O amor é libertário. Não se pode pensar que ele não disponibilize espaços individuais necessários, que ele não pactue confiabilidade e cumplicidade mutua, que ele não regule o equilíbrio nas diferenças que se contrapõe nas relações.
Amar deve ser soltura da alma regada ao prazer da convivência, do desejo. Não consigo conceber um amor que aprisione sob o julgo dos ciúmes, das desconfianças, das insatisfações pessoais somadas e não resolvidas. Por isto amar exige cuidada atenção, paciência e respeito às suas dualidades.
24/06/2008
Acho o Eixo
Acontece que se algo esta errado comigo, incomodando-me, tirando-me da rota, trato de reverter imediatamente a situação. Esforço-me para encontrar novamente o eixo que perdi. Se não o encontro, devo pensar e mudar de rota! Mas a rota deve ser uma avenida com palmeiras iluminada pela lua e perfume de rosas lilás como as que entreguei dia 30 de maio em forma de carinho! Por tanto acho o eixo sem Oscho.
Borba me ligou
Minha mãe me telefonou hoje a tarde durante o plantão. Queria saber de mim, ouvir minha voz, saber se já tinha me curado da gripe, se estava me protegendo das noites frias, deste inverno que legalmente ainda não entrou, mas que como dizem os gaúchos: "Já está fazendo um frio de renguear cusco. Lembrou-me entre risos que somos uma familia e por isto, temos de nos ver com freqüência, contar sobre nossos dias, nossas alegrias e também nossas tristezas.
Experiencias do Campo
Quando meu pai foi trabalhar numa fazenda no interior do estado toda minha familia o acompanhou, menos eu. Minha mãe era a cozinheira oficial do grupo de funcionários. Eu fiquei em Porto Alegre com minha tia para não perder o ano letivo. Contava nos dedos o termino das aula para poder estar com eles.
Numa destas férias, quando fui visita-los, eu rolava pelo campo, numa destas brincadeiras enlouquecidas de criança, quando me senti tonto, nauzeado, dor de cabeça, mal estar geral sem saber o que estava me acontecendo. Fui levado para dentro de casa, termometro debaixo do braço, garganta dolorida, não conseguia engolir a saliva.
Quando o estranho médico chegou numa carroça, da vila vizinha, me examinou e sorriu dizendo aliviado: -Doença de criança, cachumba!
Este período, marcou muito minha vida, pois lembro de cada detalhe que vivenciei, das pessoas, do pomar, das galinhas que viviam soltas e dormiam nas arvores e voavam sobre nós a o amanhecer, do deposito de sal que ficava ao lado de nossa casa, o açude fundo onde minha irmã tentou afogar o menino travesso que morava do lado, o carneiro que perseguia minha mãe grávida. A guerra de caquis, os cavalos selvagens, o milho assado no fogão de campanha, os passeios de charrete, o funcionário albino e analfabeto, que não enchergava direito. Os sonhos, os fantasmas, o ruido do vento nas arvores, a triste beleza do entardecer, a simplicidade de tudo. Acho que todos deveriam alguma vez na vida, sentirem a experiência de viver no campo, numa fazenda no interior. Ao menos uma única vez em suas vidas.
Numa destas férias, quando fui visita-los, eu rolava pelo campo, numa destas brincadeiras enlouquecidas de criança, quando me senti tonto, nauzeado, dor de cabeça, mal estar geral sem saber o que estava me acontecendo. Fui levado para dentro de casa, termometro debaixo do braço, garganta dolorida, não conseguia engolir a saliva.
Quando o estranho médico chegou numa carroça, da vila vizinha, me examinou e sorriu dizendo aliviado: -Doença de criança, cachumba!
Este período, marcou muito minha vida, pois lembro de cada detalhe que vivenciei, das pessoas, do pomar, das galinhas que viviam soltas e dormiam nas arvores e voavam sobre nós a o amanhecer, do deposito de sal que ficava ao lado de nossa casa, o açude fundo onde minha irmã tentou afogar o menino travesso que morava do lado, o carneiro que perseguia minha mãe grávida. A guerra de caquis, os cavalos selvagens, o milho assado no fogão de campanha, os passeios de charrete, o funcionário albino e analfabeto, que não enchergava direito. Os sonhos, os fantasmas, o ruido do vento nas arvores, a triste beleza do entardecer, a simplicidade de tudo. Acho que todos deveriam alguma vez na vida, sentirem a experiência de viver no campo, numa fazenda no interior. Ao menos uma única vez em suas vidas.
Distração Digital
Era um jogo com varias formas geometrias, como triângulos, retângulos, quadrados e outras figuras disponíveis em uma plataforma digital. A missão era formar combinações de tres ou mais figuras iguais formando um numero máximo de pontos. Juro que tentei me distrair, porém, decididamente não é minha praia estes joguinhos de celular.
Heranças
Erika herdou quase todos os móveis e objetos de sua avó morta. Empilhou-os num canto do sótão empoeirado de sua casa, dizendo não saber o que fazer com aquilo tudo. Um dia encontrou entre estes pertences um sapatinho de lã com um papelzinho escrito: “Lembrança de minha querida neta”.
Brincadeiras de criança
Quando pequeno, ajudava minha avó a escolher feijão sobre a mesa de madeira da cozinha. Separava atentamente todos os grãos bons dos ruins, imaginando que eram bois em uma grande estância do interior. Juntava alguns pretos, marrons e malhadinhos e guardava entre meus brinquedos para mais tarde voltar a brincar.
Filha de Ogum
Bel é destas mulheres fortes, bonitas, arranjadas pela vida. De opinião e presença firme. Por si só, é casa cheia, é festa é gargalhadas, bondosa, sincera, corajosa e simples. Tem cabelos longos e crespos jogados nas costa sobre o rosto de marfim, olho que brilha dentro do teu. Fumaça de palheiro, cachaça pura, sem misturas. As vezes fala grosso e não tem medo de nada. Afinal é filha de Ogum!
Caricias roubados
Aos nove ou dez anos de idade, entrava pra dentro do guarda- roupas de minha mãe. Ficava ali enrolando-me em suas roupas de cama, seus casacos, suas toalhas de banho, procurando uma espécie de conforto que não sei explicar bem qual é. Quando ela chegava em casa, cansada do trabalho, eu ficava no meu canto, quieto, tendo a sensação de que tinha feito algo errado mas abraçado-a e beijado-a por horas sem que ela mesma soubesse.
Tarde na praça
Abri a caixa do correio,
homem de farda, gato pardo,
carroça passando,
bicicletas com cachecol,
futebol na praça,
telhados de barro,
criança no balanço,
folhas secas no caminho,
casas velhas de varandas,
mãos nos bolsos,
vigia adormecido ao sol,
vozes de crianças na escola a brincar,
trepar na arvore,
garotos gordos, bochechas rosadas,
bolinhos crús,
fim de tarde,
isto é vida!
homem de farda, gato pardo,
carroça passando,
bicicletas com cachecol,
futebol na praça,
telhados de barro,
criança no balanço,
folhas secas no caminho,
casas velhas de varandas,
mãos nos bolsos,
vigia adormecido ao sol,
vozes de crianças na escola a brincar,
trepar na arvore,
garotos gordos, bochechas rosadas,
bolinhos crús,
fim de tarde,
isto é vida!
Boal
Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos "espect-atores" .
Augusto Boal
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