Uma vez minha avó trouxe para eu ver, um camundongo preso a uma ratoeira. Seu corpo cinza estava esmagado, pois a aste de metal o atingira bem no meio de seu corpo, dando a impressão de estar dividido em dois. Enquanto estava preso pela armadilha, emitia um som fininho que parecia ser de desespero e dor. Lembro-me de estremecer, de ficar tentado a passar meu dedo sobre sua cabeça afim de lhe aliviar a dor e também minha angustia. Minha avó percebendo minha intenção, olhou-me com ar de aprovação e incentivo, então medrosamente passei meu dedo sobre a cabeça do rato que mordeu-me ferozmente. Não conseguia entender o por que tinha me mordido. Assustado e com dor corri para o banheiro com o choro preso na garganta e por lá fiquei até passar minha dor, minha angustia e meu pavor pela morte violenta do bicho. Eu devia ter uns nove anos de idade e nunca desapareceu a sensação de que eu e rato caímos numa armadilha.
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