens da vida da cantora, como sua posição e postura politica na 
época, como descrevem alguns críticos, mas sem duvidas não deixou de ser uma bela e sensível declaração de amor a sua vida tão 
polêmica e recortada de sofrimentos.
Non, Je Ne Regrette Rien:
Não! Nada de nada...
 Não! Eu não lamento nada... 
 Nem o bem que me fizeram
 Nem o mal - isso tudo me é igual! 
 Não, nada de nada... 
 Não! Eu não lamento nada... 
 Está pago, varrido, esquecido
 Não me importa o passado! (2) 
 Com minhas lembranças 
 Acendi o fogo (3) 
 Minhas mágoas, meus prazeres
 Não preciso mais deles! 
 Varridos os amores 
 E todos os seus "tremolos" (4)
 Varridos para sempre  
 Recomeço do zero. 
 Não! Nada de nada... 
 Não! Não lamento nada...! 
 Nem o bem que me fizeram
 Nem o mal, isso tudo me é bem igual! 
 Não! Nada de nada... 
 Não! Não lamento nada... 
 Pois, minha vida, pois, minhas alegrias 
 Hoje, começam com você!