Eu estava indo para o trabalho e não era sete horas da manhã quando parei o carro numa faixa de segurança em que o semáforo tinha fechado. Haviam algumas pessoas nas paradas de ônibus, e o tráfego no meu sentido ainda era calmo naquela hora. Mas parei o carro e eis que cruzou uma senhora de uns setenta e poucos anos, com três cachorros pequenos nos braços e mais dois maiores, seguros pela guia. Os cãezinhos pareciam assustados e entrelaçavam-se nas pernas da mulher. Os outros três muito pequenos, escalavam o seu pescoço e lhe lambiam o rosto carinhosamente dando-me a sensação de que a qualquer momento se desequilibrariam e cairiam no chão. Fiquei surpreso com esta cena que não é normal nos meus dias e pensando nestas trocas de aféto entre pessoas e animais que se adaptam tanto pela convivencia com seus donos, que se tornam quase humanos. Pareciam crianças protegidas no colo de sua mãe, vivendo um dia que para eles parecia tão diferente quanto se parecia para mim.
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